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Adalgisa Nery – Versos na Tarde – 13/04/2015

Paisagens do Pensamento Adalgisa Nery¹ Reflexo nas formas veladas, Luz, no sono da criança, Cor da vida nas rosas nascendo Nas sepulturas sem nome. Som batendo na muralha transparente, Chuva lavando as horas esquecidas, Humilde pensamento acostando-se na mente, Águas em fio escorrendo nos tetos agudos, A palavra transitando sem contatos Nos olhos dos surdos, Foguetes violentando a virgindade das nuvens, Fecundando fugas para o secreto À procura de vida na vida de outro sêmen, Aumentando a solidão compacta em cada homem Que dia a dia mais enfrenta o terror E vê infâncias famintas Que as próprias mãos comem. Estupros louvados Em cada partícula da angústia indormida Que em tudo se oculta, por todos os lados, Na unidade do movimento da vida. ¹Adalgisa Maria Feliciana Noel Cancela Ferreira * Rio de Janeiro – RJ – 29 de Outubro de 1905 d.C + Rio de Janeiro – RJ – 07 de Junho de 1980 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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O “xis” da questão, agora, é a mudança do discurso do ladrão Costa

Por mais que a nossa  muito profunda imprensa esteja aí se divertindo com a tunga velha dos Andrés Vargas e Argolos, o fato do dia na investigação da Operação Lava Jato, agora, é a “revisão da delação premiada” de Paulo Roberto Costa. A esta altura, as bancas dos advogados das empreiteiras devem estar trabalhando para apresentarem petições pedindo a soltura de seus clientes  e não duvide se outras delações venham a ser desfeitas, a pedido dos delatores. Agora, segundo Paulo Roberto, passaram de cartel e fraudadores de preços a simples “achacados”. Afora os que babam, furiosos, salivando já o devorar do Governo, as pessoas de bom-senso estão agora diante da pergunta óbvia: se não gouve, como diz  agora o ladrão Costa, sobrepreço, mas apenas desvio dos lucros legítimos das empresas para o pagamento de propina, onde estaria o “rombo da Petrobras”? À medida em que as reações jurídicas começarem, mesmo diante de tribunais superiores metidos sob a pressão da mídia, o assunto vai ganhar destaque. Mesmo antes, o assunto já espanta os comentaristas menos dispostos aos linchamentos, como é o caso de Kennedy Alencar que, em seu blog, publica artigo correto e perplexo com o quadro novo que está criado. Vale a pena ler até o final, até pela “enquadrada” que ele dá no procurador Carlos Fernando de Lima, o “estrategista do Ministério Público”, como Kennedy diz ser.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Recuo de Costa muda impacto da corrupção sobre Petrobras Delator mentiu antes ou agora? Resposta pode mudar investigação Kennedy Alencar O procurador federal Carlos Fernandes Santos Lima, que seria o estrategista do Ministério Público na Operação Lava Jato, afirmou na manhã desta sexta que a mudança de versão de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, sobre a formação do preço das obras na estatal não mudaria nada na investigação. A rigor, deveria mudar, sim. De acordo com uma reportagem da “Folha de S.Paulo”, Paulo Roberto Costa recuou em uma informação de sua delação premiada já aprovada pela Justiça. Costa afirma que a propina paga pelas empresas teria saído de suas próprias margens de lucro, não de um superfaturamento cobrado da estatal. A ser verdade o que Costa revela agora, há alteração em relação ao impacto da corrupção sobre a Petrobras. E seria afetada ainda a versão sobre o que aconteceu ao longo do escândalo. Havia um cartel que combinava sobrepreço com envolvimento de corruptores (empresas) e corruptos (políticos e funcionários da estatal)? Ou os funcionários apresentavam um preço justo enquanto os políticos chantageavam as companhias para obter propina? Em resumo, houve cartel, como diz o Ministério Público, ou achaque, como afirmam a defesa de empresas? No caso, os corruptores incluem os funcionários da Petrobras na prática da extorsão, não somente os políticos. O recente recuo de Costa é importante. Não se trata de uma informação trivial, uma correção na delação, um nome que ele tenha esquecido de mencionar e lembrado depois. Trata-se do preço das obras das quais saíram as propinas. No momento, a Petrobras se prepara para lançar no balanço do ano passado o impacto da corrupção nas contas da empresa. O juiz federal Sérgio Moro e os procuradores da força-tarefa do Ministério Público Federal precisam tirar a limpo essa questão. É necessário saber se Paulo Roberto Costa mentiu quando fez a delação premiada e afirmou que a propina era paga de um preço extra colocado nas obras. Ou se mente agora, quando diz que o dinheiro da corrupção era descontado da margem de lucro das empresas e estabelecido um preço justo. Segundo outra reportagem da “Folha de S.Paulo”, a intenção do novo presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, seria fixar um percentual de 3% sobre todos os contratos suspeitos para chegar a um valor de R$ 6 bilhões de prejuízo à estatal. Mas, se não houve sobrepreço, como diz agora o ex-diretor, esse dano à Petrobras, em tese, não teria existido. No máximo, a estatal teria perdido a oportunidade de negociar desconto. Se Paulo Roberto disse a verdade antes e agora está mentindo, há um prejuízo concreto à estatal. Ao aplicar o percentual mais alto de 3%, a nova direção da Petrobras já está superestimando o escândalo para agradar ao mercado e mostrar conservadorismo. Portanto, é preciso apurar quais eram os parâmetros de preço estabelecidos pela Petrobras para deixar uma gordura de até 3% no valor das obras. Que “preço justo” era esse? É conversa pra boi dormir a defesa de Costa dizer que não se trata de mudança de peso na delação já feita pelo ex-diretor de Abastecimento, que afirmou recentemente que não se importava com o dinheiro, mas com o trabalho técnico na Petrobras. Uma diferença de até 3% numa obra milionária ou bilionária apareceria em qualquer planilha detalhada da estimativa de custos da Petrobras. Errar por até 3% a mais não é algo que passe despercebido em contratos de tal magnitude. Além disso, não parece real que corruptores sejam benevolentes e retirem as propinas de suas margens de lucro. Talvez essa nova versão seja importante para a defesa de Paulo Roberto Costa em relação ao trabalho técnico que fazia na Petrobras e transfira para políticos e empresários o jogo sujo. O procurador Lima disse que Costa pode estar querendo melhorar a sua defesa. Agora, depois de delatar, obter benefícios e estar cumprindo prisão domiciliar? Ora, Paulo Roberto Costa é um criminoso confesso, um ladrão assumido. É preciso ter cuidado com suas informações. Nesse jogo, deve ser vista com reserva sua tentativa de demonizar os políticos, passando a dar lições de moral e ética. Funcionários corruptos da Petrobras fizeram parte do jogo sujo com gosto, como mostram as fortunas que amealharam e que, supostamente, estariam devolvendo integralmente à Justiça. Risco do discurso político do Ministério Público Em entrevista hoje, por ocasião da décima-primeira fase da Operação Lava Jato, o procurador Carlos Fernandes Santos Lima pediu suporte da população e da imprensa à investigação e às medidas judiciais e legislativas que envolvem a Lava Jato. Os apoios popular e da imprensa aos investigadores são mais do que notórios,

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Angelina Jolie errou de página

Angelina Jolie tirou ovários e trompas mas foi parar nas páginas de “Ciência/Saúde”. Devia estar na rubrica “Celebridades”. Angelina rebatizaria as tolas e fúteis sessões de “Celebridades” da nossa imprensa. Revelou as entranhas que nenhuma atriz expõe, com coragem rara de encontrar no meio de verniz barato e banalidades. Mas virou cobaia para ginecologistas e especialistas analisarem em página inteira, programas de rádio, jornais de TV e matéria do Fantástico os riscos que as mulheres correm ou não, a importância dos testes genéticos, o perigo do câncer no útero e a doença que tomou conta de três mulheres de sua família – mãe, avó, tia. Erraram feio, trocaram Angelina de página. Numa área onde as declarações do beautiful people beiram as raias do surreal, a realidade crua de Angelina cairia como uma luva. Na Veja (edição 2418) lemos o “consultor de imagem” de mulheres endinheiradas Alexandre Taleb aconselhar suas clientes a gastar R$ 100 mil por mês para comprar uma bolsa Hermès, outra Bottega Veneta, usar roupas Versace e calçar sapatos Jimmy Choo e Louboutin (“machucam os pés, mas chamam atenção”).[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Uma semana antes a modelo Isabeli Fontana, com seios estourando o vestido de apenas um palmo abaixo dos quadris, lastima “gostaria de ser Rihanna [namorada de Leonardo di Caprio]. Ela é selvagem, engraçada e sexy”. E logo depois do Oscar a sessão “Gente” da revista dedicou duas páginas para comentar as roupas deslumbrantes e as centenas de milhares de dólares ganhos em comerciais de produtos de beleza pelas atrizes que sobem no seu Louboutin para responder, no tapete vermelho: “De onde é o seu vestido?” Veja gozou em grande estilo atrizes como Patrícia Arquette, que ganhou o Oscar de atriz coadjuvante por Boyhood, acumula fortuna de 24 milhões de dólares, mas ensaiou um discurso “engajado” sobre paridade salarial entre homens e mulheres em Hollywood. Foi aplaudida por Merryl Streep (45 milhões de dólares). Ridicularizou a valorização do colar Van Cleef de Margot Robbie (O Lobo deWall Street) no valor de 1,5 milhão de dólares, feito em homenagem à Wallis Simpson – a cópia do colar valeria mais do que a mulher que fez um rei abdicar do seu trono? Eram só celebridades como Jennifer Lopez (fortuna de 315 milhões de dólares), que usou dois vestidos de estilistas libaneses mas não disse nada sobre a conturbada situação no Oriente Médio. Conclusão: Veja limpa mesmo as sujeiras mais profundas? “Vamos perguntar a elas”, era o título da matéria. Revisar conceitos Celebridades dizem bobagens o ano inteiro e quando resolvem enviar a Angela Merkel uma carta com o slogan “a pobreza é sexista”, pedindo proteção a mulheres e meninas em situação de risco, a chanceler alemã na presidência do G-7 não dá um pio sobre Boko Haram, Estado Islâmico, Irã. Assinaram a carta Lady Gaga, Meryl Streep, Beyoncé em nome da entidade americana ONE criada por Bono, doadora de 1% do dinheiro que arrecada . Maitê Proença fala que gosta do próprio corpo. Não, Gisele Bünchen não vai se aposentar, por que parar de vender sabonetes, shampoos, cremes e afins quando o que vende é a própria beleza a peso de ouro, para mulheres que embarcam na onda? Maquiagem minimal com tonalidade terrosa e cores pontuais. Sombras metálicas, corretivos marfim e olhos de gato, rainhas da selva prontas para o safári na savana africana – é o belo visual do caderno “Ela” de O Globo de sábado (28/3). Nenhuma palavra das modelos imitando atrizes famosas como Jane Birkin, no auge da paixão por Serge Gainsborough, ou Meryl Streep, em África Minha. Nenhuma palavra sobre os horrores da África. Nenhuma pressão contra a negação de Eduardo Cunha na Câmara dos Deputados de julgar a lei de liberação do aborto: “Não vou pautar nem que a vaca tussa, vai ter de passar por cima do meu cadáver”. Celebridades são mulheres-maravilha, não têm útero nem ovários, não têm avesso, só seios siliconados. Metamorfoses da primeira que surgiu em quadrinhos em plena Segunda Guerra, em dezembro de 1941, de short, bustier vermelho, tiara, carnes explodindo e mais tarde tendo o arquétipo feminino clonado por Jane Fonda em Barbarela (Roger Vadim, 1968). As histórias da Mulher Maravilha (Wonder Woman) só foram superadas em vendas e sucesso pelo Super Homem e pelo Batman, também surgidos na década de 1940. Celebridades não se expõem, não tem opinião sobre nada, não promovem campanhas, nas entrevistas mostram o apartamento novo e expressam desejo de comprar outro maior junto com o carro do ano e o namorado da moda. Celebridades enjoam, passam folheadas na revista Caras de enorme poder sobre mulheres no cabelereiro, salvação daquelas que estão na sala de espera do médico ou do dentista. Caras é o carro-chefe em vendas da Editora Abril. Em edição recente do suplemento “Babelia” do jornal El País (23 de outubro), a enquete “O que as atrizes pensam sobre envelhecer?” inclui Cher dando um fora quando perguntam se ela não está muito velha para cantar rock. “Por que você não pergunta isso a Mick Jagger?” Susan Sarandon avisa às moças de 25 anos preocupadas com seus músculos caídos: “Cuidado, sua vida vai ser dura”. Francis MacDormand, mulher do diretor Joel Cohen, assusta-se com os valores da nossa cultura: “Não podermos envelhecer, depois dos 45 temos de nos vestir e parecer adolescentes”. Lauren Hutton afirma que faz sexo melhor depois dos 60, Cate Blanchet alerta a quem quer se submeter a cirurgias plásticas que não o faça por medo, “ou o medo permanecerá em seus olhos”, e Geraldine Chaplin diz que usa sapatos coloridos e extravagantes, “assim as pessoas se esquecem das minhas rugas”. Jane Fonda, como as outras, exibe suas rugas profundas e estimula as leitoras a revisar nosso conceito de envelhecer – não é decrepitude e, sim, uma escala ascendente de sabedoria e intenção de vida. Marion Cotillard lançou o livro As francesas não fazem cirurgias plásticas: Envelhecendo com estilo e atitude. Além do bibelô Nossas atrizes e atores, com mínimas exceções, vendem coisas. São garotas propaganda de

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O que o Google e o Facebook fazem com seus dados?

Para os adeptos das teorias conspiratórias o que segue abaixo é um prato cheio! Assista aos dois vídeos, que, no mínimo, propõem uma reflexão sobre o uso de informações que fornecemos online. No centro das interrogações estão os dados que fornecemos ao Google e ao Facebook. O Editor SÃO PAULO – A sua privacidade está garantida quando você pesquisa no Google e usa um de seus produtos? E no Facebook, o que fazem com suas informações? As perguntas acima são corriqueiras no mundo online. E as teorias offline que as respondem são muitas. Além do suposto fornecimento de dados dessas duas gigantes da internet para outras empresas, há proposições que vão desde a ilusão de anonimato na web até o controle e manipulação de todas as informações que se passam na Terra. Diante de tantas dúvidas e da atualidade do assunto (com debates correntes inclusive no Brasil, com o Marco Regulatório da Internet), separamos dois vídeos que o tratam de maneira original.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O primeiro deles é o “Google Masterplan“, de 2007, dirigido pelos alemães Ozan Halici e Jürgen Mayer. A animação trata de um suposto plano da companhia de Sergey Brin e Larry Page em dominar tudo o que se passa pela internet. O roteiro é inspirado nos livros “What Barry Says”, de Simon Robson, e “The Google Story“, de David A. Wise. Em inglês, com 3 minutos e 14 segundos de duração: Já o segundo vídeo selecionado, “Facebook: CIA Profile Database“, diz respeito ao extenso código de conduta do Facebook – aquelas letrinhas que quase ninguém dá atenção ao adentrar em site ou serviço. Trata-se de uma mídia mais simples e que ganhou bastante repercussão nos últimos meses, sobretudo depois que Mark Zuckerberg alterou os termos do código sem avisar seus usuários, no começo do ano, e voltou atrás. A duração é de quatro minutos, em inglês.  

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