Vittoria Colonna – Versos na tarde – 11/07/2013
“Quando o Grão Lume surge do Oriente…” Vittoria Colonna¹ Quando o Grão Lume surge do Oriente e o negro manto desta noite afasta, quando na terra o gelo se desgasta, dissolvido ao calor de um raio ardente, a minha dor, que o sono suavemente anestesiara, acorda mais nefasta. E, quando aos outros o prazer se gasta, é que revive o meu, mais docemente. Assim me impele uma inimiga sorte: procuro a escuridão, fugindo à luz, odeio a vida, desejando a morte. O que ensombra outro olhar no meu reluz. Se fecho os olhos, abre-se, num corte, a dor profunda que a meu sol conduz. Tradução de Delson Tarlé ¹Vittoria Colonna * Nápoles, Itália – 1492 d.C + Nápoles, Itália – 1547 d.C Poetisa marcante do século XVI. Marquesa de Pescara, filha de Fabrízio, nobre do reino de Nápoles. Em 1509, casou-se com Fernando d’Avalos, marquês de Pescara, morto em combate, em 1525. Apaixonada pelo marido, escreveu poemas memoráveis nos quais chora a morte do amado. Grande amiga de Michelangelo, mas as relações, entre ambos, não ultrapassaram as raias do amor platônico. Definia sua relação com o gênio renascentista como uma “amizade estável e firmíssimo afeto”. Escreveu 352 sonetos. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]