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Martha Medeiros – Versos na tarde

Quando chegar Martha Medeiros ¹ Quando chegar aos 30 serei uma mulher de verdade nem Amélia num ninguém um belo futuro pela frente e um pouco mais de calma talvez e quando chegar aos 50 serei livre, linda e forte terei gente boa ao lado saberei um pouco mais do amor e da vida quem sabe e quando chegar aos 90 já sem força, sem futuro, sem idade vou fazer uma festa de prazer convidar todos que amei registrar tudo que sei e morrer de saudade. ¹ Martha Medeiros Porto Alegre, RS – 20 de agosto de 1961 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Qual será a futura capital do carro elétrico?

O blá-blá-blá do ecomarketing escamoteia a poluição causada, de outras formas, pelo uso do carro elétrico. Evidente que o carro elétrico tem que ser fabricado. E aí começa a poluição uma vez que inúmeros processos de fabricação, são na essência, poluidores. Até a fabricação de uma prosaica bicicleta produz poluição. Evidente que não desconheço que durante o uso, um veículo elétrico produz zero de emissão de gases, mas o asfalto sobre o qual roda e toda a tecnologia de tráfego urbano para dar suporte ao deslocamento do carro, poluem. Não creio que somente a não emissão de gases poluentes seja um atestado de que o carro elétrico não causa impacto ambiental. A relação custo benefício ainda precisa ser mais aprofundada. O Editor Ps. Não desconsiderar a poluição, e o respectivo impacto ambiental, produzidos na geração de energia elétrica que irá abastecer as baterias do carro elétrico. O prefeito de Londres, Boris Johnson, anunciou nesta quinta-feira o projeto Source London, uma parceria público-privada que abriu 150 novos pontos de carga para carros elétricos na capital britânica – que agora conta com cerca de 400. O sistema, cuja anuidade custa o equivalente a R$ 265 – almeja chegar a 1,3 mil “tomadas” automotivas até 2013. Tudo isso faz parte do plano, anunciado ainda na época de sua posse, em 2008, de transformar Londres na capital do carro elétrico na Europa. Além dos pontos de carga, ele também liberou motoristas elétricos do pagamento do pedágio urbano (que atualmente custa no mínimo cerca de R$ 24) no centro da cidade e o governo britânico atualmente oferece um incentivo equivalente a mais de R$ 13,2 mil para quem compra um carro elétrico novo, além de dispensar os motoristas do pagamento de impostos.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Poucos sabem, mas o Brasil teve alguns modelos elétricos pioneiros, fabricados pela Gurgel nas décadas de 70 e 80. Hoje, existem protótipos e planos isolados, mas ainda não parece haver uma decisão estratégica de investir neste setor. Mundo afora, Londres não é a única a sonhar com o título de capital do carro elétrico. Paris está preparando o Autolib’, um sistema de aluguel de 3 mil carros elétricos com preços camaradas e emissões zero. Na Alemanha, o governo da chanceler Angela Merkel tem planos de pôr 1 milhão de carros elétricos nas ruas até 2020. Para isso, estaria estudando medidas como liberar os carros de impostos durante os seus primeiros dez anos, por exemplo, além de subsidiar a indústria com até 1 bilhão de euros. Parece que já foi dada a largada para a corrida dos carros elétricos. Eric Camara/BBC

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A maconha e a inusitada comemoração dos 80 anos de FHC

A maconha e a inusitada comemoração dos 80 anos de FHC ¹ É inusitado um senhor comemorar seus oitenta anos defendendo a regularização da maconha. Quase impensável, dada a correlação entre quanto mais idoso mais conservador. Inusitado Fernando Henrique. Como se não bastasse o lançamento do filme Quebrando Tabu em São Paulo, ontem, lança de novo, segunda no Rio. No meio da semana vai a Nova York. Entregará ao Secretário Geral das Nações Unidas relatório com esta exata sugestão: é preciso que cada país deixe de ter medo e enfrente e regularize o plantio, o uso, a cura e o controle da maconha. E de outras drogas. Este inusitado aniversário pode ser explicado. O aniversariante é político profissional. Como candidato a cargos políticos majoritários dificilmente poderia tocar no tema da maconha. Tema polêmico. Divide o eleitorado. Candidatos em geral fogem de temas que dividem. Preferem temas que agreguem. Somem votos. Temas como aborto, direitos homossexuais, maconha são temas fantasmas. Assustam eleitores. Famílias têm medo. Qualquer pesquisa de opinião hoje no Brasil mostra que a maioria do eleitor é contra a legalização do aborto, o reconhecimento dos direitos homossexuais, ou a regularização da maconha. Não é por menos que a Presidente Dilma já se declarou de antemão conservadora nestes temas. Ser conservador culturalmente é ainda politicamente cauteloso.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Mas há vida política além do voto. A vocação de participar dos destinos da polis, seu país, seu mundo, em geral toma conta do corpo e alma do político. Não o deixa nem aos oitenta anos. Sem precisar agradar o eleitor no curto prazo, o político pode arriscar outro caminho: o de estar certo antes do tempo. Estar certo antes do tempo é a única saída possível. É não se abdicar. A comemoração inusitada também se explica porque antes do político, veio o sociólogo. Especialista não em dizer como a sociedade deveria ser. Mas como a sociedade de fato é. Nem se assusta nem pode ter medo dos fatos. A atual política de combate ao tráfico de drogas não diminuiu o consumo, não impede a destruição dos jovens, nem a vertiginosa ascensão política e financeira dos traficantes nas cidades. É retumbante fracasso. Não se obtêm resultados diferentes, insistindo nas mesmas políticas. Mudar é preciso. A inusitada comemoração se explica. Baseia-se em três constatações: a continuação da vocação política sem depender do eleitor, a evidência de que a atual política é fracasso retumbante, e a necessidade da sociedade não se paralisar. E mudar. ¹ Joaquim Falcão/blog do Noblat

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