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Fatos & Fotos – 15/09/2017

Eduardo Galeano  ***** Nessa confusão toda quem está na boa são os tucanos. Livres. Três anos e nada. ***** É muita ingenuidade esperar que um acusado confesse o que fez. A própria Constituição Federal garante ao cidadão o direito ao silêncio e de não produzir provas contra si. ***** Brasil da série “Um país de cabeça pra baixo” Parlamentar fundamentalista, acusado de abuso sexual, sente-se no direito de patrulhar e censurar obras de arte. Feliciano “inspeciona” exposição após denúncia de apologia à pedofilia. O deputado esteve no Museu Nacional de Brasília para averiguar a mostra “Não Matarás”. No entanto, as acusações não se confirmaram. É “soda”! ***** O Lula é réu. Ponto final! Independente de quem a procuradora incitou ou não num vídeo, não podemos relativizar os “ritos” exigidos dentro de um tribunal. Eu vi o Lula muito a vontade, como se estivesse em casa, sendo “servido” por capachos dentro do tribunal. E pelo visto, sendo servido também fora do tribunal. ***** Arte – Fotografia – Na periferia da sociedade DigitalFonte Google – Autor não identificado ***** A “formalista” procuradora que rejeita “querida” já gravou vídeo incitando o povo contra o Senado Um vício de linguagem do ex-presidente vira suposta manifestação de desrespeito a uma representante do MPF. O nome disso: arrogância de classe! Por: Reinaldo Azevedo Claro, né? Se eu não fosse eu; se eu fosse outro, não iria aqui confrontar alguns fatos, digamos, insólitos. Cristina Groba Vieira, a procuradora que interrogou Lula nesta quarta, pertence ao núcleo militante mais radical da Força Tarefa. É da turma de Deltan Dallagnol e Carlos Fernando — a dupla que tomou chá de sumiço em tempos de Marcelo Miller. E, como veremos, ela vai fundo na militância, a exemplo dos outros dois. Já volto ao ponto. Nesta quarta, em Curitiba, aconteceu algo que tem a sua graça. E que só pode ser explicado pela arrogância — traços de arrogância de classe mesmo, temperada pelo tal espírito militante, além de zelo corporativista. Num dado momento do depoimento, a douta doutora Cristina, lídima representante do MPF, Senhora Procuradora, fez uma pergunta realmente insólita a Lula. Quando o petista respondeu que a diretoria do Instituto Lula resolvera não ficar com o tal terreno que abrigaria a entidade — e que, segundo a acusação, seria propina paga pela Odebrecht —, ela quis saber se havia algum documento formalizando a recusa. Bem, digam os de bom senso, os advogados, os especialistas: que sentido faz isso? Seria um caso de exigência de produção de prova negativa? Isso já não é prova diabólica, mas do capeta, rsrs.  Ela já tinha perguntado se Lula se ocupara de reunir os recibos evidenciando que pagava aluguel pelo apartamento contíguo ao seu, em São Bernardo, já que o MPF sustenta que o imóvel é seu. A douta doutora e sábia senhora procuradora quis saber, em suma, se, depois da acusação, ele se ocupara de provar que é inocente.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] E se tem, então, o seguinte diálogo: Lula – “Não, eu não tenho, querida, eu não tenho.” Groba Vieira – “Também pediria que o senhor ex-presidente se referisse ao membro do Ministério Público pelo tratamento protocolar devido.” Lula – “É, como é que seria? Doutora?” Moro – “Sei que, evidentemente, o senhor ex-presidente não tem nenhuma intenção negativa em utilizar esse termo “querida”, mas peço que não utilize, tá? Pode chamar de “doutora”, “senhora procuradora”, perfeito?” Perfeito! Uma nota: todos sabem que Lula tem o hábito de chamar interlocutores de “meu querido”, “minha querida”. Dois dedos de prosa, e ele já opta pela informalidade. Ok. Se a doutora, douta procuradora, ilustre representante do Parquet, Senhora dos Mundos, não queria, então não. Mostrava-se, assim, uma formalista empedernida. Uma das coisas que me fazem ser eu é a memória. E não posso esquecer que a doutora deixou todo formalismo de lado quando, em companhia de Deltan Dallagnol e Carlos Fernando, gravou um vídeo incitando a população a se mobilizar contra o Senado, que votaria o necessário e correto projeto que muda a lei que pune abuso de autoridade. O vídeo segue abaixo. Vejam. Volto em seguida: Cabe perguntar: a lei, e não apenas o formalismo, não obriga a doutora, senhora procuradora, sábia, ilustre e inigualável a se dispensar de fazer política? Será que lhe é permitido incitar a população contra o Senado? A minha pergunta é apenas retórica. A resposta é “não”. Cabe, inclusive, punição para tal ato, não estivesse o MPF mergulhado na anarquia. Com a devida vênia, há quem ache que manifestações de arrogância e prepotência contra Lula estão justificadas por si mesma. Eu não acho. Contra ninguém! Como esquecer? No primeiro depoimento de Lula, no dia 10 de maio do ano passado, algo parecido aconteceu. O representante do MPF era Roberson Pozzobon, o segundo mais espevitado, depois de Dallagnol, entre os “new kids on the block” do direito achado no alarido. O próprio Moro tomou o cuidado de tratar Lula, então como agora,  por “sr. ex-presidente”. O rapaz, sei lá, deve ter achado que era formalidade indevida a um criminoso e escolheu “sr. Luiz Inácio”. O juiz ficou impassível. Só lhe recomendou mais solenidade depois que a defesa reagiu. Lula tratou, em regra, antes e agora, por “doutor (a)” e “senhor” o juiz e os membros do MPF. Na única vez, lapso claro, em que deixou escapar um “você” ao responder a Pozzobon, foi de pronto repreendido por Moro: nada de “você”! Tem de ser “senhor”. Escrevi então: “O que esse processo tem a nos ensinar? Infelizmente, nada. Digamos que Lula venha a ser condenado nesse caso. Pode até ser justo moralmente, mas os motivos estarão, dado o que se tem até agora, errados.  E isso, em vez de fortalecer a Justiça, só concorre para degradá-la. E os protagonistas dessa corrosão são os “viciados em si mesmos”. O que está em curso em Brasília, com a evidência de que setores do MPF mergulharam de cabeça no crime, prova que eu estava certo. ***** Fotografia de Ricardo Mantero ***** Temer usa a economia para disfarçar corrupção A

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Funaro: novo homem bomba para Temer

Funaro relata propinas milionárias para Temer e vira novo homem bomba do Planalto Eliseu Padilha e Michel Temer, nesta terça-feira. ERALDO PERES AP Delator diz que o presidente recebeu quantias ilícitas da Odebrecht e da JBS em 2014. Ex-operadora do PMDB reforça tese do quadrilhão do PMDB, que contaria com Geddel e Cunha Se a delação dos executivos da JBS teve potencial de desestabilizar o Palácio do Planalto, as revelações de Lúcio Funaro trazem novas granadas que desgastam o capital político do presidente Michel Temer num momento em que ele celebra a retomada da economia.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Apontado como operador financeiro do PMDB da Câmara dos Deputados, Funaro detalhou, em depoimento aos procuradores da Operação Lava Jato, a entrega de propinas milionárias da Odebrecht e da JBS destinadas ao presidente. Funaro conta ter recebido, em 2014, um milhão de reais, que teriam sido retirados no escritório de José Yunes, ex-assessor especial e amigo íntimo do mandatário. A transação teria sido feita a pedido de Geddel Vieira Lima, ex-ministro da Secretaria de Governo da Presidência da República, que teria lhe dito se tratar de uma doação via caixa 2 da empreiteira. Funaro também relatou ter recebido naquele ano sete milhões de reais da JBS a serem distribuídos entre Temer, Antonio Andrade — então ministro da Agricultura e hoje vice-governador de Minas Gerais —, Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves. Estes dois últimos estão presos. O dinheiro teria servido de pagamento por uma mudança nas regras do Ministério da Agricultura. Na época, Dilma Rousseff (PT) ocupava a presidência e Temer era seu vice. Em nota enviada ao EL PAÍS, a Presidência da República diz que “versões de delator já apontado pelo Ministério Público Federal como homem que traiu a confiança da Justiça não merecem nenhuma credibilidade. O criminoso Lúcio Funaro faz afirmações por ‘ouvir dizer’ ou inventa narrativas para escapar de condenação”. A delação de Funaro chega em um momento delicado para o Planalto. Inicialmente fortalecido por uma possível anulação da delação da JBS, Temer já havia vivido um revés nesta terça, quando o Supremo Tribunal Federal autorizou a abertura de mais um inquérito contra o presidente, relativo a suspeitas de corrupção na assinatura de um decreto que favoreceu empresas no porto de Santos. Nesta quarta, o presidente viu a Corte derrubar seu pedido de afastar Rodrigo Janot das investigações contra ele. A PGR pode denunciar, por segunda vez, o presidente por organização criminosa e obstrução de justiça. Já a Polícia Federal assegurou nesta mesma semana que o presidente recebeu 31,5 milhões de reais junto com o ex-deputado Eduardo Cunha. Para os agentes, ambos são os principais articuladores do quadrilhão, apelido dado pela PF ao PMDB da Câmara dos Deputados. O depoimento de Funaro é mais um elemento que fecha o cerco ao redor de Temer. Ele detalha as negociatas e pagamentos feitos aos membros do PMDB da Câmara e corrobora as investigações da Polícia Federal. Tanto no depoimento como nas investigações, Geddel Viera Lima aparece como o responsável pela movimentação das quantias milionárias a serem distribuídas entre os membros do chamado quadrilhão. Os agentes da PF encontraram, no último dia 5 de setembro, 51 milhões de reais em dinheiro escondidos por Geddel — que está preso — em um apartamento em Salvador. Funaro assegura que Temer também “participava do esquema de arrecadações de valores ilícitos do PMDB”, e cita seus pedidos para a campanha da Gabriel Chalita para a prefeitura em 2012 e a entrega de 500.000 reais para a campanha de Paulo Skaf ao governo de São Paulo em 2014. Ele também aborda a “grande influência” de Temer no porto de Santos e seu empenho em aprovar MPs que beneficiavam empresas próximas a ele. Entretanto, Funaro, que era bastante próximo de Cunha e Geddel, afirma em sua delação que não tratava diretamente com o atual presidente, a quem diz conhecer apenas socialmente. Em nota, o ex-deputado e ex-presidente da Câmara rechaçou “com veemência o conteúdo” da delação, que para ele não tem provas e “visa a corroborar outras delações sem provas”. Trecho de relatório da PF que aponta Temer como líder do “quadrilhão do PMDB”.REPRODUÇÃO – PF  ElPais

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