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Besnik Mustafaj – Versos na tarde – 28/08/2015

Poema profético Besnik Mustafaj ¹ Se, em vez de Cristo e de Maomé, A Bíblia e o Corão Falassem do destino trágico de Tristão e Isolda, Amantes exemplares, Mortais neste pequeno planeta, Seria muito mais difícil negar O conceito de divino. ¹ Besnik Bajram Mustafaj * Bajram Curri, Albânia – 23 de setembro de 1958 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Crise migratória ameaça “fortaleza europeia”

UE vem se concentrando no controle de suas fronteiras, sem se preparar para receber mais refugiados. Chegada de milhares de migrantes planta semente da discórdia no bloco europeu, afirma o jornalista da DW Bernd Riegert. A Europa é uma fortaleza, e nos pontos em que os muros ainda apresentam brechas, os países da União Europeia (UE) tratam de vedá-las, com mais ou menos eficácia. A medida é duramente criticada por organizações humanitárias. No entanto, os ministros do Interior da UE argumentam, pelo menos a portas fechadas, que a grande maioria dos cidadãos dos 28 países-membros do bloco é contra um número ainda maior de imigrantes e refugiados no continente. A quantidade de migrantes que querem atravessar o Mediterrâneo rumo à Lampedusa, na Itália, é cada vez maior, assim como a dos que chagam de trem a Rosenheim, na Baviera, ou a dos que acampam em Calais, no norte da França, esperando para cruzar o Eurotúnel. Diante disso, um dos ministros do Interior da UE, afirmou, em anonimato, que não consegue explicar a seus eleitores por que o bloco europeu não é capaz de impedir a entrada de migrantes ilegais.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Por isso, os ministros da região e a Comissão Europeia se concentram no maior controle das fronteiras, tentando evitar o afluxo ilegal por água, terra e sobretudo pelos aeroportos. Fortaleza em expansão A fortaleza da Europa está em expansão há quase 20 anos. Após a abolição dos controles nas fronteiras internas, como consequência lógica, a maioria os Estados da UE foi, aos poucos, fortalecendo as fronteiras externas. Em muitos casos, isso é feito com cercas de verdade, como na Espanha, Grécia, Bulgária e, recentemente, na Hungria. Mas a fiscalização acontece principalmente através de um sistema comunitário de vigilância eletrônica das fronteiras, controle de entrada e saída, identificação de todos os viajantes com vistos e procedimentos de identificação de todos os requerentes de asilo. A UE abriu, nos últimos dez anos, dois novos órgãos com tal finalidade – a agência de fronteiras Frontex, em Varsóvia, e o Gabinete Europeu de Apoio em matéria de Asilo (EASO), em Malta. Informações sobre pessoas que entram e saem da Europa são armazenadas em grandes bancos de dados. Impressões digitais e dados biométricos de portadores de visto e requerentes de asilo são alinhados com bancos de dados de criminosos e suspeitos de terrorismo. Assim, pedidos de asilo recorrentes e passaportes ou vistos falsos são mais facilmente identificados. Guardas de fronteira recebem treinamento, câmeras térmicas e acesso a satélites de reconhecimento. Tudo isso faz parte da desejada concepção da fortaleza. Inquietação dentro das muralhas Mas o sistema europeu não é totalmente funcional. Alguns países acabam prejudicando o modelo. Grécia, Itália e Hungria, por exemplo, não estão dispostas ou não são capazes de regularizar a situação dos migrantes ilegais ou de registrar de forma correta requerentes de asilo. Ao invés disso, os migrantes viajam do sul do continente para Alemanha, França, Reino Unido e Suécia, o que causa inquietação na fortaleza. A reação ao fenômeno é clara. Muitos dos países que recebem a maioria dos migrantes querem mudar as regras. Ao invés de obrigar os “países de chegada” a acolherem os migrantes, um sistema de cota ou de distribuição foi criado para que todos os 28 países da UE recebam uma parte equitativa dos que buscam refúgio por motivos econômicos ou guerras. O sistema existente, a chamada Convenção de Dublin, foi concebida há 25 anos, para transferir a segurança da fortaleza europeia às fronteiras externas do continente. A convenção também se baseia no conceito de “país terceiro seguro”, dos quais a Europa não tem obrigação de acolher refugiados. Controle externo O número de migrantes no Mediterrâneo é tão grande que o sistema corre o risco de entrar em colapso. Pesquisadores e o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur) alertam que cercas ou muros nas fronteiras não vão reduzir os fluxos migratórios, mas provocar um desvio de rota. A Frontex prevê um aumento do número de pessoas chegando à Europa nos próximos anos. Os motivos para as fugas devem continuar existindo por algum tempo, como a guerra civil na Síria, a ditadura na Eritreia, a pobreza em várias regiões da África e a falta de perspectiva no Kosovo. Os ministros do Interior da UE sempre ignoraram tais prognósticos, se concentrando na expansão da fortaleza, sem se preparar para receber cada vez mais pessoas. Pequenas fortalezas e controles internos A discórdia entre os países deve aumentar. À medida que a pressão aumenta, a migração ganha tons cada vez mais hostis em países como Dinamarca, Reino Unido, França e Hungria. Os recentes ataques a alojamentos de refugiados na Alemanha chocam, mas não são nenhuma surpresa nesse contexto. A fortaleza ameaçada poderia ter como efeito conflitos entre os países em seu interior. Já há sinais de que isso pode acontecer. A Dinamarca tentou por anos intensificar o controle da fronteira com a Alemanha. O Reino Unido acusa a França de não proteger o suficiente o acesso ao Eurotúnel em Calais. A Itália declarou publicamente que os países do leste da UE têm pouca solidariedade por receberem relativamente poucos migrantes. Se a pressão aumentar ainda mais, pode acontecer de os países pensarem em restabelecer a soberania nas fronteiras e quererem criar suas próprias fortalezas. A livre circulação nos países do chamado espaço Schengen poderia estar em risco. DW

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Design – Relógio

On the Right Track Watch. Designer: Yusuke Taguch Clique sobre as imagens para ampliá-las. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Para salvar o mundo, precisaremos de uma ‘economia de guerra’?

O dia 13 de agosto marcou a data em que a conta da humanidade com a natureza entrou no vermelho em 2015. Foi ali que nós esgotamos todos os recursos que nosso planeta deveria oferecer durante todo o ano. Desabrigados fazem fila por alimentos após perderem suas casas por enchentes no Paquistão – Image copyright EPA De agora em diante, vamos começar a usar alimentos, terra arável e outros recursos naturais que deveriam estar guardados para as próximas gerações. Foi o momento mais cedo ao longo de um ano em que esse limite foi ultrapassado. O centro de estudos americano Global Footprint Network é quem calcula anualmente o que chama de “Earth Overshoot Day” (algo como “dia em que se ultrapassa os limites da Terra”). A data é determinada a partir da comparação entre nossas demandas pelo que vem da natureza – para atividades como construção, manufatura e absorção do lixo e do gás carbônico liberados por nós – e o que pode ser realmente gerado e reposto pelas florestas, mananciais, reservas pesqueiras e terras cultiváveis.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Nossa superexploração dos recursos da Terra começou em 1970, quando a capacidade total do planeta para aquele ano foi esgotada no fim de dezembro. Isso significa que hoje, a cada ano, o ser humano usa mais do que 150% do que o planeta oferece. E o Earth Overshoot Day tem acontecido cada vez mais cedo. Cientistas afirmam que esse desequilíbrio já leva ao desmatamento, a secas e à extinção de espécies. Isso sem falar no acúmulo de poluentes no ar e no mar, porque os mecanismos naturais do planeta para lidar com toda essa pressão estão sobrecarregados. Cada país contribui de maneira diferente para esses dados, dependendo de seu modo de vida. A Grã-Bretanha, por exemplo, precisa de três vezes mais recursos naturais do que é capaz de suprir. Se o resto do mundo vivesse assim, a data limite teria sido rompida em maio, em vez de agosto. Economia de guerra? Durante Segunda Guerra Mundial, países europeus sofreram extrema falta de recursos – Image copyright Getty A última vez que os britânicos sofreram uma extrema falta de recursos foi durante a Segunda Guerra Mundial. O governo foi obrigado a implementar um racionamento para poder controlar a distribuição de alimentos, combustível e outros bens, com cotas individuais rígidas. Será, então, que deveríamos embarcar em algum esquema semelhante para compartilhar de maneira justa os recursos que nos restam? “Racionar implica em limitar. É uma restrição à autonomia. E sabemos que a autonomia é fundamental para o bem-estar, então essa não parece ser uma solução sustentável a longo prazo”, afirma Saamah Abdallah, pesquisador sênior da New Economics Foundation, centro de estudos britânico que defende que o sucesso econômico deveria ser medido com base em parâmetros como a felicidade das pessoas. Mas, por causa da gravidade da situação atual de muitos dos recursos, ele defende algum tipo de medida mais rígida. “Uma possível solução é o comércio de emissões – isso estabeleceria uma quantidade de carbono que cada pessoa pode emitir durante um ano. Como seria possível comprar ou vender partes dessas ‘cotas’, é um sistema com mais flexibilidade”, explica. “Em vez disso, no entanto, estamos criando impostos sobre as emissões de carbono. É uma ferramenta útil, mas que não evita que as pessoas continuem consumindo, além de não ter um impacto sobre a população mais rica. Precisamos ter uma solução entre esses dois extremos.” Consumo controlado O consumo exagerado e desnecessário é um dos motores da escassez de recursos Image copyright Getty A New Economics Foundation realizou estudos comparando o nível médio de saúde e bem-estar de alguns países com o uso que cada um faz dos recursos naturais à sua disposição. A Costa Rica foi o mais bem colocado, com níveis de qualidade e expectativa de vida iguais aos da Grã-Bretanha, mas utilizando metade dos recursos gastos pelos britânicos. Como o consumo é normalmente provocado por desejos competitivos, talvez fosse interessante mudarmos nosso hábito de nos compararmos com outras pessoas. “Se você troca de celular todo ano ou enche o armário de roupas que só usa uma vez, ou compra mais comida do que precisa e acaba jogando o resto fora, não está contribuindo para o bem-estar geral e sim aumentando o alto nível de consumo”, afirma Abdallah. E quanto mais rica uma pessoa, mais ela tende a ter casas e carros grandes, e a viajar mais e para lugares mais distantes. “Os 10% mais ricos da Grã-Bretanha, por exemplo, respondem por quase o dobro das emissões de carbono das pessoas mais pobres”, aponta o especialista. Alguns países incentivam seus cidadãos a diminuir o consumo restringindo a publicidade direcionada a crianças, como a Suécia e a província de Québec, no Canadá. Outros locais restringem a publicidade em espaços públicos, como São Paulo e a cidade francesa de Grénoble. “Nosso desejo de consumir é alimentado por empresas que querem que compremos mais e mais, e isso é promovido pela publicidade”, afirma Abdallah. “A maneira como a propaganda funciona é sugerir que o que temos não é bom o suficiente e que deveríamos substituir tudo por algo novo”. O papel de cada um Se, como nação, é praticamente impossível que aceitemos medidas tão drásticas como o racionamento, há ações menos ameaçadoras que os governos poderiam adotar para incentivar a redução do consumo, como melhorar o transporte público e oferecer alternativas para o uso da bicicleta ou da caminhada. Outra área fundamental é a do uso de energias de fontes renováveis. Então, o que nos impede de tomar as rédeas da situação e reduzir nosso consumo, equilibrando-o o que queremos com o que precisamos? Abdallah afirma que os estudos apontam que a população britânica, por exemplo, se preocupa com o meio ambiente, mas sua disposição para fazer mudanças em seu próprio estilo de vida depende da disposição dos outros. “Há no ar a sensação de que se houver um ‘sim’ coletivo, todos passarão a aderir. Mas na realidade cada um de nós deve pensar no que realmente importa

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Consumo e Tecnologia: internet facilita a compra, a escolha e a economia

Nos dias atuais ninguém quer perder tempo e dinheiro na hora da comprar. Muitas pessoas não querem mais ficar horas andando em busca de produtos e ofertas quando necessitam adquirir algo. Há também aquelas que simplesmente não têm tempo para perder em centros comerciais ou shoppings; outros gostam de pesquisar o melhor preço antes de adquirir ou preferem a comodidade de fazer tudo sem sair do lugar. Por causa deste comportamento, em 2014 houve um crescimento de 200% nos acessos a lojas virtuais via celulares e tablets. Os cinco Estados que mais recorrem à internet para comprar são, respectivamente, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. Os paulistas são os maiores adeptos a compras online e o Estado sozinho é responsável por 50% do total de pedidos e responde por 45% da movimentação financeira nos sites de comércio eletrônico. É interessante destacar também que as pesquisas e estudos ainda demonstram que os consumidores brasileiros adquiriram o hábito de pesquisar antes de comprar pela internet.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Segundo dados, 58% das vendas foram realizadas após consulta dos compradores a um mecanismo de busca. Pela web, em pouco tempo, dá para conferir preços e produtos em diferentes ferramentas e até mesmo em redes sociais, onde os consumidores trocam informações de ofertas. Há aplicativos que funcionam de forma totalmente gratuita, como é o caso do Dica de Preço, onde as pessoas trocam informações sobre valores e assim comparam o mesmo produto em locais diferentes, escolhendo sempre pela melhor oferta. O mecanismo pode ser acessado em navegadores tradicionais, como Safari e Google Chrome, ou instalado nos sistemas Android e iOS, de smartphones e iPhones. Além disso, a crise tem levado os consumidores a tomar mais cuidado com o que compram e quanto pagam pelos produtos. Mesmo quando estão dentro de lojas de centros comercias, estão consultando valores em aparelhos móveis. Já os que são adeptos à compra pela internet, também avaliam o gasto da locomoção até o comércio e o tempo perdido em filas e trânsito encarecem um pouco mais o produto. Fora isso, na correria da atualidade, principalmente em grandes centros, o tempo é realmente muito precioso e, quando bem administrado, pode ser usado para trabalhar, curtir momentos de lazer com a família, descansar, entre tantas outras atividades JB

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Astrônoma chilena de 25 anos descobre novo planeta

Aos 25 anos de idade, a doutoranda chilena Maritza Soto realizou o sonho de todo astrônomo: descobrir um novo planeta. A chilena Maritza Soto diz que não esperava fazer uma descoberta notável tão cedo O HD 110014c, que orbita a estrela HD 110014, está a 293 anos-luz da Terra e tem uma massa pelo menos três vezes maior que a de Júpiter. A descoberta foi publicada na revista científica da Royal Astronomical Society (Real Sociedade Astronômica) em Londres, após uma pesquisa de oito meses. “Normalmente, para descobrir um planeta temos que usar métodos indiretos, porque não é como olhar para o céu e, de repente, reparar numa pequena mudança e, pronto, lá está um planeta”, disse Soto à BBC Mundo.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Ela diz que, em geral, esses planetas são difíceis de se enxergar, dada a proximidade com a estrela que orbitam. A massa do novo planeta é ‘no mínimo’ três vezes maior do que a de Júpiter (acima) “Para poder realmente enxergá-los, têm que ser planetas que sejam muito grandes e que estejam muito longe da estrela, ou seja, é muito difícil”, disse. “O que fazemos é medir a estrela e ver as mudanças que acontecem quando há um planeta. ” Velocidade radial Soto empregou o método da velocidade radial, que consiste em medir o movimento da estrela para poder concluir se há algum objeto ao redor dela. Foi assim que Soto e a sua equipe, integrada por James Jenkins e Matías Jones, da Universidade do Chile, descobriram o novo planeta, o segundo daquele Sistema Solar. A jovem chilena diz que sabia que queria ser astrônoma desde os 11 anos de idade. O objeto tem pelo menos três vezes a massa de Júpiter, mas Soto diz que este é “um valor mínimo”, já que não é possível calcular a massa real. A jovem estudante destacou que o planeta está muito próximo da estrela que orbita – bem mais que a Terra do Sol. “É um planeta gasoso gigante que está muito quente, porque está muito perto de sua estrela”, afirmou. ‘Sucesso’ O planeta, segundo a astrônoma, corre grande risco de ser engolido pelo seu sol, por causa da proximidade e da enormidade daquela estrela vermelha. Soto, que desde os 11 anos sabia que queria seguir carreira na astronomia, diz que não esperava alcançar um sucesso tão grande tão cedo. O Chile é chamado de ‘olhos do mundo’ por concentrar 40% da observação astronômica mundial “Sempre estudei astronomia com a ideia de que ‘talvez… alguma vez… pode ser… encontre algo novo’. Mas nunca pensei que fosse conseguir tão cedo”, disse. O grupo de Soto vai continuar a investigar o novo planeta para tentar entender a dinâmica entre ele e os outros planetas que orbitam aquele sol. A equipe também tenta detectar novos planetas ao redor de outros tipos de estrelas que não são muito estudadas. “Tomara que isso leve a descobertas ainda maiores”, afirmou Soto, que comemora o fato de cientistas da América Latina hoje dividirem descobertas com astrônomos de países desenvolvidos. BBC

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Youssef no país dos adivinhos

O principal fato da sessão desta terça-feira, na prevista “acareação” entre os “delatores premiados” Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, na CPI da Petrobras, da Câmara dos Deputados, talvez não mereça muito espaço nas manchetes. Não bastando o constante vazamento, quase sempre seletivo, sobre suposições, ilações, delações “premiadas”, subjetivas, inaugurou-se ontem, no âmbito da Operação Lava-Jato – em mais um exemplo de que o uso do cachimbo faz a boca torta – o instituto do “vazamento futuro” de delações, ilações, suposições, em um espetáculo onde quase tudo é suposto e subjetivo, menos o alvo final do processo. Por isso, mesmo que com mais buracos que um queijo suíço, nessa operação já não espanta o enredo conhecido, caracterizado por “revelações” feitas a conta-gotas, acompanhadas, na maioria dos casos, pela gritante ausência de provas inequívocas, que está voltado, como na fábula do Lobo e do Cordeiro, para derrubar o governo a qualquer preço, seja qual for a justificativa.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O que mais surpreende, agora, é o descaramento com que surgem as “revelações” dos “delatores”, a ponto do Sr. Alberto Youssef, por intervenção ao pé do ouvido de seu advogado, voltar à pergunta anteriormente feita pelo relator da CPI, sobre o repasse de recursos para a campanha presidencial da Presidente da República – o ponto nevrálgico que se pretendia esclarecer com a “acareação” de ontem – retomando a sua negativa de que esse repasse tenha ocorrido por meio de seu intermédio, para fazer o premonitório anúncio – como se quisesse se justificar por não estar acusando diretamente o governo – de que “tem outro réu colaborador que está falando sobre esse assunto e assim que essa colaboração for noticiada vocês vão saber realmente quem foi que pediu o recurso e quem repassou o recurso… Logo vai ser revelado e esclarecido esse assunto”. Ora, ao fazer, com tom de porta-voz oficial, esse anúncio, o Sr. Alberto Youssef já antecipa o que irá ocorrer a seguir, no próximo capítulo desse ramal da Operação Lava-Jato, desfazendo o teatrinho da suposta contradição entre seus dois mais conhecidos “bandidos-delatores”. Ele sinaliza, convenientemente, aos presentes, à oposição, à imprensa, que alguém já estaria “falando”, ou melhor, que alguém logo irá dizer que foi feito o repasse e a pedido de quem ele teria sido feito. E dá a entender que essa pessoa também irá confirmar, eventualmente, seu valor, retirando o ônus, a missão, o papel, de fazer ou comprovar essa acusação, dos ombros dos dois delatores presentes ontem na CPI, e, principalmente, do próprio Youssef, que não poderia fazê-lo sem o risco de desmentir suas declarações anteriores. Ora, revelado, de forma pública e cristalina, no palco da CPI, qual será o próximo passo – Gilmar Mendes trabalha junto ao TSE e os adversários do governo também o fazem em outra frente, no contexto do TCU – o que importa não é saber o que foi dito, mas o que não foi dito pelo delator-doleiro – o que está por trás da orientação recebida de seu advogado, cochichada, naquele particular momento, diante das câmeras. A pergunta para a qual se deveria esperar pronta resposta, é como um réu, já condenado, prestando depoimento, sabe – por meio de “vazamento interno”, que será feita – em suas próprias palavras alguém “já estaria falando” – uma nova delação premiada, quem estaria fazendo essa delação premiada e qual será o teor dessa declaração, a ponto de antecipá-la descaradamente em plena Comissão Parlamentar de Inquérito. Ao afirmar, olimpicamente, que “assim que a declaração for revelada vocês vão saber”, Youssef provou que teoricamente tem acesso, atrás das grades, a um grau de informação muito maior do que têm, jamais tiveram, os membros da Comissão na qual estava sendo interrogado, e não apenas sobre o seu próprio processo, mas sobre a operação como um todo. Mas, mesmo assim, ele sequer foi inquirido, imediatamente, a propósito de como e por meio de quem teve conhecimento dessa suposta futura delação, que estaria prestes a ser revelada nas próximas semanas. Quem disse ao advogado do Sr. Alberto Youssef que um outro “réu colaborador” já estaria “falando” sobre esse tema? O advogado do Sr. Alberto Youssef é o mesmo desse suposto novo delator “premiado” que irá, segundo o próprio doleiro, confirmar que houve o “repasse”? Nesse caso, o advogado estaria, eventualmente, combinando com seus dois clientes (se não estiver assistindo a mais réus, ainda, no âmbito do mesmo caso) quem deveria falar o quê e o que deveria ser dito? Ou, não sendo o advogado do Sr. Alberto Youssef o mesmo advogado do réu que já estaria “falando” sobre esse assunto – principal “motivo” da acareação de ontem – de quem teria o advogado do Sr. Alberto Youssef obtido essa informação ? Do advogado do outro? Justificando, assim, a suspeita de que os depoimentos, “vazamentos”, “revelações”, e “delações premiadas” poderiam estar sendo combinadas, manipuladas, “coordenadas”, entre os diferentes acusados por meio de seus advogados? Ou teria o advogado do Sr. Alberto Youssef obtido essa informação, prévia ou “premonitória”, do juiz Sérgio Moro? O que, em caso afirmativo, poderia comprovar, eventualmente, a existência de inaceitável grau de intimidade entre um e outro lado do processo, o juiz e alguns dos réus e seus advogados, de uma forma que poderia levar ao comprometimento da lisura da Operação Lava-Jato? Salvo Alberto Youssef e seu advogado tenham desenvolvido poderes adivinhatórios, são essas perguntas que poderiam estar sendo feitas por membros do Conselho Nacional de Justiça e do próprio STF neste momento, a propósito da sessão da CPI da Petrobras de ontem. Mas além disso, há espaço também para uma outra indagação, que também merece resposta: Por qual razão essa suposta futura “delação premiada”, que será, segundo Alberto Youssef, em breve, revelada, só está sendo feita agora, justamente neste momento, em que, nesse caso de suposto repasse de recursos para a campanha presidencial de Dilma Roussef, chegou-se, pela própria “contradição” dos dois principais delatores “premiados” a um impasse ? Outro que anda premonizando coisas – além do próprio juiz Sérgio Moro,

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