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Eugenio de Andrade – Versos na tarde – 27/07/2016

Glosa Eugênio de Andrade¹ Que voz se desprende, hesita, tropeça? Que pedras tacteia, que ramos alcança? Que fonte pressente? Que rio procura? Que ritmo persegue, que palavras ama? Que sombras repele, que luzes derrama? ¹ José Frotinhas Rato * Fundão, Portugal – 19 de Janeiro de 1923 d.C + Porto, Portugal – 13 de Junho de 2005 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Geopolítica da América Latina e grande mídia

Nas últimas décadas a América Latina presenciou uma grande ascensão de governos com tendências políticas à esquerda. Por Francisco Fernandes Ladeira ¹ Embora em escalas diferentes, estes mandatários romperam com alguns paradigmas neoliberais, incrementaram políticas sociais, fomentaram uma maior participação estatal em setores estratégicos da economia e colocaram em prática medidas que visavam a minimizar a histórica concentração dos meios de comunicação de massa no subcontinente. Em 2007, Hugo Chávez não renovou a concessão da RCTV alegando que a emissora, ao privilegiar negócios privados em detrimento de prestar informações de interesse público, não cumpria as funções destinadas aos canais de televisão, conforme o previsto na constituição venezuelana. Durante seu mandato também houve grande incentivo para a criação de rádios comunitárias.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] No primeiro governo de Lula, a maioria das outorgas radiofônicas (63,68%) foi concedida para rádios comunitárias. O ex-presidente também ampliou de 499 para 8.094 o número de veículos que recebem publicidade estatal, diminuindo assim os lucros dos grandes empresários da mídia. Por sua vez, Cristina Kirchner promulgou a chamada Ley de Medios, medida que pregava o fim do monopólio de grandes grupos de comunicação argentinos ao restringir a porcentagem de mercado que poderiam dominar e quantos canais poderiam deter, além de incentivar veículos independentes. Seguindo essa tendência, países como Equador e Uruguai também reformaram suas legislações de comunicação nos últimos anos. Tais mudanças coincidiram com os mandatos de Rafael Correa e Pepe Mujica. No âmbito internacional, esses governos de esquerda privilegiaram as relações diplomáticas e econômicas com seus vizinhos continentais ou com outros países subdesenvolvidos em detrimento das históricas alianças com as nações desenvolvidas, sobretudo os Estados Unidos. Entretanto, conforme o colocado pela professora Margareth Steinberger, a América Latina ainda constrói práticas sócio-informativas a partir de um imaginário colonialista. As informações que as nações do subcontinente recebem sobre os países vizinhos não são geradas diretamente por eles, mas por agências de notícias sediadas nos países desenvolvidos. Diante dessa realidade, governos latino-americanos que tenham posturas contrárias aos interesses das grandes potências mundiais ou representem obstáculos para a expansão capitalista tendem a ser representados de maneira negativa na mídia. No documentário Ao Sul da Fronteira, o cineasta Oliver Stone demonstra como a grande imprensa dos Estados Unidos retrata os governantes de esquerda latino-americanos a partir de visões desrespeitosas e levianas, representando Hugo Chávez e Evo Morales como tiranos que perseguem opositores, apoiam narcotraficantes e concedem abrigo a células de organizações terroristas internacionais. Além do mais, estes veículos de comunicação recorrem constantemente a práticas cômicas para difundir clichês e generalizações que ridicularizam hábitos e costumes das populações da América Latina. De maneira geral, conclui Stone, as maiores redes de notícia estadunidenses seguem as orientações da política externa da Casa Branca e dividem o mundo em “amigos” (líderes que fazem o que os Estados Unidos querem que eles façam) e “inimigos” (líderes que tendem a discordar de Washington). Um espaço público privatizado pela mídia Seguindo essa linha noticiosa, os discursos da imprensa brasileira sobre os governos de esquerda latino-americanos são marcados por palavras de forte carga semântica negativa como “populismo”, “caudilhismo”, “ditadura”, “demagogia” e “assistencialismo”. Desde a primeira eleição de Hugo Chávez para a presidência da Venezuela, em 1998, há uma ostensiva campanha midiática com o objetivo de deturpar a imagem do líder bolivariano. Conforme constatou Angelo Adami em um trabalho de graduação em Comunicação Social, mesmo Chávez sendo eleito e reeleito em eleições democráticas, avalizadas por observadores internacionais, dentro das normas constitucionais e com a garantia de direito a voto para todos os cidadãos maiores de idade indistintamente, a revista Veja construiu a imagem do ex-presidente venezuelano como um ditador que representava grande ameaça para a estabilidade política da América do Sul. Após a deposição parlamentar do presidente do Paraguai, Fernando Lugo, em junho de 2012, Arnaldo Jabor teceu um comentário extremamente preconceituoso sobre os presidentes latino-americanos com tendências políticas à esquerda. Na fala do articulista da Rede Globo, a Bolívia de Evo Morales é uma “república cocalera”, Lula dava dinheiro para o Paraguai, Cristina Kirchner se destaca por usar botox e o próprio Lugo foi “acusado” de “proteger os sem-terra paraguaios”. Não obstante, a concentração dos meios de comunicação de massa latino-americanos em propriedade de poucos grupos não representa apenas a reprodução de ideologias colonialistas, mas, conforme a história recente tem demonstrado, também consiste em grande ameaça aos preceitos democráticos, pois, em ocasiões pontuais, influentes grupos midiáticos contribuíram ativamente para a deposição de governos com tendências políticas à esquerda. Lembrando as palavras da blogueira Cynara Menezes: “A mídia tem sido o braço pseudo-democrático dos golpes brancos que vêm ocorrendo na América do Sul ao longo da última década. Como não consegue ganhar eleições, a direita se alia aos principais jornais e emissoras de TV e apela a soluções jurídicas, quando não diretamente para a força bruta, para chegar ao poder.” Portanto, como nosso imaginário social latino-americano tornou-se um espaço público privatizado pela mídia, articulado a partir das categorias da linguagem jornalística, um novo espaço de resistência subcontinental depende, intrinsecamente, de um esforço coletivo para “desmidiatizar o pensamento”. Para isso, torna-se necessário solapar qualquer forma de “coronelismo midiático” e promover uma completa democratização dos meios de comunicação de massa para permitir que os diferentes setores sociais da América Latina construam representações sociais próprias e tenham voz para divulgar suas demandas e reivindicações. Uma democracia verdadeira requer, sobretudo, uma mídia que não seja mera reprodutora do status quo, mas que contemple a grande pluralidade de espectros ideológicos. ¹Francisco Fernandes Ladeira é mestrando em Geografia

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Mitos e Musas do Cinema

James Dean e Julie Harris, East of Eden, Elia Kazan, 1955 Elizabeth Taylor e Paul Newman, Cat on a Hot Tin Roof, 1958 Robert Redford e Barbra Streisand -The Way We Were Sydney Pollack, 1973 Helmut Berger as King Ludwig II of Bavaria Romy Schneider as Empress Elisabeth of Austria Ludwig, Visconti,1972 [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Terrorismo – Lobos solitários: o que está por trás dos suicidas assassinos

Combinação explosiva do desequilíbrio emocional com a influência nociva e distorcida de ideologias A sequência quase vertiginosa, nos quatro cantos do mundo, de ataques e ameaças de ataques atribuídos a terroristas mergulha o Ocidente na histeria e na paralisia, diante da absoluta imprevisibilidade das ações. Nem mesmo a Jornada Mundial da Juventude, maior evento católico do mundo, com a presença do próprio Papa Francisco, e que este ano está sendo realizada na Polônia reunindo milhões de fiéis, ficou imune. Apesar do caráter pacífico e de fé da celebração, a divulgação de ameaças de ataques se repetiu, inclusive com a prisão de um iraquiano, na véspera da JMJ, por posse de material explosivo.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A escalada frenética dos episódios protagonizados pelos chamados “lobos solitários”, e nos mais distantes pontos do planeta, levanta uma questão: ou o chamado Estado Islâmico possui uma sofisticada, eficiente e incomparável estrutura, ou a iniciativa individual – tendência que cresce cada vez mais – tem motivações muito mais complexas e ainda não investigadas de forma adequada, e que se travestem de luta ideológica. Tragicamente, nos dois casos o resultado é morte, dor e perplexidade. Na totalidade das ações dos “lobos solitários”, o ataque termina em suicídio. Resta às investigações traçar supostos roteiros e juntar peças para tentar elucidar o caso. Diante do evidente silêncio do autor do atentado, o Estado Islâmico não hesita em tomar para si a autoria. Afinal, quem poderá negar? Relatório divulgado neste mês pelo Serviço Europeu de Polícia (Europol) aponta que os “lobos solitários”, na verdade, sofrem de problemas emocionais, que podem se agravar por aspectos ideológicos ou religiosos, o que os torna capazes de cometer esses crimes e de se suicidar. O relatório destaca que, apesar de o Estado Islâmico ter reivindicado os recentes ataques em Orlando, Nice e Alemanha, nenhum dos quatro atentados foram planejados pelo grupo, nem apoiados logisticamente. Por outro lado, se o suicídio seria uma marca destas ações, e estaria supostamente ligado à total entrega do seu autor à ideologia e à causa do Estado Islâmico, por que os grandes líderes terroristas não estão entre os que se matam? Quais foram os líderes destes grupos extremistas que se suicidaram? Quais foram os chefes que fizeram o que eles recomendam que seus comandados façam? Osama Bin Laden, o terrorista de maior notoriedade em todo o mundo, foi incansavelmente caçado durante dez anos, e lutou por sua sobrevivência nos mais improváveis esconderijos até ser morto em 2011, por forças dos Estados Unidos, num bunker no Paquistão. O que todos esses indícios, e até o relatório do Serviço Europeu de Inteligência, mostram é que as ações individuais suicidas que têm se multiplicado no mundo são impulsionadas muito mais por uma combinação explosiva de desequilíbrio emocional com a influência nociva de mandamentos ideológicos do que propriamente por razões políticas. Neste mês de julho, a Academia Nacional de Medicina promoveu um seminário debatendo exatamente os mitos e tabus do suicídio. O acadêmico e psiquiatra Antônio Nardi explorou novas questões sobre o tema, ressaltando que o suicídio é, além de um problema mental, um problema social, pouco abordado tanto na sociedade quanto no curso médico de forma geral. O psiquiatria destacou ainda que o suicídio está invariavelmente ligado a doenças mentais, dentre as quais é possível destacar a depressão. Nesse aspecto, é possível falar sobre casos que chamam a atenção, tanto na história mundial como nos noticiários atuais, como os Kamikazes e os chamados homens-bomba. Nardi chamou a atenção para o fato de que, apesar da narrativa apresentada para estes casos – de que há uma motivação política para o suicídio – estudos apontam que as pessoas ligadas a esses casos apresentam indicadores de doenças mentais.

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Como se tornar invisível no WhatsApp e outros truques ‘nível especialista’

Se não dá pra sumir, saiba como evitar que vejam o horário da sua última conexão, a sua foto de perfil… O WhastApp é o aplicativo mais usado no Brasil: 9 em cada 10 brasileiros conectados à internet usam a ferramenta de comunicação, segundo recente pesquisa do Conecta, do Instituto Ibope. O aplicativo se tornou um meio de comunicação empregado por boa parte do mundo. É tanta gente que às vezes isso pode causar problemas: a quantidade de mensagens (especialmente geradas em grupos), assim como a informação pessoal que o aplicativo oferece sobre o usuário — como a hora de última conexão ou o temido duplo tique azul —, eventualmente faz do WhatsApp mais um problema do que uma solução. Para aquelas ocasiões em que você preferia não estar no aplicativo, ou pelo menos ser incomodado o mínimo possível, existem alguns truques para se tornar quase invisível ou, que remédio, não ficar tão exposto ao bombardeio de mensagens. E, para quem por alguma razão não puder parar de usá-lo, outra rodada de dicas para não acabar puxando os cabelos. Truques para ficar ‘invisível’ no WhatsApp 1. Elimine o horário da sua última conexão Para que ninguém possa fofocar sobre quando foi a última vez que você olhou o aplicativo antes de ir para a cama, siga os seguintes passos tanto no Android como no iOS para iPhone: entre no menu do WhatsApp, selecione ajuste>conta>privacidade>visto por último. Nesse menu você pode escolher quem consegue ver a hora da conexão — se todo mundo (inclusive pessoas que não estiverem na sua agenda, mas tiverem o seu número de telefone), só os seus contatos ou ninguém. Ao escolher ninguém, você tampouco poderá ver a hora de conexão dos seus contatos. 2. Elimine o duplo tique azul Tanto no Android como no iOS, na parte inferior do mesmo menu “privacidade” onde você modifica o item “visto por último”, há uma marcação ativada chamada “confirmações de leitura”. Se desativá-la, seus contatos deixarão de ver o duplo tique azul quando você ler as mensagens, mas você tampouco receberá essa confirmação quando os outros lerem as suas. 3. Torne a sua foto de perfil visível apenas para os seus contatos Para evitar que pessoas alheias aos seus contatos possam ver sua foto de perfil, selecione “meus contatos” no item “foto de perfil”, no menu “privacidade”. Se preferir que nem os seus contatos possam vê-la, marque a opção “ninguém”. 4. Interrompa o aplicativo Um truque muito útil quando você quer evitar receber mensagens e deseja que seus contatos vejam apenas o primeiro tique cinza de “enviado”, mas não o segundo, de “recebido”, sem a necessidade de desinstalar o aplicativo ou desligar o celular, é forçar uma pausa no aplicativo. Para isso, no Android é preciso ir aos ajustes do próprio celular, chegar ao “administrador de aplicativos” e procurar o WhatsApp. Uma vez ali, apertar o botão de “forçar paralisação”. Você não receberá mensagens nem notificações enquanto não entrar no aplicativo outra vez. No iOS, é preciso um duplo clique rápido sobre o botão circular do iPhone. Aparecerão todos os aplicativos abertos em segundo plano; selecione WhatsApp e deslize o dedo de baixo para cima. 5. Aplicativo para ficar invisível Quem quiser fazer fofoca sobre o horário da última conexão e receber os tiques azuis das suas conversas sem a necessidade de expor os próprios pode usar aplicativos que permitem ler as mensagens sem a necessidade de entrar no aplicativo, do modo que nem a hora de conexão nem o tique azul mudarão. Um dos mais populares é o Stealth App, embora a versão sem publicidade custe mais do que o próprio WhatsApp. Truques para não enlouquecer 1. Responda do computador Se você precisa estar atento ao WhatsApp e não pode ficar com um olho no celular e outro no computador, é possível abrir sua conta do aplicativo pelo site whatsapp.com. 2. Marcar mensagens como não lidas As últimas versões do WhatsApp se inspiraram no e-mail para incorporar uma nova utilidade: a de marcar mensagens como não lidas. Se você já tiver lido uma mensagem, mas quiser revê-la depois, mantenha o dedo sobre uma conversa para abrir um minimenu do Android. Nele, selecione “marcar como não lido”. Atenção: selecionar “não lido” não implica que a pessoa que escreveu a mensagem não verá o tique azul correspondente. Ocorre o mesmo ao eliminar uma conversa: ela será apagada do seu celular, mas não do aparelho da pessoa com quem você estiver conversando. No caso do iOS, deslize o dedo da esquerda para a direita sobre a conversa já lida e ative a opção de marcá-la como não lida. 3. Evite que os arquivos sejam baixados automaticamente Sim, as mil felicitações natalinas que você recebeu foram muito divertidas, mas talvez você não ache tanta graça quando receber a conta do celular: por default, o WhatsApp baixa todas as imagens enviadas quando você está conectado à rede de dados da telefonia móvel, mas isso pode ser evitado. No menu de ajustes do Android, selecione chat e chamadas>download automático>conectado a dados móveis, e desative o item “imagens”. No iOS, o acesso pode ser feito a partir dos “ajustes” do aplicativo, e então “uso de dados”. Surgirá o menu “dowload automático de mídia”. Nele é possível desativar os itens “imagens”, “áudio” e “vídeo”. Pablo Cantó/ElPais

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