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Virgílio Maia – Versos na tarde – 06/02/2016

Alvenaria Virgílio Maia¹ Sobre pedras se eleva este soneto, em trabalhosa faina alevantado, as linhas definidas no traçado da perfeição do prumo e nível reto. Dentre tantos eleito, põe-se ereto rima por rima, embora recatado; ao martelar do metro faz-se alado, opondo ao som a luz deste quarteto. Sobre andaime de verso e de ciência necessário a erguer prova tão dura, deixa o pedreiro, alçado, o rés-do-chão. E sobranceiro ao mundo, àquela altura, Vai concluir, com brava paciência, A obra em que balança o coração. ¹Virgíliao Maia * Limoeiro do Norte, CE. – 1954 d.C >> Biografia de Virgílio Maia [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Zika na saliva: alarmismo ou o prenúncio de um Carnaval mais pudico?

Na véspera do Carnaval, época do beijo, pesquisadores brasileiros anunciam a presença do zika vírus na saliva e urina de pacientes infectados. Fiocruz recomenda que grávidas evitem beijar pessoas com zika (Foto: Youtube) Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciaram nesta sexta-feira, 5, que conseguiram isolar o zika vírus ativo na saliva e urina de pacientes infectados. Se a notícia tem algum significado importante ninguém sabe ainda. Mas, em época de epidemia e Carnaval, a informação estampou instantaneamente as manchetes dos principais sites de notícias, gerando ansiedade na população e tirando o foco do mosquito.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Leia também: Não engravidar até quando? Leia mais: Epidemia de zika vírus seria motivo para cancelar Olimpíadas? A notícia veio um dia depois de o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) acusar o governo brasileiro e a Fiocruz de sonegarem material genético e informações numéricas importantes sobre o zika vírus no Brasil. Nesse contexto, a pesquisa parece uma tentativa de “mostrar serviço”, sem trazer nada de concreto para a população a não ser alarmismo. Achar vírus em cultura de célula é uma coisa, saber como ele é transmitido é outra totalmente diferente. Após o anúncio, a Fiocruz recomendou precaução extra para grávidas: devem evitar beijar pessoas com zika, compartilhar objetos como talheres e grandes aglomerações. Não está claro o raciocínio quanto a aglomerações, mas com ou sem epidemia de zika, de um modo geral mulheres grávidas devem tomar precauções maiores para proteger seu bebê. O importante mesmo é que as pessoas não esqueçam do mosquito ao achar que a doença passa de qualquer jeito, como uma gripe. Neste momento, o melhor conselho é relevar possíveis mecanismos de transmissão alternativos, seja saliva ou ato sexual, e lembrar o repelente antes de cair na folia. ViaOpinião&Notícia

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Zika e aborto: Camisinha é ‘decisão pessoal’ e mães devem encarar microcefalia como ‘missão’, diz arcebispo

A Igreja Católica dá “muito espaço à decisão pessoal” pelo uso de camisinhas, mas não aceita o aborto porque “ninguém pode decidir sobre vida e morte de um ser humano”, diz o cardeal dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo. Em entrevista na Cúria metropolitana, um casarão de Higienópolis onde são tomadas decisões administrativas da arquidiocese, dom Odilo afirma que os bispos ainda não se reuniram para discutir o tema, mas que gestantes de fetos com microcefalia “devem encará-los como uma missão”. “Toda gravidez sempre envolve alguma incógnita e pode resultar em alguma anomalia, o que é indesejável. (…) Um bebê (microcéfalo), embora tenha suas limitações, pode ter certa autonomia. É uma pessoa que terá alegrias na vida. Então, (é preciso) acolher esse ser humano com suas limitações e encarar como uma missão a ser acompanhada durante toda a vida.”[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] À BBC Brasil, o arcebispo qualifica números divulgados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e do SUS (Sistema Único de Saúde) sobre abortos realizados no Brasil como “aproximativos” e “duvidosos”. Segundo a OMS, 1 milhão de abortos ilegais são feitos por ano no país e matam uma mulher a cada dois dias. Leia também: ‘Aborto já é livre no Brasil. Proibir é punir quem não tem dinheiro’, diz Drauzio Varella “Mas não há que se duvidar que se fazem muitos abortos clandestinos e que há problemas e até mortes de mulheres”, diz. “Isso é extremamente lamentável.” Como primeira solução, ao contrário da descriminalização, o religioso defende a fiscalização e propõe que governo e autoridades combatam “clínicas e mesmo os abortos clandestinos com base na lei”. Para dom Odilo, um dos 13 filhos de imigrantes alemães que chegaram ao Rio Grande do Sul, o foco da discussão sobre o aborto está na “origem da vida dos fetos”, e não na quantidade ou na classe social das mulheres que se submetem ao procedimento – por ano, mais de 200 mil são internadas no SUS com complicações pós-aborto. “É ser humano. Ainda em formação, mas é ser humano”, afirma. “O bebê não nascido, (seja com) apenas 12 semanas ou com 20 semanas de gestação, é humano desde o primeiro instante da concepção.” Já o uso de métodos contraceptivos seria “bem diferente”, diz o arcebispo. “Não é uma solução simplista, use ou não use”, afirma. “Os casais sabem muito bem como prevenir uma gravidez indesejada. Não sou eu a ensinar.” Dom Odilo explica seu raciocínio: “Nos contraceptivos, não se trata de uma vida já gerada, mas de evitar a geração de uma vida. No caso do aborto, se trata de intervir para suprimir uma vida”. Leia também: ‘Sou plena, feliz e existo porque minha mãe não optou pelo aborto’, diz jornalista com microcefalia Para líder católico, gestantes devem encarar fetos com microcefalia como uma “missão” – Image copyright Getty ‘Não se pode culpar o governo’ Às pessoas que defendem o direito de escolha pelo aborto e afirmam que mulheres “não têm culpa” pelo fracasso na erradicação do Aedes aegypti, Dom Odilo responde que “não se pode culpar o Estado pelo fato de haver o mosquito”. “O mosquito apareceu e ele se prolifera. Mesmo que o Estado faça talvez a sua parte o mosquito vai continuar existindo”, diz Dom Odilo. “A culpa não pode ser atribuída ao Estado simplesmente. Muito menos ainda isso pode ser argumento em favor de um suposto direito que está sendo lesado.” Personalidades como o ex-ministro da saúde José Gomes Temporão, que adiantou à BBC Brasil na última quarta-feira que também vai pedir a descriminalização do aborto ao STF (Supremo Tribunal Federal), discordam e atribuem a responsabilidade ao governo. “Cerca de 80% dos focos (de zika) no Nordeste não estão lá por culpa das famílias. Elas não têm acesso a água de forma contínua, por isso estocam. O Brasil enfrenta surtos permanentes há 30 anos porque estas questões não foram atacadas”, disse Temporão. Horas depois desta entrevista com o arcebispo, a presidente Dilma Rousseff fez pronunciamento em rede nacional pedindo “ajuda e boa vontade de todos” na “verdadeira batalha” contra o Aedes. “Se nos unirmos, a maneira de lutar se torna simples”, disse a presidente. “Não podemos admitir a derrota porque a vitória depende da nossa determinação.” Leia também: Ex-ministro da Saúde apoiará pedido de aborto legal por microcefalia no STF Ex-ministro da Saúde, Temporão diz apoiar pedido pela descriminalização do aborto nesses casos Estado laico e eugenia Questionado sobre a interferência da Igreja na legislação em um Estado laico, como o Brasil, Dom Odilo diz que “valores universais como dignidade humana, direitos humanos, honestidade e justiça” são “compartilhados independente de religião”. “O aborto não é um fato religioso enquanto tal, é um fato moral e ético. A vida do ser humano é um valor, não entra em jogo a fé religiosa.” O cardeal arcebispo então associa o aborto em caso de microcefalia a uma “seleção dos indivíduos que podem nascer, de acordo com suas possibilidades de render ao longo de sua vida”. “Acho que se a humanidade se orientar por privilegiar somente os que são saudáveis, fortes e poderosos, nos estaremos encaminhando para a eugenia”, diz. “A lei da eugenia manda eliminar. Essa forma de raciocinar em relação ao ser humano é absolutamente indigna na civilização”. O termo “eugenia” se refere a técnicas que visam “melhorar qualidades físicas e morais de gerações futuras”, segundo o dicionário Michaelis, e frequentemente é associado a políticas de controle social adotadas por Adolf Hitler durante o regime nazista alemão. A reportagem pergunta se é o caso das mulheres pobres que optam para o aborto pela precariedade dos sistemas de saúde e saneamento nas periferias. O cardeal recua: “A eugenia é uma doutrina assumida oficialmente por Estados, por leis. Não digo que pessoas individualmente praticando atos que não são aceitáveis já estejam praticando eugenia ou adotando esta ideologia”. Leia também: Grupo prepara ação no STF por aborto em casos de microcefalia ‘Debate será feito’ Os dados mais recentes do Ministério da Saúde apontam 404 casos confirmados de bebês com microcefalia e/ou

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Ética

Xenófanes, pré-socrático, sustentava ser a Ética um monte de regras inventadas por estadistas interessados em dominar os semelhantes. Demócrito, dizia que apenas com o conhecimento se chegaria ao exercício da Ética. Protágoras, supunha a Ética incrustada na mente dos homens. Georgias de Leontino, replicava afirmando que ela se baseava apenas nos sentidos. Sócrates, concordou em que só o conhecimento conduzia ao comportamento ético, mas embaralhou as cartas ao acrescentar que o conhecimento também levava a anti-Ética, porque a força se transformara num direito, e a justiça, num interesse. Platão, defendeu a criação artificial de homens éticos. Para tanto, certas crianças, fisicamente perfeitas, seriam separadas das mães e do convívio dos cidadãos comuns quando completassem sete anos.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Aristóteles, era, para Platão, o bezerro que ele havia criado e agora lhe dava coices, pois escreveu ser a Ética o caminho individual para a felicidade: o homem é ético para sentir-se bem com ele mesmo, pouco se importando com os resultados de seu comportamento na sociedade, se para aprimorá-la ou piorá-la. Jesus, Paulo de Tarso, Santo Agostinho, Santo Thomaz de Aquino, e depois os escolásticos misturaram a Ética com a religião. A Ética, para eles, visava ao reino dos céus, a “Cidade de Deus”, não se constituindo num fim em si mesma, mas em princípios criados pelo Padre Eterno para conduzir os homens ao paraíso. Maquiavel, desprezou a Ética individual estabelecendo importar apenas o funcionamento do regime político, para o qual a Ética deveria estar voltada. Disse que a violência e a fraude poderiam ser éticas, desde que contribuíssem para o sucesso de um governo capaz de atender as necessidades dos governados. Sentimentos pessoais, inclinações e realizações íntimas não vinham ao caso. Erasmo de Rotterdam, melou o jogo ao comparar os monges a asnos, quando eles se preocupavam apenas com a forma e com os rituais, esquecendo-se do conteúdo, o indivíduo. A força motriz da Ética era, para ele, a busca da paz. Thomaz Hobbes, aquele que sustentou ser o homem o lobo do homem, dizia ser ético por egoísmo: para que o colega do lado também fosse ético com ele. Spinoza, confirmou que apenas seremos éticos dispondo do conhecimento, capaz de levar-nos a liberdade e a felicidade. Voltaire, defendeu fundamentar-se a Ética nas boas intenções de ingênuos e pobres, como revanche contra os homens ricos e maus. Rousseau, afirmava que se somos livres seremos obrigados e compelidos a ser éticos. Kant, defendia que a Ética transcende o indivíduo, existindo como valor universal. Hegel, a Ética visa a unificar a conduta e o caráter. Marx, atrela a Ética as lutas de classe. Nega sua universalidade e fala que a Ética do operário jamais será a do patrão. Nietzsche, criou a Ética da violência, ou seja, ético é o que luta, vence e sobrevive. O que perde e fracassa não é. Max Weber, estabelece a Ética do lucro: ético é ganhar dinheiro. Jacques Maritain, volta a Aristóteles. Para ele, a Ética se localiza no âmago do indivíduo, não na experiência nem nas exigências do mundo. Somos éticos para nos realizarmos internamente, e essa realização leva ao bem-comum. Marcuse ensina a necessidade de ser ético através da satisfação das necessidades do indivíduo e da sociedade. Noam Chomsky, nos dias de hoje, condena a Ética do capitalismo, que destrói a Ética do cidadão.

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Das proibições e dos ecologistas de carteirinha

Ainda existem articulistas, na imprensa brasileira, capazes de nos brindar com textos que nos permitem apreciar a beleza da inteligência, a contundência do argumento e a capacidade do uso do idioma para formular petardos. É o caso de Nelson Ascher que escreve na Folha de São Paulo. No texto abaixo, o articulista denuncia, a partir de uma paródia de um texto do teólogo alemão Martin Niemöller, a possibilidade de estarmos a caminho de uma nova forma de totalitarismo. Para o deleite, dos que ainda usam os neurônios na plenitude… José Mesquita Quando vieram atrás das lâmpadas incandescentes, não protestei porque já me habituara a ler à luz de outras; quando baniram os bifes, não disse nada porque podia comer pizzas; quando eliminaram os transgênicos, tampouco reclamei, pois meu salário bastava para comprar alimentos orgânicos; quando proscreveram os vôos internacionais, dei de ombros, pois já conhecia Paris, Londres, Veneza; quando tornaram proibitivo o uso de automóveis, obrigando todos a se aglomerarem em ônibus e metrôs, calei-me porque trabalhava em casa; quando plastificaram as genitálias alheias para limitar a produção de bebês, ri da história porque não me dizia respeito; quando criminalizaram a sátira, os comentários politicamente incorretos, a obesidade, o fumo etc., aí, obviamente, já era tarde demais para abrir o bico.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Poucas décadas atrás, todas as proibições mencionadas teriam parecido ridículas, quando não absurdas. Dependendo de onde a vítima viva, hoje a maioria delas se tornou real demais. E muitas estão sendo impostas aos cidadãos não por meio de mecanismos democráticos, como a discussão e o voto, mas através de lobbies endinheirados que pressionam governos para que estes imponham à sociedade as manias desta ou daquela minoria obsessiva. O lobby mais poderoso e articulado é, sem dúvida, o dos verdes ou ecologistas. Esse pessoal não apenas meteu na cabeça que, devido a algumas variações de frações de graus nos últimos cem anos, o planeta está prestes a se derreter, como se convenceram também de que nós, ou seja, os seres humanos, é que somos a causa do suposto desastre. Gente como Al Gore, os militantes do Greenpeace e os burocratas transnacionais da ONU selecionam a dedo, entre inúmeras hipóteses contraditórias, as poucas que lhes confirmam os preconceitos, obtêm apoio de alguns cientistas que acreditam nelas, conseguem o silêncio de muitos outros e, valendo-se de modelos computacionais às vezes duvidosos, muitas vezes discutíveis e discutidos, transformam em verdade absoluta o que mal passa, no momento, de uma especulação entre tantas, declarando, precipitada e acientificamente, que se trata de consenso indiscutível. Para completar, demonizam ou isolam quem quer que levante a menor objeção. Mas, como não faltam mais aqueles que estão devidamente habituados a/e vacinados contra seu terrorismo conceitual (e, não raro, seu terrorismo propriamente dito), o fato é que, se submetidas aos processos decisórios normais de uma democracia, as medidas que eles reivindicam para combater tais males imaginários jamais seriam referendadas pelo grosso do eleitorado. Aí entram milionários como George Soros, companhias preocupadas com o efeito da propaganda negativa, firmas interessadas em vender produtos ecologicamente corretos, economias estagnadas que vêem nessa medida uma maneira de prejudicar as que andam a pleno vapor, países, ou antes, governos e elites do Terceiro Mundo aos quais se promete certa vantagem financeira em troca de apoio e assim por diante. Um exemplo ajuda: pouco antes de deixar a presidência dos EUA para se tornar uma presença requisitada em Davos e lobbista internacional, Bill Clinton assinou o Protocolo de Kyoto. Por que é que só o fez então? Porque sabia que o documento não tinha a menor chance de passar pelo Senado. Embora seu gesto fosse, como tal, inútil, este aumentava sua popularidade entre o jet-set internacional em detrimento, é claro, da imagem de seu país. E isso apesar de sabermos que Kyoto era praticamente inútil, que as nações mais vocalmente empenhadas em seu sucesso têm sido as que mais longe ficaram das metas propostas. A preocupação exacerbada com o clima e o meio ambiente, coisas cujo funcionamento se conhece pouco e mal, já resultaria em problemas imediatos, pois, para a parcela miserável da humanidade, dificulta cada vez mais a superação de seu estado. O que a faz ainda pior é o fato de que seja usada para encobrir ou eclipsar as questões verdadeiramente urgentes, os perigos autênticos que nos rondam: fanatismo religioso e conflitos interétnicos, terrorismo e banditismo internacionais, contrabando de armas e narcotráfico, migrações descontroladas, ditaduras genocidas em vias de adquirir armamentos nucleares. Nada disso, porém, desviará a atenção de milhares ou milhões de militantes que, como os adeptos de qualquer seita, são movidos por dois desejos prazerosos, a saber, o de policiar a vida alheia e o de punir o sucesso de sociedades inteiras que não comungam de sua fé apocalíptica.

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Facebook e Instagram proíbem venda de armas

Medida, que impede transações entre particulares de armas sem registro, ocorre após pressão de Obama.  SHWAN MOHAMMED AFP / Reuters-LIVE! A venda de armas pela Internet nos Estados Unidos tem que enfrentar um novo obstáculo: a rede social Facebookanunciou que desde sexta-feira está proibido o uso de suas páginas –e as do Instagram, sua plataforma de compartilhamento de fotos- para esse tipo de negociação entre particulares. MAIS INFORMAÇÕES WhatsApp quer compartilhar a sua informação com o Facebook Facebook, acesso à Internet para os pobres na Índia ou lucro com eles? A balcanização da internet pode começar no Brasil Ninguém mais quer conversar? A medida representa um passo a mais para o Facebook, que há dois anos já limitava o uso de suas redes para a venda de armas. Responde também à pressão do Governo de Barack Obama (EUA) e de grupos que defendem maior controle sobre o acesso a armas, como a organização Everytown. Embora o Facebook e o Instagram não permitam realizar a venda direta, nos últimos anos suas redes vinham sendo cada vez mais utilizadas tanto por empresas de armas quanto por pessoas físicas para anunciar seus produtos e permitir o contato para possibilitar o fechamento da negociação.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Desde 2014 a plataforma proíbe expressamente que as pessoas físicas incluam avisos como “não é necessário atestado de antecedentes” para a negociação de armas. A partir de agora, a proibição é estendida para impedir “que as pessoas usem o Facebook para oferecer e combinar vendas particulares de armas de fogo”, conforme disse ao EL PAÍS, por e-mail, um porta-voz da empresa. A proibição, no entanto, não atinge os vendedores autorizados de armas, que poderão continuar usando o Facebook e o Instagram para anunciar seus produtos, desde que a venda final seja feita fora das plataformas, explica a empresa, que passa assim a aplicar às armas as mesmas proibições vigentes para a venda de maconha, remédios e drogas ilegais em suas redes. O Facebook menciona a necessidade de “atualizar” suas políticas e práticas conforme evolui e se amplia o uso das redes sociais em cada vez mais aspectos, mas não faz nenhuma referência a questões políticas para esta mudança em suas regras. Mas o momento escolhido não é acidental: há menos de um mês o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, lançou uma nova ofensiva para tentar controlar minimamente a violência com uso de armas. No centro da nova série de ações executivas que estabeleceu há medidas que dificultam a venda de armas pela Internet, uma das principais brechas aproveitadas por pessoas que não podem comprar —por antecedentes criminais ou histórico de problemas mentais— uma arma com registro numa loja. Algumas horas antes do anúncio do Facebook, na noite de sexta-feira, a organização Everytown for Gun Safety, surgida depois da chacina de 20 crianças e 6 adultos em Newtown, Connecticut, em dezembro de 2012, tinha publicado um relatório mostrando que as plataformas digitais, entre elas o Facebook, permitem o comércio não regulamentado de armas no Estado de Nevada. A Everytown considerou uma “vitória” a decisão do Facebook. Silvia Ayuso

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Quatro cenários de ‘fim do mundo’ previstos por Stephen Hawking

A humanidade corre o risco de ser extinta graças a perigos criados por ela mesma, segundo o físico britânico Stephen Hawking. Hawking já alertou várias vezes para a possibilidade de a própria humanidade desencadear o fim do mundo – Image copyright PA Hawking foi o convidado deste ano das chamadas Reith Lectures – evento que desde 1948 convida pessoas de projeção pública para uma série anual de palestras transmitida pela emissora de rádio BBC Radio 4. Segundo o cientista, existem quatro cenários possíveis para um fim do mundo criado pela própria humanidade. E o progresso na ciência e tecnologia criará “novas formas de as coisas darem errado”. “Apesar de serem baixas as possibilidades de um desastre no planeta Terra em um ano qualquer, isso vai se acumulando com o tempo e se transforma em uma quase certeza para os próximos mil ou dez mil anos”, disse Hawking.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Hawking já fez vários alertas antes a respeito dos perigos que a humanidade estava criando. Veja abaixo os quatro possíveis motivos para um fim do mundo, segundo a opinião do cientista. 1) Inteligência artificial O clássico de Kubrick, ‘2001: Uma Odisseia no Espaço’ já previa um computador com inteligência artificial que saía de controle Foto: Moviestore/Rex/Shutterstock Stephen Hawking acredita que os esforços para criar máquinas que pensem sozinhas são uma ameaça à nossa existência. “O desenvolvimento de uma inteligência artificial total (AI) pode levar ao fim da raça humana”, disse o físico à BBC em 2014. Segundo ele, as formas primitivas de inteligência artificial desenvolvidas até o momento já provaram ser úteis, mas Hawking teme as consequências de se criar algo que possa se igualar ou até superar os humanos. “(As máquinas) iriam evoluir sozinhas, refazer o próprio projeto a uma velocidade cada vez maior. Humanos, que são limitados por uma evolução biológica lenta, não poderiam competir e seriam substituídos.” Hawking não é o único que teme a inteligência artificial. O cinema americano já tratou a questão como uma ameaça em vários filmes como 2001: Uma Odisseia no Espaço (de 1968), Bladerunner (de 1982), a série de filmes O Exterminador do Futuro, entre outros. 2) Guerra nuclear O poder das armas nucleares aumentou muito desde os primeiros testes na década de 1950 (Foto: Nasa) Se as máquinas não nos matarem, nós poderemos fazer isso por conta própria. “O fracasso humano que eu mais gostaria de corrigir é a agressão”, disse Hawking em uma palestra no Museu da Ciência de Londres, em 2015. “Pode ter sido uma vantagem para a sobrevivência na época dos homens das cavernas, para conseguir mais comida, território ou parceiros para reprodução, mas agora é uma ameaça que pode destruir todos nós.” As armas de destruição em massa atuais são capazes de acabar com a vida na Terra, e a proliferação dos arsenais nucleares é uma grande preocupação mundial. “Uma grande guerra mundial significaria o fim da civilização e talvez o fim da raça humana”, disse Hawking. 3) Vírus criado por engenharia genética Segundo Hawking, vírus criados em pequenos laboratórios podem dar grande dor de cabeça futura à humanidade (AP/Arquivo) E as armas nucleares podem não ser a pior ameaça entre as invenções da humanidade. Em 2001, Hawking disse ao jornal britânico Daily Telegraph que a raça humana enfrenta a perspectiva de ser exterminada por um vírus criado por ela mesma. “No longo prazo, fico mais preocupado com a biologia. Armas nucleares precisam de instalações grandes, mas engenharia genética pode ser feita em um pequeno laboratório. Você não consegue regulamentar cada laboratório do mundo. O perigo é que, seja por um acidente ou algo planejado, criemos um vírus que possa nos destruir”, disse o cientista ao jornal. “Não acho que a raça humana vai sobreviver aos próximos mil anos, a não ser que nos espalhemos pelo espaço. Há muitos acidentes que podem afetar a vida em um único planeta.” Novamente, temores como esse já foram retratados por Hollywood. Filmes como12 Macacos, Eu Sou A Lenda e a série Resident Evil são apenas alguns dos que mostram um cenário no qual vírus feitos pelos homens destroem a sociedade. 4) Aquecimento global Para o cientista, se aquecimento global continuar, a Terra corre o risco de ficar parecida com Vênus (Foto: Nasa) Stephen Hawking descreveu um cenário futurístico apocalíptico no documentário A Última Hora, de 2007. “Uma das consequências mais graves de nossas ações é o aquecimento global, causado pela emissão de crescentes níveis de dióxido de carbono resultantes da queima de combustíveis fósseis. O perigo é que o aumento da temperatura se transforme em (um processo) autossustentável, se é que já não está assim.” “Secas e devastação de florestas estão reduzindo a quantidade de CO2 que é reciclada na atmosfera”, afirmou. “Além disso, o derretimento das calotas polares vai reduzir a quantidade de energia solar refletida de volta para o espaço e assim aumentar ainda mais a temperatura. Não sabemos se o aquecimento global vai parar, mas o pior cenário possível é que a Terra se transforme em um planeta como Vênus, com uma temperatura de 250 graus na superfície e chuvas de ácido sulfúrico.” “A raça humana não pode sobreviver nestas condições”, acrescentou. BBC

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