Arquivo

Baudelaire – Versos na tarde – 25/06/2016

Tolo Baudelaire¹ Eu nunca iria deixá-la Será que o caminho do meu coração é me machucando? Eu tenho que ficar com o meu orgulho Eu sei como me esconder Só há tristeza e dor. Estou chorando na chuva Se eu esperar uma nuvem no céu Você saberia, da chuva de lágrimas em meus olhos. Mas eu nunca iria contar isto, Eu amo você. Então através da mágoa estarei chorando na chuva Gotas de chuvas reprovando o céu. Você nunca desejaria que me ausentasse da tristeza, Mas desde então, nós não estamos mais juntos Eu esperaria pela tempestade, para esconder as minhas lágrimas. Gostaria que você nunca me conhecesse Em poucos dias quando o choro acabar Eu vou usar um belo sorriso e caminhar para o sol Eu posso ser um tolo Mas posso cultivar esse sonho, de tê-la em meus braços. ¹Charles Pierre Baudelaire * Paris, França – 09 Abril 1821 d.C + Paris, França – 31 Agosto 1867 d.C Baudelaire recomendava aos seus leitores que se embriagassem, de vinho, poesia ou virtude, para não sentir “o fardo horrível do Tempo”. Famoso por suas poesias do Livro Flores do Mal, influenciou toda a poesia simbolista mundial e lançou as bases da poesia moderna. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

Leia mais »

Votação a favor do ‘Brexit’ anima os xenófobos europeus

A francesa Le Pen, o holandês Wilders e o italiano Salvini reagem com euforia. Marine Le Pen, nesta sexta-feira. AFP Se existem ganhadores claros da vitória do não britânico à União Europeia são os partidos da extrema direita europeia. A eclosão do ceticismo europeu britânico ocorre em um momento de profundo desencanto e renovados sentimentos nacionalistas no Velho Continente que as forças xenófobas souberam explorar com eficiência.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] MAIS INFORMAÇÕES Primeiro-ministro David Cameron renunciará em outubro ‘Nacionalista europeu, independentista inglês’, por JOHN CARLIN ‘Melhor dentro do que fora, please’ O júbilo dos radicais se traduziu desde o começo da manhã de sexta-feira em exigências concretas. “A Liberdade venceu”, publicou no Twitter Marine Le Pen, presidenta da Frente Nacional francesa. “Como peço há anos, agora é preciso convocar um plebiscito na França e nos outros países da UE”. O holandês Geert Wilders pediu a mesma coisa, o político de cabeleira oxigenada que lidera as pesquisas de seu país com um projeto político abertamente anti-imigração. “Queremos ser donos de nosso próprio país, de nosso dinheiro, nossas fronteiras e nossa política imigratória”, disse em um comunicado. “Nós holandeses precisamos ter a oportunidade de expressar nossa opinião sobre nossa permanência na UE o quanto antes”, acrescentou agitando o fantasma do chamado Nexit, uma hipotética saída da Holanda do bloco comunitário que hoje se mostra mais possível do que nunca. Os dois países são membros fundadores da União. Na Itália, Matteo Salvini, da Liga Norte, felicitou “os cidadãos livres” que não sucumbiram “à chantagem, às mentiras e às ameaças”. Wilders é junto com Le Pen a grande referência dos partidos xenófobos bem-sucedidos na Europa continental e que mostram uma crescente coordenação e assertividade, conscientes de que o vento sopra a seu favor. O Brexit é o grande suporte a seu ideal, cuja espinha dorsal é composta pela xenofobia, o recuo identitário, o binômio povo-elite e o protecionismo econômico. Ou seja, a recusa de tudo o que venha de fora de suas fronteiras, com as políticas europeias na cabeceira. A crise econômica, os refugiados, o islã… vale tudo para transformar Bruxelas no perfeito bode expiatório. O Brexit é o ponto de inflexão que esperam há anos e agora acreditam que será o início do fim do projeto europeu. São respaldados por milhões de eleitores aborrecidos com a UE. Os holandeses expressaram claramente sua ira no começo do ano, no plebiscito contra o acordo de associação da UE com a Ucrânia vencido por larga margem pelos contrários à União. Em 2005, os holandeses já refutaram o projeto de Constituição Europeia, depois rebaixado no formato do Tratado de Lisboa. “Se eu me tornar primeiro-ministro, ocorrerá um plebiscito para deixar a UE”. As eleições estão previstas para o começo de 2017 e Wilders arranca como franco favorito nas pesquisas. O boicote dos outros partidos prejudica, entretanto, suas possibilidades de Governo. Seis dias antes do plebiscito, os críticos à UE realizaram uma reunião em Viena, batizada de “a primavera dos patriotas”. Era um respaldo aos partidários do Brexit, mas também para demonstrar seu crescente poderio pan-europeu como membros de um grupo na Eurocâmara, de onde destroem por dentro o projeto comunitário. Lá, Le Pen – que será o principal nome da Frente Nacional nas eleições presidenciais em 2017 – defendeu uma Europa por conta própria, que cumpra os desejos e exigência de cada país membro. O líder da também bem-sucedida ultradireita austríaca, Heinz Christian Strache, enfatizou a democracia direta e a conveniência de se consultar a população sobre seu futuro, tal como os britânicos acabaram de fazer. Disse que a Suíça é seu modelo. Seu partido, o FPÖ, acaba de perder as eleições presidenciais por muito pouco e agora disputa o resultado nos tribunais. O cansaço dos austríacos com o bipartidarismo e a busca de uma identidade que acreditam que corre o risco de se diluir com a chegada de 90.000 asilados ao país, impulsionaram os radicais no país centro-europeu. O timing do Brexit, como dizem os britânicos para se referir ao momento dos fatos, não poderia ser melhor para os populistas de direita. Sabem que o caldo de cultura é propício para seus interesses e acreditam que os partidos tradicionais e Bruxelas serão incapazes de reagir a tempo e de acordo com as regras. Sentem que seu momento chegou. Ana Cabajosa/ElPaís

Leia mais »

Meio Ambiente: Promessas irreais e falhas condenam Baía de Guanabara à poluição

Às vésperas das Olimpíadas, livro resgata histórico de falhas de programas de despoluição da Baía de Guanabara, cartão postal do Rio de Janeiro e palco da disputa de vela nos Jogos. Esgoto é o maior problema. O roteiro das mais de duas décadas de trabalho para despoluir a Baía de Guanabara, local de competições olímpicas no Rio de Janeiro e Patrimônio Mundial da Humanidade, passa por promessas fantásticas, execução falha, licitações duvidosas e inúmeros adiamentos. É o que conta o livro Baía de Guanabara – Descaso e Resistência, idealizado pela Fundação Heinrich Böll e assinado por Emanuel Alencar, lançado nesta quinta-feira (23/06). O último compromisso irreal foi assumido diante do público internacional. Quando o Rio de Janeiro se candidatou como sede dos Jogos Olímpicos, em 2007, a promessa era reduzir em 80% o esgoto e lixo despejados na baía até 2016. Chegado o ano das Olimpíadas, estima-se que menos de 40% do esgoto seja tratado.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A meta foi abandonada publicamente pelo governo estadual, que culpou a falta de planejamento comum entre os vários gestores da baía pelo insucesso. Atualmente, não existe prazo fixado para que os números prometidos em 2007 sejam alcançados. “Alguns erros não poderiam mais ser cometidos 22 anos depois do início do Programa de Despoluição da Baía de Guanabara. No entanto, continuam acontecendo”, diz Emanuel Alencar, fazendo referência ao primeiro programa de limpeza da baía que obteve financiamento internacional, em 1993. Dentre os equívocos, Alencar cita “os atrasos incríveis de cronograma, obras com pouquíssima transparência ou controle social, falta de acompanhamento e de pressão de órgãos controladores, como o Ministério Público e agência reguladora de saneamento”. Um dos casos mais emblemáticos é a construção da Unidade de Tratamento de Rio Irajá. Nesse processo, em vez de tanques com substâncias químicas, a água é tratada na calha do rio – o máximo de carga orgânica é retirada por meio de flotação. O projeto previa que unidade do rio Irajá entrasse em operação em 2013, mas nada funciona até hoje. “Foram gastos 40 milhões e ela está lá, parada já há dois anos, porque ninguém sabe quem vai operar. A prefeitura não quer, o estado diz que não tem dinheiro. É inacreditável”, lamenta Alencar. Poluição e descaso a um ano das Olimpíadas Histórico problemático Os problemas para gerir os recursos destinados ao saneamento básico do entorno da baía vêm de longe. No início da década de 1990, enquanto o governo do Rio de Janeiro ainda se organizava para pedir o primeiro financiamento internacional voltado para a limpeza da área, empresas já se articulavam nos bastidores em busca de vantagens. Em 1993, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciou que liberaria US$ 350 milhões para Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG). Mas fez uma exigência: o governo estadual, diante do seu limitado quadro de especialistas, teria que contratar uma empresa para gerir os recursos do programa. O processo, segundo as leis brasileiras, exigia a abertura de uma licitação, e a empresa vencedora receberia US$ 5 milhões pelo trabalho. Foi então que Manuel Sanches, coordenador do grupo do governo do estado que idealizou o programa, recebeu um pedido especial. Funcionários do governador Leonel Brizola queriam dispensa da licitação em favor da Promon Engenharia. O episódio de tentativa de favorecimento foi narrado por Sanches no livro. Depois de ouvir o pedido, ele explicou que não poderia fazer o contrato com a empresa abrindo mão da licitação. “A empresa teria todo o controle dos recursos do programa. Não era cabível fazer um contrato sem licitação: era irregular tanto do ponto de vista da legislação do estado como da legislação internacional dos bancos que estavam financiando”, contou em entrevista à DW Brasil. No dia seguinte ao pedido, 13 de abril de 1993, soube pelos jornais que seria exonerado. A recusa em favorecer a empresa havia lhe custado o cargo público. Edição do jornal O Globo de 13/04/1993 traz exoneração de Sanches na capa Consultada pela DW Brasil, a Promon Engenharia preferiu não comentar o caso. A empresa, que em 2015 passou a ser investigada pela Operação Lava Jato, continuou participando de obras públicas e participou, inclusive, do projeto para o atual Parque Olímpico. Limpeza e transparência insuficientes O PDBG, que deveria ter sido concluído em 1999, foi encerrado apenas em 2006 e classificado como “pouco efetivo” e “insatisfatório” pelo próprio BID. O banco de fomento japonês, que cofinanciou o programa, chegou organizar uma moção de repúdio ao governo do Rio de Janeiro pelo “total fiasco do PDGB”, mas foi contido pelo BID. Depois de consumir cerca de US$ 1,2 bilhão em valores atuais, o programa não conseguiu sanear sequer uma das sub-bacias da baía. Algumas estações de tratamento de esgoto foram construídas, mas extensos trechos de redes coletoras seguem inexistentes. Resultado: a baía de Guanabara ainda recebe 18 mil litros por segundo de esgoto in natura de 15 municípios do entorno. Diante dos atrasos, o Ministério Público entrou com uma ação contra o governo. Nela, a promotora Rosani Cunha pedia a apresentação de um cronograma com prazo de execução não superior a dois anos de todas as obras contempladas no PDGB sob multa diária de R$ 10 mil. Mas o juiz que analisou o caso optou pelo arquivamento do processo o que mostra, na visão de Alencar, que a Justiça também “jogou contra”. Depois do PDBG, foi criado como sucessor o Programa de Saneamento Ambiental dos Municípios do Entorno da Baía de Guanabara (PSAM). Questionada sobre a falha em atingir as metas, a Secretaria de Estado do Ambiente não respondeu às solicitações da DW Brasil. A poluição industrial A área da baía de Guanabara, com 337 km2 de espelho d’água e 143 rios e córregos, é ocupada por cerca de 9 milhões de habitantes e 1400 indústrias – 700 delas do setor petrolífero, o que traz também resíduos industriais. A despoluição deixou de ter prioridade. “A baía está cheia, iluminada, parece um estacionamento de centenas de embarcações e plataformas que vêm pra manutenção”, comenta Dawid Bartelt,

Leia mais »

Justiça Federal autoriza uso de aviões da FAB por Dilma

Decisão derruba ordem que limitava o uso de aeronaves oficiais pela presidente afastada ao trecho Brasília-Porto Alegre. No entanto, Dilma terá que ressarcir os gastos com as viagens. A Justiça Federal do Rio Grande do Sul acolheu o recurso de Dilma Rousseff e determinou que a presidente afastada poderá utilizar aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para se deslocar fora do trecho Brasília-Porto Alegre, onde residem familiares da petista. Presidente afastada poderá utilizar aeronaves da FAB, mas terá que ressarcir gastos determinou que a presidente afastada poderá utilizar aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para se deslocar fora do trecho Brasília-Porto Alegre, onde residem familiares da petista. A decisão da juíza Daniela Cristina de Oliveira Pertile, da 6ª Vara Federal de Porto Alegre, foi publicada nesta quinta-feira (23) e derruba a deliberação do presidente interino Michel Temer de limitar as viagens da petista.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Segundo a juíza, as viagens realizadas pela presidente fazem parte da sua estratégia de defesa no processo de impeachment e devem ser garantidas. No entanto, Dilma terá que ressarcir os gastos com os deslocamentos, tal como estabelece o artigo 76 da Lei n° 9.504/97. A magistrada entende que, por questões de segurança pessoal, a presidente afastada não pode utilizar aviões comerciais. O direito também se estende aos assessores da petista. No recurso apresentado, Dilma defendeu que fossem mantidos os direitos garantidos a ela pelo Senado, quando a Casa decidiu afastá-la do cargo por até 180 dias. Assim, além das viagens com aeronaves da FAB, a presidente solicitou a manutenção das normas relacionadas ao uso da residência oficial, ao número de assessores e ao nome do gabinete pessoal da presidente da República. “Com efeito, ao dispor sobre o uso de residência oficial, transporte aéreo e manutenção da equipe de servidores, é óbvio que o Senado Federal não autorizou o exercício arbitrário de tais prerrogativas, pois, como é comum ao Estado de Direito, estas deverão ser exercidas nos limites da legalidade, dos direitos e garantias constitucionais e dos princípios que emanam de todo o nosso sistema jurídico”, afirmou a magistrada. A decisão de limitar as viagens de Dilma foi baseada em um parecer da Subchefia de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, que diz que a presidente afastada não tem compromissos oficiais que justifiquem o uso de aeronaves da FAB. O parecer foi acatado pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), responsável por autorizar o uso dos aviões oficiais.

Leia mais »