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Tchecov – Prosa na tarde – 25/04/2016

“O homem extraordinário¹“ Tchecov¹ “Um reloginho de parede tiquetaqueia timidamente, como que embaraçado diante do homem estranho”. “O ar está silencioso, mas tão frio e enfarruscado que mal se podem ver até mesmo as luzes dos postes de iluminação. Debaixo dos pés a lama soluça”. “Ele não bate, não grita, tem muito mais virtudes que defeitos, mas, quando ele sai de casa, todos se sentem mais leves e saudáveis.” ¹ Extrato do livro O Homem Extraordinário (L&PM, tradução de Tatiana Belinky). ¹Anton Tchecov * Ucrânia – 1860 d.C + Berlim, Alemanha -1904 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Ciêncais – Cérebro conectados

Cientistas norte-americanos colocam pesquisas de comunicação entre cérebros em novo patamar ao fazerem experimento com humanos. No estudo, pesquisador moveu o braço de colega pelo pensamento via internet sem fio. Rajesh Rao imaginou que movia sua mão para pressionar o teclado de um computador e Andrea Stocco cumpriu o comando, movendo sua mão direita. (foto: Universidade de Washington) A ciência tem mostrado que transmissão de pensamento é cada vez menos um tema de ficção. Depois que pesquisadores norte-americanos e brasileiros conectaram os cérebros de dois ratos,  foi a vez de cientistas da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, repetirem a façanha com humanos. Por meio de um experimento que vem sendo chamado de “primeira interface cérebro humano-humano”, os pesquisadores conseguiram fazer com que um deles movesse a mão direita e pressionasse um teclado sob os comandos cerebrais de outro, localizado há quilômetros de distância.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Para isso, eles usaram apenas uma máquina de eletroencefalografia (peça comum em qualquer consultório neurológico), um dispositivo de estímulo magnético (usado para tratamento de doenças psiquiátricas) e internet sem fio. O cientista responsável por transmitir o comando, o engenheiro de computação Rajesh Rao, teve sua cabeça coberta com eletrodos ligados à máquina de eletroencefalografia, que capta os sinais elétricos cerebrais. Do outro lado do campus da universidade, o psicólogo Andrea Stocco teve um aparelho de estímulo magnético cuidadosamente preso do lado esquerdo de seu cocuruto, na região precisa correspondente ao córtex motor direito – que curiosamente é a parte do cérebro que comanda a mão direita. Toda essa preparação tinha a finalidade de tornar possível que Rao, o transmissor, jogasse um jogo de computador pelas mãos de Stocco, o receptor. O objetivo do jogo era defender uma cidade de um ataque pirata disparando um canhão ao apertar a teclaenter. O esquema mostra cada etapa do experimento. (foto: Universidade de Washington) Rao apenas imaginou que movia sua mão no teclado para disparar fogo. Nesse momento, o sinal elétrico de seu cérebro captado pelo eletroencefalograma foi transmitido por internet sem fio até o dispositivo acoplado a Stocco. O aparelho então disparou um estímulo magnético no cérebro, fazendo com que sua mão se movesse contra sua vontade e lançasse fogo no navio pirata do joguinho. “Senti meu dedo se movendo sem ter consciência disso, foi como um tique nervoso”, descreve Stocco. Para atingir o feito, foram necessários anos de estudo. O maior desafio foi encontrar a região precisa do cérebro responsável pelo movimento da mão direita e, em seguida, dosar o estímulo para obter o movimento de dedo adequado. A neurocientista Chatel Prat, que também integra a equipe que conduziu o experimento, conta à CH On-line que somente para a primeira etapa foram cinco anos de pesquisa. Stocco: “Senti meu dedo se movendo sem ter consciência disso, foi como um tique nervoso”. “Precisamos de muita prática até encontrar a estimulação mínima necessária para gerar um sinal cerebral capaz de mover o músculo do dedo”, diz. “Experimentamos (e brincamos) com diferentes configurações até encontrar a mais precisa e confortável.” A declaração da cientista pode levar a pensar que a escolha de um jogo para o experimento foi apenas pela diversão. No entanto, o jogo teve um propósito: garantir que o sinal enviado pelo transmissor fosse intencional e não arbitrário. “Sabendo o momento em que o canhão deveria ser disparado, pudemos garantir que o sinal enviado foi intencional”, explica Prat. “O jogo capitalizou o tipo de efeito que queríamos ter no receptor, permitindo que dois sujeitos colaborassem para desempenhar uma tarefa on-line.” Mais do mesmo? O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, que comandou o experimento em que um rato transmitiu informação para o cérebro de outro, disse não estar surpreso com o novo feito. “O que eles fizeram não foi uma verdadeira interface cérebro-cérebro com comunicação entre duas pessoas, mas apenas uma via de mão única”, diz à CH On-line. “É muito cedo para declarar vitória na criação de uma interface humana de verdade.” Nicolelis: “É muito cedo para declarar vitória na criação de uma interface humana de verdade” Prat não chega a exaltar a pesquisa de sua equipe, mas destaca que o grande diferencial do experimento foi usar técnicas não invasivas para conectar os cérebros – diferentemente do que faz Nicolelis, que usa eletrodos implantados cirurgicamente no cérebro dos ratos. “Em termos de avanço científico, o que fizemos foi criar uma nova forma de usar tecnologias que já funcionam bem independentemente”, diz a neurocientista.“O maior diferencial é que podemos implantar nossa técnica em humanos que estão cientes do seu coenvolvimento e colaboração para resolver uma tarefa complexa.” Possibilidades futuras A cientista acredita que a verdadeira comunicação entre cérebros, em que haja uma transmissão de pensamentos consciente por ambas as partes, ainda está longe da realidade. “Vemos essa possibilidade como uma área excitante de pesquisa no futuro, mas para isso precisamos tanto de avanços na engenharia quanto na neurociência”, afirma. Apesar do sucesso do experimento, os pesquisadores ressaltam que a comunicação real entre cérebros (habilidade do personagem Spock, de ‘Jornada nas estrelas’) ainda está longe da realidade. (foto: reprodução) Apesar disso, Prat e sua equipe já sonham com as possíveis aplicações de seu trabalho no futuro. Uma delas seria usar a técnica no treino e no controle remoto de pessoas em situações que exigem movimentos motores complexos, como conduzir uma cirurgia. A ligação cérebro-cérebro também poderia ser usada para transferir conhecimentos complexos e para ajudar na reabilitação de pessoas com deficiências neurológicas. “Com a interface poderíamos ensinar ideias difíceis de expressar pela linguagem, como conceitos matemáticos, e até – o que me comove mais – prover o controle motor adequado a pacientes com danos cerebrais, reescrevendo seus circuitos neurais pela prática”, comenta Prat. No controle Por mais promissoras que sejam suas aplicações futuras, a experiência abre margem para questionamentos sobre o controle indevido sobre o outro. Não é difícil imaginar que a técnica possa ser usada para controlar pessoas a distância em situações escusas. Prat: “Se alguém quisesse forçar outra pessoa a se comportar de certo modo contra sua vontade, seria muito mais fácil

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Ciclovia: uma obra para a elite, que mata e desmoraliza a imagem do Rio

 Uma análise sobre os números da ciclovia que desabou no Rio de Janeiro, deixando dois mortos, revela os critérios de prioridade nos gastos públicos. Foto JB Enquanto o povo sofre com um transporte público sofrível, a Prefeitura gastou R$ 45 milhões nesta obra, valor que seria suficiente para pagar um ano de salário para 3.750 trabalhadores, com vencimento de R$ 1.200 por mês. Com este dinheiro, este trabalhador poderia dar moradia e comida à sua família. Mas a opção deles foi construir uma ciclovia para a elite, que atravessa a chique orla da Zona Sul onde estão os bairros mais caros do Rio.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Considerando que uma boa bicicleta hoje está na faixa de R$ 500 a R$ 1 mil, não seria o trabalhador que poderia comprá-la e usufruir dos quilômetros à beira-mar. Como se não bastasse, esta ciclovia da elite, além de não servir para o povo, “mata” e desmoraliza ainda mais a imagem do Rio no exterior. Foi uma obra estética e de “embelezamento”, como se o povo pudesse se alimentar disso… Enquanto a crise social explode no Brasil, ainda surge um secretário de Governo com suas mentiras, tentando inventar desculpas e escondendo os verdadeiros responsáveis: o poder público e a ganância corrupta desse segmento de empreiteiros no poder privado.

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Música: “Certas obras revolucionaram a música por dentro”

Numa época contrarrevolucionária, Nike Wagner escolheu “Revoluções” como slogan do Beethovenfest 2016 – na arte e na sociedade, da Francesa à “Primavera Árabe”. Em exclusiva à DW, a diretora artística expõe sua visão. No terceiro ano à frente do Beethovenfest, Nike Wagner combina ousadia e reflexão intelectual Nike Wagner ostenta uma linhagem musical invejável: a promotora cultural de 70 anos é nada menos que bisneta do autor de monumentos da arte ocidental como O anel do Nibelungo e Tristão e Isolda. Além disso, é uma das três descendentes de Richard Wagner (1813-1883) atuantes no escalão máximo da música erudita europeia.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Nascida em Überlingen, no sul da Alemanha, e criada na bávara Bayreuth, ela estudou musicologia, teoria teatral e literatura, e trabalhou como redatora musical, além de tentar a carreira como compositora de vanguarda. Após concorrer algumas vezes pela direção artística do Festival Wagner, acabando por perder para as primas, e de encabeçar durante dez anos o Festival de Artes de Weimar, em 2014 ela assumiu o Beethovenfest. Percepção intelectual e sobriedade, aliadas a ousadia e humor seco, caracterizam Nike Wagner como personalidade cultural. Em entrevista exclusiva à Deutsche Welle, ela fala de seus planos para a próxima edição do festival realizado na cidade natal de Ludwig van Beethoven, a pequena Bonn. E já lança o olhar sobre 2020, quando o icônico compositor completa 250 anos de nascimento. DW: O slogan do Beethovenfest em 2016 é “Revoluções”. No momento vivencia-se por todo o mundo algo que mais parece contrarrevoluções. Como a senhora aborda esse tema? Nike Wagner: Atualmente o conceito de revolução, de fato, soa questionável e impreciso, pois os extremistas de direita o ocuparam. Mas tradicionalmente as revoluções vêm da “esquerda”, são sustentadas pela base – ou pelo povo – e não por golpistas, elites militares ou ativistas religiosos pré-históricos. Para me contrapor a essa atual ambivalência, decidi evitar a cor vermelha na ilustração do slogan, optando, em vez disso, por um verde-primavera, de esperança, juntamente com a imagem da “Liberté”, de Eugène Delacroix; mais especificamente, A Liberdade guia o povo, um quadro de 1830 referindo-se retrospectivamente à Revolução Francesa. Há algo de revolucionário no programa do festival deste ano? Beethovenfest 2016: Delacroix e tons de esperança Existem duas coisas: revoluções sociais e revoluções artísticas. Muitas vezes elas coincidem, mas nem sempre. Nós trazemos muitas obras que ocasionaram revoluções no interior da música. Ludwig van Beethoven está presente desde logo, mas também Claude Debussy e Igor Stravinsky, indo até Luigi Nono. Além disso, há os reflexos diretos das revoluções sociais da história europeia. Em primeira linha, da Revolução Francesa, cujos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade marcaram Beethoven por toda a vida. Nós apresentamos obras importantes dessa época, entre elas a Missa de coroação para Napoleão, de Etienne-Nicolas Méhul. E, em numerosas variantes, a extremista Sinfonia nº 3 (Eroica), de Beethoven. A Revolução Russa igualmente gerou uma enxurrada de obras musicais. A Ural Philharmonic Orchestra virá com a monumentalCantata pelo 20º aniversário da Revolução de Outubro, de Serguei Prokofiev. E haverá eventos sobre as revoluções de nosso tempo, a “Primavera Árabe”. Além disso, apresentações de dança contando sobre as rupturas revolucionárias do fim da década de 60 nos Estados Unidos. Lucinda Childs vem com sua famosa coreografia Dance: arte minimalista, abstrata. Tenho a impressão que, para cada evento do festival, a senhora sempre considera as conexões extramusicais, a história e a sociedade. Procede? Em princípio, sim. Música – a arte em geral – não existe no vácuo, ela sempre está relacionada à sociedade, mesmo que tenha repetidamente ignorado ou negado isso, ao logo de sua história. Ao mesmo tempo, é inegável que toda arte representa uma esfera única, com seu próprio poder de influência. A Terceira sinfonia de Beethoven tem presença forte no programa deste ano. A Eroica é a grande obra de ruptura, não tem mais nada a ver com a primeira e a segunda sinfonias. E as ligações com as grandes peças musicais da Revolução Francesa da época são bem óbvias. Marchas fúnebres para os heróis e caídos da Revolução eram muito usais, e o segundo movimento daEroica é uma marcha fúnebre. Além disso, Napoleão Bonaparte – a quem a Eroica era originalmente dedicada – permaneceu uma figura de grande interesse para Beethoven. Nota-se intermitentemente a identificação secreta do compositor com ele: Napoleão, o grande homem da política, e ele, Beethoven, o grande homem da música… Beethovenhalle, principal palco dos festivais ficará fechado por dois anos O Conselho Municipal de Bonn decidiu mandar sanear a Beethovenhalle a partir de outubro de 2016. Por um prazo de dois anos a sala de concertos permanecerá fechada. Alguns fizeram ressalvas ao cronograma, descrevendo-o como “extremamente esportivo”. Qual é sua visão do planejamento até 2020 – ano de jubileu, em que se comemora o 250º aniversário de Ludwig van Beethoven – e os locais de apresentação a serem utilizados? Eu pratico o “princípio esperança”. Até onde sei, são grandes os esforços em Bonn para cumprir o apertado cronograma. Um fiasco é impensável, devido ao jubileu – todos os participantes sabem disso. Por isso terão que ser, justamente, “esportivos”. No que tange às salas temporárias para o Beethovenfest: para grandes concertos de orquestra, só existe o World Conference Center Bonn. Mas, enfim, um salão de congressos é um salão de congressos, precisamos ver o que se pode fazer. As primeiras impressões acústicas – a Beethovenorchester fez um teste lá – não foram tão más quanto pensávamos. Mas ainda estamos lutando por melhorias. Sua programação para as edições do Beethovenfest até o ano do jubileu ficou comprometida? De início, eu programo como se dispusesse de todos os locais de apresentações do mundo; depois vamos ver o que é realizável. Mas, de fato, eu considero a questão do local o maior problema de um festival que pretende se realizar em Bonn. Sem ruínas industriais pitorescas, sem sala de concertos de porte médio com configuração espacial variável… Mas alguma coisa ainda pode evoluir na jovem cidade natal de Beethoven.

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