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T.S. Eliot – Poesia – Versos na tarde – 28/05/2017

A Terra Desolada, 1922 T.S Eliot¹ Uma partida de xadrez II Sua cadeira, como um trono luzidio, Fulgia sobre o mármore, onde o espelho Suspenso em pedestais de uvas lavradas, Entre as quais um dourado Cupido espreitava (Um outro os olhos escondia sob as asas), Duplicava as chamas que nos sete braços Do candelabro ardiam, faiscando Sobre a mesa um clarão a cujo encontro Subia o resplendor de suas jóias Em rica profusão do escrínio derramadas; Em frascos de marfim e vidros coloridos Moviam-se em surdina seus perfumes raros, Sintéticos ungüentos, líquidos e em pó, Que perturbavam, confundiam e afogavam Os sentidos em fragrâncias; instigados Pelas brisas refrescantes da janela, Os aromas ascendiam, excitando As esguias chamas dos círios, espargiam Seus eflúvios pelo teto ornamentado, Agitando os arabescos que o bordavam. Emoldurada em pedras multicores, Uma enorme carcaça submarina, De cobre revestida, latejava Revérberos de verde e alaranjado, Em cuja triste luz um delfim nadava. Acima da lareira era exibida, Como se uma janela desse a ver O cenário silvestre, a transfiguração De Filomela, pelo bárbaro rei Tão rudemente violada; embora o rouxinol Todo o deserto enchesse com sua voz Inviolável, a princesa ainda gemia, E o mundo ela persegue ainda, “Tiu tiu” para ouvidos desprezíveis. E outros murchos vestígios do tempo Sobre as paredes o passado evocavam; Expectantes vultos recurvos se inclinaram, Silenciando o quarto enclausurado. Passos arrastados na escada. A luz Do fogo, sob a escova, seus cabelos Eriçavam-se em agulhas flamejantes, Inflamavam-se em palavras. Depois, Em selvagem quietude mergulhavam. “Estou. mal dos nervos esta noite. Sim, mal. Fica comigo. Fala comigo. Por que nunca falas? Fala. Em que estás pensando? Em que pensas? Em quê? Jamais sei o que pensas. Pensa.” Penso que estamos no beco dos ratos Onde os mortos seus ossos deixaram. “Que rumor é este?” O vento sob a porta. “E que rumor é este agora? Que anda a fazer o vento lá fora?” Nada, como sempre. Nada. “Não sabes” Nada? Nada vês? Não recordas Nada?” Recordo-me Daquelas pérolas que eram seus olhos. “Estás ou não estás vivo? Nada existe em tua cabeça?” Mas O O O O este Rag shakespeaéreo – Tão elegante Tão inteligente “Que farei agora? Que farei? Sairei às pressas, assim como estou, e andarei pelas ruas Com meu cabelo em desalinho. Que faremos amanhã? Que faremos jamais? O banho quente às dez. E caso chova, um carro às quatro. Fechado. E jogaremos uma partida de xadrez, apertando olhos sem pálpebras A espera de uma batida na porta. Quando o marido de Lil deu baixa, eu disse – Não sabia então medir minhas palavras, eu mesmo disse a ela Tradução: Ivan Junqueira ¹Thomas Stearns Eliot * Nuneaton, Reino Unido – 22 de novembro de 1819 + Chelsea, Londres, Reino Unido – 22 de dezembro de 1880

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Cláudia Cruz e a inacreditável absolvição do Juiz Moro

Estou sempre aprendendo. Burrice descaracteriza crime de lavagem de dinheiro. [ad name=”Retangulo – Anuncios – Esquerda”]Excelência o crime de lavagem de dinheiro passa pelo conceito de dolo ou culpa, mas não admite a modalidade culposa. Na lavagem de dinheiro vige o “Princípio da Cegueira Deliberada”, o que equivale a “Dolo Eventual”, perfeitamente aplicável à donzela dos olhos grandes. Interessante, que de repente não mais que de repente, a Teoria do Domínio do Fato, de uso contumaz da justiceira Excelência sumiu. Entendo então que, o desconhecimento da origem ilícita do dinheiro, sendo sub entendido que a ré “não sabe fazer continhas de soma e subtração”, não caracteriza dolo? Eu também quero ser “burro” com 600 Mil Dólares na minha conta bancária. Ps. A mesada de 500Mil irá para a conta de quem no caso de ‘suicidarem” o Cunha?

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