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Oscar Wilde – Reflexões na tarde – 18/01/2016

Desobediência: virtude original do homem Oscar Wilde¹ Qualquer pessoa que tenha lido a história da humanidade aprendeu que a desobediência é a virtude original do homem. O progresso é uma conseqüência da desobediência e da rebelião. Muitas vezes elogiamos os pobres por serem econômicos. Mas recomendar aos pobres que poupem é algo grotesco e insultante. Seria como aconselhar um homem que está morrendo de fome a comer menos; um trabalhador urbano ou rural que poupasse seria totalmente imoral. Nenhum homem deveria estar sempre pronto a mostrar que consegue viver como um animal mal alimentado. Deveria recusar-se a viver assim, roubar ou fazer greve – o que para muitos é uma forma de roubo. Extraído da Obra “A Alma do Homem Sob o Socialismo”, de 1891 ¹Oscar Fingall O’Flahertie Wills Wilde * Londres, Inglaterra – 16 de Outubro de 1854 d.C + Londres, Inglaterra – 30 Novembro de 1900 d.C >> Biografia de Oscar Wilde [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Internet: A Amazon e os segredos na “nuvem de dados”

A empresa Amazon ficou mundialmente famosa como a primeira e mais lucrativa livraria online. Depois ela tornou-se a maior loja virtual do planeta vendendo de roupas à eletrônicos. Mas o que pouca gente sabe é que o grande negócio da Amazon hoje é o controle de quase um terço do fluxo mundial de dados na internet, por meio de uma rede de bancos de dados estrategicamente localizados em endereços sigilosos nos Estados Unidos. É a maior empresa privada do planeta no ramo de banco de dados tendo uma participação na chamada computação em nuvem maior do que a mega estrutura da Google. O mais importante e também o mais vulnerável de todos os data centers da Amazon Web Services (AWS) fica na parte norte do estado norte-americano da Virginia, uma região onde segundo uma reportagem da revista The Atlantic é uma espécie de capital mundial da “nuvem” por onde circulam atualmente 2/3 de todos os dados digitalizados no planeta.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Os bancos de dados da Amazon são administrados por uma subsidiaria chamada Vadata Inc e o principal deles está instalado num quarteirão chamado Tysons Corner, onde além dos serviços inteligência dos Pentágono , estão também os servidores de empresas com AOL, MCI e Uunet, todas do ramo de dados guardados na nuvem. É por isto que a The Atlantic apelidou o Tysons Corner como o “quarteirão da espionagem cibernética”. A revista estima que 70% do trafego mundial de dados passa pelos data centers do norte da Virginia, uma área estrategicamente situada nas proximidades de Washington mas fora do alcance de eventuais ataques nucleares. Reproduzimos a seguir três parágrafos (em inglês) da reportagem “Why Amazon’s Data Centers Are Hidden in Spy Country”: …The fact that northern Virginia is home to major intelligence operations and to major nodes of network infrastructure isn’t exactly a sign of government conspiracy so much as a confluence of histories (best documented by Paul Ceruzzi in his criminally under-read history Internet Alley: High Technology In Tysons Corner, 1945-2005). To explain why a region surrounded mostly by farmland and a scattering of American Civil War monuments is a central point of Internet infrastructure, we have to go back to where a lot of significant moments in Internet history take place: the Cold War. Postwar suburbanization and the expansion of transportation networks are occasionally overlooked, but weirdly crucial facets of the military-industrial complex. While suburbs were largely marketed to the public via barely concealed racism and the appeal of manicured “natural” landscapes, suburban sprawl’s dispersal of populations also meant increased likelihood of survival in the case of nuclear attack. Highways both facilitated suburbs and supported the movement of ground troops across the continental United States, should they need to defend it (lest we forget that the legislation that funded much of the U.S. highway system was called the National Interstate and Defense Highways Act of 1956). Both of these factors were at play in the unincorporated area of northern Virginia known as Tysons Corner, an area just far away enough from Washington to be relatively safe from nuclear attack but close enough to remain accessible. One of the region’s earliest military outposts was actually a piece of communications infrastructure: a microwave tower built in 1952 that was the first among several relays connecting Washington to the “Federal Relocation Arc” of secret underground bunkers created in case of nuclear attack… Para ler o texto completo da reportagem da The Atlantic clique aqui

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A princesa africana dada de presente à rainha da Inglaterra

Lady Sarah Forbes Bonetta Davies (photographed by Camille Silvy, 1862) She was born into a royal West African dynasty, and was orphaned in 1848, when she was around five years old, when her parents were killed in a slave-hunting war. In 1850, Sarah was taken to England and presented to Queen Victoria as a “gift” from the King of Dahomey. She became the queen’s goddaughter and a celebrity known for her extraordinary intelligence. She spent her life between the British royal household and her country. Sadly, she’d been in poor health for some time: she had tuberculosis, and died at the age of 37 in 1880. She was buried in Funchal Madeira. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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O mistério dos cinco editores chineses desaparecidos

Cinco editores de uma mesma empresa especializada na publicação de livros sobre corrupção no governo chinês estão desaparecidos misteriosamente. O último a sumir sem explicações é Lee Boo, de 65 anos, coproprietário da editora Mighty Current , sediada em Hong Kong. Ele não foi mais visto desde a virada do ano quando não voltou para casa após uma reunião. O primeiro dos editores da Mighty Current a desaparecer foi Gui Minhai, cujo ultimo contato foi feito na Tailândia, no começo de outubro. Entre novembro e dezembro de 2015, três outros funcioarios da editoria não foram mais vistos. A policia chinesa afirma que está investigando o caso mas os desaparecimentos assumem cada vez mais um viés político.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] É o que garante a reportagem “The Case of the Missing Hong Kong Book Publishers”, publicada pela revista New Yorker em 8 de janeiro e da qual publicamos os parágrafos (em inglês ) a seguir: …Although none of the booksellers have disclosed their locations, a few have been in sporadic contact with family members to communicate, in opaque terms, that they are “assisting in an investigation.” On the phone with his wife, Sophie Choi, earlier last week, Lee conveyed that he was calling from Shenzhen, specifying that he, too, was voluntarily helping with a case but, strangely, spoke in Mandarin, the standard mainland dialect, rather than his native Cantonese. Choi asked why his mainland travel permit, which he would normally have needed to visit Shenzhen, was still at home. A few days later, in a fax to a colleague and his wife, Lee wrote that he had travelled to Shenzhen “by his own methods,” and implied that he would be staying on the mainland for some time in order to aid in the investigation. That letter added that Lee “had to handle the issue concerned urgently and could not let outsiders know.” So far, these baffling correspondences have raised more questions than they have answered. What is the investigation? Are they assisting in its proceedings or detained as the target of the investigation? For the moment, Choi has dropped the missing-persons police report based on her belief in the authenticity of her husband’s handwriting, although some Hong Kong politicians have openly raised the possibility that the letter was written under duress. Gui is a Swedish national and Lee holds a British passport, and both countries have expressed deep concern about their missing citizens. Chinese officials have not publicly acknowledged their involvement in the disappearances, or in any “investigation.” After British Foreign Secretary Philip Hammond inquired about the status of the booksellers, however, Chinese Foreign Minister Wang Yi described Lee Bo as “first and foremost a Chinese citizen.” Taken together with an editorial in China’s nationalist Global Times, in which Mighty Current was accused of “profiting on political rumors,” selling books with “trumped-up content,” and making money through “disrupting mainland society,” the implication seems evident enough. To be a Chinese citizen, even one living in a semi-autonomous territory with its own set of laws, seems to mean being subject to China’s strictures and within its reach… O texto integral da reportagem pode ser lido aqui.

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Governos que enganam a si mesmos

O problema endêmico da quantificação e manipulação estatística de dados nas economias centralizadas. Funcionários sabem que seus empregos (e às vezes suas vidas) dependem de atingir essas metas e, assim, os números são alterados (Foto: Wikimedia) No final da década de 1980, Mikhail Gorbachev tentou corajosamente recuperar a economia da antiga União Soviética, bastante deteriorada em comparação com a situação econômica dos países ocidentais. Mas como Robert Service revelou em seu livro The End of the Cold War: 1985-1991, nem mesmo Gorbachev percebeu o estado tão crítico da economia soviética. Service teve acesso aos registros das reuniões do Politburo. A partir da leitura desses documentos ficou evidente que os números oficiais das despesas com defesa em proporção ao PIB haviam sido subestimados. Em geral, as estatísticas não eram confiáveis.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Em determinada ocasião, os negociantes de armas soviéticos tentaram fazer um acordo com Ronald Reagan e descobriram constrangidos que não sabiam quantos mísseis nucleares o país tinha. Esse problema é endêmico em  países com economias centralizadas. Os governos estabelecem metas no seu escalão superior; os burocratas e funcionários do partido sabem que seus empregos (e às vezes suas vidas) dependem de atingir essas metas e, assim, os números são alterados para cumpri-las. Além disso, quase sempre as metas estão erradas. No final da década de 1980, a maioria dos países ocidentais substituiu a economia baseada na produção industrial por uma concentração maior no setor de serviços, mas a antiga União Soviética continuou obcecada com a produção de ferro e aço. O colapso dos preços da energia expôs os problemas reais da economia. Gorbachev não estava disposto a dar ajuda financeira aos países comunistas do Leste Europeu,  nem para seu mérito eterno, de fazer uma intervenção militar para apoiá-los. Por fim, os cidadãos desses países conseguiram depor seus governantes. A Argentina e a Venezuela são exemplos recentes da manipulação de dados econômicos. No caso da Argentina, o governo Kirchner alterou sistematicamente os índices da inflação. A Venezuela, um país com grandes reservas de petróleo, administrou tão mal a economia que agora enfrenta um enorme déficit orçamentário, uma inflação galopante e a falta de produtos básicos de consumo nas prateleiras dos supermercados. E os que tentaram mostrar os números reais foram acusados de ajudar os especuladores estrangeiros. The Economist-Self-deluding governments

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“Down” no “high society”. O retrato de um imbecil grosseiro, por Paulo Nogueira

Não me agrada nem um pouco expor a miséria intelectual e a falta de modos de alguém.Mas é chocante o retrato que Paulo Nogueira, no Diário do Centro do Mundo, traça do bobalhão que ofendeu as filhas e o próprio Chico Buarque pelas redes sociais. É alguém que, pela idade e pelos ambientes que frequenta, se fosse exigir demais ter raciocínio, não seria que tivesse modos. Tá “down” no “high society”, como cantavam há quase 40 anos a Elis Regina e a Rita Lee. Quem é o ‘jornalista chic’ que Chico vai processar por calúnia. Por Paulo Nogueira Chico Buarque tomou uma grande decisão: processar quem o insulta na internet. O primeiro da fila é o “jornalista” João Pedrosa, que chamou Chico e família de ladrões num comentário no Instagram. Coloquei aspas em jornalista porque não se conhece nada de relevante, ou mesmo irrelevante, que Pedrosa tenha publicado na imprensa.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Esquerda”] Uma visita a seu Facebook revela um revoltado online e um esnobe da “alta” sociedade. Em 2014, depois de uma decisão do STF e pouco antes da Copa, ele publicou por exemplo o seguinte texto: “”STF decide que não houve quadrilha”. Então tá! LULADRÃO não era o chefe do mensalão, mas DILMERDA ainda é a PRESIDANTA. BLACK BLOC neles! Se nem de cadeia os políticos tem mais medo, deveriam temer a morte. O BRASIL PRECISA DE TERRORISMO! Agora juiz ladrão não é só no futebol, mas no supremo também. NÃO VAI TER COPA !!!!!!!!!!!” Pouco tempo depois, prosseguiu: O Supremo Tribunal Federal é uma quadrilha! O dinheiro roubado do PT não só pagou as multas como comprou os juízes ! O chefe Luladrão escapou, e agora a quadrilha também. BLACK BLOC neles ! NÃO VAI TER COPA! O Brasil chegou num ponto que a violência se justifica. Essa decisão foi feita na véspera do carnaval para enganar (de novo!) o país. A última solução é o terrorismo, ou então, vudu. País de merda! Parêntese: um amigo de Pedrosa, o jornalista Mario Mendes, comentou neste post: “Gosto de vudu. Pratico.” Percebe-se, aí, um doente, um psicopata, um desequilibrado que se julga no direito, publicamente, de pregar terrorismo, dizer que o STF foi comprado e chamar Lula de Luladrão e Dilma de Dilmerda. Fora isso, decreta que o Brasil é um país de merda. Ora, ora, ora. Talvez aqui, no último ponto, ele tenha um laivo de razão, porque merece críticas um país que deixa alguém como Pedrosa fazer impunemente acusações tão graves. É por isso que Chico deve receber palmas, e de pé.

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