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Geir Campos – Versos na tarde

Poema Geir Campos ¹ Morder o fruto amargo e não cuspir mas avisar aos outros quanto é amargo, cumprir o trato injusto e não falhar mas avisar aos outros quanto é injusto, sofrer o esquema falso e não ceder mas avisar os outros quanto é falso; dizer também que são coisas mutáveis… E quando em muitos a noção pulsar – do amargo e injusto e falso por mudar- então confiar à gente exausta o plano de um mundo novo e muito mais humano ¹ Geir Nuffer Campos * São José do Calçado, ES. – 28 de fevereiro de 1924 d.C + Niterói, RJ. – 8 de maio de 1999 d.C Professor universitário,  jornalista, tradutor e escritor. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Platão e a Caverna Digital

Platão e a Caverna Digital por Eugênio Mira ¹ A tecnologia nos liberta? Ou a tecnologia nos escraviza? Traçando um paralelo entre um antigo diálogo filosófico e um filme contemporâneo, podemos tentar uma visão mais realista da imersão contínua em informações que sofremos e das suas conseqüências. “Imagine-se em uma caverna. Você tem seus braços e sua cabeça acorrentados e tudo que vê são as sombras do mundo real projetadas no fundo da caverna…”. Assim começa um dos mais famosos diálogos filosóficos da história. Platão tenta demonstrar para seus interlocutores como o mundo em que vivemos pode ser um contorno abstrato da realidade. Através da metáfora da caverna, ele mostra como a nossa noção de realidade pode ser limitada por nossos sentidos, e dá início a uma das discussões mais fecundas do pensamento filosófico. Mas e hoje? É possível confiar nos sentidos? Vamos transpor o mito da caverna para nossos dias. Imagine um homem em um equipamento que controlasse todas suas funções sensoriais. Espaciais, visuais, táteis, etc… Este homem está ligado a uma máquina, a qual cria em sua mente todas as sensações de uma vida. Em sua mente ele se vê indo trabalhar, jantando um bom prato e sorrindo com amigos.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Seu cérebro pensa que realmente usa suas pernas, que sua língua saboreia e que seus olhos vêem. Mas não é essa a realidade. Se ele fosse desligado da máquina, o que acreditaria ser mais real? E se tentasse despertar os outros? Como reagiriam? Essa é a premissa do filme “Matrix” (1999). Em um mundo apocalíptico, máquinas controlam seres humanos, fazendo com que eles pensem que vivem a realidade, quando na verdade estão em casulos. Apesar do exercício exagerado de criatividade, nesse caso, ele ilustra bem a imersão do homem moderno na teia tecnológica. Com o ouvido colado ao celular e os olhos na tela do computador, passamos a desprezar de certa forma a realidade externa, e nos afastamos do convívio pessoal. Hoje se aprende através de vídeos e ensina-se através da internet. Nesse cenário, perde-se cada vez mais a capacidade de apartar o que é induzido da realidade palpável, uma vez que se tem cada vez menos contato com a realidade e se é cada vez mais induzido. Hoje se consome informação como nunca, a todo o momento, mas muito pouco dessa informação é transformada em conhecimento legítimo. O excesso de informação tornou-a item de pouco interesse, pouco valor. O “aprender” perdeu espaço para o “informar”, e cada vez mais a mídia está entupida com informação que não vale de nada, exceto entreter. Os celulares enviam e-mails e os automóveis mostram a previsão do tempo, mas não se sabe mais como escrever um cabeçalho de carta, ou como se formam as nuvens. Não se vê mais a informação, mas através dela. Em uma metonímia cultural, trocou-se o fim pelo meio, e cada vez mais o homem emburrece enquanto pensa que aprende. Sentado em frente ao computador, conectado à internet, falando ao celular, o homem caminha com a tecnologia atando sua cabeça e o capitalismo acorrentando suas mãos, descendo cada vez mais fundo em sua caverna digital, enquanto a vida passa, em altíssima definição, em suas costas. ¹ Eugênio Mira é tecnólogo, professor e escritor. Sonha com um mundo onde as pessoas tenham valor pelo que pensam, e não pelo que possuem.

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Arquitetura: Dalian International Conference Center

Dalian International Conference Center, situado na cidade de Dalian, China, é uma tendência da arquitetura contemporânea que trabalha a grandiosidade das edificações. É nítida a tentativa de interação entre as possibilidades de design e engenharia se complementarem. Outro destaque é a busca da sustentabilidade. O Dalian International Conference Center, que teve sua construção iniciada em 2008 e com previsão de término no ano de 2011, e tem uma área construída de 100.000 metros quadrados. Internamente estão presentes teatros e salas cobertas por um teto em forma cônica que tem uma entrada de luz natural controlada, garantindo ao visitante uma orientação espacial e o efeito de variação atmosférica. Foi pensada para o espaço interno uma estrutura urbana de “praças” e “ruas”, que visam facilitar a orientação do visitante. O teatro e o auditório são os dois principais ambientes deste projeto. O grande teatro tem capacidade de 1.600 lugares, o auditório de conferências 2.500 lugares e há ainda um centro de exposições. Mesmo com um projeto tão ambicioso, a sustentabilidade torna-se um elemento chave no edifício e busca minimizar o consumo de energia. A energia utilizada na construção, e que será usada posteriormente na manutenção do edifício, é captada de fontes alternativas, como a força das ondas do mar e da energia solar. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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PT: congresso do partido busca censurar a imprensa

O mensaleiro Zé Dirceu e corja circundante além de uns beócios com viés de déspotas são uns ignorantes. Não há censura capaz de tecnicamente calar/controlar a internet, e muito menos as redes sociais. Por mais que arremedos de Cháves, Fidel e demais cancros ditatoriais desejem, Facebook e Twitter estão aquém da tesoura imbecil desses censores, que disfarçam a volúpia stalinista no sofismático “Controle Social da Mídia”. Argh! Caso nesse congresso estejam reunidos um mínimo de quatro dos indiciados no mensalão, está caracterizado o disposto no art. 288 do Código Penal Brasileiro. Simples assim. Contra a censura. Sempre! O Editor A quermesse dos pecadores sem remorso Estou acompanhando com atenção o 4° Congresso Nacional do PT, que vai merecer mais de um post de bom tamanho. Mas o primeiro dia da quermesse dos pecadores sem remorso exige a antecipação de dois registros. 1. A ressurreição da censura à imprensa ─ ora disfarçada de “controle social da mídia”, ora travestida de “marco regulatório” ─ é perseguida pelo PT desde o berço. Mas o palavrório desta sexta-feira confirma que o alvo imediato mudou. Quando José Dirceu ainda podia dizer que a seita “não róba nem dexa robá” sem ouvir de volta uma gargalhada nacional, os censores estavam de olho no noticiário político. Essencialmente, não queriam que os leitores soubessem que, batidas num liquidificador, as ideias do PT viram um suco com cheiro de Venezuela e sabor de Cuba.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Depois da roubalheira do mensalão, o alvo se deslocou para o noticiário policial. Foi nas páginas reservadas a casos de polícia que se consumou a implosão do templo das vestais venais. Ali emergiram as informações que escancararam o embuste: depois de atravessar a infância e a adolescência reivindicando o monopólio da ética, a turma caiu na vida, gostou dos acasalamentos pervertidos e muito lucrativos com a escória dos partidos alugados, trocou programas políticos por projetos de enriquecimento pessoal, virou gigolô de cofres públicos, confundiu a montagem de equipes ministeriais com formação de quadrilha ou bando, transformou canteiros de obras do governo em viveiros de assaltantes e institucionalizou a corrupção sem castigo. Hoje nadando em dinheiro, os Altos Companheiros acham que honestidade é coisa de otário. Mas também acham que isso não é assunto para jornal, revista, rádio e TV. O direito à privacidade se estende aos bandidos de estimação, informa a discurseira em Brasília. Se tem CPF e RG, como explicou o chefe Lula, todo gatuno governista merece muito respeito. 2. Ovacionado por centenas de comparsas que o promoveram, aos berros, a “guerreiro do povo brasileiro”, José Dirceu ganhou afagos de Lula e foi tirado para dançar por Dilma Rousseff. Nas primeiras páginas dos jornais deste sábado, sempre entre o padrinho e a afilhada, o papagaio de dois piratas exibe o sorriso de condenado à impunidade. Reinaldo Azevedo sugeriu-lhe que confirme a promoção a soldado do povo com uma aparição de surpresa num Corinthians x Flamengo. Esse teste de popularidade nunca falha: é só o locutor do serviço de som do estádio dizer o nome de quem acabou de chegar. A reação das arquibancadas mostrará se a figura está bem no retrato. Cansado de engolir pitos e palavrões despejados por vizinhos de mesa, Dirceu deixou há muito tempo de dar as caras em bares e restaurantes perigosamente movimentados. Desde 2005, desconfia que talvez nem passe da largada caso tente cruzar sem escolta o Viaduto do Chá. Mas certamente se consola com a suspeita de que isso é coisa da elite golpista, trama urdida por granfinos quatrocentões, armação da mídia reacionária. O teste proposto por Reinaldo Azevedo não pode ser influenciado pela direita ultraconservadora. Uma plateia formada por flamenguistas e corintianos é puro povo. E o povo não permite que quem guerreia em seu nome seja afrontado por capitalistas selvagens. Coragem, companheiro. Aceite o desafio e faça o teste. É improvável, mas talvez sobreviva. blog do Augusto Nunes

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