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Anna Maria Dutra – Versos na tarde – 26/02/2017

Delírio Anna Maria Dutra Quero amar verde-musgo alucinadamente Com o amor tempestade a trovejar fremente Rodopiando louco no vento que encrespado Vai arrancar da terra o tronco mais cravado. Quero amar como o rio varando enlouquecido O barro de seu corpo no leito adormecido A devorar faminto os prazeres das margens. Na febre dos instintos, na fuga das viagens. Quero amar seiva-viva escorrendo alentada A árvore gigante moradora da estrada Quero cravar os dentes nos ramos ressequidos Nas fôrças mais potentes de todos os sentidos. Quero o amor dos pastos do verde deslumbrado A subir pelo monte, erótico, encrespado E no alto da montanha meu corpo abandonar E entregar-me nua nos braços do luar. Quero amar tão somente nesta diversidade do mais contente, do amor mais saudade Do amor honestidade suspiroso de alguém Deste amor que em verdade nunca foi ninguém. Eu quero o amor agreste e bestializado Aquele amor que investe sobre o prado molhado E num mugir sentido o seu corpo arremessa Na ânsia dividida de desejo e promessa. Eu quero amor lavado na água borbulhante Da cachoeira em fúria selvática e vibrante Gargarejando espasmos, sufocada ao martírio Destes delírios pasmos, deste langor de lírio. Aí quero ser eu mesma um tempo repisado Entre o esterco da terra e o barco sopitado Nas patas do cavalo, nas botas do tropeiro Quero ser esmagada pelo amor caminheiro Estrada onde caminham as rústicas paixões Carros de boi rangendo e touros ermitões. Quero no roxo vivo do abrir da madrugada Deitar-me sobre a terra e ser violentada E depois quase morta de prazer e tristeza Germinar em meu ventre a própria natureza. ¹ Anna Maria Dutra de Menezes Carvalho Rio de Janeiro, RJ. – 23 de julho de 1933 [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

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Rembrandt – Arte – Pintura

Rembrandt van Rijn, The Man with the Golden Helmet detalhe, c. 1650 – Óleo sobre tela, 68 cm x 51 cm Detalhe [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

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Suruba: Enredo de Yunes faz de Temer uma caricatura

Há uma originalidade perversa na história contada pelo advogado José Yunes. O enredo transforma Michel Temer, amigo de meio século de Yunes, numa caricatura buslesca. É como se, a pretexto de proteger o presidente, Yunes o desnudasse.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Yunes sustenta que, a pedido de Eliseu Padilha, outro velho amigo de Temer, recebeu em seu escritório, em São Paulo, um envelope do doleiro Lúcio Funaro. Ele diz não saber o que havia no envelope, que foi repassado a alguém cujo nome ele desconhece. E Temer fica boiando no meio de uma história que envolve os seus dois maiores amigos. Graças às delações da Odebrecht, o país ficou sabendo que, em 2014, Michel Temer pediu R$ 10 milhões a Marcelo Odebrecht. O dinheiro foi entregue a pessoas da confiança de Temer —R$ 4 milhões foram para Eliseu Padilha. Uma parte foi entregue no escritório de Yunes. Pois bem. Temer já havia confirmado que fez o pedido a Odebrecht. Mas alegara que o dinheiro foi para o PMDB e está declarado na Justiça Eleitoral. Agora, surge Yunes com essa história fabulosa sobre um envelope de conteúdo desconhecido. Yunes diz ter ficado surpreso quando o dolero Lúcio Funaro apareceu no seu escritório. Concluiu que fez o papel de “mula” de Padilha. Isso ocorreu em setembro de 2014. Em dezembro, vieram à luz as delações da Odebrecht, que falam de Temer, de dinheiro, de Padilha e do escritório de Yunes. O amigão de Temer se demitiu da assessoria do Planalto em dezembro. Agora, afirma que nunca conversou com Padilha sobre o assunto. No final do ano 2016, trocou ideias com Temer, que reagiu com naturalidade. O grande perigo das meias verdades é o sujeito dizer exatamente a metade que é mentirosa. Blog JosiasdeSouza

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Cunha versos Temer

Cunha age como se segredos de Temer estivessem enterrados em covas rasas  Eduardo Cunha levou para a carceragem de Curitiba os rancores que colecionou durante sua derrocada. Antes de ser preso, declarou a pelo membros dois membros de sua infantaria que se sentia traído por aquele que lhe devia a poltrona de presidente e muita gratidão.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Hoje, Cunha dedica-se a enviar mensagens cada vez menos cifradas para o ex-amigo Michel Temer. É como se desejasse lembrar a Temer que os segredos dele estão enterrados em covas muito rasas. Ameaça exumá-los. Repetindo uma tática que já havia utilizado com Sergio Moro, em Curitiba, Cunha cavalgou a paciência do juiz Vallisney Oliveira, em Brasília, para acionar sua língua viperina contra Temer. Arrolou o presidente novamente como sua testemunha de defesa. E levou aos autos as perguntas radioativas que sabe que Temer não responderá. Cunha enfiou no questionário nomes e situações cujo detalhamento supostamente deixaria Temer mal. Fez pontaria na direção do neoministro Moreira Franco. O documento de Cunha vale por um roteiro de delação. Temer alardeia que, com a economia no rumo, seu governo vira a página. E Cunha, com suas perguntas, grita: “Para trás.” Temer avalia que o futuro a Henrique Meirelles pertence. E Cunha manda dizer que um pedaço do passado lhe pertence. BlogJosiasdeSouza

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Edward Hopper – Pro dia nascer melhor – 26/02/2017

Semana Edward Hopper¹ ¹Edward Hopper (Nyack, 22 de julho de 1882 — 15 de maio de 1967) foi um pintor, artista gráfico e ilustrador norte-americano conhecido por suas misteriosas pinturas de representações realistas da solidão na contemporaneidade. Em ambos os cenários urbanos e rurais, as suas representações de reposição fielmente recriadas reflete a sua visão pessoal da vida moderna americana[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

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