Ciro Gomes: “a turma do Moro eu recebo na bala”
“A turma do Moro eu recebo é na bala” Ciro Gomes [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]
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É fácil perceber o desastre resultante da associação entre a incapacidade de distinguir notícia falsa e a proliferação em escala planetária de noticiário mentiroso, criado com a finalidade de alavancar o ganho pessoal dos donos de sites por meio do reforço a convicções ideológicas e/ou religiosas fundamentalistas. Tal fato ocorre de forma vertiginosa e devastadora em toda parte onde chega sinal de internet. A resultante desse coquetel é uma mistura de desinformação, preconceito, intolerância, incompetência para a escolha consciente e incapacidade de autodeterminação. Ou seja, o contrário das bases para o bom funcionamento do sistema democrático.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Pesquisa da Universidade de Stanford, realizada com 7.804 estudantes americanos dos ensinos fundamental, médio e superior, concluiu que é “lamentável” a capacidade dos jovens de processar corretamente informações divulgadas nas redes sociais. Sam Wineburg, que conduziu o estudo, afirmou: “Muita gente acredita que os jovens, bem ambientados nas mídias sociais, têm perspicácia para compreender o que leem. Nosso trabalho mostra que o oposto disso é verdadeiro.” Num dos testes, os estudantes deveriam analisar uma publicação com a foto de uma flor supostamente modificada pela radiação da usina de Fukushima, atingida pelo tsunami de 2011. A publicação não trazia fonte ou indício de que a foto havia sido tirada perto da usina nem evidência de que a flor havia sido modificada pela radiação. Ainda assim, 40% acreditaram na veracidade por achar que havia informação suficiente para lhe dar crédito. Matéria do Washington Post revela que Paris Swade e Danny Gold, donos de um site direitista radical de notícias falsas, orgulham-se – sim, orgulham-se!, sem qualquer sinal de remorso – de praticar “imprensa marrom”. Até os nomes que os dois usam são falsos. Para ganhar caminhões de dinheiro precisam de um laptop e de um sofá para escrever e acompanhar a viralização dos posts. Na última eleição, todos os candidatos republicanos investiram grana preta no site deles. O ex-garçom Paris Swade não diz quanto ganha. Mas admite que teria de ralar cinco anos pilotando uma bandeja para conseguir ganhar o que embolsou em apenas seis meses afagando o ego da extrema-direita com notícias inventadas. Onde de descrédito Em sua primeira “matéria”, inventou que, segundo uma fonte anônima, um cientista da Coreia do Norte fugira do país com dados sobre experiências com humanos. Na falta de uma imagem mais “real”, achou a foto de uma massa de carne e postou: “Coreia do Norte: experimentos em humanos”. Em dez minutos ganhou U$120,00. Nunca mais parou de mentir. Nem de ganhar carradas de dinheiro. Os dois não são religiosos, mas como isso funciona, pedem que Deus abençoe Trump. E tome notícia falsa como: “Segredos que envolvem o nascimento de Obama revelados. Cartas do pai dele revelam algo de sinistro!” O fenômeno é avassalador e se espalha sem qualquer controle ou contraponto. Afinal, a internet é terra de ninguém. Não se sujeita a qualquer regulação. Antes que os arautos da censura se apresentem, é bom deixar claro que é assim que deve continuar! Com a onda de descrédito que assola a imprensa de mercado (por culpa dela própria e pela falsa noção de que é possível substituir informação confiável por memes irresponsáveis da internet), fica fácil concluir que a situação beira perigosamente o abismo. Tanto o estudo de Stanford quanto a matéria do Washington Post se referem ao público norte-americano. Mas o Brasil poderia ter sido o cenário e o resultado seria o mesmo. Ou pior. Se o leitor chegou até aqui, com certeza vai querer deste articulista alguma sugestão de como se pode sair deste imbróglio. A resposta está na ponta da língua, nem precisa esperar: não sei. Por Paulo José Cunha, jornalista e professor
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Esquerda tucana declara guerra a Dória; prefeito reage por Rafael Rizzo Já não é de hoje que os setores progressistas do PSDB se irritam com a figura intrusa e desafiadora de João Dória Jr.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] O alcaide paulistano, quando ainda proponente à vaga de candidato, já causava mal estar na legenda por sua postura exageradamente chamativa e pró-mercado. Era visto com ressalvas, como um bizarro no ninho – alguém que não fazia sentido num clube elite formado por sociólogos, economistas e “formuladores de políticas públicas”. À época, o duelo entre Dória e Matarazzo não representava apenas o confronto entre um PSDB moderno e atento às mudanças na sociedade contra sua ala social-democrata e elitista; representava, também uma luta mortal pela renovação de quadros no partido em São Paulo, sua principal base. De um lado tínhamos José Serra, Aloysio Nunes e Fernando Henrique Cardoso. Do outro o governador Geraldo Alckmin e o habilidoso articulador político Júlio Semeghini. A história, como sabemos, resultou em prévias fratricidas com vantagem para João Dória. O resultado surpreendeu os analistas de sempre, que davam como certa a vitória de Matarazzo. Pela primeira vez em muito tempo, os “tucanos de bico vermelho”perdiam a supremacia sobre o diretório municipal de São Paulo. Acuados, voaram em debandada para a campanha de Marta Suplicy, e alguns de seus candidatos a vereador recusaram-se a apoiar Dória. Terminaram esmagados. Crescimento meteórico e alinhamento liberal Durante a campanha, João Dória nunca teve medo de se apresentar como antagonista da esquerda. Mais que isso: colocava-se como candidato herdeiro das manifestações populares que levaram a cabo o governo de Dilma Rousseff. Sua página de facebook era tomada por vídeos produzidos pelo Movimento Brasil Livre; o ativista Kim Kataguiri debatia propostas em transmissões ao vivo para o Facebook e panfletava com seus colegas nas ruas e nas redes. A proximidade de Dória com a nova direita persistiu após o início do seu mandato. Acompanhado de um crescimento meteórico, o prefeito liderou uma série de ataques ao ex-presidente Lula, que eram prontamente viralizados em suas redes e nos veículos de mídia do MBL e outros gruposmenores. Firmou-se como crítico da ação perniciosa de especialistas e não teve medo de confrontar o jornalismo engajado de certos veículos de imprensa. A tática funcionou: Dória conquistou repercussão nacional e firmou-se como principal alternativa tucana para o pleito presidencial de 2018, conforme atesta o Paraná Pesquisas. Velho tucanato reage Atônitos diante da blitzkrieg midiática de Dória, os representantes da esquerda tucana permaneceram calados e distantes durante os 30 primeiros dias de mandato. Bastou, porém, que as aventuras do alcaide vestido de lixeiro se tornassem rotineiras para que os primeiros sinais de insatisfação viessem ao ar. O primeiro a se manifestar foi Alberto Goldman, ex-governador de São Paulo. Para ele, “Dória não tem o perfil da história política do PSDB”- fato constatado também por seus eleitores. Bastou que a matéria fosse publicada pela Época para que o viés de confirmação positiva de Dória como “outsider”no partido se cristalizasse perante os seguidores. As declarações de Goldman foram celebradas nas redes sociais como sinal de independência. Mais uma vitória para o prefeito. Vídeos com direita e pré-campanha do MBL Dória firmou-se como o segundo político mais popular do mundo em redes sociais, atrás apenas do presidente americano Donald Trump. Seu facebook, sozinho, fala para mais de 7 milhões de pessoas todos os dias – números espantosos para um prefeito recém-eleito. É uma plataformasuficientemente robusta para que o prefeito possa rebater, com certa tranquilidade, os constantes ataques da grande mídia. Disposto a turbinar seu aparato de comunicação, Dória lançou um programa de entrevistas, feitas através de livestream para o facebook, onde conversa com influencers digitais da nova direita, como o historiador Marco Antonio Villa, o comediante Carioca (Pânico) os roqueiros Lobão e Roger (Ultraje a Rigor). Paralelamente, o MBL – que já defendia o prefeito em redes sociais – deu um passo adiante em sua ação política e admitiu publicamente que pretende eleger João Dória presidente da República em 2018. A espontaneidade da declaração possui certo elemento estratégico: o MBL parece influenciar o avanço de quadros liberais dentro da estrutura partidária do PSDB, a ponto de ter eleito 4 vereadores pelo partido, possuir um deputado federal (Paulo Eduardo Martins) e forte parceria com o prefeito de Porto Alegre (Nelson Marchezan Jr.), também liberal. FHC se movimenta; Dória reage Na manhã da última sexta feira (24), o grão tucano Fernando Henrique Cardoso saiu do ninho e lançou mão de sua primeira alfinetada. Afirmou que Alckmin, aliado de Dória, é o tucano mais bem posicionado para concorrer a presidente, e cutucou o o mote do prefeito. “Se você for um gestor, não vai inspirar nada. Tem que ser líder” afirmou. O ataque revela a sutileza da ação política de FHC. Ao mesmo tempo que diminui Dória, o coloca em oposição contra seu principal aliado, que de forma trôpega tenta se firmar como candidato a presidente. A tática faz parte de uma possível estratégia de fortalecimento da ala esquerdista do PSDB, que deseja a todo custo recuperar o Palácio dos Bandeirantes em uma eventual aliança com Geraldo. Dória foi rápido na resposta.”Respeito muito o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, mas eu só lembro que ele previu que eu não seria eleito nas prévias para ser candidato pelo PSDB. Apoiou outro candidato, o que não muda minha admiração. Ele mesmo já confessou que, quando comecei campanha para prefeito de SP, acreditava que eu não seria eleito. Venci as duas. Os dois primeiros prognósticos do FHC ele errou”, disse o prefeito logo após as movimentações do ex-presidente. Xadrez político no PSDB se intensifica O cenário político dentro do PSDB para os próximos meses é por demais complexo. Após brilhar nas eleições municipais de 2016, o partido encontra-se refém de um governo federal impopular, ao mesmo tempo que assiste seus nomes mais tradicionais derreterem nas delações da Lava-Jato. Além disso, passa a ser vítima de um assédio ideológico por parte da nova direita – em especial do MBL – que fala
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Investigação de jornal apontou que YouTube veiculava anúncios de vídeos extremistas, o que gerou tensão com anunciantes Direito de imagem GETTY IMAGES O Google, “rei” das ferramentas de busca na internet, não passa pelo melhor momento após algumas das maiores marcas do mundo decidirem retirar a publicidade que faziam no YouTube, a plataforma de vídeos do gigante da tecnologia. A baixa mais recente foi a da rede de supermercados britânica Marks & Spencer, que seguiu a decisão de outras cerca de 250 empresas, como Audi, L’Oreal, Volkswagen, Toyota, McDonald’s, os bancos Lloyds, HSBC e RBS e clientes do Havas Group UK – braço britânico da sexta maior agência de propaganda do mundo -, e a própria BBC.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] A razão comum tem a ver com uma investigação do jornal britânico The Times, que concluiu que anúncios publicitários dessas e de outras empresas eram promovidos em vídeos extremistas de conteúdo político e religioso, o que provocou tensão entre os anunciantes e a companhia de tecnologia. O Google, no entanto, já se movimenta para tentar reverter os danos. Nesta segunda-feira, o diretor do Google na Europa, Matt Brittin, participou da Advertising Week Europe, um dos principais encontros do setor do continente, e anunciou que a empresa assumiu o desafio de tentar reparar prejuízos à reputação após esse caso. “Lamentamos que algo assim tenha ocorrido. Não queremos deixar passar e assumimos a responsabilidade”, disse ele logo no início de sua palestra. Matt Brittin, diretor do Google na Europa, afirmou que a empresa irá buscar reparar danos à reputação Direito de imagemGETTY IMAGES O executivo disse ainda que os anúncios em questão não tiveram visualização significativa. Afirmou que o Google leva o assunto a sério e está investindo milhões de dólares e empregando milhares de pessoas para garantir que a “má publicidade” fique longe da plataforma. Apesar disso, Brittin foi evasivo ao ser questionado se a empresa iria contratar funcionários para a tarefa específica de eliminar vídeos extremistas. Afirmou que a melhor opção é combinar tecnologia inteligente e alertas de usuários sobre conteúdos abusivos. O caso expõe dois problemas difíceis para o Google: identificar vídeos ilegais que deveriam ser removidos do YouTube e determinar quais são legais, mas não adequados para veiculação de publicidade. Segundo o Times, as empresas estavam financiando, por meio de propaganda, não apenas vídeos de conteúdo extremista, religioso e político, como também conteúdo homofóbico, antissemita e apologia ao estupro. O maior desafio será proporcionar mais transparência aos clientes sobre o processo de classificação de vídeos como “seguros para oferecer anúncios”. E delimitar isso não será tarefa fácil. O Google insiste que é uma plataforma de tecnologia, e não uma empresa de mídia Direito de imagemGETTY IMAGES Mas Brittin parece estar seguro de que o Google será capaz de recuperar a confiança das marcas, fazendo uma análise exaustiva de suas políticas e mostrando aos anunciantes como podem controlar o destino de suas mensagens publicitárias. O Google insiste em se firmar como uma plataforma de tecnologia e não uma empresa de mídia, e encontra cada vez mais dificuldade em manter essa distinção. Os meios de comunicação enfrentam normas estritas com relação à publicidade, e tais regulações poderiam chegar ao próprio Google caso a empresa não consiga resolver os problemas atuais. Rory Cellan-Jones/BBC News
Quinzena Pablo Picasso – The old fisherman, 1895 Óleo sobre tela – 62.5 x 83 cm Santa Maria de Montserrat Abbey, Monistrol de Montserrat, Spain[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]
“Como a poesia, a música retrata os estados da alma e as ondulações do coração, e concretiza os pensamentos invisíveis, e descreve o que há de mais belo nos desejos e sensações do corpo.” Kalil Gibran