Everardo Norões – Versos na tarde – 08/11/2014
Poema VII Everardo Norões ¹ Restos de falas na mesa e a náusea matinal. O bule, a xícara, os copos. A mão, submersa no sal, da tarde, na planície, tão clara, dessa mesa, onde deslizam os repastos da habitual tristeza que cobre a toalha branca de rendas. E essa fome, bordada sobre a mesa como as iniciais de um nome. O jarro com flores e as cinzas do outro dia, fugindo aos arabescos das rendas, tão frias, como as coisas distantes que nos aguardam à mesa: o leite, o bule, o café, o sono, a morte, a incerteza. ¹ Everardo Norões * Crato, CE. – 1954 d.C [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]