Stéphane Mallarmé – Versos na tarde – 18/02/2013
Brisa Marinha Stéphane Mallarmé ¹ A carne é triste, sim, e eu li todos os livros. Fugir! Fugir! Sinto que os pássaros são livres, Ébrios de se entregar à espuma e aos céus imensos. Nada, nem os jardins dentro do olhar suspensos, Impede o coração de submergir no mar Ó noites! nem a luz deserta a iluminar Este papel vazio com seu branco anseio, Nem a jovem mulher que preme o filho ao seio. Eu partirei! Vapor a balouçar nas vagas, Ergue a âncora em prol das mais estranhas plagas! Um Tédio, desolado por cruéis silêncios, Ainda crê no derradeiro adeus dos lenços! E é possível que os mastros, entre ondas más, Rompam-se ao vento sobre os náufragos, sem mastros, sem mastros, nem ilhas férteis a vogar… Mas, ó meu peito, ouve a canção que vem do mar! Tradução: Augusto de Campos ¹ Stéphane Mallarmé * Paris, França – 18 de Março de 1842 d.C + Valvins, França – 09 de Setembro de 1898 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]