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Virgínia Schall – Versos na tarde

Estrangeira Virgínia Schall ¹ A noite é a mesma em todo um lado do planeta e nela ocupo um lugar único personagem entre tantos a compor a cena humana sob o foco de luz de uma sala comum. Nada há por sofrer, nada é urgente os meus estão bem e eu aparento realizada o cão me olha sereno por sobre o tapete a filha organiza retratos na gaveta a música encanta o ar fresco entre buganvílias rubras de minha varanda camarote aberto para o mundo descortino cintilâncias a tremular nas águas noturnas da lagoa A noite é límpida e eu, lúcida espreito a vida e escrevo para entender d’onde vem tanta melancolia de quem deveria estar a fruir esta harmonia mas se debate trôpega à procura tão plena de desejos e perguntas disfarçando o coração inquieto que teima em viajar por ontens e futuros. Absorta em sonhos e platônicos amores adentro atmosferas e penumbras aspiro perfumes de outras eras prenúncio de cálidos encontros. Oh vida que escorre pelo dia prestes a concluir-se para sempre nunca mais será hoje outra vez disso eu sei tão quanto aqui estou e no entanto, esbanjo o presente viajante estrangeira do meu próprio momento. Haverá um tempo em que a memória dessa cena será saudade e tristeza por não tê-la vivido por inteiro. ¹ Virgínia Schall * Montes Claros, MG. – d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Economia: Como manter o Euro no ar

Ninguém ousa dizer que na realidade há uma falta absoluta de alternativas de um lado ou do outro do Atlântico. Desde Locke, e demais seguidores e teóricos do liberalismo absolutista, que se houve a cantilena ensaiada da “necessidade da privatização incontida e incondicional dos bens públicos capazes de tornar o Estado um vetor de desenvolvimento, pelo corte substancial nos investimentos, sobretudo os sociais, e pela dispensa e arrocho em relação aos trabalhadores e aposentados do setor.” Emblemática é a declaração do ministro das finanças da Itália: “Não deve haver ilusões sobre quem será salvo. Como no Titanic, os passageiros da primeira classe também não serão capazes de se salvar”. O Estado mínimo minguou de vez. Marx sorri na tumba. O Editor Por Martin Wolf/Valor Econômico A aeronave da zona do euro foi criada “com uma asa e uma oração”. A asa caiu e os deuses não estão ouvindo as orações. Todo mundo está se concentrando em evitar uma queda. Mas é igualmente vital indagar: como pilotar com segurança? E como foi que a zona do euro mergulhou em seu infortúnio? Parte da resposta é que não dispunha de mecanismos para enfrentar crises, que seus membros divergiram enormemente e que foi prejudicada por seus primeiros sucessos. [ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda]As condições de crédito fácil e juros baixos na primeira década produziram bolhas no mercado imobiliário e crescimento explosivo na tomada de empréstimos pelo setor privado na Irlanda e na Espanha, captação exagerada de empréstimos pelo setor público na Grécia, declínios na competitividade externa da Grécia, Itália e Espanha, e enormes déficits externos, na Grécia, Portugal e Espanha. Quando os mercados financeiros entraram em pânico, os devedores sofreram uma “parada súbita”, o que causou crises de iliquidez e insolvência em cascata de países e bancos. A zona do euro está correndo para alcançá-las. Mas a crise é mais rápida. Quase metade da dívida soberana exibe elevado risco de crédito. A zona do euro não dispunha de mecanismos para o financiamento, entre países, dos tomadores de empréstimos que perderam acesso a recursos financeiros. Em tese, o ajuste deveria ter ocorrido por meio dos mecanismos clássicos: uma espiral de inadimplência de países, colapsos bancários, desaquecimento econômico, desemprego, salários em queda, austeridade fiscal e infelicidade generalizada. Ninguém preveniu a sociedade de que tal brutalidade está à espreita. Os políticos também não entenderam isso. Quando chegou a hora, todos hesitaram em agir. Então, o que precisa ser feito? A resposta vem em dois pares: o primeiro é “estoques e fluxos”, o segundo é “financiamento e ajuste”. Estoques refere-se a zerar a herança do passado. Fluxos referem-se a necessidade de retomada do crescimento econômico sustentável. Financiamento e ajuste referem-se ao como e quando dos esforços para zerar os estoques e restaurar a sustentabilidade dos fluxos. Vários membros da zona do euro saíram da crise com enorme excessos de dívida privada e soberana. Se esses estoques não puderem ser rolados, permanecerá uma mescla de financiamento e reestruturação. A reestruturação da dívida do setor privado que está sendo organizada não oferece praticamente nenhum alívio à Grécia, mas alívio substancial para antigos credores privados. No caso da Grécia, certamente (e, possivelmente, Portugal e Irlanda), é essencial uma redução substancial dos encargos do serviço da dívida. Esse problema passa também pelos bancos, onde o estoque excessivo de empréstimos de qualidade duvidosa prejudica tanto a solvência como a liquidez. Novamente, nesse caso, a solução é financiamento – injeções de capital e apoio do banco central – e reestruturação – depreciação de ativos e de alguns passivos. Lidar com os estoques é relativamente simples. Um desafio muito maior é conseguir fomentar fluxos sustentáveis de receitas e despesas a elevados níveis da atividade econômica. Isso significa muito mais do que a austeridade fiscal com a qual os europeus estão obcecados. Parafraseando o historiador romano Tácito, “eles criam uma depressão e a denominam de estabilidade”. Para que a atividade seja restaurada, os déficits estruturais externos precisam cair para níveis facilmente financiáveis por meio de mercados privados. A Grécia e Portugal têm grandes déficits externos, um indicador irrefutável de grave falta de competitividade. Isso é também um pouco preocupante para a Espanha e a Itália, mas o problema ali é menor. A Irlanda tem um superávit externo, o que é animador para seu futuro. Ajustes desse tipo levam tempo: é preciso que ocorram grandes mudanças tanto nos preços relativos como nos investimentos em novas atividades. Em análise pessimista para a londrina Lombard Street Research, Christopher Smallwood argumenta que a Grécia e Portugal – e até mesmo Itália e Espanha – restabelecerão sua competitividade por meio de dolorosas quedas salariais e demissões em massa.* O que torna ainda mais difícil o ajuste é que ele envolve dois lados. Para que os déficits externos diminuam, também deverão encolher os superávits no outro lado da equação. Isso tem implicações evidentes para a Alemanha e outros países centrais. Mas esses países não reconhecem a necessidade de se ajustarem. Eles acreditam que uma só mão é capaz de bater palmas. A natureza dúplice do ajuste pode não ser tão importante para países devedores de pequeno porte. Mas é bem mais relevante no caso dos países de maior porte. Se o ajuste necessário revelar-se impossível dentro da camisa de força da zona euro, existirão duas alternativas: abandonar o euro, com os riscos que comentei duas semanas atrás ou financiamento permanente por meio de uma união fiscal, mantendo, assim, as economias moribundas na UTI. Essa opção pode ser viável para uma ou duas economias de pequena dimensão. Mas seria impossível, economica ou politicamente, para as maiores. É por isso que os elevados spreads atuais sobre a dívida italiana e espanhola são tão perigosos para o futuro da zona euro. O problema está nos fluxos, idiota. Apenas reduzir a carga de endividamento não resolverá esse problema. Devemos temer que economias profundamente não competitivas, não serão financiadas, mas não conseguirão se ajustar. Se assim for, eles poderão simplesmente definhar. É por isso que algumas pessoas já afirmam que a solução poderá ter de incluir o

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Design – Carrinho de compras

Kit Move-lo – Designer: David Graham O kit DIY é um carrinho improvisado muito durável e é feito a partir de peças auto-adesivas de papelão reciclado. Pode ser montado em poucos minutos. O produto é realmente reutilizável, nos testes as alças e rodas suportaram um trajeto equivalente a 20 km, o que muito mais que a média do que se percorre normalmente entre a loja e o carro no estacionamento. Cada vez que as partes são desmontadas os adesivos vão perdendo a eficiência. No entanto o adesivo e as rodinhas podem ser substituídas. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Deputado reitera a denúncia de comércio de emendas em São Paulo

Roque Barbieri (PTB) disse que vai reiterar no Ministério Público a denúncia de que empreiteiras “compram” emendas na Assembléia Legislativa de São Paulo. Em entrevista ao repórter Chico Siqueira, Barbieri disse que não se arrepende de ter lançado holofotes sobre o esquema. Declara-se em dúvida apenas quanto à quantidade de malfeitores. Dissera que, num plenário de 94 deputados, a Assembléia abrigava entre 25% e 30% de mercadores. “Pode ser que tenha errado na porcentagem, para cima ou para baixo, mas não errei ao fazer a denúncia”, declara agora Barbieri. Ele se ajeita em cena: “Eu cometi injustiça com parte da Casa, que não está envolvida nisso…” “…Eles desconhecem o esquema ou não tiveram nem tempo de apresentar emendas. Posso ter errado na dose, mas a doença existe.” O Ministério Público Estadual abriu investigação para apurar o balcão de emendas. O depoimento denunciante será coletado nos próximos dias.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Embora assegure que irá reafirmar a existência do esquema à Promotoria, Barbieri esquivou-se de fornecer os nomes dos colegas que vendem emendas. A exemplo do que ocorre no plano federal, as verbas das emendas saem das arcas públicas. No caso de São Paulo, são provides pelo governo tucano de Geraldo Alckmin. Significa dizer que, para ser bem sucedida, a investigação precisa começar na Assembléia e terminar no Palácio dos Bandeirantes. blog Josias de Souza

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