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Shakespeare – Versos na tarde – 23/04/2016

Extrato de Hamlet Shakespeare¹ Duvida da luz dos astros, De que o sol tenha calor, Duvida até da verdade, Mas confia em meu amor. ¹ William Shakespeare * Stratford-Avon, Inglaterra – 23 Abril 1564 d.C + Londres, Inglaterra – 23 Abril 1616 d.C Dramaturgo e poeta inglês, William Shakespeare é reconhecido como o maior dramaturgo de todos os tempos. Suas obras foram amplamente publicadas e traduzidas para todas as principais línguas do mundo. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Batalha por impeachment chega ao ‘NYT’: afinal, o que diz o jornal?

Nesta semana, artigos de opinião no jornal americano The New York Timespró e contra o impeachment foram compartilhados nas redes sociais como prova de que um dos periódicos mais influentes do mundo apoiava este ou aquele lado da disputa política no Brasil. Artigos de opinião como estes publicados pelo jornal aumentaram debates nas redes sociais No dia 19 de abril, Carlos Pio, professor da Universidade de Brasília, escreveu um artigo, publicado nas páginas de opinião do jornal, afirmando que o impeachment era “prova de que o processo democrático está funcionando”. Em “O voto do impeachment no Brasil definitivamente não é um golpe”, Pio argumenta que um processo político “é legítimo quando todas as forças o aceitam” e cita a análise do Supremo Tribunal Federal para que o pedido seguisse adiante.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] No mesmo dia, o artigo “Impeachment de Dilma Rousseff não é um golpe, é um acobertamento”, de Celso de Barros, analista do Banco Central, defendia que a real razão do processo seria providenciar uma distração conveniente enquanto outros políticos tentam “manter suas casas em ordem”. “Longe de ser o amanhecer de uma nova era, pode muito bem se tornar o caminho para a velha classe política reafirmar controle sobre o país – e escapar da cadeia”, escreveu Barros. Ambos foram publicados na sessão de opinião – Op-ed, como são conhecidos no jargão jornalístico em inglês, ou seja, a despeito do que alguém tenha dito em sua timeline, não representam a opinião do jornal. A cobertura do jornal americano neste momento é particularmente importante, não apenas como formador de opinião no país mais poderoso do mundo, como também pela viagem de Dilma Rousseff aos Estados Unidos em busca de apoio. Corrupção Como boa parte da imprensa internacional, o The New York Times destacou, em suja cobertura, o envolvimento de políticos brasileiros em escândalos de corrupção. O próprio jornal citou os diferentes processos enfrentados por cerca de dois terços dos deputados, informação posteriormente reproduzida por outros veículos estrangeiros. Em um perfil de Michel Temer, de 21 de abril, por exemplo, o correspondente Simon Romero começa o texto dizendo: “Uma pesquisa recente descobriu que apenas 2 por cento dos brasileiros votariam nele, sob escrutínio após um testemunho ligá-lo a um colossal escândalo de propinas. E a Suprema Corte determinou que o Congresso deve considerar um processo de impeachment contra ele”. Em referências anteriores a Temer, o jornal escreveu que ele não é exatamente um “cavalheiro em armadura brilhante”, mas um político de carreira “quase tão impopular” quanto Dilma. E acrescentou que seu partido, PMDB, está mergulhado num escândalo que não para de crescer. New York Times destacou o envolvimento de políticos brasileiros em escândalos de corrupção O veículo também ironizou a votação do processo na Câmara em reportagem publicada na segunda-feira, dia 18. Segundo a reportagem, os argumentos jurídicos pelas chamadas pedaladas fiscais eram as coisas menos importantes nos discursos dos parlamentares e a sessão poderia ser confundida com um “jogo de futebol” por aqueles que não estivessem familiarizados com o teor “cacofônico” dos políticos brasileiros. No mesmo dia, em reportagem intitulada “Câmara do Brasil vota pelo impeachment de Dilma Rousseff”, a publicação chamou Eduardo Cunha de “força motriz” por trás do processo e informou que o “evangélico que usa sua conta no Twitter para divulgar versos bíblicos” era acusado de ter uma conta na Suíça para receber US$ 40 milhões em propina. Debate jurídico Quanto às razões para o impeachment, o veículo cita frequentemente o grande debate sobre haver ou não de crime de responsabilidade fiscal por parte de Dilma, hipótese que embasa o processo. Reportagem do dia 19 de abril intitulada “Debate sobre impeachment no Brasil depende de questão jurídica espinhosa” afirma que a discussão “se concentra em uma questão crucial: ela cometeu um delito passível de impeachment?”. No mesmo texto, o jornal afirma que a estratégia usada no governo Dilma, de financiar temporariamente o governo com dinheiro de bancos estatais, não é novidade, já que foi aplicada por vários outros políticos, mas “nenhum presidente enfrentou punição por isso até agora”. A mesma visão, de que os crimes de Dilma não são tão graves quanto os dos opositores que desejam seu afastamento, aparece também no editorial “Enfrentando impeachment, Dilma Rousseff luta por sobrevivência política”, de 18 de abril. No texto, o jornal diz que a presidente está sendo culpada pela “crise econômica do país e a sobreposição de investigações sobre corrupção”. “Rousseff e seus aliados vão, sem dúvidas, continuar a salientar que muitos dos legisladores que conduzem o esforço do impeachment são acusados de crimes muito mais sérios do que ela. Esse é um ponto válido.” O New York Times, no entanto, não poupa críticas à gestão da presidente e cita seu envolvimento com a Petrobras como ponto preocupante. “Permanece o fato de que ela presidiu uma era de estagnação econômica. Ela também não pode evitar perguntas sobre corrupção que antecedem sua presidência. Antes de ser eleito, Dilma era chefe do conselho da Petrobras, empresa estatal de petróleo do país, que está no centro de muitas das investigações de corrupção.” O jornal conclui o editorial dizendo que, “para Rousseff sobreviver, terá que apresentar uma visão clara de como vai consertar a economia brasileira e acabar com o tipo de corrupção que se transformou em algo corriqueiro em Brasília. Alcançar isso vai requerer uma liderança mais forte e uma maior clareza de ideias que ela não foi capaz de reunir até agora”.

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Nasa anuncia descoberta de planeta semelhante à Terra e com condições de ser habitado

‘Devem existir todas as condições necessárias para a vida existir neste planeta’, afirmou o chefe da missão; Kepler-452b tem 6 bi de anos, 1,5 bi a mais que a Terra. Comparação entre a Terra e o Sol, e Kepler-452b e sua estrela-mãe Reprodução/ Nasa Após anos de pesquisas espaciais em busca da existência de um planeta que pudesse abrigar vidas, a Nasa informou, nesta quinta-feira (23/07), que o telescópio espacial Kepler finalmente encontrou um que seja semelhante à Terra. Batizado de Kepler-452b e distante 1.400 anos-luz de nós, o planeta está sendo chamado de Terra 2.0, por ser uma espécie de primo maior e mais velho do planeta azul. Ele possui, também, características que levam a crer que pode ser habitável. Kepler-452b tem um diâmetro 60% maior que a Terra, tem grande chance de possuir um solo rochoso, mas sua massa e composição não foram determinadas. “Devem existir todos os ingredientes e as condições necessárias para a vida existir neste planeta”, afirmou o chefe do projeto do satélite Kepler, Jon Jenkis.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “É inspirador considerar que esse planeta já vive há seis bilhões de anos na área habitável dessa estrela, mais do que a Terra. Isso é uma oportunidade substancial para a vida surgir, devem existir todos os ingredientes e as condições necessárias para a vida existir neste planeta”, disse Jenkis. A condição que faz com que o 1030º planeta conhecido pelos terráqueos seja parecido com a Terra é o fato de que ele orbita em uma “zona habitável”, em torno de uma estrela semelhante ao sol. Além disso, a distância a que se encontra desta estrela permite que seja possível que a água não evapore e permaneça na superfície. A contagem de anos também seria diferente no Kepler-452b porque ele demora 20 dias a mais para completar a volta em torno de sua estrela (385 dias e não 365, como a Terra). Além disso, ela é um pouco mais velha do que o Sol (“apenas” 1,5 bilhão de anos a mais), tem a mesma temperatura, possui um diâmetro 10% maior e é mais brilhante. SETI Institute Concepção da superfície de Kepler-452b, um planeta que pode estar se superaquecendo, algo que acontecerá à Terra em 1 bi de anos.Outra diferenciação do novo planeta é que a estrela em torno da qual ele orbita é 10% maior e um pouco mais velha que o sol (cerca de 1,5 bilhão de anos a mais), tem a mesma temperatura e é mais brilhante. Outras descobertas A missão Kepler, lançada em 2009, tem como objetivo encontrar um planeta com características similares à Terra orbitando estrelas distantes próximas da zona habitável. Reprodução/ Nasa Comparação dos sistemas Kepler-186, Kepler-452 e o Solar Além do Kepler-452b, foram descritos também outros 11 pequenos planetas que estão em zonas consideráveis habitáveis – ou seja, têm potencial de ter água em estado líquido. Antes desta última descoberta, o planeta que mais próximo chegou das condições da Terra foi o Kepler-186f, descoberto em 2014. Ele, no entanto é menor e orbita ao redor de uma estrela anã vermelha que é significativamente mais fria que o sol. Via OperaMundi  

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Meio Ambiente: Como a humanidade deve se alimentar em 2050?

Estudo aponta ser possível produzir alimentos suficientes para os quase 10 bilhões de habitantes que o planeta deve ter em meados do século. Para isso, é essencial mudar a dieta, sobretudo comendo menos carne. A ONU estima que, dos 7,1 bilhões atuais, até 2050 a população mundial passará a 9,7 bilhões. Algo que preocupa quando se pensa em todas as bocas a alimentar – ainda mais tendo em vista como a agricultura industrial afeta o planeta com erosão, emissões de CO2, poluentes químicos e perda de biodiversidade.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] No entanto, um estudo publicado nesta semana pela revista Nature traz boas notícias: há maneiras de fornecer alimentos para uma população de até 10 bilhões de pessoas e, ao mesmo tempo, manter as florestas que restam intactas. E isso até mesmo sem mudanças drásticas na dieta humana, afirma Karl-Heinz Erb, principal autor do estudo. Mas é necessário encontrar um equilíbrio entre o tipo de métodos agrícolas utilizados, a preservação do meio ambiente e a alimentação diária. Consumo de carne O estudo aponta que a quantidade de carne consumida é um fator importante. Se a humanidade abrisse mão de produtos animais, tornando-se vegana, se precisaria de menos espaço para cultivo em 2050 do que no ano 2000, mesmo com uma população mundial significativamente maior. Contudo, se a humanidade continuar comendo carne como hoje, em meados do século serão necessários mais de 50% de áreas agrícolas adicionais, prevê o estudo. Culto à alimentação saudável pode virar doença “Se virmos uma forte onda de dietas vegetarianas ou veganas, até mesmo nas classes mais baixas, podemos ter cenários factíveis, pois a demanda [de carne] não seria tão grande”, afirma Erb. Os pesquisadores se basearam principalmente em projeções da demanda de alimentos traçadas pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), que preveem forte intensificação da agricultura. Mas os cientistas também analisaram cenários com colheitas menores – como resultado ou de uma mudança em direção a métodos menos intensivos, como a agricultura orgânica, ou de impactos das mudanças climáticas que reduzam a produtividade. Status quo Erb afirma que cenários “business as usual” – ou seja, manter os métodos atuais – até são possíveis em termos de disponibilidade alimentar, mas fora os custos ecológicos que acarreta, é questionável se são desejáveis ou não. Ao mesmo tempo em que dietas tipicamente ocidentais, com muita carne e alimentos processados, não são saudáveis, uma em cada nove pessoas no mundo “não tem alimento suficiente para levar uma vida saudável”, segundo o Programa Alimentar Mundial, da ONU. A partir dessa perspectiva, a questão não é tanto a possibilidade de manter o status quo à medida que a população mundial cresce, mas sim como encontrar rapidamente melhores maneiras de alimentar o mundo. José Luis Vivero Pol, pesquisador da Universidade de Louvain, na Bélgica, argumenta que a nutrição básica deveria ser garantida, da mesma maneira que muitos países garantem acesso à educação e à saúde. Agricultura intensiva e monocultura, como a da soja, têm altos custos ambientais Problema do desperdício O especialista em governança alimentar afirma que o desafio não é encontrar maneiras de aumentar a produção de alimentos, pois já se produzi o suficiente para alimentar quase 9 bilhões de pessoas. O problema é que um terço dessa produção é desperdiçado – problema também aprontado no estudo publicado na Nature. “Por a comida ser tão barata, não nos importa desperdiçar um terço dela – ainda é rentável”, comentou Pol à DW. “Isso seria impossível em qualquer outra cadeia de produção industrial.” Ele culpa a cultura de não dar valor à comida pelo conceito de produzir o máximo de comida possível a custos mínimos. No Ocidente industrializado, acredita-se que se pode comer tanta carne quanto se quer, pensando-se pouco na grande quantidade de alimentos jogados no lixo, diz. Quando consumidores fazem escolhas que têm um impacto tão negativo, o Estado precisa intervir, aponta Pol – por exemplo, redirecionando os enormes subsídios à agricultura industrial para práticas mais sustentáveis, e taxando ou limitando a venda de carne. Karl-Heinz Erb salienta que seu estudo não é sobre segurança alimentar em geral, mas sim sobre assegurar que há capacidade de produzir comida suficiente, considerando os níveis atuais de consumo. Os resultados podem ser interpretados como uma alternativa oferecida à humanidade: entre preservar ecossistemas e a saúde humana, e sistemas de produção de alimentos que não saudáveis para as pessoas nem para o planeta.

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Os 400 anos da morte de Cervantes e Shakespeare

Com biografias bem distintas, a data nominal de morte une os dois gênios da literatura ocidental – apesar do choque de calendários. Mas uma questão central também fascina a ambos: o que é sonho, o que é realidade? William Shakespeare (esq.) e Miguel de Cervantes Saavedra: biografias e gênios literários distintos numa mesma época Dois escritores de dimensão universal, profundos e espirituosos virtuoses da pena e do papel, filhos das mais ricas potências europeias de sua época: fora isso e a data da morte – 23 de abril de 1616 –, William Shakespeare e Miguel de Cervantes Saavedra parecem não ter muito em comum. O destino lhes designou sortes e azares bem distintos.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Quanto às datas exatas do nascimento de ambos reina incerteza: Shakespeare teria vindo à luz no fim de abril de 1564 em Stratford-upon-Avon, Inglaterra; estima-se que seu colega espanhol nascera 17 anos antes em Alcalá de Henares, nas cercanias de Madri. Enquanto o inglês foi educado na prestigiosa escola de latim de sua cidade natal, lá aprendendo os fundamentos da retórica e da poesia, Cervantes, que provinha de uma família de nobres arruinados, provavelmente estudou teologia na Universidade de Salamanca. O soldado e o “furão” Logo a vida do espanhol tomou um curso aventureiro. Aos 22 anos, mudou-se para Roma – fugindo da Justiça de seu país, ao que tudo indica. No ano seguinte, alistou-se numa companhia de soldados e passou a servir como camareiro do futuro cardeal Giulio Acquaviva. Em 7 de outubro de 1571, participou da batalha naval de Lepanto, contra o Império Otomano. Em combate, foi atingido duas vezes no peito, e uma bala seccionou um nervo de sua mão esquerda, inutilizando-a, fato que lhe valeria o apelido “El Manco de Lepanto”. Cidade natal celebra William Shakespeare O Bardo de Avon, por sua vez, jamais frequentou uma universidade. Durante cerca de sete anos, no fim da juventude, perdeu-se toda pista dele. Somente em 1592 seu nome voltou a aparecer, num panfleto em que o escritor Robert Greene o tacha de “furão” e “convencido”. Tal comentário levou os pesquisadores a deduzirem que, aos 28 anos, Shakespeare já obtivera uma certa projeção como dramaturgo. Como ator, ele integrou a trupe de teatro Lord Chamberlain’s Men, rebatizada como King’s Men sob o rei James 1º. E logo brilharia na Inglaterra elisabetana com suas montagens e peças teatrais. Vida de luxo para um, prisão para o outro Por volta dessa mesma idade, em 1575, Cervantes foi capturado ao retornar com a frota naval para a Espanha e, juntamente com o irmão Rodrigo, mantido como escravo em Argel por cinco anos. Para pagar o resgate, o pai empregou toda sua fortuna, a irmã sacrificou o dote, porém só Rodrigo foi libertado. Os locais que inspiraram o famoso romance “Dom Quixote” Após quatro tentativas de fuga frustradas, em 1580 a liberdade de Miguel de Cervantes foi comprada pela ordem religiosa dos trinitários. Consta que o autor só sobreviveu às fugas por ter impressionado com sua coragem o vice-rei de Argel, que também acalentava esperança de obter por ele um resgate mais avantajado. Cervantes elaborou as experiências do cativeiro em sua primeira peça teatral, Los tratos de Argel, que, no entanto, ficou ignorada pelo público espanhol. Devido à permanente falta de sucesso e falta de dinheiro, de 1580 e 1583 ele foi novamente forçado a servir como soldado. Ao contrário do espanhol, que nunca conseguiu viver da literatura, Shakespeare cedo gozava de sucesso como escritor e negociante. Sócio do Globe Theatre e, mais tarde, do Blackfriars Theatre, com plateia coberta e mais exclusivo, ele acumulou fortuna, sendo proprietário da segunda maior casa de Stratford-upon-Avon. “O melhor livro do mundo” Nessa altura da vida, Cervantes passou a trabalhar como atacadista e fornecedor da frota de guerra da Espanha. Devido a negócios mal-sucedidos, voltou a ser preso em 1597-98 e em 1602. No cativeiro começou a escrever sua obra-prima: O engenhoso fidalgo Don Quixote de La Mancha, parodiando os romances de cavalaria populares na época, e que seria lançado em duas partes, em 1605 e 1615. Embora encontrando sucesso imediato, os lucros da publicação ou ficaram nas mãos do editor ou foram reinvestidos em edições sucessivas. Numa votação promovida pelo Instituto Nobel, em 2002, Dom Quixote foi escolhido como “melhor livro do mundo” por um júri composto por 100 autores de renome. Na história da literatura ocidental, ele marca o nascimento do romance moderno. A narrativa se presta a numerosas interpretações, e até hoje analistas disputam qual seria sua real mensagem e a que público-alvo se destinaria. Gruta em Argel onde Cervantes teria sido mantido cativo por cinco anos Realidade ou sonho? O “Bardo” retornou à Stratford natal poucos antes de morrer, aos 52 anos. Por sua vez, Cervantes ainda foi injustamente acusado de homicídio em 1605. A mais esse percalço numa vida atribulada, porém, seguiu-se uma fase de grande atividade literária, até a morte do autor, em Madri, com sintomas de diabetes. Apesar de ambos serem celebrados em 23 de abril, Shakespeare morreu dez dias depois do colega espanhol. A explicação é que, na época, seus países utilizavam sistemas de contagem de tempo distintos: enquanto a Espanha já adotara o calendário gregoriano, a Inglaterra ainda se orientava pelo juliano. Rara primeira edição das obras de Shakespeare foi encontrada em 2016 Shakespeare foi sepultado na Igreja da Santíssima Trindidade. Embora fosse sabido que Cervantes pedira para ser enterrado no Convento das Trinitárias Descalças, em gratidão pela libertação de Argel, só em 2015 seus restos mortais foram localizados num nicho da cripta do convento: as iniciais “M.C.” no caixão e os documentados ferimentos na mão e no peito permitiram a identificação. Um ponto comum entre os dois autores mortos há 400 anos: apesar da distância geográfica e das biografias díspares, ambos enfocaram repetidamente em sua obra o conflito entre ideal e realidade, tematizando a questão “O que é realidade, o que é sonho?”. Assim, enquanto em Dom Quixote, Miguel de Cervantes deixa o leitor na dúvida se seu

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