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Pablo Neruda – Versos na tarde

Amor, quantos caminhos Pablo Neruda¹ Amor, quantos caminhos até chegar a um beijo, que solidão errante até tua companhia! Seguem os trens sozinhos rodando com a chuva. Em Taltal não amanhece ainda a primavera. Mas tu e eu, amor meu, estamos juntos, juntos desde a roupa as raízes, juntos de outono, de água, de quadris, até ser só tu, só eu juntos. Pensar que custou tantas pedras que leva o rio, a desembocadura da água de Boroa, pensar que separados por trens e nações tu e eu tínhamos que simplesmente amar-nos com todos confundidos, com homens e mulheres, com a terra que implanta e educa cravos. ¹Neftalí Ricardo Reyes * Parral, Chile – 12 de Julho de 1904 d.C + Santiago, Chile – 23 de Setembro de 1973 d.C Prêmio Nobel de Literatura em 1971 [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Cerveró indica propina de US$ 100 mi no governo FHC

Ex-diretor de Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró garantiu a investigadores da Operação Lava Jato que a compra do conglomerado de energia argentino Pérez Companc (PeCom) pela Petrobras em julho de 2002, por US$ 1,02 bilhão, “envolveu uma propina ao governo FHC de US$ 100 milhões”.  Cerveró atribuiu as informações a diretores da Perez Companc e a Oscar Vicente, executivo argentino que presidia a empresa. A declaração, citada em reportagem do jornal Valor, foi feita antes do acordo de delação premiada do ex-diretor com a PGR, e está em documento apreendido no gabinete do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) em novembro do ano passado. A Polícia Federal (PF) investiga como ele teve acesso ao material secreto da investigação. Compra de empresa argentina pela Petrobras em 2002 “envolveu uma propina ao governo FHC” Cerveró não esclarece no documento, contudo, quais integrantes do governo Fernando Henrique Cardoso receberam propina. [ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Delcídio, filiado ao PSDB antes de entrar para o PT, foi diretor de Gás e Energia da Petrobras de 2000 a 2001 e chefe de Cerveró. Ele é acusado de obstruir a delação premiada do ex-subordinado e está preso. Em depoimento, Delcídio informou que assumiu o cargo na estatal “a convite do então presidente da República Fernando Henrique Cardoso”, passado a ele por Rodolpho Tourinho, na época à frente do Ministério de Minas e Energia e presidente do conselho de administração da empresa de petróleo. Tourinho, morto em 2015, era cota do PFL (agora Democratas) na Petrobras. O partido integrava a base aliada do governo Fernando Henrique. Em nota, Fernando Henrique Cardoso disse que as afirmações são “vagas” e que, “sem especificar pessoas envolvidas, servem apenas para confundir e não trazem elementos que permitam verificação”. Histórico A compra do grupo argentino Pérez Companc por US$ 1,1 bilhão gerou grande polêmica na ocasião. Ela foi anunciada em julho de 2002, no segundo semestre do último ano do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso. Analistas criticavam a negociação, já que a Argentina passava por profunda crise econômica e estava prestes a desvalorizar sua moeda e a dar o calote nos seus títulos externos. Na ocasião da negociação, a Petrobras tinha como presidente Francisco Gros, que defendia a negociação, apesar de a  Petrobras assumir dívidas de US$ 2,2 bilhões da empresa pertencente ao bilionário Gregório Pérez Companc. O mercado reagiu de forma negativa. A Perez Companc era a empresa mais endividada do setor de petróleo em todo o mundo. Seu passivo representava 73% do patrimônio. Na Petrobras, a taxa, que era de 33%, passou para 42% depois da aquisição, enquanto a média mundial era de 25%. Além disso, no primeiro trimestre de 2002, a empresa argentina havia registrado um prejuízo de US$ 309 milhões. Com isso, a companhia estava sendo pressionada pelos credores a reestruturar sua dívida no curto prazo de US$ 1,2 bilhão. As ações da Petrobras desabaram e o valor da estatal encolheu em US$ 1,9 bilhão, mais do que o US$ 1,1 bilhão que estava sendo pago aos Pérez Companc. Na época, apenas um profissional da área de petróleo elogiou a operação: o ex-genro de FHC, David Zylbersztajn, que comandava a Agência Nacional do Petróleo. “Foi uma bela jogada da Petrobras. Se ela não comprasse, outra compraria, e uma excelente oportunidade de negócio seria perdida”, afirmou. >> Os filhos, os genros e os negócios Fonte:JB

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A estratégia do novo governo argentino para tentar recuperar as Ilhas Malvinas

Menos de um mês após ter sido empossado, o governo do presidente argentino Mauricio Macri indicou que reaver a soberania das Ilhas Malvinas (Falklands, para os ingleses) faz parte das prioridades de sua política externa. Impasse sobre território é motivo de tensão entre argentinos e britânicos Image copyright Getty Historicamente, a discussão sobre a recuperação do território – em poder dos britânicos desde o século 19 e motivo de guerra em 1982 – costuma ter apoio dos argentinos. Porém, pesquisas indicam que hoje a população vê outros problemas como mais urgentes, entre eles inflação e segurança pública.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O assunto Malvinas era uma das bandeiras da gestão de Cristina Kirchner (2007-2015), da qual o novo governo vem tentando demonstrar várias diferenças, principalmente nas linhas política e econômica. Macri sugeriu, porém, que vai mudar o estilo impresso pela antecessora no assunto, buscando um diálogo “mais amigável” com o governo britânico, como disse à BBC Brasil um embaixador argentino, sob a condição do anonimato. “É claro e evidente que o governo do presidente Macri tem uma atitude de diálogo e mais respeitosa (que a gestão da antecessora)”, disse o diplomata. Em um comunicado divulgado no último dia 3, o governo argentino convida o Reino Unido a “restabelecer as negociações para resolver, o mais rápido possível, e de maneira justa e definitiva, a disputa pela soberania” sobre as Ilhas Malvinas, Geórgia do Sul e Sandwich do Sul e os espaços marítimos da região. E diz que espera fazer isso “por meio do caminho do diálogo, da paz e da diplomacia”. Governo Macri espera retomar diálogo com o Reino Unido sobre posse das Malvinas – Image copyright AP Novo estilo Em diferentes entrevistas nos últimos dias, a ministra das Relações Exteriores da Argentina, Susana Malcorra, disse que as Malvinas são um tema “constitucional, e não opcional”, e sugeriu que a estratégia do governo atual seria a de buscar dialogar com os britânicos com um novo estilo. “Nem sempre se consegue o que se pretende endurecendo o discurso”, disse ela à imprensa argentina. Malcorra reconheceu, porém, que o kirchnerismo (2003-2015) colocou o assunto em destaque na agenda argentina. Em diferentes discursos e em uma carta enviada ao primeiro-ministro britânico David Cameron em janeiro de 2013, a então presidente disse que “há 180 anos, em um exercício descarado de colonialismo do século 19, a Argentina foi despejada à força das Ilhas Malvinas, situadas a 14 mil quilômetros de distância de Londres”. Cristina também se referiu ao Reino Unido como “potência colonial” – palavras que até o momento foram evitadas pela nova gestão argentina, pelo menos publicamente. A ex-presidente pediu, em diferentes ocasiões, que sejam “acatadas as resoluções das Nações Unidas (para que sejam retomadas as negociações entre os dois países)”. Cristina Kirchner adotou um discurso bastante duro para reivindicar soberania das ilhas. Image copyright EPA ‘Questão sentimental’ Para analistas ouvidos pela BBC Brasil, as Malvinas são uma “questão sentimental” e “histórica” para os argentinos. O fato de a gestão Macri abordar o assunto “é mais que esperado”, afirmou o professor de relações internacionais da Universidade Torcuato Di Tella, Juan Gabriel Tokatlian. “Não existe a menor chance de um governo argentino não se pronunciar sobre as Malvinas”, disse. Ele recordou que a Constituição de 1994 diz que a “nação argentina ratifica sua legítima e imprescindível soberania sobre as Ilhas Malvinas, Geórgia do Sul e Sandwich do Sul e os espaços marítimos” na região, “por ser parte integrante do território nacional”. A Carta Magna do país diz ainda que o “povo argentino não renunciará à recuperação” dessa soberania. Na avaliação do professor de ciências políticas Marcos Novaro, da Universidade de Buenos Aires, diante do estilo kirchnerista “não foi difícil para o Reino Unido e outros países ignorarem as reclamações e ataques da Argentina e deixar essas queixas sem respostas”. Segundo ele, independente da reação britânica, convém aos argentinos “restabelecer a capacidade de diálogo” internacional. Para Novaro, o diálogo sobre a soberania poderia começar, por exemplo, com pautas como a preservação ambiental. Disputa entre britânicos e argentinos por território levou até a uma guerra, em 1982 – Image copyright AFP O especialista lembrou, porém, que o tema não é unanimidade. “Existe muita gente que acredita que [as ilhas] são argentinas, mas também existem muitos a entender que esse não é um assunto prioritário na politica exterior do país.” Na sua visão, a Argentina tem hoje outros temas mais urgentes, como “retomar relações com outras democracias do mundo, incluindo os vizinhos, que retrocederam com o kirchnerismo”. Discordâncias De acordo com o pesquisador do Conicet (Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas) Vicente Palermo, os britânicos estão dispostos a falar sobre “muitas coisas” com os argentinos, mas não a respeito da soberania das ilhas. “Eles consideram que os moradores devem ser incluídos nas negociações, com o que a Argentina discorda”, disse. Em 2013, a maioria da população decidiu, por meio de um reverendo, permanecer como território britânico. O analista afirma que, apesar dos gestos do governo Macri, não prevê “nenhum avanço no curto prazo” sobre esse impasse. Para ele, a relação bilateral foi “muito deteriorada” durante o governo de Cristina, e ainda não está claro como esse diálogo poderia ser retomado agora. As Ilhas Malvinas, no Atlântico Sul, foram motivo de uma guerra em 1982, da qual os britânicos saíram vitoriosos. A derrota argentina abriu caminho para o retorno da democracia no país no ano seguinte. Reclamar o território com assiduidade foi política frequente dos governos anteriores no país, que diferiram apenas na intensidade com que fizeram a reivindicação. Nos últimos anos, foi descoberto que a região, tradicional para a pesca, também é rica em petróleo. Fonte:BBC

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Tecnologia – aliada ou inimiga da educação?

Vivemos em plena era digital, também chamada de cibercultura ou sociedade de informação. A palavra da moda é interatividade, e o computador virou artigo doméstico. Mas não para todos. O “Mapa das Desigualdades Digitais no Brasil“, publicação divulgada em parceria entre o MEC, o Instituto Sangari e a Ritla – Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana, aponta que apenas 17% (ou 32 milhões de pessoas) no Brasil tinham computador em casa com acesso à internet em 2005. Em comparação, na Suécia, 76,2% da população acessavam a internet. O sonho da Inclusão digital Em 2006, havia 659 mil computadores, num universo de 56,5 milhões de alunos, e apenas 2,5% dos estudantes mais pobres chegavam a ele. Mas esta realidade está mudando. O governo federal lançou o programa “Um computador por aluno”, que deve distribuir 150 mil máquinas para 300 escolas de até 500 alunos espalhadas pelo país. Já em várias escolas privadas, realidade virtual, robótica, lousas eletrônicas e laptops para cada aluno vêm se tornando chamarizes para pais preocupados em manter os filhos “antenados” com os novos tempos. Será que tanta tecnologia contribui efetivamente para a melhoria da qualidade do ensino? Segundo um estudo da Unicamp, publicado em setembro do ano passado, não. Realizado em conjunto com o Instituto de Ciências Humanas e o Instituto da Computação e a Faculdade de Engenharia Mecânica, o estudo associa uma queda no desempenho dos alunos de 4ª a 8ª séries e do 3º ano do ensino médio ao uso intenso do computador. Mas, a culpa é realmente da máquina? Computador – como usar? A doutora em Educação Andréa Ramal, especialista em tecnologias educacionais, acredita que o problema é com quem usa estes recursos: o homem. “Não basta equipar as escolas, é preciso formar o professor. Ele precisa se tornar um arquiteto cognitivo, capaz de orientar o percurso de aprendizagem dos alunos, estimulando-os a criar redes, a compartilhar informação e a gerir o conhecimento”. É claro, que, se mal utilizadas, as tecnologias podem atrapalhar o aprendizado. “O uso da tecnologia deve estar a serviço do crescimento do aluno, e não ser um fim em si mesmo. Não basta simplesmente pedir ao aluno que ‘pesquise na internet’; cada atividade realizada no computador deve servir a algum objetivo pedagógico”. O problema é que, em muitos casos, quando o professor usa um computador para passar slides em PowerPoint, só com o intuito de “ilustrar” a sua aula, está encarando a máquina como mero aparato ou ferramenta, uma visão, segundo a professora, influenciada pelo tecnicismo norte-americano da década de 70. O papel estratégico do gestor escolar Hoje, o conceito de tecnologia educacional considera a televisão, o computador, o rádio e até o celular como linguagens, como meios culturais de aprendizagem. “A sala de aula deve ser um ambiente de comunicação. Um espaço interativo, aberto em múltiplas janelas, no qual alunos e professores aprendam uns com os outros. Para isso, é necessário rever a forma como as tecnologias são incorporadas na formação do professor. Não basta ser um usuário do pacote Office, ele precisa aprender a usar as tecnologias como novo ambiente de aprendizagem e de construção de conhecimento”, defende a professora Andréa, que também é diretora executiva da ID Projetos Educacionais. Neste processo de mudança, o gestor escolar é peça fundamental, pois se ele não abre as portas da escola e as mentes do seu corpo docente para os novos paradigmas educacionais, nada acontece. “No caso da escola pública, o envolvimento das Secretarias de Educação é fundamental, pois a questão não é simplesmente metodológica, e sim de políticas públicas”, conclui. Fonte:Opinião e Notícia

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Governo estuda criar megaempresa estatal de TI e telecomunicações

A caminho mais um cabide de empregos, um balcão para negociatas e a gestação de mais anencéfalos na burocracia. Certeza absoluta de ineficiência crônica e corrupção abundante. Enfiar o Estado Brasileiro nas conexões da tecnologia quando esse mesmo Estado é incapaz de prover três atribuições fundamentais do Estado – segurança, justiça e ação social –  é querer enxugar gelo. José Mesquita De acordo com a Folha de São Paulo, o governo federal está estudando a possibilidade de fundir três empresas estatais – a Telebras, a Serpro e a Dataprev – para criar uma única estatal para serviços de TI e telecomunicações. Se a fusão ocorrer, a empresa resultante terá mais de 7 mil funcionários e um capital superior a R$ 5 bilhões. O principal objetivo da fusão seria cortar gastos e centralizar as dívidas, obrigações e pendências jurídicas das três empresas. Além disso, o Ministério do Planejamento afirmou, em estudo realizado em 2015, que a empresa resultante teria capacidade de prestar serviços para outros clientes além do governo federal.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Ainda não se sabe se a empresa resultante da fusão teria capital aberto ou fechado. Os presidentes das três empresas se reunirão amanhã, 12 de janeiro, para debater a possível fusão. As empresas Atualmente, a Serpro, a Telebras e a Dataprev prestam serviços diferentes ao governo federal. A Telebras é responsável pela infraestrutura de rede do governo; a Serpro desenvolve programas para atender a demandas do governo, como o ReceitaNet e o eSocial; e a Dataprev gerencia e processa os dados relativos à Previdência Social. Segundo Jorge Bittar, o presidente da Telebras, a fusão permitiria que a empresa resultante oferecesse um serviço mais completo ao governo. Rodrigo Assunção, presidente da Dataprev, acredita por outro lado que a principal vantagem da medida seria o corte de custos. A Serpro e a Dataprev já trabalharam juntas: as duas desenvolveram o Sigepe (sistema de gestão de pessoas), uma solução de software responsável pelo gerenciamento das folhas de pagamento de mais de 1,2 milhões de funcionários públicos ativos.

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