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Briga entre Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa – Empatias e consequencialismos no STF

  Na discussão entre Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa esteve latente um debate institucional da maior importância, muito além das diferenças de temperamento e comportamento. E que foi pouco valorizado. O espetáculo midiático obscureceu as possibilidades institucionais em jogo. Por Joaquim Falcão* ”Eu sou atento às consequências das minhas decisões!”, disse Barbosa. ”Todos nós somos!”, respondeu Mendes. Essa aparente concordância retórica encobre um necessário debate. Na verdade, o mundo judicial, aqui e alhures, está dividido entre consenquencialistas e formalistas. Nos Estados Unidos também. O juiz David Souter, da Suprema Corte norte-americana, anunciou a decisão de se aposentar. O presidente Barack Obama, logo em seguida, disse que, ao escolher o sucessor, levará em conta que: ”A decisão judicial não é apenas uma questão de teorias jurídicas abstratas e de notas de rodapé em manuais de direito. Ela tem a ver com as consequências práticas para o cotidiano do povo”. Nas consequências práticas residem a força e a importância histórica da Suprema Corte. Residem, aliás, não apenas o seu poder, mas a legitimidade -a empatia social- de seu poder. Todas as decisões de um supremo, daqui e dacolá, têm macroconsequências políticas, econômicas e sociais. É óbvio. Nem por isso todos os magistrados são necessariamente consequencialistas. Dependerá do peso relativo que concederá às ”consequências sociais” diante de outros fatores que também interferem nas decisões. Os formalistas, por exemplo, dão mais valor à coerência formal de suas decisões em relação ao texto da lei. É como se as consequências práticas da sentença não fossem de sua alçada. Essa posição é cada vez mais minoritária. Aqui e no mundo. No fundo, esse debate sobre como interpretar a lei tem muito a ver com a natureza da separação dos Poderes na democracia. Em 1987, Robert Bork, indicado à Suprema Corte por Ronald Reagan, foi recusado pelo Legislativo. Bork complicou-se ao responder à seguinte pergunta no Senado: ”Entre a justiça e a lei, qual o senhor prefere?”. Bork não hesitou: ”A lei”. Foi o suficiente para que senadores argumentassem que queriam alguém que valorizasse a jurisprudência como instrumento do poder da Suprema Corte. Que não fosse mero leitor das leis feitas pelo próprio Congresso -pois assim o Poder Judiciário não teria poder real. Dependeria do Legislativo. Queriam alguém que zelasse pela justiça -que, às vezes, não se confunde com a lei. Queriam três Poderes simétricos. No Brasil do regime autoritário, prevaleceram os formalistas, que aplicavam as leis literalmente -sobretudo em matérias de políticas públicas e segurança nacional. Maneira sutil de o Executivo impor o apoio a desejadas consequências políticas. Como o Congresso era controlado pelo Executivo, pretendia-se que o Judiciário dependesse do Congresso. Dependência em cascata. Naqueles anos, a manifestação formalista radical das leis -de boa-fé para uns, nem tanto para outros- foi, muita vez, instrumental para a supremacia do Executivo. Impediu, inclusive, o debate sobre as liberdades, que começou na mídia e nas ruas. A separação dos Poderes foi assimétrica. Nem se pense que consequencialismo e empatia são estratégias da esquerda -e, portanto, de Obama, Barbosa e Lula-, e formalismo e originalismo são estratégias da direita -de Mendes e Fernando Henrique Cardoso, ou ainda de Justice Antonin Scalia, da Suprema Corte norte-americana, que na semana passada defendeu essas posições na FGV Direito Rio. Essa dicotomia é simplista. Basta atentar para a iniciativa do Banco Central em ser ”amicus curiae” no julgamento pelo STF da ADPF 165, na qual se discute a constitucionalidade dos planos econômicos (Cruzado, Bresser, Verão, Collor 1 e Collor 2) quanto às diferenças de correção de cadernetas de poupança. Está claro que o BC se preocupa com as consequências para o sistema bancário da futura decisão do STF. E dificilmente diríamos que o consequencialista Henrique Meirelles é de esquerda. O fato é que decisões do STF têm impactos diferentes em segmentos sociais diferentes -por renda, educação, sexo, religião, ideologia etc. Não são para todos iguais. Avaliar as consequências de suas decisões é mais do que uma inevitabilidade para o juiz. É fator de responsabilidade e legitimação do próprio tribunal. O Brasil é um país de sínteses e soluções improváveis. Qual a dose exata entre o respeito à letra da lei e a empatia que queremos com as ruas? Ou seja, qual a dose exata de simetria -harmonia e competição- entre os Poderes que queremos? Esse debate institucional interessa ao país. Deixemos o embate de temperamentos. Debater os rumos das instituições é preciso. * Joaquim Falcão é Mestre em direito pela Universidade Harvard (EUA) e doutor em educação pela Universidade de Genebra (Suíça), diretor da Escola de Direito da FGV-RJ e membro do Conselho Nacional de Justiça; texto reproduzido da Folha de S.Paulo  do Direito do Estado

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Especialistas levantam 3 hipóteses para queda de avião em Trancoso

Militares avaliam que pode ter ocorrido ?desorientação? no pouso, falha mecânica ou problemas no compensador A análise preliminar do acidente com o Super King Air B-350, que deixou 14 mortos na sexta-feira à noite em Trancoso, no sul da Bahia, leva oficiais da Aeronáutica e especialistas em segurança de voo a apontar três hipóteses como as mais prováveis para explicar a queda do bimotor. Nos próximos dias, peritos do 2º Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes (Seripa-2), no Recife, devem definir onde a caixa-preta do avião será degravada – caso esteja avariada, é provável que seja mandada para os Estados Unidos. Os motores da aeronave serão enviados para os laboratórios do Comando Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA), em São José dos Campos, no interior de São Paulo. Outra equipe vai se debruçar sobre a documentação do turboélice e dos pilotos, em busca de eventuais irregularidades ou pistas que ajudem a esclarecer o desastre. O avião havia decolado do Aeroporto de Congonhas e caiu quase três horas depois, às 21h31, a 197 metros da cabeceira da pista do Aeroporto Terravista. Dez pessoas da família do empresário Roger Ian Wright – além de uma neta da mulher dele, Lucila Lins, da babá da família, do piloto e do copiloto – morreram na tragédia. Até ontem, o Instituto Médico Legal (IML) de Salvador havia identificado por arcada dentária os corpos de quatro vítimas – Victória, Gabriel, Francisco e Nina, todos netos de Roger e Lucila. A primeira hipótese levantada por militares é uma possível “desorientação” do piloto em relação à posição do aeroporto. Em Trancoso, pelas características da clareira criada na queda – com 20 metros de diâmetro, tamanho relativamente pequeno -, podia-se dizer que o avião tinha mais força no plano vertical, de cima para baixo, do que no horizontal, na hora da queda. Isso indicaria que o piloto se preparava para tocar o solo, mesmo fora da posição. Conhecida no meio aeronáutico como CFIT (Colisão com o Solo em Voo Controlado, na sigla em inglês), esse tipo de ocorrência está entre as três mais comuns na aviação geral (táxi aéreo e jatos executivos). Entre 1998 e 2007, segundo números do Centro de Prevenção e Investigação de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), os choques com o solo responderam por 13,1% dos acidentes com aviões de pequeno porte no País, atrás apenas de falha de motor em voo (26,5%) e perda de controle em voo (17,6%). Uma falha assim poderia ocorrer ainda numa eventual troca de comando – quando outro tripulante assume os controles no momento do pouso, por exemplo. Procurada por peritos, a família de Jorge Lang descartou qualquer possibilidade de o piloto ceder o comando durante um voo. MOTORES Outra possibilidade é de falha mecânica, especialmente nos motores. Numa fase crítica como a do pouso, uma perda repentina de potência é considerada grave, embora contornável. Testemunhas relataram que o turboélice já parecia avariado, antes da queda e da explosão. Segundo os peritos, imediatamente antes do pouso o grau de dificuldade para correção de imprevistos é altíssimo e qualquer falha pode resultar numa tragédia. A terceira hipótese – considerada rara, mas possível – é um disparo inadvertido do compensador. O dispositivo, usado durante o pouso, auxilia o piloto a diminuir a sensação de “pressão” nos controles de direção da aeronave (aelerons, leme e profundor). Falhas nesse equipamento causam no piloto uma sensação de “estranhamento” dificilmente solucionada a tempo e, em alguns casos, pode até fazer o avião tomar uma direção errada. Nas investigações realizadas até o momento, a Aeronáutica descartou como determinantes para a queda do King Air tanto a chuva quanto a iluminação do aeroporto. Peritos e especialistas dizem que a leitura da caixa-preta deve ajudar a restringir o número de hipóteses. Lembram ainda que situações atípicas, como um mal súbito, desmaio ou mesmo um enfarte, não podem ser descartadas. Bruno Tavares – O Estado de São Paulo

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Advogado Geral da União, José Antonio Toffoli é ignorante e mentiroso

Toffoli é chamado de mentiroso e ignorante por família brasileira A família brasileira do menino Sean Goldman – cuja guarda é disputada pelo pai americano e o padrasto brasileiro – partiu para um ataque pesado contra o José Antonio Toffoli, chefe da Advocacia Geral da União (AGU). Numa carta pública assinada pelo advogado da família, Sérgio Tostes, Toffoli é chamado de ignorante, mentiroso, arbitrário e acusado de agir desrespeitando o Código Civil e decisões judiciais. Mais: o texto insinua que Toffoli estaria agindo “por não se sabe que desígnios”. É o mais violento rol de acusações sofrido por algum chefe da AGU em qualquer momento. Toffoli é também um dos favoritos para ocupar a vaga de ministro do STF nos próximos meses. O documento de agora é consequência do acirramento de ânimos entre a família de Sean e Toffoli. Anteontem, o Radar On-Line relatou a dura reunião ocorrida no início da noite de segunda-feira entre Tostes e Toffoli, na sede da AGU. Tostes queixara-se do que considerou envolvimento excessivo da AGU numa questão que envolve um brasileiro nato. Toffoli disse que trabalhava para o seu cliente, ou seja a União. Foi uma reunião tão áspera quanto rápida. Eis a íntegra da nota oficial da família brasileira do menino: “O Ministro José Antonio Dias Toffoli da Advocacia Geral da União (AGU), na abertura, no dia 17.05.2009, domingo passado, do III Congresso Mundial de Direito Público realizado em Recife, declarou, tal como consta do site da própria AGU, que: “- A atuação da AGU em casos como o do menor norte-americano Sean Goldman tem que ser baseada em leis internacionais; – O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) dialoga com o Tratado de Haia; – A AGU representa a União em casos como o do menino norte-americano com o objetivo de solucionar esse tipo de conflito; – A Presidência da República tem a atribuição de dar ciência à população das leis e tratados consolidados e que a AGU tem esse papel”. Ainda no mesmo Congresso, um palestrante, sob os olhares de aprovação do Ministro Toffoli, disse o seguinte: – “A Justiça brasileira tem salvação. Mas o caso Goldman demonstra que o Judiciário brasileiro precisa de uma forcinha para abandonar a inércia. – ” Há luz no fim do túnel, e o caso Goldman demonstra que nem tudo está perdido”. Com tais declarações, o Ministro Toffoli prestou um desserviço ao Presidente da República e mostrou absoluta ignorância em questões de direito. Mais que isso: ao tratar, em seus detalhes essenciais, de uma matéria que corre em segredo de justiça, desrespeitou o Código Civil Brasileiro e o Estatuto da OAB. O Dr. Toffoli mentiu ao afirmar que o menino Sean Goldman é norte-americano. Em sua função pública, ele tem o dever de saber que, no âmbito do território brasileiro, Sean é brasileiro nato na forma do artigo 12, inciso III, letra “c” da Constituição da República Federativa do Brasil. Mesmo que não o soubesse, foi oficialmente informado desse fato essencial, por expediente da familia brasileira que lhe foi dirigido, protocolado na AGU em 30.04.2009. O Dr. Toffoli vem constantemente desrespeitando as leis e decisões judiciais brasileiras no seu objetivo de entregar às autoridades americanas um menino de 9 anos, brasileiro nato, com residência habitual no Brasil há 5 anos, sob a proteção de decisões da Vara de Família, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro e do Superior Tribunal de Justiça. Não se sabe que desígnios estão motivando o comportamento arbitrário e ilegal do Dr. Toffoli, mas sejam quais forem esses desígnios, eles estão em dissonância com as práticas republicanas do País, que está se afirmando como potência internacional imune à influência de quem quer que seja, pessoas ou países estrangeiros. O signatário, agora que foram expostos os detalhes de uma questão judicial que deveria correr em segredo de justiça, desafia o Dr. Toffoli a discutir publicamente a aplicação da Convenção de Haia ao Caso Sean.” Radar OnLine – Lauro Jardim

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CPI da Petrobras e o Esporte

Brasil: da série “O tamanho do buraco”! por – Peter Wilm Rosenfeld – pwrosen@uol.com.br Senti-me compelido a escrever a presente edição extra de meu Artigo da Semana expedido ontem (21/05/09) por dois fatos de que tomei conhecimento pela televisão ainda ontem, que me deixaram indignado, ou mais, furioso. Vamos lá: 1 – Nosso melhor ginasta de todos os tempos, Diego Hypólito, declarou que se não tiver alguma ajuda especial será obrigado a abandonar o esporte. Diego mencionou quantas medalhas de ouro já tinha conquistado em competições olímpicas e mundiais no corrente ano. E não tenho dúvida de que nenhum ginasta antes dele tenha tido tanto êxito. Não sei mas posso imaginar quanto esforço, quanta dedicação, quanto sofrimento, Diego teve que despender, dedicar e sofrer, para obter esses resultados. Seu patético desabafo de ontem me pôs a pensar: – O que será que o ministro da pasta dos esportes (aquele da tapioca de R$ 8,00 pagos com o cartão corporativo!), Sr. Orlando Silva de Jesus Júnior, está fazendo além de comprar tapioca e de viajar pelo mundo, supostamente tratando dos problemas do esporte brasileiro? – Será que o ministro, que está no ministério dos esportes desde o início do atual governo, em várias posições até ser nomeado titular do ministério há 3 anos, não pensou ainda nos problemas que os esportes não-populares, como a ginástica, enfrentam? Nenhum ginasta tem um cartão de crédito corporativo para pagar suas despesas de manutenção e de treinamento. – O que o Presidente, Sr. da Silva está fazendo com relação aos esportes? Será que pensa que basta ser torcedor do Corintians de S. Paulo e com isso todos os problemas dos esportes estarão resolvidos? Como diria um conhecido locutor de televisão, isso é uma vergonha! 2 – Em um debate ontem tarde da noite, entre o Presidente do PSDB, Senador Sérgio Guerra e o Senador Aloizio Mercadante, debate mediado por Monica Waldvogel, tendo como tema a CPI da Petrobrás, o Sen. Mercadante, a exemplo do que tinha dito quando o assunto eram as despesas da Presidência da República pagas com cartão corporativo, que não podiam ser reveladas por razões de segurança nacional, invocou o mesmo argumento para justificar que não deveria ser instalada uma CPI no Senado para verificar as maracutaias bilionárias cometidas pela empresa. Ora, é sabido de muito longa data que não há negócio na Petrobrás sem que uma comissão seja paga a alguém da empresa; também é sabido que muita gente da Petrobrás enriqueceu repentinamente (o exemplo mais notório, de muitos anos atrás, foi o do Sr. Shigeaki Ueki, que presidiu a empresa e foi Ministro de Minas e Energia no regime militar, durante a Presidência do Gal. Ernesto Geisel. Terminado seu mandato, se auto-exilou nos Estados Unidos). Sendo uma empresa estatal, ainda mais de capital aberto, com milhares de acionistas, entre eles muitos governos estaduais e municipais, a Petrobrás não pode ser o que a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET) sempre quiseram que fosse, um feudo totalmente fechado, que não devia satisfações a ninguém. Pois estão enganados. O lema “A Petrobras é nossa” não significa que ela seja de seus funcionários, com esses querem que seja. Ela é majoritariamente (e controlada) do Brasil, representado por seu governo. E sendo do Brasil, não pode ser uma caixa preta; sendo do Brasil, tem que se sujeitar às leis brasileiras, o que significa que pode e deve ser permanentemente analisada pelo Tribunal de Contas da União, órgão assessor do Poder Legislativo. Não é aceitável que seja um poço sem fundos de irregularidades, como vem sendo detectado pelo TCU. É uma vergonha monumental o que está acontecendo na empresa (e sempre aconteceu). Causa-me uma tristeza profunda! Eram os dois assuntos que me impeliram a escrever a presente edição extra. coluna Claúdio Humberto

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Eleições 2010 – PSDB X DEM

Vejamos até que ponto o bloco “unidos na oposição”, não atravessa o samba do crioulo doido da política brasileira. Crise na aliança PSDB-DEM atrapalha projeto para 2010 Além de disputas regionais, legendas agora brigam até no plano nacional Nove entre dez tucanos e democratas que falam sobre a aliança dos dois maiores partidos de oposição comparam a situação de PSDB e DEM a um casamento de muito tempo. O casal enfrenta crises, mas continua unido porque tem um projeto para o futuro – no caso, derrotar o PT e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha de 2010. Aos muitos altos e baixos dos últimos meses, somam-se agora dois elementos de risco: as eleições estaduais e a tentativa do PSDB de conquistar a maior fatia possível do PMDB, em fase de tensão extrema com o governo. Em pelo menos 8 dos 27 Estados há dificuldades no relacionamento das duas legendas da oposição. Os líderes do PSDB e do DEM garantem que a maior parte dos problemas será resolvida, com exceção do Rio Grande do Sul, onde o confronto só se agrava, especialmente depois que dois deputados do DEM assinaram o pedido de abertura de uma CPI para investigar a governadora tucana Yeda Crusius. No Distrito Federal, os aliados do único governador do DEM, José Roberto Arruda, acompanham com apreensão os movimentos do PSDB em direção ao ex-governador Joaquim Roriz, do PMDB. E, na Bahia, a briga histórica de democratas e tucanos está em fase de trégua, mas ainda é cedo para marcar a data do casamento. Luciana Nunes Leal – O Estado de São Paulo

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