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Lygia Fagundes Telles – Literatura – 07/02/24

Boa noite Enriqueço de solidão Lygia Fagundes Telles¹ Enriqueço na solidão: fico inteligente, graciosa e não esta feia ressentida que me olha do fundo do espelho. Ouço duzentas e noventa e nove vezes o mesmo disco, lembro poesias, dou piruetas, sonho, invento, abro todos os portões e quando vejo a alegria está instalada em mim.” ¹Lygia Fagundes Telles, no livro “As meninas”. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

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Transparência Internacional e o jornalismo

Pânico no “jornalismo(?) profissional(?)” com investigação da Transparência Internacional, ONG que teria levado 270 milhões de dinheiro público da Lava Jato! Quando Toffoli chegar aos Jornalistas que eram pagos pela ONG (por meio de palestras, seminários, prêmios e dinheiro) muitas máscaras vão cair. O apoio à Lava-jato não foi gratuito! O MPF da Lava jato e o juiz ganharam com palestra, a ONG com consultoria e os jornalistas com seus livros e artigos pagos… Rapaz, no final das contas esse papo de combater corrupção é tudo conversa fiada. Farinha pouca, meu pirão primeiro. Só sacanagem e nem queimam a cara. Por isso alguns jornalistas viraram advogados da ONG e atacam Toffoli e a investigação com mentiras. Tic-tac Tic-tac

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Leitura e capacidade de interpretação

Há uma relação direta entre a habilidade de ler e interpretar um texto e a capacidade de pensar, julgar e agir com verdadeira autonomia. A estrutura da linguagem é a estrutura do pensamento – e a estrutura do pensamento é a estrutura da linguagem. A linguagem não é simplesmente um meio ou uma ferramenta do pensamento: ela é a própria condição para que se possa pensar. * * * A raiz da catástrofe civilizacional brasileira está aí: a cada ano tornam-se mais raros os brasileiros capazes de ler e interpretar adequadamente um texto um pouco mais complexo. A nossa competência hermenêutica decai geração a geração – até o ponto em que muitos jovens de nosso tempo revelam-se simplesmente incapazes de perceber o domínio do discurso indireto, simbólico, plurívoco. * * * A perda da competência hermenêutica é desastrosa: quem não lê bem não consegue raciocinar logicamente, não percebe os pressupostos ocultos dos argumentos, não se protege intelectualmente contra os chavões. Isto é: o mau leitor tem os seus afetos seqüestrados pela propaganda, as suas opiniões direcionadas pela mídia, as suas emoções incendiadas por palavras de ordem. A pessoa alfabetizada, porém iletrada, acredita ser livre: ela compreende o discurso direto contido em frases e parágrafos simples; todavia, dificilmente percebe os campos de sentido nos quais o discurso se assenta – e toma por algo intuitivamente evidente o que não passa de propaganda cuidadosamente elaborada. Assim, a pessoa iletrada age em função de gatilhos lingüísticos sob a forma de chavões, slogans, palavras de ordem, frases de efeito, lacrações, sinalizações de virtude. Esses gatilhos condicionam-lhe a vontade, envenenam-lhe o pensamento e estabelecem limites restritos para o seu julgamento crítico. O problema é que não podemos perceber a nossa própria insuficiência hermenêutica: no campo da interpretação não somos capazes de perceber onde estão as nossas próprias deficiências – porque somente as enxergamos quando por fim as superamos. Sim, é inacreditável, amigos: conheço quem repita palavras de ordem e frases feitas – e de acordo com elas paute as suas ações – sem suspeitar, por um único instante, da sua transmutação num autômato falante, num boneco de ventríloquo cujo discurso, seqüestrado por ideologias, determina o seu juízo e as suas decisões. Quem não sabe ler bem não sabe pensar bem; o seu pensamento acaba por ser estabelecido e orientado por outrem. Um povo iletrado é um povo condenado à servidão – a uma servidão que não se reconhece como tal, a uma servidão tomada como a mais completa liberdade, a uma servidão que se apresenta como uma obrigação da consciência ética. * * * A tarefa mais urgente da civilização brasileira, a meta fundamental de toda a nossa organização educacional, o assunto das mais importantes discussões políticas de nosso tempo, deveria ser o pleno letramento dos brasileiros. Mas a quem intessa que superemos a nossa crise civilizacional? Ou: se cada um de nós não tomar a responsabilidade pela sua própria formação literária, jamais seremos capazes de ler e interpretar os livros e o mundo, de ler e interpretar a História e as nossas circunstâncias – e jamais escaparemos do papel de bobos-alegres do mundo, para sempre jogando futebol sobre as terras mais ricas do planeta.

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