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Ferreira Gullar – Versos na tarde – 07/06/2015

Estranheza do Mundo Ferreira Gullar ¹ Olho a árvore e indago: está aí para quê? O mundo é sem sentido quanto mais vasto é. Esta pedra esta folha este mar sem tamanho fecham-se em si, me repelem. Pervago em um mundo estranho. Mas em meio à estranheza do mundo, descubro uma nova beleza com que me deslumbro: é teu doce sorriso é tua pele macia são teus olhos brilhando é essa tua alegria. Olho a árvore e já não pergunto “para quê”? A estranheza do mundo se dissipa em você. ¹ José Ribamar Ferreira * São Luiz, MA. – 10 de Setembro de 1930 d.C >> biografia de Ferreira Gullar [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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FHC: Como o “ele sabia” da Veja varia conforme o “freguês” e o Estadão não lê o Estadão

Mais um que não sabia de nada. A capa sequer menciona o nome de Fernando Henrique, mesmo que a revista contenha a denúncia não de um “bandido profissional” (copyright Sérgio Moro, sobre Alberto Youssef), mas de Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-ministro do próprio FHC. A capa da Veja aí de cima é, evidente, uma montagem. A reprodução, ao lado, não. Está na edição da revista de 8 de maio de 2002. A capa sequer menciona o nome de Fernando Henrique, mesmo que a revista contenha a denúncia não de um “bandido profissional” (copyright Sérgio Moro, sobre Alberto Youssef), mas de Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-ministro do próprio FHC. E não apenas por ele, mas também por Paulo Renato de Souza, então ministro da Educação, morto em 2011. A entrevista de Barros está aqui e aqui, na parte de baixo das páginas, na íntegra. A memória implacável de meu bom amigo Apio Gomes – e seus arquivos igualmente impiedosos – chegam-me por e-mail sobre esta exploração sobre o fato de ter havido um encontro, no dia 31 de janeiro de 2006,  entre Lula, na Presidência, e Paulo Roberto Costa, diretor de Abastecimento, em companhia do então presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli e outras pessoas estar sendo tratada como “indício” de envolvimento do ex-presidente com as malfeitorias do ex-diretor.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] É assim: quando se quer, a afirmação “passa batido” e vai para o “pé” da matéria; quando convém, uma mera suposição vira manchete. O “caso” atual foi  “levantado” pelo Estadão com “base” num relatório de auditoria da Petrobras que simplesmente listou, nada mais,   as viagens de diretores da empresa e outros funcionários no período que antecedeu a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. O que basta para o ex-vetusto jornal paulista dissesse que a ida de Costa a Brasília”indica” que foi tratar  com Lula sobre Pasadena. Até porque o Estadão sabe que Gabrielli estava no dia apontado como o sendo o da reuniãoe se Lula fosse participar do que não devia não iria fazer isso numa “assembleia”. O Estadão deixa de lado que tinha acabado de estourar a crise com a Bolívia, por conta das refinarias da Petrobras,  que o presidente da petroleira estatal de petróleo boliviana, Eduardo Vardala, tinha anunciado, dias antes, que “pretendia estatizar” numa entrevista à France Press. As refinarias, como se sabe, são área da Diretoria de Abastecimento e, portanto, na época, àquele cidadão, o que deveria ser considerado um possível bom motivo para sua presença por lá, numa reunião com o Presidente, não é? Para saber disso nem é preciso ter uma memória fantástica como a do amigo que me enviou a Veja. Basta ler no Estadão todas as informações que dei e que o jornal paulista não deu, muito menos a revista  dos Civita. No Estadão do dia seguinte à tal “reunião reveladora”, 1° de fevereiro, que se não tiverem por lá a gente tem aqui, capturado online e que pode ser vista e lida aqui. Há motivos para uma reunião que não passam, necessariamente, sobre Pasadena. Quando imprensa trabalha com vontades e não fatos, deixa de lado até o que ela própria publicou. Deveriam entronizar o Rubens Ricúpero e seu “o que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde”.

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Agora é possível enviar sua localização para um amigo pelo Facebook Messenger

Nesta semana, o Facebook anunciou um novo recurso em seu Messenger que permite que as pessoas enviem suas localizações exatas para seus amigos. Divulgação/Facebook Para isso, basta clicar no ícone de mais (“…”) ou no ícone de alfinete de localização, na parte inferior da tela. É possível compartilhar um mapa de onde você está para que seu amigo lhe encontre no local, ou até mesmo apenas tranquilizá-lo ao mostrar que já está perto do local de encontro.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O Facebook promete que o usuário terá total controle sobre quando e como compartilhar suas informações de localização. “Você só enviará um local quando tocar no pino de localização e, em seguida, optar por enviá-lo como uma mensagem separada. Você também pode compartilhar um local mesmo se não estiver lá”, disse a rede social. A empresa fez questão de deixar claro que enviar seu local é totalmente opcional e que o Messenger não recebe informações sobre a localização do seu dispositivo — a menos que você ative o serviço de localização do app. “O Messenger não obtém informações sobre a localização do seu dispositivo em segundo plano — apenas cada vez que você seleciona um local e toca em ‘Enviar’ quando usa o aplicativo Messenger. Não estamos solicitando quaisquer novas permissões para suas informações”, disse a empresa. No fim do mês passado, no entanto, um aluno de Harvard já havia criado uma extensão para o Chrome que permite que usuários descubram a posição exata, com precisão de metros, de outros usuários do Facebook Messenger. As informações de localização incluem até os horários das mensagens. Dessa forma, os movimentos de uma pessoa podem ser rastreados minuto a minuto, por anos a fio. Todo o histórico de localização de um usuário pode ser rastreado até a primeira troca de mensagens com outra pessoa. Fonte: Facebook.

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Lava Jato: Lula tratou de pasadena com ex-diretor corrupto da petrobras

Paulo Roberto Costa, hoje cumprindo pena de prisão domiciliar por corrupção, era diretor de Abastecimento quando viajou a Brasília para se reunir com o então presidente Lula, em 2006, para tratar da compra da refinaria de Pasadena, localizada no Texas (Estados Unidos),um mês antes da autorização para fechar o negócio, um dos mais lesivos para a estatal brasileira. Avaliada um pouco antes por US$ 42m5 milhões, a refinaria acabaria custando mais de US$ 1,3 bilhão à Petrobras. Essa reunião entre o diretor corrupto e Lula consta de uma agenda integrantes de relatório intitulado “Viagens Pasadena”, no qual a companhia lista deslocamentos feitos por seus funcionários e executivos, no Brasil e no exterior, em missões relacionadas ao negócio, considerado um dos piores da história da petroleira. Conforme o documento, o encontro entre Lula e Costa se deu em 31 de janeiro daquele ano, no Palácio do Planalto, exatos 31 dias antes de o Conselho de Administração da Petrobrás, na época chefiado pela então ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, dar aval à aquisição de 50% da refinaria. O ex-presidente nunca admitiu participação nas tratativas para a aquisição, que, segundo auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), causou prejuízo de US$ 792 milhões aos cofres públicos.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A conversa foi inscrita na agenda de Lula apenas como “Reunião Petrobrás”. Mas o Planalto não descreveu, na época, quais foram os participantes. O relatório mostra que o ex-diretor ficou em Brasília dois dias, retornando em 1º de fevereiro. O motivo registrado foi “reunião com o presidente Lula”. Questionado sobre a agenda com Costa, o ex-presidente afirmou, por meio de sua assessoria, que “a reunião com a Petrobrás” foi “há mais de nove anos” e “não tratou de Pasadena”. Não informou, contudo, qual foi, então, a pauta debatida. A revelação é de reportagem de Fábio Fabrini e Fausto Macedo, do jornal O Estado de S. Paulo. A assessoria de Lula sustentou ainda que o ex-presidente nunca teve uma conversa “particular” com o ex-diretor e que, na ocasião, o encontro “teve a presença” do ex-presidente da estatal José Sergio Gabrielli. A relação de viagens mostra que Gabrielli foi a Brasília no mesmo período para “reunião no Palácio do Planalto”. À reportagem, ele disse não se recordar do compromisso e que, não necessariamente, estava no prédio da Presidência para falar com Lula naquele dia. “Não me lembro dessa reunião”, afirmou. “Duvido que tenha acontecido isso”, disse, alegando que Costa “não tinha nada a ver com Pasadena”. Investigação O documento da Petrobrás foi produzido para subsidiar as investigações da comissão interna que apurou irregularidades na compra de Pasadena. Além da viagem de Costa a Brasília, constam outros 209 deslocamentos de profissionais da estatal, ligados à aquisição e à gestão da refinaria americana, entre março de 2005 e fevereiro de 2009. Não há menção à agenda do ex-diretor de Abastecimento com Lula no relatório final da comissão, que responsabiliza, além do próprio Costa, o ex-diretor de Internacional Nestor Cerveró, Gabrielli e outros dirigentes da época. O ex-diretor não foi questionado sobre o encontro quando, em agosto do ano passado, a comissão enviou a ele um questionário sobre sua participação na compra de Pasadena. Costa respondeu quando cumpria prisão preventiva em Curitiba. Acusado e já condenado por envolvimento no esquema de corrupção da Petrobrás, Costa ficou preso de março a maio e de junho a setembro do ano passado na carceragem da Polícia Federal na capital paranaense. Em setembro, após firmar um acordo de delação premiada na Operação Lava Jato, ele foi encaminhado para prisão domiciliar, no Rio de Janeiro. Propina. Aos investigadores, o ex-diretor confessou, entre outras irregularidades, ter recebido propina de US$ 1,5 milhão para não atrapalhar a polêmica compra de Pasadena, feita em duas etapas, entre 2006 e 2012, ao custo de US$ 1,2 bilhão. O prejuízo apontado pelo TCU é de quase 70% do valor pago. Dilma alega que só aprovou a compra dos primeiros 50% da refinaria, em 2006, porque desconhecia aspectos prejudiciais do negócio. Em nota ao Estado, em março do ano passado, ela justificou que, ao tomar a decisão, se embasou num relatório técnico e juridicamente falho, apresentado por Cerveró ao Conselho de Administração, que não citava duas cláusulas. Uma delas, a Marlim, garantia rentabilidade mínima de 6,9% ao ano ao Grupo Astra Oil, sócio da Petrobrás no empreendimento, mesmo que a refinaria fosse deficitária. A outra (Put Option) assegurava à parceira o direito de vender sua parte à estatal em caso de desacordo. Em nota enviada na quarta-feira, o Palácio do Planalto reiterou que Dilma só foi informada da omissão sobre a cláusula Marlim no parecer em junho de 2008, em outra reunião do colegiado. E que não tratou de Pasadena, quando ministra, com Lula. “A ministra-chefe da Casa Civil não tratou da compra da refinaria com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, afirmou. Procurado pela reportagem desde a semana passada, o advogado de Costa, João Mestieri, não se pronunciou.

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Arte – Pintura – Sofia Gandarias

Sofia Gandarias – Exposição “Kafka o Visionário” Haus am Kleistpark de Berlim Texto de José Saramago para o catálogo da exposição À pergunta angustiada, ainda que carregada de uma retórica fácil, que o papa lançou em Auschwitz para surpresa e escândalo do mundo crente: “Onde estava Deus?”, vem esta grande exposição de Sofía Gandarias responder com simplicidade: “Deus não está aqui”. É evidente que Deus não leu Kafka e, pelos vistos, Ratzinger também não. Não leram nem sequer Primo Levi, que está mais perto do nosso tempo e nunca se serviu de alegorias para descrever o horror. Se se me permite a ousadia, eu aconselharia ao papa que visitasse, com tempo e olhos de ver, esta exposição de Sofía, que escutasse com atenção as explicações que lhe fossem dadas por uma pintora que, sabendo muito da arte que cultiva, muito sabe também do mundo e da vida que nele temos feito, os que crêem e os que não crêem, os que esperam e os que desesperam, e os outros, os que fizeram Auschwitz e os que perguntam onde estava Deus.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Melhor seria que nos perguntássemos onde estamos nós, que doença incurável é esta que não nos deixa inventar uma vida diferente, com deuses, se quiserem, mas sem nenhuma obrigação de crer neles. A única e autêntica liberdade do ser humano é a do espírito, de um espírito não contaminado por crenças irracionais e por superstições talvez poéticas em algum caso, mas que deformam a percepção da realidade e deveriam ofender a razão mais elementar. Acompanho o trabalho de Sofía Gandarias desde há anos. Assombra-me a sua capacidade de trabalho, a força da sua vocação, a maestria com que transfere para a tela as visões do seu mundo interior, a relação quase orgânica que mantém com a cor e o desenho. Sofía Gandarias é, toda ela, memória. Memória de si mesma, como qualquer, em primeiro lugar, mas também memória do que viveu e do que aprendeu, memória de tudo o que interiorizou como algo próprio, memória de Kafka, de Primo Levi, de Roa Bastos, de Borges, de Rilke, de Brecht, de Hanna Arendt, de quantos, para tudo dizer numa palavra, se debruçaram do poço da alma humana e sentiram a vertigem.

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Um filme imperdível: Todas as manhãs do mundo

Vou falar de um dos melhores filmes já feitos sobre música: Tous les matins du monde, filme de 1991 do recém-falecido Alain Corneau. O filme narra basicamente a relação entre Marin Marais, o famoso compositor do barroco francês, e seu mestre, Jean de Sainte-Colombe. No entanto, ele fala bem mais do que isso, e acaba se tornando uma grande reflexão sobre a música, e este aspecto o torna extraordinário. Tecnicamente, é um filme muito bem feito, uma fotografia linda, reforçando de forma bem clara aspectos de chiaroscuro e com uma forte influência da pintura contemporânea ao filme. Mas mais impressionante é a riqueza musical: Marais, St. Colombe são muito tocados, mas também Lully, Couperin e muita música original (no devido estilo do barroco francês!) composta e tocada por Jordi Savall, cujo talento aprofunda ainda mais o filme.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Sinopse O filme começa em uma situação que qualquer pessoa que faz música já experimentou: as notas estão certas, a partitura está sendo fidedignamente reproduzida, mas ainda assim, o resultado não é agradável, o resultado não é musical. Toda pessoa que já tocou algum instrumento já foi criticada por tocar errado, mesmo estando aparentemente certa. Desta forma, a cena tem uma insuspeita familiaridade com todos. Em um primeiro momento o professor explica: “Toute note doit finir en mourant” e os músicos começam tocando, de maneira praticamente idêntica e Marais, irritado, resolve dar uma aula para seus músicos, sobre como tocar, “Marin Marais fait sa leçon!”. Mas, antes de falar tecnicamente sobre música, Marais resolve contar a história de sua aprendizagem. A história básica é de como o gambista Marin Marais, após ter tido aulas com todos os grandes gambistas da corte francesa, se aproxima do compositor e gambista misantropo St. Colombe. Considerado por todos o melhor gambista de seu tempo, ele tinha, desde a morte de sua esposa, abandonado toda a vida da corte e passado a viver austeramente com suas duas filhas, a quem ele ensina toda sua arte,  em uma propriedade rural do interior da França. Depois de uma breve exibição de Marais, St. Colombe resiste, mas acaba aceitando-o como aluno. Marais envolve-se amorosamente com uma das suas filhas, mas não consegue cativar o professor, que sempre o trata de maneira rude. Marais acaba por se afastar do mestre e indo viver na corte, onde ele consegue a posição de chefe da orquestra de Lully, assumindo sua posição de compositor da corte depois da morte do grande italiano. Ele rejeita a filha de St. Colombe, grávida dele, por alguma beldade da corte. Algum tempo depois, com a gravidez tendo resultado em uma criança natimorta, a filha está gravemente doente e pede para que Marais toque para ela uma peça que ele havia composto para ela anos antes, ele toca e, logo depois de sair, ela se suicida. Guillaume Depardieu como o jovem Marin Marais Tempos depois, Marais, algo desiludido com sua vida na corte, sente vontade de ouvir a música de St. Colombe e volta, escondido, para ouvi-lo – agora sozinho, já que sua outra filha tinha se casado. Em uma dessas noites, Marais surpreende St. Colombe conversando com sua esposa (que sempre lhe aparecia em visões) e decide ir falar com ele. Ao contrário das outras vezes em que acolhera Marais rudemente, agora St. Colombe decide lhe dar não uma última lição, como tinha sido pedido, mas suaprimeira lição sobre música. E é essa lição que ele repete a seus músicos. O Marais jovem que tocava para St. Colombe estava tão errado quanto os músicos da sua orquestra que tentavam tocar para ele. St. Colombe dizia repetidamente: “Vous faisez de la musique, mais vous n’êtes pas musicien”. O talento ele tinha, o conhecimento técnico estava lá, mas faltava algo. E o filme fala desse algo. Jean-Pierre Marielle como Sainte Colombe Análise O filme não trata da vida anterior de st. Colombe, ela é sutilmente deixada de lado, mas parece que o evento central da sua vida foi a morte de sua esposa. Desde então, ele passou a se concentrar cada vez mais na música e a dar cada vez menos valor às coisas de fora da música. Porque a música é a única coisa capaz não de superar, mas de sublimar a dor da perda da sua mulher. Marais, ainda mais do que st. Colombe, viveu uma vida de ostentação, ele chegou a abandonar seu mestre e seu primeiro amor para a suntuosidade de Versalhes. Depois de algum tempo, o filme não é claro, mas é claramente depois da morte de Madeleine, essa vida deixou de ser suficiente para ele. Nessa desilusão ele retorna toda noite em segredo à propriedade de St. Colombe para ouvir sua música – ela lhe tinha bem mais a dizer do que os rococós de Versalhes. Marais tinha tido também a sua experiência com a morte, a da morte da filha de seu mestre, que é em grande parte por sua culpa. É somente a partir dessa experiência com o sofrimento e da desilusão com a pompa real que st. Colombe aceita ensinar música para Marais. “A música é uma linguagem que só consegue se exprimir quando as palavras não podem, nesse sentido, ela não é humana. Para que é a música?” St. Colombe pergunta para Marais, “você já descobriu que não é para o Rei”. E Marais responde com todos os lugares comuns: “glória, fama, para si mesmo, para Deus, para um amor, para os males do amor”. Só depois de muitas tentativas, que ele percebe: a música fala com tudo aquilo que não tem palavra. E a principal metáfora que o filme usa é a da linguagem dos mortos, é com a música que St. Colombe reencontra sua antiga esposa, e é somente depois da sua própria experiência com a morte de Madeleine, que Marais vai conseguir finalmente aprender a ser um musicista. “Eu vou te ensinar duas airs que podem ressuscitar os mortos”, e assim termina a formação de Marais. Não que o filme queira dizer que

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Remédios Antigos – Vinho de Cocaína

Quando foram descobertas, a Cocaína, morfina e até a heroína eram vistos como remédios miraculosos. Esse vinho de coca foi feito pela Maltine Manufacturing Company de Nova York. A dosagem indicada diz: “Uma taça cheia junto com, ou imediatamente após, as refeições. Crianças em proporção”. Hoje são proibidas, mas estavam legalmente disponíveis no passado. Muitos dos fabricantes existem até hoje, e proclamavam até o final do século 19 que seus produtos continham estas drogas.

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