Arquivo

Menotti del Picchia – Versos na tarde

Noite Menotti Del Picchia ¹ As casas fecham as pálpebras das janelas e dormem. Todos os rumores são postos em surdina, todas as luzes se apagam. Há um grande aparato de câmara funerária na paisagem do mundo. Os homens ficam rígidos, tomam a posição horizontal e ensaiam o próprio cadáver. Cada leito é a maquete de um túmulo. Cada sono em ensaio de morte. No cemitério da treva tudo morre provisoriamente. ¹ Paulo Menotti del Picchia * São Paulo, SP. 1892 d.C + São Paulo, SP. 1961 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

Leia mais »

Tragédia no Rio de Janeiro – Carta do assassino Wellington Menezes de Oliveira

A tragédia no Rio põe por terra o mito do “brasileiro cordial”. O psicótico autor da chacina, Wellington Menezes de Oliveir, era também portador do vírus da Aids. Resta-nos retomar a discussão sobre o comércio, legal e ilegal, de armas de fogo no Brasil. O assassino em questão disparou cerca de 100 tiros dentro da escola. Portava dois revolveres 38. Demonstrou assim extrema habilidade para recarregar as armas no mínimo 20 vezes. Onde aprendeu? Com quem? O Editor Carta encontrada com Wellington Menezes de Oliveira, o autor da chacina no Rio de Janeiro “Primeiramente deverão saber que os impuros não poderão me tocar sem luvas, somente os castos ou os que perderam suas castidades após o casamento e não se envolveram em adultério poderão me tocar sem usar luvas, ou seja, nenhum fornicador ou adúltero poderá ter um contato direto comigo, nem nada que seja impuro poderá tocar em meu sangue, nenhum impuro pode ter contato direto com um virgem sem sua permissão, os que cuidarem de meu sepultamento deverão retirar toda a minha vestimenta, me banhar, me secar e me envolver totalmente despido em um lençol branco que está neste prédio, em uma bolsa que deixei na primeira sala do primeiro andar, após me envolverem neste lençol poderão me colocar em meu caixão. Se possível, quero ser sepultado ao lado da sepultura onde minha mãe dorme. Minha mãe se chama Dicéa Menezes de Oliveira e está sepultada no cemitério Murundu. Preciso de visita de um fiel seguidor de Dues em minha sepultura pelo menos uma vez, preciso que ele ore diante de minha sepultura pedindo o perdão de Deus pelo o que eu fiz rogando para que na sua vinda Jesus me desperte do sono da morte.”

Leia mais »

Faltou alguém no velório do Zé

José Ribamar Bessa Freire Diário do Amazonas Os dois morreram com a mesma idade: 79 anos. Os dois foram abatidos pela mesma doença maligna contra a qual lutaram bravamente por um longo período. José Alencar (1931-2011), vice-presidente do Brasil, câncer no intestino. François Mitterand (1916-1996) presidente da França, câncer na próstata. Ambos tiveram funerais solenes com pompa de chefe de Estado. No velório do francês, porém, foi registrada uma presença, que esteve ausente no enterro do brasileiro. Quase 15 mil pessoas desfilaram diante do corpo de Alencar, velado no Palácio do Planalto, em Brasília e, no dia seguinte, no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, com direito a desfile em cortejo fúnebre, limusine preta, celebração presidida pelo núncio apostólico, honras militares, 21 tiros de canhão, bandeira a meio mastro, luto oficial. Alguém, no entanto, sentiu a perda, mas não foi aos dois palácios. Quem? Estavam lá a presidente Dilma Rousseff, quatro ex-presidentes, entre os quais Lula, ministros, senadores, deputados, juízes, governadores, autoridades civis, militares e eclesiásticas, políticos de todos os partidos, gente do povo. Enfim, todos os poderes constituídos. O comandante do Exército, general Enzo Peri, lembrou que o morto, quando jovem, havia feito ‘tiro de guerra’: “Nós sentimos profundamente. Era um grande patriota, amigo das Forças Armadas”.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] O médico do ex-vice-presidente, Raul Cutait, declarou que Alencar era “um exemplo de paciente”. Ele teve “um papel quase que didático em relação ao câncer”, confirmou Josias de Souza, colunista da Folha de SP. Efetivamente, o Brasil inteiro acompanhou, solidário, a luta daquele mineiro de Muriaé, corajoso, esbanjando a disposição de um touro, sempre com um sorriso descontraído depois de cada uma das inúmeras cirurgias a que foi submetido. Era duro de queda, o Zé. Dava a impressão de ser imortal. “Ele levou esperança a milhares de pacientes, abriu discussão sobre os avanços no combate ao câncer, ensinou ao Brasil a fé, a coragem no enfrentamento à doença e a importância fundamental da família e dos amigos para o sucesso do tratamento” – disse Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia. Na sua fala, nada foi dito sobre uma pessoa, ali ausente, que não havia recebido essa injeção de esperança. Ritual do Poder De qualquer forma, quem teve alguém próximo com câncer – e quase todo mundo teve alguém próximo com câncer – se sentiu unido a José Alencar. O Globo registrou muitas mensagens de mulheres e homens comuns como Sidney Tito – “Adeus Zé, Deus te receberá com honras destinadas aos humildes, aos bons e aos justos” – ou Fátima Cremona – “O Brasil perde um grande guerreiro”. Até mesmo adversários não hesitaram em entrar na fila de cumprimentos no velório, entre eles o ex-presidente Itamar Franco, classificado como “péssimo caráter” por Alencar em depoimento a Eliane Cantanhêde, autora de “José Alencar, Amor à Vida”. Itamar não chegou a chorar, como Lula, mas provou que mineiro é solidário no câncer, como queria Otto Lara. Outro ex-presidente, José Sarney (vixe, vixe!), com ar compungido, moveu o bigode de ratazana e se pronunciou: – “No meu tempo, não vi um político ser objeto de opinião tão unânime e receber uma solidariedade tão sem contrastes de todos os segmentos da sociedade quanto José Alencar”. Será? O senador Aécio Neves concordou e, crente que o purgatório de Alencar foi aqui na terra, despachou-o direto pro céu:“O Criador deve ter dito: uai Zé, achei que você não vinha nunca”.Ninguém questionaria o sotaque mineiro de Deus se não houvesse um lugar vazio no velório. Mas havia, embora despercebido por pessoas tão familiares como o ex-ministro José Dirceu e a presidente Dilma. Dilma contou que Alencar a “adotou” quando ela chegou a Brasília, em 2003: “Foi meu segundo pai”. Na mesma linha, Dirceu afirmou, ao sair do velório: “Lula disse que perdeu um irmão. Eu perdi quase um pai”. Com tal paternidade declarada, não precisa de um estudo profundo sobre estrutura de parentesco para ver que a cerimônia do adeus ao patriarca reuniu toda a quase-família: a esposa dona Mariza, os três filhos Josué, Graça e Patrícia. Além do quase-filho Dirceu, lado a lado de sua quase-irmã Dilma e do seu tio Lula. Só faltou mesmo alguém que esteve nos funerais de Mitterand. Quando o presidente da França morreu no cargo, foram se despedir dele, na Catedral de Notre Dame, em Paris, cerca de 1.500 personalidades: reis, rainhas, príncipes, presidentes e chefes de governo de quase todos os países do mundo. Mas não foi nenhum deles que fez falta no enterro de Alencar. Quem fez falta foi alguém ainda mais importante, que concentrou todo o foco da imprensa mundial: Mazarine Mazarine Mazarine foi registrada com esse nome em homenagem à biblioteca mais antiga da França. É que seus pais adoravam livros. Sua mãe Anne Pingeot era bibliotecária do Museu d´Orsay. Seu pai François Mitterand discutia com intimidade, entre outras, as obras de escritores latino-americanos como Júlio Cortázar e Garcia Marquez, que foram convidados para sua posse. Acontece que Mazarine Marie, nascida em 1974, era filha de uma relação adúltera. Foi discretamente reconhecida, em cartório, pelo pai, que conseguiu manter o segredo durante anos, até 1994, quando foi revelado publicamente pela revista Paris-Match. Hoje, ela é Mazarine Marie Pingeot-Miterrand, escritora, autora de um romance – Cemitério de bonecas – em que uma mulher mata seu bebê e o coloca num congelador. Mazarine e sua mãe não foram mortas nem ficaram no congelador. As duas foram convidadas para os funerais pela própria Danielle Miterrand, esposa do presidente, que bateu de frente com o poder e subverteu as normas do cerimonial. Uma foto estampada na primeira página dos jornais do mundo todo mostra Danielle ladeada por seus dois filhos Jean-Christophe e Gilbert, tendo Mazarine e Anne à sua esquerda. No velório de Alencar, quem ficou de fora foi a Mazarine brasileira, conhecida em Caratinga (MG) como Alencarzinha, uma quase-irmã do Dirceu e da Dilma. Trata-se de uma professora aposentada de 55 anos, que em 2001 entrou com uma ação de reconhecimento de paternidade, reivindicando ser filha de

Leia mais »

Funcionária é demitida após criticar salário de chefe no Facebook

Britânica reclamou que diretor-executivo ganhava muito mais que ela. Segundo banco, demissão não teve relação com comentário na rede social. Funcionária de banco no Reino Unido é demitida após criticar salário de chefe no Facebook (Foto: Reprodução/Mail Online) Uma funcionária de um banco no Reino Unido foi demitida após ter criticado o salário do chefe no Facebook. Stephanie Bon, de 37 anos, trabalhava por US$ 11,45 a hora como assistente de recursos humanos em um banco controlado pelo governo britânico. Um dia, ela ouviu um colega comentar quanto ganhava o novo chefe. Stephanie, então, postou no Facebook: “O novo diretor-executivo ganha US$ 6,5 mil por hora, e eu US$ 11,45. Isso é injusto”. Ela foi demitida depois que o novo chefe ficou sabendo sobre o comentário na rede social. Segundo o site britânico “Mail Online”, o banco ofereceu ao novo diretor-executivo, António Horta-Osório, um salário anual de US$ 22 milhões, com bônus e benefícios, para tirá-lo de um banco concorrente. “Eu não acredito que fui tratada dessa forma por causa de uma conversa com meus amigos fora do horário de trabalho”, se defendeu Stephanie. “Eu estava tomando café com meus amigos e estávamos comentando sobre o novo diretor. Eu entrei no Facebook e, algumas horas depois, eu mudei meu status, com outra notícia”, completou. saiba mais Mensagens sobre a empresa na internet podem levar a demissão por justa causa Mesmo Stephanie dizendo que não havia revelado nada confidencial, a chefe da equipe não perdoou. “Minha gerente disse que ficou desapontada comigo porque eu estava colocando o nome da empresa para baixo”, conta. Segundo um porta-voz do banco, a demissão de Stephanie não teve relação com o comentário postado no Facebook. “Ela foi contratada para trabalhar por um curto período. O projeto que ela fazia parte estava acabando e ela já havia recebido um aviso prévio. O comentário no Facebook foi publicado depois disso”, explicou o porta-voz. G1 [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

Leia mais »

Lula fará palestra na Microsoft

Depois de receber o título de “Doutor Honoris Causa” da centenária – fundada em 1290 – e mundialmente célebre Universidade de Coimbra, alguns anti-lulistas dirão que não se fazem mais universidades como dantes, o “cara” irá agora desfilar conhecimentos para os executivos da não menos célebre Microsoft. Após a palestra nos USA, Lula seguirá para Acapulco – palestra para membros da Associação dos Bancos do México – e depois para Londres onde além de encontro com investidores interessados em investir no Brasil, terá um encontro com o historiador Eric Hobsbawn. É provável que a façanha do semi-analfabeto de Garanhuns desperte a mosca da vaidade ferida em certo sociólogo. O Editor Lula fará palestra paga pela Microsoft nos EUA O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será o principal orador nesta quarta-feira do Fórum de Líderes do Setor Público – América Latina e Caribe, evento organizado pelo grupo Microsoft na capital americana. O tema do encontro neste ano é “Inspirando a próxima geração de líderes governamentais”, e Lula abordará experiências brasileiras em Educação e Ciência e Tecnologia, numa palestra remunerada. EMPRESÁRIO: Lula abre empresa para cuidar de palestras após deixar governo. Nesta terça-feira, o ex-presidente não quis falar com a imprensa. – Lula acha que é uma atitude de recato. A figura importante hoje é a presidente Dilma. Ele saiu como um líder respeitado e está procurando um novo papel. O resguardo nessa hora é necessário – justificou um assessor que o acompanha na viagem. Nesta terça-feira pela manhã, o ex-presidente teve um encontro na residência da embaixada brasileira com o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Moreno. Na conversa se discutiu a possibilidade de ações comuns entre o banco e o Instituto Lula, em processo de criação. Ao meio-dia, Lula almoçou com o embaixador brasileiro Mauro Vieira num restaurante da cidade. À tarde, encontrou-se com o amigo Stanley Gacek, ex-dirigente da central sindical americana AFL-CIO e com ligações próximas com o Brasil. À noite, participou do jantar de gala para os convidados do evento da Microsoft, na galeria Renwick do Museu Smithsonian. Lula embarcará nesta quarta-feira para Acapulco, onde fará outra palestra remunerada, desta vez para Associação dos Bancos do México, sobre a crise econômica mundial e a experiência brasileira. Do Brasil para os EUA, sua viagem em um avião privado da Coteminas foi um convite do presidente da empresa, Josué Alencar, filho do ex-vice-presidente José Alencar. O trajeto até o México será custeado pela associação de bancos mexicana. Na próxima terça-feira, Lula irá para Londres, para uma conferência remunerada para investidores interessados no Brasil, num evento promovido pela Telefónica. Na agenda, está previsto um encontro com o historiador britânico Eric Hobsbawn. Fernando Eichenberg, correspondente O GLOBO em Washington

Leia mais »