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Fernando Pessoa – Versos na Tarde – 10/04/2015

Tudo que sinto, tudo que penso Fernando Pessoa¹ Tudo que sinto, tudo quanto penso, Sem que eu o queira se me converteu Numa vasta planície, um vago extenso Onde há só nada sob o nulo céu. Não existo senão para saber Que não existo, e, como a recordar, Vejo boiar a inércia do meu ser No meu ser sem inércia, inútil mar. Sargaço fluido de uma hora incerta, Quem me dará que o tenha por visão? Nada, nem o que tolda a descoberta Com o saber que existe o coração. ¹ Fernando António Nogueira Pessoa * Lisboa, Portugal – 13 de junho de 1888 d.C + Lisboa, Portugal – 30 de novembro de 1935 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Pesquisadores criam bateria dobrável que carrega celular em um minuto

Cientistas americanos construíram uma bateria flexível de alumínio que, segundo eles, pode se transformar na alternativa barata, segura e muito rápida aos modelos existentes. Além disso, ela pode ser totalmente recarregada em menos de um minuto. Nova bateria também pode ser recarregada mais vezes sem perder capacidade O protótipo de bateria é uma pequena bolsa contendo alumínio para um eletrodo e espuma de grafite para outro eletrodo, tudo cercado por um sal líquido especial. Além da rapidez no recarregamento, os cientistas afirmam que ela é muito mais segura e duradoura que as atuais baterias de lítio, comuns em dispositivos eletrônicos como smartphones. A bateria também dura mais do que as pilhas alcalinas.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “Desenvolvemos uma bateria recarregável de alumínio que pode substituir os dispositivos atuais que, ocasionalmente, pegam fogo”, disse o autor da pesquisa Hongjie Dai, da Universidade de Stanford, na Califórnia. “Nossa nova bateria não vai pegar fogo nem se você perfurá-la”, acrescentou. E um vídeo feito pelos pesquisadores mostra que a bateria até continua funcionando por um período curto depois de ser perfurada. Leia mais: De olho em arquibancadas, empresa cria TV descartável Os cientistas divulgaram os resultados obtidos com a nova bateria na revista especializada Nature. Leve e barato Por ser um material leve e barato, o alumínio vem atraindo o interesse de muitos setores nos últimos anos, mas isto nunca resultou em um produto viável até o momento. Mas, a chave para esta nova bateria foi a escolha do material para o eletrodo positivo (o cátodo) que vai com o alumínio do eletrodo negativo (ou ânodo). O grafite, uma forma de carbono na qual os átomos formam folhas finas e planas, tem uma performance muito boa e também é leve, barato e disponível. Para conectar os dois eletrodos, a bolsa é preenchida com líquido. “O eletrólito é, basicamente, um sal que é líquido e está na temperatura ambiente, então é muito seguro”, disse o estudante Ming Gong, outro autor do projeto. Outro ponto crucial é que a bateria pode completar mais de 7,5 mil ciclos (recargas) sem perder nada de sua capacidade, muito mais do que a maioria das baterias de íons de lítio e centenas de vezes melhor do que as baterias experimentais que também usam alumínio. Leia mais: Cientistas criam tatuagem que recarrega bateria com suor O dispositivo também é capaz de gerar dois volts, o mais alto que uma bateria de alumínio já chegou. E também uma capacidade maior do que o 1,5 volt gerado por pilhas alcalinas. No entanto, ela fica atrás da geração de energia das baterias de íons de lítio usadas em smartphones e laptops. “Nossa bateria produz cerca de metade da voltagem de uma bateria de lítio. Mas melhorando o material do cátodo, poderemos, no futuro, aumentar a voltagem e a densidade da energia”, disse o professor Dai. Mesmo com a baixa voltagem em relação às baterias usadas hoje, a equipe já conseguiu juntar duas destas baterias experimentais, conectar a um adaptador e carregar um smartphone em um minuto. Leia mais: Escocês inventa fone de ouvido que recarrega celulares Além disso, os cientistas sugerem que este tipo de bateria será muito útil para dispositivos com telas flexíveis, uma das propostas para a próxima geração de dispositivos eletrônicos. “Nossa bateria tem tudo o que você sonha que uma bateria deveria ter: eletrodos baratos, segurança, carregamento em alta velocidade, flexibilidade e longo ciclo de vida. Acho que são os primeiros dias de uma nova bateria. É muito animador”, disse Dai. Desafio Para Clare Grey, especialista em química de materiais da Universidade de Cambridge, a nova bateria pode ser uma grande mudança e o “método de armazenar as cargas dentro do grafite”, desenvolvido pelos cientistas de Stanford, “é bem esperto”. Mas, ela acredita que transformar este protótipo em um produto para ser comercializado em larga escala será um desafio. Um dos problemas, para Clare, é que colocar íons entre as folhas do grafite pode acabar fazendo com que o material fique se contraindo e expandindo, o que “é ruim para a bateria”. Leia mais: Americana de 18 anos cria bateria que recarrega em 20 segundos “E também, quanto maior forem as folhas de grafite, mais os íons terão que ficar difusos, então eles ficarão mais lentos. Então, parte da razão pela qual as taxas (apresentadas pela bateria) ainda são altas é que usa plaquetas muito pequenas de grafite”, explicou. Mesmo com estes problemas, a pesquisadora ainda tem muito interesse nesta nova bateria. “Acho muito animador e nos mostra novos caminhos sobre como poderíamos fazer este tipo de química funcionar.” BBC

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Dilma e a internet, uma relação complicada

Ao lançar o Pacto Nacional de Enfrentamento às Violações dos Direitos Humanos na Internet, a presidente Dilma Rousseff evidenciou mais uma vez como o seu governo tem dificuldade para lidar com o caótico ambiente das redes sociais virtuais. O programa usa uma retorica irrepreensível mas ignora uma realidade que até agora desafia não apenas o governo da presidente, mas também a maioria dos demais governos do planeta. Quase todas as tentativas de disciplinar o comportamento dos internautas não deram certo porque a internet tem como principal diferencial em relação à sociedade tradicional ou analógica a sua capacidade de dar visibilidade a atitudes, ideias e valores que permaneceram ocultos ou pouco visíveis na era industrial. O que torna possível esta visibilidade é o surgimento de tecnologias inovadoras que permitem a transparência e caráter viral da comunicação digital. Quando a presidente promete preservar a liberdade de expressão no discurso de lançamento do pacto batizado de Humaniza Redes, ela não leva em conta o fato de que é esta mesma liberdade de expressão e comunicação que permite a visibilidade de comportamentos e ideias considerados atentatórios aos direitos humanos e à vigência do regime democrático. A análise de cartazes exibidos por participantes dos protestos do dia 15 de março evidencia, nas ruas, um caos político e ideológico visível o tempo todo no Facebook — e que a imprensa e o governo acreditam ser uma característica da internet. Aberrações políticas e comportamentais existem no ambiente social independente do modelo comunicacional e informacional. A diferença é que na era pré-internet não havia uma tecnologia capaz de tornar visíveis, em escala planetária, comportamentos minoritários.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Proteger o princípio da liberdade de comunicação e expressão na internet significa preservar o livre fluxo de dados e informações na internet, o que equivale a preservar também a transparência da interatividade online. Nessas condições, o esforço para neutralizar comportamentos e ideias atentatórias aos direitos humanos implica ações de médio e longo prazos para formação de consensos mediante campanhas voltadas para a geração de novos comportamentos, crenças e valores. Novas regulamentações e punições podem, no máximo, ter caráter acessório e jamais resolverão, sozinhas, o foco dos problemas. A tendência normal dos governos é apelar para leis, decretos e regulamentações como forma de resolver um problema. No caso da internet isso não funciona porque um dos princípios básicos da rede é a sua descentralização, o que inibe a ação de posturas centralizadoras. Assim, o pacto proposto pela presidente Dilma Rousseff pode, eventualmente, funcionar como uma atitude política visando efeitos institucionais, mas dificilmente chegará a resultados efetivos em matéria de neutralização de tendências antissociais na internet. A combinação de transparência e descentralização na internet leva a solução do problema para o terreno do debate amplo onde, aí sim, a liberdade de expressão e comunicação torna-se indispensável. Num contexto digital, onde as redes sociais virtuais ocupam um espaço cada vez maior, a capacidade de os governos imporem normas reguladoras de condutas é muito reduzida. Se o governo da presidente Dilma quer participar do debate nas redes sobre comportamentos antissociais, o máximo que ele pode fazer é atuar como mediador, o que implica não impor a sua vontade. Quando a internet permite que as pessoas atuem diretamente no debate por meio de comentários, blogs, fóruns, micro mensagens e interatividade em redes sociais, instituições que se apresentam como representativas de cidadãos — como os governos e a imprensa — perdem boa parte dessa função. Ambos passam a ser o que sempre foram: representantes dos interesses dos ocupantes de hierarquias institucionalizadas. Sua representatividade num ambiente digital está mais vinculada a sua capacidade de mediar a busca de alternativas para o caos do que a de tentar domá-lo, de cima para baixo. Por Carlos Castilho/Observatório da Imprensa

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