Rilke – Reflexões na tarde – 09/11/2013
O desconhecido uniu-se a nós, penetrou no âmago do nosso coração, pois se mesclou ao nosso sangue e ignoramos o que passou. Seria fácil fazerem-no crer que não passou nada. E, todavia, eis-nos transformados em uma casa pela presença de um hóspede. Esse instante aparentemente oco, esse instante de tensão em que o futuro nos penetra, está infinitamente mais próximo da existência do que aqueles outros instantes que se nos impõe do exterior, em pleno tumulto e como que por acaso. Quanto mais silenciosos, pacientes e recolhidos formos nas nossas melancolias, de forma mais eficaz penetrará em nós. O desconhecido é o nosso bem. Rainer Maria Rilke * Praga, República Checa – 04 de Dezembro de 1875 d.C + Valmont, Suíça – 29 de Dezembro de 1926 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]