Emily Dickinson – Poesia – 29/09/23
Boa noite Poema Emily Dickinson ¹ Sépala, pétala, espinho. Na vulgar manhã de Verão – Brilho de orvalho – uma abelha ou duas – Brisa saltando nas árvores – – E sou uma rosa! Ter medo? De quem terei? Não da Morte – quem é ela? O Porteiro de meu Pai Igualmente me atropela. Da Vida? Seria cômico Temer coisa que me inclui Em uma ou mais existências – Conforme Deus estatui. De ressuscitar? O Oriente Tem medo do Madrugar com sua fronte sutil? Mais me valera abdicar! A uma luz evanescente Vemos mais agudamente Que à da candeia que fica. Algo há na fuga silente Que aclara a vista da gente E aos raios afia. Experiência para mim É cada qual que eu encontro. Será que contém um fruto? A Imagem de uma Noz Aparece numa Árvore, Igualmente plausível; Mas Miolo é requisito Para esquilos e p’ra Mim. O Fado mata-o, mas ele não caiu – Dos dois – o Fado tombou. E nas mais terríveis varas empalado – A tudo neutralizou. Morde-O e sapa-lhe o mais firme Avanço Mas, quando o Pior passou, E Ele, impassível, o fitou nos olhos, Por Homem o aceitou. ¹ Emily Dickinson * Boston, Usa – 10 de Dezembro de 1830 + Boston, Usa – 15 de Maio de 1886