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Lawrence Ferlinghetti – Versos na tarde – 17/06/2015

Quanto eu saiba ela talvez fosse mais feliz Lawrence Ferlinghetti ¹ Quanto eu saiba ela talvez fosse mais feliz que qualquer um aquela anciã solitária de xale no trem com caixotes de laranja com o passarinho manso no seu lenço e sussurrando-lhe todo o tempo mia mascotta mia mascotta sem que nenhum dos excursionistas de domingo com seus cestos e garrafas prestasse qualquer atenção e o vagão chiava através dos trigais tão devagar que borboletas entravam e saíam Tradução de Nelson Ascher ¹ Lawrence Ferlinghetti * New York, Usa – 24 de março de 1919 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Maioridade Penal – Maria Rita Kehl: Justiça não é vingança

“Alguém realmente acredita que reduzir a maioridade penal há de amenizar a violência social de que somos todos, sem exceção, vítimas?”, questiona a psicanalista Maria Rita Kehl, que foi integrante da Comissão Nacional da Verdade; “ “As crianças arregimentadas pelo crime são evidências de nosso fracasso em cuidar, educar, alimentar e oferecer futuro a um grande número de brasileiros. Esconder nossa vergonha atrás das grades não vai resolver o problema” A psicanalista Maria Rita Kehl, uma das principais vozes do Brasil na defesa dos direitos humanos, se posiciona contra a redução da maioridade penal, no texto Justiça ou vingança?, publicado neste domingo.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “Alguém realmente acredita que reduzir a maioridade penal há de amenizar a violência social de que somos todos, sem exceção, vítimas?”, questiona. Ela também afirma que as punições de menores reproduzirão a lógica da desigualdade brasileira. “É muito evidente que os que conduzem a defesa da mudança na legislação estão pensando em colocar na cadeia, sob a influência e a ameaça de bandidos adultos já muito bem formados na escola do crime, somente os ‘filhos dos outros’”, diz ela. “Quem acredita que o filho de um deputado, evangélico ou não, homofóbico ou não, será julgado e encarcerado aos 16 anos por ter queimado um índio adormecido, espancado prostitutas ou fugido depois de atropelar e matar um ciclista?” Ela também afirma que as saídas são mais educação e mais igualdade. “As crianças arregimentadas pelo crime são evidências de nosso fracasso em cuidar, educar, alimentar e oferecer futuro a um grande número de brasileiros. Esconder nossa vergonha atrás das grades não vai resolver o problema.” Via 247

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Globo volta ao “podemos tirar se achar melhor”

Cícero, o célebre orador romano, não conheceu a Globo, mas suas invenctivas contra Catilina, um golpista da época, parecem ter sido escritas especialmente para denunciar as diatribes da Vênus, sua campanha diária contra um debate político baseado em fatos, e não em mentiras, factoides e omissões. A obsessão goebelliana da Globo é criar a seguinte narrativa: FHC foi um grande estadista, e Lula, um crápula que merece ser degolado em praça pública. Dizia Cícero: “Quo usque tandem abutere, Catilina, patientia nostra? Quam diu etiam furor iste tuus eludet? Quem ad finem sese effrenata iactabit audacia?” Tradução: “Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência? Por quanto tempo a tua loucura há de zombar de nós? A que extremos se há de precipitar a tua desenfreada audácia?” O blog DCM descobriu que a Época, que agora disputa com a Veja o título de rainha do esgoto, tentou apagar da internet uma matéria em que denunciava mais uma daquelas coisas incríveis que somente os tucanos podem fazer: em seus últimos dias de governo, FHC usou o Planalto, um espaço público, para reunir grandes empresários, e pedir dinheiro para seu Instituto. Conseguiu R$ 7 milhões. Hoje isso deve corresponder ao dobro disso. Mais tarde, o ex-presidente conseguiria mais R$ 6 milhões de verba pública para organizar um “acervo” no site do Instituto FHC, louvando a si mesmo. Tucano pode tudo. Lula não. Lula deveria ter ido esmolar embaixo de um viaduto. Por: Miguel do Rosário/Tijolaço Do Diário do Centro do Mundo. Revista Época tira do ar matéria que contava como FHC ‘passou o chapéu’ para criar seu instituto Postado em 14 de junho de 2015 às 12:28 pm A revista Época tirou do seu site um artigo em que contava como, no final de sua presidência, FHC ‘passou o chapéu’ para recolher recursos para montar seu instituto. O serviço de queima de arquivo, no entanto, não foi bem feito. O Google guardou uma foto do texto. Quem procura a matéria no Google encontra essa cópia fotográfica. O Google explica que o dono do conteúdo pode pedir para remover o texto caso queira, mas até aqui a Época não se mexeu. Abaixo segue a reportagem, copiada e colada: FHC passa o chapéu Presidente reúne empresários e levanta R$ 7 milhões para ONG que bancará palestras e viagens ao Exterior em sua aposentadoria Gerson Camarotti Foi uma noite de gala. Na segunda-feira, o presidente Fernando Henrique Cardoso reuniu 12 dos maiores empresários do país para um jantar no Palácio da Alvorada, regado a vinho francês Château Pavie, de Saint Émilion (US$ 150 a garrafa, nos restaurantes de Brasília). Durante as quase três horas em que saborearam o cardápio preparado pela chef Roberta Sudbrack – ravióli de aspargos, seguido de foie gras, perdiz acompanhada de penne e alcachofra e rabanada de frutas vermelhas -, FHC aproveitou para passar o chapéu. Após uma rápida discussão sobre valores, os 12 comensais do presidente se comprometeram a fazer uma doação conjunta de R$ 7 milhões à ONG que Fernando Henrique Cardoso passará a presidir assim que deixar o Planalto em janeiro e levará seu nome: Instituto Fernando Henrique Cardoso (IFHC). O dinheiro fará parte de um fundo que financiará palestras, cursos, viagens ao Exterior do futuro ex-presidente e servirá também para trazer ao Brasil convidados estrangeiros ilustres. O instituto seguirá o modelo da ONG criada pelo ex-presidente americano Bill Clinton. Os empresários foram selecionados pelo velho e leal amigo, Jovelino Mineiro, sócio dos filhos do presidente na fazenda de Buritis, em Minas Gerais, e boa parte deles termina a era FHC melhor do que começou. Entre outros, estavam lá Jorge Gerdau (Grupo Gerdau), David Feffer (Suzano), Emílio Odebrecht (Odebrecht), Luiz Nascimento (Camargo Corrêa), Pedro Piva (Klabin), Lázaro Brandão e Márcio Cypriano (Bradesco), Benjamin Steinbruch (CSN), Kati de Almeida Braga (Icatu), Ricardo do Espírito Santo (grupo Espírito Santo). Em troca da doação, cada um dos convidados terá o título de co-fundador do IFHC. Antes do jantar, as doações foram tratadas de forma tão sigilosa que vários dos empresários presentes só ficaram conhecendo todos os integrantes do seleto grupo de co-fundadores do IFHC naquela noite. Juntos, eles já haviam colaborado antes com R$ 1,2 milhão para a aquisição do imóvel onde será instalada a sede da ONG, um andar inteiro do Edifício Esplanada, no Centro de São Paulo. Com área de 1.600 metros quadrados, o local abriga há cinco décadas a sede do Automóvel Clube de São Paulo. O jantar, iniciado às 20 horas, foi dividido em dois momentos. Um mais descontraído, em que Fernando Henrique relatou aos convidados detalhes da transição com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. Na segunda parte, o assunto foi mais privado. Fernando Henrique fez questão de explicar como funcionará seu instituto. Segundo o presidente, o IFHC terá um conselho deliberativo e o fundo servirá para a administração das finanças. Além das atividades como palestras e eventos, o presidente explicou que o instituto vai abrigar todo o arquivo e a memória dos oito anos de sua passagem pela Presidência. A iniciativa de propor a doação partiu do fazendeiro Jovelino Mineiro. Ele sugeriu a criação de um fundo de R$ 5 milhões. Só para a reforma do local, explicou Jovelino, será necessário pelo menos R$ 1,5 milhão. A concordância com o valor foi quase unânime. A exceção foi Kati de Almeida Braga, conhecida como a mais tucana dos banqueiros quando era dona do Icatu. Ela queria aumentar o valor da ajuda a FHC. Amiga do marqueiteiro Nizan Guanaes, Kati participou da coleta de fundos para a campanha da reeleição de FHC em 1998 – ela própria contribuiu com R$ 518 mil. “Esse valor é baixo. O fundo poderia ser de R$ 10 milhões”, propôs Kati, para espanto de alguns dos presentes. Depois de uma discreta reação, os convidados bateram o martelo na criação de fundo de R$ 7 milhões, o que levará cada empresário a desembolsar R$ 500 mil. Para aliviar as despesas, Jovelino ainda sugeriu que cada um dos 12 presentes convidasse mais dois

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