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Clarice Lispector – Versos na tarde – 23/02/2014

Precisão Clarice Lispector ¹ O que me tranqüiliza é que tudo o que existe, existe com uma precisão absoluta. O que for do tamanho de uma cabeça de alfinete não transborda nem uma fração de milímetro além do tamanho de uma cabeça de alfinete. Tudo o que existe é de uma grande exatidão. Pena é que a maior parte do que existe com essa exatidão nos é tecnicamente invisível. O bom é que a verdade chega a nós como um sentido secreto das coisas. Nós terminamos adivinhando, confusos, a perfeição. ¹ Clarice Lispector * Ucrânia – 10 de Dezembro de 1920 d.C + Rio de Janeiro, RJ – 9 de Dezembro de 1977 d.C >> biografia de Clarice Lispector [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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A visão moderna dos gênios

Algumas pessoas vivem em eras românticas. Elas tendem a acreditar que o gênio é o produto de uma centelha divina. Acreditam que houve, no decorrer das eras, modelos de grandeza – Dante, Mozart, Einstein – cujos talentos superaram em muito a compreensão normal, que tinham um acesso sobrenatural à verdade transcendental e que podem ser abordados da melhor forma com um respeito reverencial. Nós, é claro, vivemos em uma era científica, e a pesquisa moderna desmonta o pensamento mágico. Segundo a ótica atualmente dominante, nem mesmo as habilidades precoces de Mozart foram o produto de algum dom espiritual inato. As suas primeiras composições nada tinham de especial. Eram imitações de trabalhos de outras pessoas. Mozart era um bom músico em tenra idade, mas ele não teria se destacado entre as melhores crianças instrumentistas de hoje. [ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda]Atualmente acreditamos que, o que Mozart realmente possuía era a mesma coisa que Tiger Woods tem, – a capacidade de concentrar-se por longos períodos e uma determinação em melhorar as suas capacidades. Mozart tocava piano bastante quando era muito novo, de forma que obteve as suas 10 mil horas de prática bem cedo e a partir daí construiu o seu percurso. As pesquisas mais recentes sugerem uma visão de mundo mais prosaica, democrática e até mesmo puritana. O fator fundamental que distingue os gênios daqueles que são meramente bem sucedidos não é uma centelha divina. Não é o coeficiente de inteligência (QI) – geralmente um mal previsor de sucesso – nem mesmo em áreas como o xadrez. Em vez disso, é a prática deliberada. Os indivíduos que mais se destacam são aqueles que passam horas (muito mais horas) praticando rigorosamente os seus talentos. A recente pesquisa foi realizada por pessoas como K. Anders Ericsson, o falecido Benjamin Bloom e outros. Ela foi resumida em dois livros agradáveis: “The Talent Code” (“O Código do Talento”), de Daniel Coyle; e “Talent is Overrated” (algo como, “A Importância Atribuída ao Talento é Exagerada”), de Geoff Colvin. Se você quiser entender como um gênio típico pode se desenvolver, imagine o caso de uma garota que possua uma habilidade verbal ligeiramente acima da média. Não precisa ser um grande talento, apenas o suficiente para que ela possa obter alguma espécie de distinção. A seguir, você faria com que ela conhecesse, digamos, um romancista, que coincidentemente compartilhasse algumas das mesmas características biográficas. Talvez o escritor fosse da mesma cidade, tivesse a mesma origem étnica, ou tivesse nascido no mesmo dia – qualquer coisa que criasse uma sensação de afinidade. Esse contato daria à garota uma imagem da sua pessoa no futuro. Coyle enfatiza que isso proporcionaria a ela vislumbrar um círculo encantado no qual algum dia pudesse ingressar. E também seria útil se um dos seus pais morresse quando ela tivesse 12 anos, injetando nela uma profunda sensação de insegurança e alimentando uma necessidade desesperada de sucesso. por  David Brooks – The New York Times

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Arte – Pintura – Grant Wood

A arte de Grant Wood ¹ Clique na imagem para ampliar Arbor, 1930 – Óleo s/ madeira – 78 x 65.3 cm – Art Institute of Chicago ¹ Grant Wood * Illinois, USA – 14 de Maio de 1892 d.C + Illinois, USA – 13 de Maio 1942 Pintor Americano Photo realistic Artista, artesão e desenhista estadunidense nascido próximo a Anamosa, Iowa State, responsável pela criação de trabalhos de camuflagem para o Exército durante a primeira guerra mundial. Com a morte do pai (1901) sua família mudou-se para Cedar Rapids, onde ele empregou-se como um aprendiz em uma loja de metais. Paralelamente estudou e se formou na escola secundária Washington High School, em Cedar Rapids, e se matriculou em uma escola de arte em Mineápolis (1910). Passou a ensinar em uma escola particular (1911) e dois anos depois matriculou-se no Art Institute of Chicago para estudar esculturas em prata (1913). Depois de servir no exército como um pintor de camuflagem, voltou novamente a Cedar Rapids para ensinar para estudantes juniores, Junior High students. Dedicou-se ao ensino e fez quatro viagens para Europa (1920-1928), onde estudou muitos estilos de pintar, especialmente impressionismo e pós-impressionismo, freqüentou a Académie Julian de Paris e foi profundamente influenciado pelo trabalho de Jan Van Eyck. Escolhido (1927) para a realização de um vitral para o edifício da legião estadunidense de Cedar Rapids, Iowa. Depois de buscar em Munique, Alemanha, artesãos mais experientes que colaborassem no empreendimento, o vitral foi montado na Alemanha e quando chegou à Cedar Rapids, foi recusado pelos membros da Legião. Em represália, o artista realizou uma obra satírica, a que chamou Filhas da revolução, que atingiu seus objetivos, ou seja, causou furiosa reação entre os legionários. Depois do episódio, seu estilo evoluiu para um realismo despojado e de linhas muito marcadas, sem paralelo na pintura contemporânea, influenciado pela arte gótica européia, e se tornou o grande proponente de regionalismo nas artes. Em Mulher com plantas, retrato de sua mãe, trouxe reação discreta, mas com Gótico estadunidense causou enorme sucesso quando exposto em Chicago (1930). Ajudou a fundar a Stone City Art Colony (1932) próximo da sua cidade natal, para ajudar os artistas durante a Grande Depressão. Foi nomeado professor de belas-artes da Universidade de Iowa 1934 e morreu no hospital universitário, em Iowa City, na véspera de seu aniversário. Depois de sua morte, seus bens foram para sua irmã, Nan Wood Graham, a mulher retratada em American Gothic, e depois a morte desta (1990), todo o seu patrimônio juntamente com os bens pessoais do irmão e várias obras de arte, tornaram-se propriedade do Figge Art Museum, em Davenport, Iowa. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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