Arquivo

Francisco Carvalho – Versos na tarde – 05/03/2012

Fosso Francisco Carvalho ¹ O povo fala grosso mas não segue adiante porque tem um fosso. O povo mostra o rosto mas não pode ser visto porque tem um fosso. O povo não tem sobrosso mas é expulso da festa porque tem um fosso. O povo paga imposto mas fica à margem do rio porque tem um fosso. Fosse de que modo fosse a vida não mudaria porque tem um fosso. A fome mostra o seu dorso mas não prova do manjar porque tem um fosso. Espectros de pele e osso contai vossa fome ao vento porque tem um fosso. ¹ Francisco Carvalho * Russas, CE. – 11 de Junho de 1927 d.C + Fortaleza, CE. – 5 de março de 2013 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

Leia mais »

Joaquim Barbosa e a ribalta

Continuo bestificado com a ânsia com a qual a mídia brasileira incensa personalidades. Avolumam-se as matérias sobre o dia a dia da vida privada do Ministro Joaquim Barbosa do STF. Sem fazer juízo de valor sobre os saberes judicantes de sua excelência, fico apreensivo pela continua permanência do presidente do STF na ribalta, que não tão somente às barras dos tribunais. Considero-me um cidadão razoavelmente informado, freqüentei bancos acadêmicos, mais recentemente o curso de Direito, e sou capaz de ler e entender duas ou três frases em três ou quatro idiomas, afora o português, e viajo ao exterior com certa assiduidade. Mesmo assim – é provável que eu seja mesmo incompetente – sou incapaz de citar um único nome de um juiz da suprema corte dos Estados Unidos, sociedade sabidamente entregue ao culto às celebridades, onde a mídia é extremamente competente em concentrar holofotes em personalidades tais. É nesse contexto que volto a citar a frase de James Cook: “Um homem que quer reger a orquestra precisa dar as costas à platéia”. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

Leia mais »

O livre mercado deu “chabu”

Alan Greenspan, o ex todo poderoso presidente do Banco Central Americano, – que em economês colonizado é chamado de FED (sic) – e tido como a reencarnação do teórico do liberalismo Adam Smith, deu declarações panglossianas em depoimento na Câmara dos Deputados, nas planícies “dólares”, ora devastadas, do grande irmão do norte. Adam Smith*, o celebrado autor do clássico “Riqueza das Nações” O provecto sabichão, que por décadas era mais acreditado em Wall Street que o Papa no Vaticano, declarou textualmente: [ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda]“Eu cometi um erro ao presumir que os interesses das organizações, especificamente de bancos e outras, eram tais que seriam o melhor meio de proteger seus próprios acionistas”. Uáu! É nada, cara pálida. Que tal o velho Brecht “crime não é roubar um banco, mas fundar um!”? Sua (dele) senhoria, emendou, provocando, provavelmente, agitação na tumba ‘smithiana’: “Encontrei um defeito. Eu não sei quão significativo ou permanente ele é. Mas estou bastante preocupado com isso”. Hummmm!!!!!! Um deputado, logo tachado pelos iconoclastas do liberalismo como “abestado”, perguntou se, de fato, Greenspan estava aderindo ao FHCeniano “esqueça o que escrevi”, sapecando uma inacreditável marcha-a-ré em tudo no que acreditava. Resposta de Greenspan: “Esta é precisamente a razão pela estou chocado, porque eu passei os últimos 40 anos com evidências bastante consideráveis de que [o livre mercado] estava funcionando excepcionalmente bem”. Ah! é, e!? *Adam Smith * Edimburgo, Escócia – 1723 d.C + Edimburgo, Escócia – 1790 d.C Considerado o pai da economia moderna, o autor da tese de que um impulso psicológico individual poderia ter efeito sobre a prosperidade ou a ruína econômica de um país. Em sua obra Uma Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações, de 1776, Smith diz que as pessoas são individualistas e tendem a buscar sempre o que é melhor para elas. Agindo assim, azeitam a economia e fazem um bem a toda a comunidade. A explicação clássica do livro é a de que padeiro não acorda de madrugada para colocar a massa no forno por amor ao estômago de seus clientes – mas pelo dinheiro que ele receberá deles. Smith é um ascendente de Levitt na medida em que a psicologia só lhe interessava quando produzia uma ação. Outra tirada clássica de Smith: tanto faz se um miserável sonha em ser rei e em andar de carruagem puxada por seis cavalos, “o que interessa para a economia é onde ele vai gastar suas poucas moedinhas”.

Leia mais »