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Safo – Versos na tarde

Contemplo Como o Igual dos Próprios Deuses Safo ¹ Contemplo como o igual dos próprios deuses esse homem que sentado à tua frente escuta assim de perto quando falas com tal doçura, e ris cheia de graça. Mal te vejo o coração se agita no meu peito, do fundo da garganta já não sai a minha voz, a língua como que se parte, corre um tênue fogo sob a minha pele, os olhos deixam de enxergar, os meus ouvidos zumbem, e banho-me de suor, e tremo toda, e logo fico verde como as ervas, e pouco falta para que eu não morra ou enlouqueça. 1 Safo * Mitilene, Lesbos, Grécia Sec. VII a.C + ? a.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Lei da Ficha Limpa, Ética e Constituição

Políticos de conduta não muito alvar, devem estar, hoje, com a pulga atrás da orelha, ou melhor, com o mandato na corda bamba. Na cessão de logo mais a tarde o Supremo Tribunal Federal decide a aplicação retroativa, ou não, dos efeitos da Lei da Ficha Limpa e políticos nem tanto. Oriunda da iniciativa popular respaldada em 1,9 milhão de assinaturas, a Lei Complementar nº 135, de 4 de junho de 2010, expurga da vida pública os contumazes malfeitores que escondem suas (deles) falcatruas atrás do mandato. O impasse criado pelo empate entre os ministros, tem agora, com a nomeação do Ministro Luiz Fucs, a definição da temporalidade da aplicação. A amoralidade que permeia a política brasileira poderá receber hoje, no plenário do STF, a  pá de cal definitiva. O Editor Aguarda-se o voto do novo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, hoje, para esclarecer se a Lei da Ficha Limpa poderia ou não ter sido aplicada nas eleições de outubro passado. É inócuo, além de perigoso, fazer previsões a respeito do pronunciamento de integrantes dos tribunais superiores. Geralmente o especulador quebra a cara, quando não cai em desgraça junto aos meretíssimos. Existe um evidente choque de concepções na mais alta corte nacional de justiça, cabendo ao décimo-primeiro ministro decidir, pois até hoje registra-se o empate de 5 a 5 entre os seus colegas. De um lado, argumenta-se que a lei não pode retroagir para prejudicar. Só para beneficiar. Assim, conforme a Constituição, estariam fora da apreciação da justiça eleitoral irregularidades e até crimes praticados antes da vigência da nova lei, por candidatos que concorreram a postos eletivos em outubro passado. O Tribunal Superior Eleitoral entendeu em sentido contrário, ainda que os Tribunais Regionais Eleitorais tenham decidido de formas diversas.[ad#Retangulos – Direita] Acresce ter sido a Ficha Limpa aprovada no Congresso depois de decorrido o prazo de um ano anterior às eleições, princípio constitucional que levaria sua aplicação apenas para o pleito de 2012. Esses argumentos sensibilizaram cinco ministros do Supremo. No reverso da medalha, outros cinco manifestaram-se pela aplicação imediata da nova lei, baseados em fundamentos éticos. Julgaram necessário o afastamento de candidatos envolvidos em corrupção, alguns até já condenados pela justiça eleitoral por práticas passadas. O problema é que o então presidente Lula deixou de indicar o décimo-primeiro ministro, que se estivesse em exercício quando do julgamento, teria evitado o empate. Com isso o tempo passou, as eleições também, e pelo menos cinco candidatos a deputado e senador, eleitos por maioria de votos, ficaram impedidos de tomar posse, por decisão dos tribunais regionais eleitorais. São eles Janete Capiberibe e João Capiberibe, do Amapá, João Pizolatti Junior, de Santa Catarina, Paulo Rocha, do Pará, e Cássio Cunha Lima, da Paraíba. No lugar deles assumiram, ainda que com menor votação, Marcivânia Flexa Rocha, Gilvan Borges, Ronaldo Benedet, Marinor Brito e Wilson Santiago. A sorte deles está em jogo, na dependência do ministro Luiz Fux. Convém aguardar a sessão de hoje do Supremo Tribunal Federal. Carlos Chagas/Tribuna da Imprensa

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Firefox: versão 4 está mais rápida

Navegador Firefox 4 está mais rápido e com abas novas e menores. Nova versão adota barra única para endereço do site e para buscas. Recurso permite acessar dados do browser do desktop no celular. A velocidade de navegação é um dos pontos altos da versão final do Firefox 4, afirmou a Mozilla. O browser, que foi lançado oficialmente nesta terça-feira (22), recebeu uma enorme melhoria no seu desempenho. O navegador já pode ser baixado pelo site da Mozilla. Além de um tempo de inicialização mais veloz, a empresa afirma que o browser melhorou o carregamento das páginas e dos gráficos. O Firefox 4 também promete melhorias significativas na velocidade de processamento de códigos Javascript, com o novo motor “JägerMonkey”. ‘App Tab’ é uma das novidades do Firefox 4 (Foto: Divulgação) Novas abas Para tornar a interface mais limpa, as abas do Firefox 4 ficam em cima da AwesomeBar, barra de endereços que autocompleta as buscas do usuário. Com o Apps Tab, o browser elege os sites que o usuário mais utiliza, como o webmail, e os remove da barra de abas, colocando-os em um botão permanente no navegador – como uma aba menor. O botão é pequeno, aparece sempre que o browser é aberto e muda de cor quando há alguma atualização naquele site – como um e-mail novo. O usuário também pode, manualmente, colocar a aba de um site que visita com frequência como “aplicativo”. Isso garante que ela estará sempre lá, mesmo após a reinicialização do navegador. Recurso ‘Panorame’ ajuda usuários a separar abas por assunto (Foto: Divulgação) Outra novidade é que toda vez que o usuário abrir uma nova aba, o Firefox irá verificar se já existe alguma aba aberta com aquele site. Se existir, o browser irá direcionar o usuário para aquela aba. Já o recurso Panorame permite que o usuário organize as abas em diferentes grupos, separadas por assunto. Para trocar de grupo, o usuário deve apenas clicar no botão “Agrupar abas” e escolher o outro grupo. As abas abrem automaticamente no navegador. Esse recurso é bastante útil para aqueles usuários que gostam de abrir diversas abas simultaneamente, já que ajuda a gerenciar várias abas e até dar nomes para os grupos. Novo botão de menu dispensa a ‘barra de menu’ Menus Já que a barra de menu, por padrão, não fica visível, uma maneira de evitar seu uso, que atrapalharia em termos de espaço de navegação, foi a criação de um novo botão de menu no canto superior esquerdo, chamado de “Botão Firefox”, que permite acessar várias opções como os Favoritos, Histórico Complementos, navegação privativa, etc. Firefox no celular Uma das inovações é o Firefox Sync, que permite sincronizar as informações do navegador no desktop com aparelhos móveis. O usuário poderá acessar os marcadores, histórico de navegação e, inclusive, abas abertas em um smartphone, por exemplo. No momento que a nova versão é instalada, o usuário é solicitado a criar uma conta no próprio navegador, na guia “Sync”, em Ferramentas. Recurso permite organizar abas por assunto (Foto: Divulgação) Personalização do layout Através de um clique como botão direito no topo do navagador é o usuário pode optar por exibir ou esconder as diversas barras de conteúdo, como menus, navegação, favoritos, extensões e também o posicionamento das abas. Nesse último caso, a posicionamento pode ser em cima, para ocupar menos espaço, ou embaixo da barra de endereços como era até a versão 3.6. Sessões Ao reiniciar o navegador ele abre com um aba padrão vazia e pergunta se deseja restaurar a sessão anterior, ou seja, as abas que estavam abertas na última vez que o usuário fechou Firefox. Até a última versão essa opção era definida nas opções de configuração e não era habilitada por padrão. Para usuários leigos facilita bastante porque não precisam mais descobrir aonde fica esse ajuste e podem usufruir da recuperação de abas no primeiro uso. Outros recursos Se alguma extensão estiver causando problemas de travamento, por exemplo, é possível reiniciar o navegador sem carregá-las, basta escolher a opção “reiniciar com extenções desativadas”, sob o menu “Ajuda”. G1

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Petróleo e o surgimento, “súbito”, de ditadores

No reino da hipocrisia e dos interesses, nunca disfarçados, do complexo industrial militar — expressão usada pela primeira vez por Eisenhower —, cada vez se torna mais incisiva uma outra expressão: “é a economia, estúpido”. Essa citação de James Carville, assessor de Bill Clinton durante a campanha eleitoral que o levou à Casa Branca em 1992, é util para explicar o inexplicável que está acontecendo nesse momento nas arábias. Que outra maneira de entender porque durante décadas chefes de Estado tenham confraternizado com ditadores e cleptocratas aos abraços e beijos? De repente, não mais que de repente, os democratas ocidentais “descobriram” que existem ditadores sentados sobre reservas estratégicas de petróleo, e que agora, tais ditadores, não são mais confiáveis. Simples assim! O Editor De volta à guerra O ataque das potências às tropas de Kadafi modifica a situação da revolta nos países árabes. O objetivo, agora, é assegurar que as reservas de petróleo da Líbia permaneçam em mãos seguras. Antes, era Kadafi quem dava essa segurança aos governos da Italia, da Inglaterra, da França. Com a revolta, e a possibilidade de que a principal riqueza do país caia em outras mãos, as potencias européias querem chegar a um entendimento com as forças capazes de formar um novo governo. Passaram a combater Kadafi depois de protegê-lo ao longo dos anos.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] O argumento de que se pretende salvar vidas humanas e proteger a população civil é bom demais para ser verdade. A população da Líbia tem o direito de livrar-se de um ditador corrupto, sem compromissos com a democracia nem com o bem-estar da maioria. É uma luta heróica e justa. Não custa lembrar, contudo, que considerações humanitárias ou democráticas não fazem parte dos argumentos reais das potencias que iniciaram os ataques. Se fosse assim, estes mesmos governos teriam agido para impedir, por exemplo, os ataques da aviação israelense à população civil de Gaza no final de 2008, não é mesmo? Em tempos recentes, também poderiam ter agido contra o rei amigo do Barheim ou contra o ditador do Iemen. As causas dessa intervenção na Libia devem ser procuradas na situação interna dos países envolvidos. Sob o risco de ser expulso da Casa Branca em 2012, Barack Obama vê na operação uma oportunidade raríssima para se recompor. Já perdeu apoio entre eleitores jovens e democratas que garantiram a vitoria em 2008 e agora tenta seduzir aquela fatia de conservadores que não se deixa convencer pelos argumentos extremistas de republicanos no estilo Tea Party e talvez possa ser arrebatada para apoiar um candidato centrista. Não sei se Obama será capaz de realizar tamanha ginástica — mas esta é sua estratégia. A Inglaterra tem uma longa folha de serviços prestados à Kadafi e enxerga nessa ação uma oportunidade para formar novos aliados junto a um país com matéria prima tão preciosa e necessária. As relações entre Londres e Tripoli foram muito além do interesse comercial. Chegaram ao mundo acadêmico inglês, onde intelectuais prestigiados recebiam recompensas graudas para fazer a defesa da ditadura de Kadafi num serviço que hoje adquire a fisionomia de escândalo ético. Nicolas Sarkozy, o presidente frances, anda tão por baixo que as pesquisas informam que teria menos votos do que uma candidatura fascista nas próximas eleições. A raiz da guerra é esta: petróleo e votos. Conhecido por sua indepedência de pensamento num universo onde não faltam autores à soldo, o professor Edward Luttwak, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais de Washington, adverte para as chances de se abrir um novo conflito — sem solução à vista. Num artigo publicado em 10 de março, com o sugestivo titulo “Intervencionite” ele se deu ao trabalho de reunir várias razões capazes de explicar por que uma ação militar na Líbia só poderia dar errado. Uma das principais é a falta de apoio internacional. “Boa parte da opinião mundial não pode conceber que um governo seja suficientemente humanitário e generoso para derramar sangue e gastar dinheiro para ajudar cidadãos estrangeiros de forma desinteressada que, além disso, professam outra fé,” escreve Luttwak, sem esconder a ironia. Lembrando a experiência do Iraque, ele recorda que a invasão daquele país teve a capacidade de unir aliados e adversários de Saddam Husein, pois colocava em questão um tema sempre delicado em qualquer ponto do planeta, que é a soberania nacional. O mais duro adversário dos soldados americanos, hoje, é um lider muçulmano cujo pai foi assassinado pelos homens de Saddam. Paulo Moreira Leita/Época

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