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Yeats – Versos na tarde – 12/08/2015

O prazer do difícil Yeats ¹ O prazer do difícil tem secado A seiva em minhas veias. A alegria Espontânea se foi. O fogo esfria No coração. Algo mantém cerceado Meu potro, como se o divino passo Já não lembrasse o Olimpo, a asa, o espaço, Sob o chicote, trêmulo, prostrado, E carregasse pedras. Diabos levem As peças de teatro que se escrevem Com cinqüenta montagens e cenários, O mundo de patifes e de otários, E a guerra cotidiana com seu gado, Afazer de teatro, afã de gente, Juro que antes que a aurora se apresente Eu descubro a cancela e abro o cadeado. Tradução: Augusto de Campos ¹ William Butler Yeats * Dublin, Irlanda – 13 de Junho de 1865 d.C + Menton, França – 28 de Janeiro de 1939 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Senadores do PT encontram a cúpula da Globo!

A coisa mais intrigante do encontro do dono da globo com senadores do PT. Realidade paralela? Uma coisa me intrigou nas palavras de João Roberto Marinho aos senadores do PT num encontro confidencial noticiado pelo DCM. É quando ele manifesta surpresa quando ouve que a cobertura das Organizações Globo é brutalmente desequilibrada contra o governo. João, como é conhecido na Globo, é um sujeito afável, um bom ouvidor, como pude testemunhar nos anos em que trabalhei na casa. Sabe reconhecer seus limites, o que é uma virtude. “Comecei no jornalismo, mas logo me dei conta de que não tinha talento”, me disse ele uma vez. “Fui para a área administrativa.” É uma coisa rara este tipo de admissão. Roberto Civita, perto de quem trabalhei anos, jamais reconheceu sua limitação como editor, com efeitos catastróficos para a Veja e para a Abril.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] João comanda a área editorial da Globo, e é quem faz a ponte com políticos e empresários. Ele passa a opinião da casa em reuniões semanais no prédio da Globo no Jardim Botânico, no Rio. Dela participam os chefes das diversas mídias da casa. Numa ata, distribuída posteriormente aos participantes, ficam registradas as diretrizes sobre os assuntos discutidos, em geral os mais complexos da cena política. Merval e Kamel, cada qual dum lado da mesa em que os editores se reúnem, falam muito, mas quem decide e define tudo, com sua voz baixa e mansa, é João. Tudo isso posto, e considerado que é um homem inteligente, como João pode alegar surpresa diante da visão de uma Globo sem isenção nenhuma na cobertura política? Palmério Dória, jornalista que produz máximas sagazes sobre a política e a mídia, arriscou uma resposta nas redes sociais. João mostrou, segundo ele, que não vê, não lê e não ouve nada em sua empresa. É uma boa tirada, mas não reflete a realidade. A primeira coisa que ele lê, pela manhã, é o Globo. E depois segue na Globo, da CBN aos jornais televisivos. Certamente incorporou o G1 à sua rotina de leituras. Isso quer dizer que ele está a par do conteúdo da Globo. Como jamais me pareceu um cínico ou mentiroso, a hipótese que me ocorre é a de um descolamento da realidade. Vi isso acontecer na Abril. Em certas conversas sobre a Veja, Roberto Civita se defendia de minhas críticas falando de uma revista isenta que só existia na sua imaginação. Em corporações como a Globo e a Abril, os donos correm o risco de se cercar de pessoas que dizem apenas o que eles querem ouvir. Não consigo imaginar ninguém, nas reuniões de terças feiras, que fosse capaz de dizer: “João, acho que temos que equilibrar a nossa cobertura. Tamos batendo demais.” Como, fora das empresas, os donos convivem com bajuladores, eles tendem a ouvir apenas louvações que os levam a ter uma ideia edulcorada do jornalismo praticado por seus editores. Acredito que João de fato se surpreendeu com o diagnóstico negativo, pesadamente negativo, que ouviu dos senadores do PT. Ele disse que iria transmitir as impressões imediatamente a seus comandados. Pelo que soube, os resultados logo apareceram. Numa única edição do JN, me contam, foi dado espaço a Lula e Dilma. Os editores da Globo não são bobos. Aquela é uma empresa papista. O papa falou, acabou a discussão. Ou então você é simplesmente descartado. Perenes, ali, apenas os Marinhos. Por isso, você deve esperar, daqui por diante, uma Globo que pelo menos fingirá alguma isenção. Dado o descalabro dos últimos meses, será um avanço. Por PAULO NOGUEIRA – Via DCM

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Impeachment: o jogo é deixar Dilma “sangrar”

Elite esquece impeachment de Dilma, vão deixá-la sangrando até o fim. E de repente, não mais que de repente, Globo, Bradesco, Firjan, Fiesp, Alckmins, Boechats e tutti quanti emitem sinais de que ou não embarcaram ou desembarcaram da aventura do impeachment. Na versão cada dia mais surrealista dos governistas, essas forças agora vão neutralizar o golpe da “direita”. Não vai haver golpe porque o golpe já houve com o estelionato eleitoral, quando Dilma ganhou e Levy levou. E continua havendo, a conta-gotas, como demonstra a agenda de arrocho e repressão que o Congresso examina e a própria presidenta não se nos poupa de impulsionar, agora com o PL 2.016. Ao que tudo indica, os setores do grande capital hoje dedicados ao “deixa disso” não querem marola porque já conseguiram o que queriam antes mesmo da posse: a escolha de um Levy qualquer para gerir a economia à moda dos derrotados, ficando o ônus da impopularidade das medidas para Dilma e “seu” partido.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Podem se dar ao luxo de tolerar Dilma desde que ela mantenha a política econômica conservadora, os subsídios “estratégicos” e os juros altos. Não serão os “movimentos sociais”, que seu projeto ameaça criminalizar, que garantirão o cumprimento do mandato de Dilma, nem o “seu” partido em frangalhos, mas o próprio Capital. Que, como de hábito, saberá exigir exclusividade nos bônus. No andar de cima, a disposição de desestabilizar parece estar agora restrita a Cunha e sua tropa, de um lado, e aos desvarios de Aécio e sua banda de música parlamentar, de outro. Mas não se sabe o que o futuro imediato lhes reserva. Com a recondução de Janot, as denúncias decorrentes da Lava Jato chegarão aos membros do Congresso, e aí muitas surpresas podem acontecer. Na remota hipótese de Dilma ser atingida pelas investigações, Temer continuará sendo o “plano B” de muitas forças, coisa que sempre pode credenciar alguém a se tornar o “plano A”. Aconteça o que acontecer com a luta pelo poder, hoje no nível de um “Cães de Aluguel” encenado num “Tomara que Caia” feito só por canastrões, podemos ter algumas certezas: os trabalhadores, materiais e imateriais, pagarão sozinhos a conta do “ajuste”; a matança de pobres pelo Estado prosseguirá; as remoções de famílias pobres continuarão em todo lugar; os indígenas continuarão perdendo suas terras; os movimentos de contestação continuarão sendo tratados como inimigos do Estado. As surpresas tendem a ficar reservadas ao que a Operação Lava Jato ainda pode produzir. Sobre isso, há um ponto que, talvez intencionalmente, vem sendo silenciado por “vermelhos” e “azuis”: em reiteradas manifestações processuais, o juiz Moro sempre repele a versão de que teria havido extorsão contra as mega-empreiteiras cujos altos dirigentes vem prendendo e condenando. Rejeita a versão imoral de que as empreiteiras foram “vítimas” dos partidos. Sempre reitera que elas entraram em conluio, formaram um cartel, uma associação para delinquir – o que chegou a provocar críticas apopléticas por parte de notórios escribas do Capital. Diante disso, duas perguntas ficam por responder. A primeira é: dado que as empresas envolvidas também compartilham outras grandes obras públicas, estaduais e municipais, especialmente no Rio dos mega-eventos, é crível que tal associação criminosa entre elas se restringisse ao plano federal? Aqui no Rio era tudo certinho? Em São Paulo também? E em Minas, etc? Com as mesmíssimas empresas? A segunda pergunta é: chegarão as investigações até aí? As atuais ou as que resultarem delas? Jânio de Freitas noticiou ontem na Folha que o tal Fernando Baiano, “operador” do PMDB, teria mandado a família para o exterior, sinal de que estaria mesmo disposto a colaborar. Nessa hipótese, abre-se uma avenida para averiguar a reprodução do esquema dos gangsters no Rio. E muitas verdades enunciadas nas ruas em 2013 serão comprovadas judicialmente. Sem mandato, o ex-governador fluminense, por exemplo, estaria na jurisdição de Moro nos casos em pauta… Ainda tem muita água pra rolar, mas cresce entre “vermelhos”, “azuis” e “furta-cores” o desejo de deter o tsunami curitibano. Conseguirão? Por Adriano Pilatti/Tribuna da Imprensa

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Dona Dilma continua atirando no próprio pé

Dona Dilma jantou com uma meia centena de politiqueiros inqualificáveis. Hoje recebe um tal movimento “Marcha das Margaridas ” – seja lá o que isso for – e também os marginais do MST – quem financia esses caras? Faça isso não “sá mininina”! * Afague a classe média tirando impostos dos alimentos básicos; * Reduza para 1/16 o número do ministério leviatã; * Peça conselhos somente a dois políticos: Jarbas Vasconcelos e Pedro Simon * Compre logo umas centenas de depufedes federais – se não sabe como fazer peça assessoria ao FHC que entende disso – afinal comprou a R$250mil /cabeça cada deupufede que votou a favor da emenda que permitiu a reeleição dele. Assim em dezembro seu o índice de popularidade estará no mínimo acima da inflação. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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A história completa da operação que pode levar José Agripino para a cadeia

Confira o relato detalhado da Operação Sinal Fechado e os bastidores do esquema de corrupção no Rio Grande do Norte, que tem comprometido cada vez mais o senador José Agripino Maia (DEM-RN), acusado de receber propina em troca de favores políticos A Operação Sinal Fechado é resultado de investigação que se iniciou sobre o processo de inspeção veicular obrigatória no Rio Grande do Norte, mas que revelou um esquema mais antigo e sofisticado de corrupção. Com a pressão da mídia e da opinião pública, no início de 2011, o recém-empossado governo Rosalba Ciarlini (então no DEM) suspendeu a vigência do contrato que previa a inspeção veicular obrigatória em 7 de janeiro, por 45 dias. Em 9 de fevereiro de 2011, a governadora anunciou a anulação do contrato com o consórcio responsável, o Inspar, chefiado por George Olímpio, ainda que dissesse também que seria analisada a melhor maneira de realizar a inspeção veicular no estado. Mesmo assim, apenas no fim de maio o contrato foi efetivamente cancelado. Por quê? O que acontecia nos bastidores? Naquele dia, o governo do RN anunciaria o cancelamento do contrato de inspeção com o consórcio Inspar – cancelamento que somente foi efetivado em maio. Mas, antes disso, os envolvidos no esquema fraudulento já tinham recebido a notícia.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] As informações estão presentes nos documentos públicos da petição do Ministério Público e na denúncia contra os 32 investigados. Desses, 27 viraram reús, incluindo dois ex-governadores, Wilma de Faria (PSB) e Iberê Ferreira (PSB), morto em setembro de 2014, além de dois ex-diretores do Detran e empresários. O Ministério Público apontou como líder da quadrilha o advogado George Olímpio. O que aconteceu naquele dia 9 de fevereiro? Pela manhã, os membros da organização são informados de que o contrato do governo com o consórcio montado para faturar dinheiro com a fraude será cancelado. George Olímpio é convocado para ir a Brasília. Em telefonema a Gilmar da Montana, George diz: “Eu estou chegando no aeroporto. Eu tô indo para Brasília agora… Vou falar com o ministro [José Delgado] e com José Agripino… Eles mandaram me chamar lá, tô pegando o voo agora” (negrito é nosso). Abaixo, o trecho da transcrição na petição da Operação Sinal Fechado: Perceba que não foi George que pediu o encontro com o senador José Agripino, atualmente presidente do DEM, e José Delgado: “eles mandaram me chamar lá”. O interesse em conversar com George no dia do anúncio do cancelamento do contrato era de Agripino. Em conversa subsequente, George conversa com o ex-cunhado, Eduardo Patrício, antigo dono da Delphi Engenharia e um dos réus da Operação Sinal Fechado. E Eduardo dá a senha: a solução possível é “seguir com José [Agripino]”. Cerca de duas horas depois de George dizer a Gilmar que estava indo a Brasília, João Faustino diz a George que falou com José Agripino “e este iria ligar para a governadora e para Paulo de Tarso”. A reunião entre George e José Agripino, com o advogado José Delgado, seria às 18h no gabinete do senador em Brasília. O que trouxe, pela primeira vez, os holofotes da Operação Sinal Fechado sobre José Agripino foi o vazamento, em março de 2012, do depoimento justamente do réu Gilmar da Montana, concedido em novembro de 2011. Gilmar informa ter sabido por George que foi repassado R$ 1 milhão para as campanhas de José Agripino e Rosalba Ciarlini por parte da quadrilha. Note o trecho seguinte do depoimento de Gilmar: Gilmar diz que pediu ajuda, para salvar o negócio, a alguns desembargadores. Entre eles, Osvaldo Cruz e Rafael Godeiro. Não é por acaso, então, que na conversa acima, entre George e Gilmar da Montana, um outro nome aparece convocando os membros da quadrilha. Diz Gilmar: “…Osvaldo queria falar com a gente… Eu não sei, você que sabe. Se você não quiser ir, não vá”. Além de José Agripino, agora é o desembargador Osvaldo Cruz que deseja conversar? O conteúdo da ligação combina perfeitamente com o que foi dito por Gilmar no depoimento – que José Agripino disse, depois, ter sido dado sob efeito de medicamentos. A primeira defesa do senador O jornal Tribuna do Norte publicou, então, uma entrevista com o advogado de Gilmar de Montana, José Luiz C. de Lima. A Tribuna é de propriedade do ex-deputado federal Henrique Alves (PMDB), aliado local da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e do senador José Agripino (DEM). Abaixo, imagem da versão impressa e um trecho da versão on-line:   O conteúdo da entrevista publicada na Tribuna do Norte é praticamente o mesmo da nota distribuída à imprensa pela assessoria do senador José Agripino (DEM) na quinta-feira. Uma frase me chamou muito a atenção, atribuída ao advogado: “Antes de mais nada, é bom deixar claro que eu não era advogado de Gilmar Lopes quando ele prestou aquele primeiro depoimento. Depoimento, aliás, que foi prestado, pelo que ele me disse, em condições de absoluto estresse emocional e debilidade física. Ele foi retirado do hospital às sete da manhã, sem saber nem para onde ia, sem assistência de advogado credenciado e sob efeito de remédios tranquilizantes”. Destaque-se a informação de que Gilmar teria sido retirado do hospital às sete da manhã, sem assistência de advogado credenciado. Gilmar foi interrogado duas vezes pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público do Ministério Público estadual. Na primeira, logo após ser preso, deu o famoso depoimento, com a presença de sua advogada. Ele saiu de sua casa preso e foi direto para o Ministério Público. No dia 28, quatro dias depois da prisão e do primeiro depoimento, todos os presos foram levados para a promotoria para serem interrogados novamente. Dessa vez, Gilmar não quis falar nada. O primeiro depoimento de Gilmar foi acompanhado por um advogado, segundo consta no termo: Cláudia Cappi. Gilmar foi preso em casa. Passou mal no fim do dia 24, dia da prisão, após prestar depoimento. Depois de uma dor epigástrica forte e pico hipertensivo, Gilmar foi internado no Hospital do Coração, em Natal. Após ser preso, ele

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