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Gregório de Matos – Versos na tarde – 12/02/2016

Epigrama Gregório de Matos¹ Que falta nesta cidade?… Verdade. Que mais por sua desonra?… Honra. Falta mais que se lhe ponha?… Vergonha. O demo a viver se exponha, Por mais que a fama a exalta, Numa cidade onde falta Verdade, honra, vergonha. Quem a pôs neste rocrócio?… Negócio. Quem causa tal perdição?… Ambição. E no meio desta loucura?… Usura. Notável desaventura De um povo néscio e sandeu, Que não sabe que perdeu Negócio, ambição, usura. Quais são seus doces objetos?… Pretos. Tem outros bens mais maciços?… Mestiços. Quais destes lhe são mais gratos?… Mulatos. Dou ao Demo os insensatos, Dou ao Demo o povo asnal, Que estima por cabedal, Pretos, mestiços, mulatos. Quem faz os círios mesquinhos?… Meirinhos. Quem faz as farinhas tardas?… Guardas. Quem as tem nos aposentos?… Sargentos. Os círios lá vem aos centos, E a terra fica esfaimando, Porque os vão atravessando Meirinhos, guardas, sargentos. E que justiça a resguarda?… Bastarda. É grátis distribuída?… Vendida. Que tem, que a todos assusta?… Injusta. Valha-nos Deus, o que custa O que El-Rei nos dá de graça. Que anda a Justiça na praça Bastarda, vendida, injusta. Que vai pela clerezia?… Simonia. E pelos membros da Igreja?… Inveja. Cuidei que mais se lhe punha?… Unha Sazonada caramunha, Enfim, que na Santa Sé O que mais se pratica é Simonia, inveja e unha. E nos frades há manqueiras?… Freiras. Em que ocupam os serões?… Sermões. Não se ocupam em disputas?… Putas. Com palavras dissolutas Me concluo na verdade, Que as lidas todas de um frade São freiras, sermões e putas. O açúcar já acabou?… Baixou. E o dinheiro se extinguiu?… Subiu. Logo já convalesceu?… Morreu. À Bahia aconteceu O que a um doente acontece: Cai na cama, e o mal cresce, Baixou, subiu, morreu. A Câmara não acode?… Não pode. Pois não tem todo o poder?… Não quer. É que o Governo a convence?… Não vence. Quem haverá que tal pense, Que uma câmara tão nobre, Por ver-se mísera e pobre, Não pode, não quer, não vence. ¹Gregório de Matos Guerra * Salvador, BA. – 23 de dezembro de 1636 d.C + Recife, PE. 26 de novembro de 1669 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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As novas divas da ópera

Batalha de egos. No atual cenário da ópera, as novas prima-donas não estão mais no palco, e sim nos bastidores. O que fazer com as novas divas da ópera e suas brigas? (Foto: Wikipedia) A ópera tem sido dominada por divas temperamentais e imprevisíveis. Originalmente, uma palavra neutra do latim “deusa” para se referir às cantoras líricas, as divas ficaram famosas por suas exigências no palco e nos bastidores. Os cantores não fugiam à regra. O tenor italiano Luciano Pavarotti exigia dois camarotes em cada local da apresentação do espetáculo.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Agora, as sopranos e tenores estão sendo substituídos por protagonistas temperamentais que atuam mais nos bastidores. No mês passado, a estreia da ópera Giovanna d’Arco de Giuseppe Verdi no Teatro La Scala de Milão terminou com uma discussão, infelizmente exibida ao vivo por um canal de televisão, entre Moshe Leiser, o diretor artístico, e Riccardo Chailly, maestro e diretor musical do teatro. Leiser fez um comentário sarcástico, “parabéns maestro!”, ao qual Chailly não respondeu. Indignado, Leiser o chamou de “idiota” e de um “ser desprezível”. Segundo o jornalista inglês Norman Lebrecht, Chailly iritara Leiser ao lhe pedir que fizesse uma mudança em uma determinada cena. O maestro não concordou que o dueto de amor combinaria com uma orgia de demônios no fundo do palco e a discórdia terminou em insultos. Como os demônios não constam da partitura original de Verdi e que Giovanna d’Arco (Joana d’Arc) foi uma heroína francesa profundamente religiosa e mais tarde canonizada, a objeção de Chailly parece razoável. Mas essa não foi a única briga em que Chailly se envolveu; este mês outro diretor artístico, Graham Vick, foi convidado a deixar a produção do La Scala depois de discordar de Chailly em outra questão de interpretação. Durante anos maestros e diretores artísticos trabalharam juntos, em estreita colaboração e com um mútuo respeito hierárquico. Hoje, maestros e diretores artísticos têm compromissos que os obrigam a viajar o mundo inteiro, o que lhes impede de conversar por um tempo mais longo antes do primeiro ensaio. Essas tensões não surpreendem. Os maestros em geral procuram ser fiéis à partitura do compositor, ao passo que os diretores artísticos querem diferenciar suas produções do trabalho dos concorrentes. O que fazer então com as novas divas da ópera e suas brigas? Na opinião de Serge Dorny, gerente geral da Ópera Nacional de Lyon, o papel do gerente será cada vez mais instrumental. Antes de serem tomadas quaisquer decisões a respeito de uma produção, muitas vezes dois ou três anos antes da estreia, o gerente terá de “avaliar se o maestro e o diretor artístico têm condições de trabalhar juntos como uma equipe”. Em caso de eventuais hostilidades, o gerente geral atuará como mediador. Peter Gelb, gerente geral da Metropolitan Opera House de Nova York, já agiu algumas vezes como mediador entre grandes egos. Em suas palavras, seu papel é mais de um produtor de ópera, para garantir que as tensões não prejudiquem o trabalho, do que um administrador. Fontes: Opinião&Notícias The Economist-Opera’s new prima donnas aren’t onstage, but behind the curtain

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Zika, Dengue e quejandos:Em limbo regulatório, mosquito transgênico avança no Brasil

O uso de mosquitos transgênicos pode mudar a forma como o Brasil vem combatendo o Aedes aegypti. Mas, apesar das taxas de sucesso alardeadas por autoridades e pela empresa que inventou o novo inseto, o mosquito OX513A, como foi batizado, é polêmico. O mosquito OX513A, desenvolvido pela empresa britânica Oxitec, será liberado em larga escala em Piracicaba – Image copyright Oxitec. Produzida pela empresa britânica Oxitec, a variação genética do Aedes aegypti poderá ser o primeiro inseto do tipo a ser comercializado no mundo, mais provavelmente, no Brasil, onde vem encontrando seu mais amplo campo de testes. A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou testes em 2011 e uso comercial em 2014, mas a falta de um parecer da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) trava a entrada do mosquito em um mercado que poderá representar milhões em receita para a Oxitec.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Leia também: Conheça cinco animais transgênicos e entenda argumentos contra e a favor de seu uso Um porta-voz da Anvisa disse à BBC Brasil que a agência já informou que “a empresa não poderá comercializar o produto até que conclua essa discussão sobre o enquadramento do mosquito transgênico (em uma categoria que possa ser fiscalizada de acordo com atribuições da agência)”. Diante do limbo regulatório, a Oxitec reparte com a prefeitura de Piracicaba os custos dos testes feitos com o mosquito em um bairro da cidade paulista. Piracicaba poderá se tornar a primeira cidade no país a receber a espécie em larga escala. A prefeitura decidiu ampliar os testes, liberando o OX513A também no centro da cidade, onde vivem 60 mil pessoas – contra 5,5 mil no bairro onde o inseto vinha sendo testado anteriormente. Conflito Segundo a prefeitura e a Oxitec, o Aedes aegypti modificado geneticamente tem apresentado altas taxas de performance nos testes, supostamente reduzindo em muito a ocorrência de dengue, mas os resultados são alvos de críticas por parte da comunidade científica que demonstra preocupação com a ampliação dos experimentos. Esta semana, ativistas e cientistas de Piracicaba levaram à promotora de Justiça de Direitos Humanos e Saúde Pública na cidade, Maria Christina Marton Corrêa Seifarth de Freitas, representação em que, além de voltar a questionar o uso do mosquito, pedem acesso a dados oficiais e detalhados sobre os testes realizados no projeto da Prefeitura batizado de Aedes aegypti do Bem. No ano passado, mais de 150 mil pessoas assinaram uma petição que tentava evitar os testes do OX513A na Flórida – Image copyright Other O grupo queria ainda que o Ministério Público de São Paulo barre a ampliação do projeto para o Centro. Mas, ao contrário dos ativistas, a promotora não vê conflito de interesses no fato de a Oxitec ter sido, segundo o grupo, a única a fornecer os dados que atestam a eficiência do OX513A. “Não vejo conflito de interesse. Os dados da empresa podem ser acompanhados por qualquer cientista, como definido pelo Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) de abril de 2015”, diz ela. “E, no bairro em que o transgênico foi testado, o número de casos confirmados de dengue passou de 133 em 2014 para 1 em 2015”. O TAC obrigava o município e a empresa a liberarem dados mensalmente sobre os testes em Piracicaba, o que vem sendo feito. Mas cientistas questionam o a imparcialidade dos dados apresentados nos documentos liberados até agora e pedem dados oficiais, não gerados pela empresa. “Queremos saber a eficácia antes de a prefeitura ampliar o programa. O mosquito é uma nova espécie. A transgenia está fazendo em laboratório o que a natureza levou milhares de anos para fazer. E o desenvolvimento é de uma empresa privada, que tem interesse em vender. Mas, se der errado, não tem volta”, alerta Eloah Margoni, vice-presidente da Sociedade para a Defesa do Meio Ambiente de Piracicaba, uma das signatárias da representação. Leia também: Especialistas alertam contra armadilha caseira de Aedes que viralizou nas redes Os questionamentos sobre o mosquito transgênico – testado na Malásia, no Panamá e nas Ilhas Cayman – não se restringem ao Brasil. No ano passado, mais de 150 mil pessoas assinaram uma petição que tentava evitar os testes do OX513A na Flórida. Como no Brasil, também nos Estados Unidos a tecnologia ainda não tem aprovação para comercialização. Em janeiro, a Federal Drugs Administration (FDA), o equivalente americano à Anvisa, informou que colocará o pedido da Oxitec para testes na Flórida sob consulta pública, antes de avaliar o impacto ambiental do uso do mosquito transgênico no local, o que, segundo a FDA, não tem data para ocorrer. ‘Cobaia’ O mosquito transgênico é modificado geneticamente para, solto no meio ambiente, levar à redução drástica da população local do inseto. Depois de fecundar fêmeasAedes aegypti selvagens, a maior parte das suas crias morre – no máximo 4% das larvas chegam à vida adulta. De acordo com a empresa que desenvolveu o inseto, ao se reduzir a população do mosquito, caem incidências das doenças transmitidas por ele, como dengue, chikungunya e zika. Mas diversos cientistas, brasileiros e estrangeiros, afirmam que os estudos feitos pela Oxitec – e aceitos pela CTNBio – não são suficientes para garantir a eficiência no combate às doenças. “A população não pode ser cobaia”, critica o biólogo José Maria Ferraz, conselheiro da CTNBio à época em que o órgão inicialmente examinou o OX513A. “Não somos contra modificações genéticas. Somos contra a forma apressada como a liberação foi feita”, diz ele, que também assinou a petição enviada ao Ministério Público em Piracicaba. Dezoito conselheiros votaram na sessão de 10 de abril de 2014 da CTNBio que liberou o mosquito transgênico – 16 a favor, um contra e uma abstenção. Pesquisador convidado do Laboratório de Engenharia Ecológica da Unicamp, Ferraz diz que a liberação do uso comercial do OX513A pelo órgão foi “obscura” e, segundo ele, levou a metade dos 5 anos pelos quais normalmente pedidos como este tramitam. “Foi um processo totalmente avesso à tradição da CTNBio. O uso do mosquito foi liberado antes de testes conclusivos, de campo e de estatística”, diz

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Segurança: o quanto sai do seu bolso

Sabe quantos dias você trabalha para pagar o aparato de segurança pública e privada? 45 dias/ano!!! A Segurança Pública, custa, a cada brasileiro em impostos R$324,00 per capita/ano. A Segurança Privada, custa R$379,00 per capita/ano. Aqui entram; o porteiro do seu prédio; o guarda no banco; o flanelinha; os seguranças nos shoppings; as câmeras de vigilância, etc., ninguém escapa! No total, os brasileiros, pagamos por segurança R$703,00 per capita/ano. O Governo Federal gasta mais com Segurança Pública que com Saúde e Educação. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Design – Vespa Hight-Tec

Vespa MP3 Minotauro O tempo passa, o tempo voa… A Piaggio, tradicional fabricante de “Vespas” ou genericamente chamadas de “Lambretas” revitaliza a velha Vespa que apareceu no mercado no longínquo ano de 1946. A MP3 Minotauro, tem duas rodas na frente e vem com motorização de 125 e 250 cc quatro tempos. Segundo a fábrica, as duas rodas dianteiras garatem melhor aderência e estabilidade e, segundo o fabricante tem um consumo de 25km/lt. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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