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Jarbas Vasconcelos: “O PMDB é corrupto”

Brasil: da série “Só dói quando eu rio”! Na entrevista que concedeu para a revista Veja, o senador Jarbas Vasconcelos, PMDB – Pernambuco, causa espanto, no que concerne ao PMDB. Sua (dele) ex-celência, político de longa trajetória — deputado, prefeito, governador e agora senador — , vem candidamente confessar que o partido que abriga Jáder Barbalho, Renan Calheiros e José Sarney, entre outros, é corrupto. Desanca a honestidade de Renan Calheiros, como se o senador boiadeiro tivesse se filiado ao PMDB nesta semana. Quer dizer que quando Renan Calheiros era Ministro da Justiça tinha condições morais para o cargo e agora não tem mais? Uáu! E o Sarney, que somente agora depois de 49 anos de atuação política, descobre o surpreso senador penambucano, “não tem compromisso com a ética”. Uáu! Durante todo este tempo, o nóvel senador desconhecia as estripulias dos inúmeros parlamentares que compõem o chamado maior partido do Brasil? Será que desconhecia a existência de caixa dois e de mensalinhos e mensalões, praticados de uma forma ou de outra, vá lá, mensalão não, digamos os “delubianos recursos não contabilizados”, repito, praticados por todos os partidos, todos sem exceção, quando Marcos Valério ainda era um inocente bebê? Vestal da pureza pemedebista, desconhece o senador o assistencialismo praticado pelo partido que o abriga a vários anos? Qual a novidade assacada contra o partido que é conhecido nacionalmente como “o partido da boquinha”? Que tal apresentar a lista de todos os cargos na administração direta e indireta por membros do partido e/ou parentes de parlamentares do PMDB, e denunciar concretamente, com prova irrefutáveis, a corrupção que denuncia retoricamente? Vejamos se vai acontecer alguma coisa quando um senador da república acusa o próprio partido de corrupto e o presidente do Congresso Nacional de não ter ética! O editor. Entrevista do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) ao repórter Otávio Cabral – da Veja O que representa para a política brasileira a eleição de José Sarney para a presidência do Senado? É um completo retrocesso. A eleição de Sarney foi um processo tortuoso e constrangedor. Havia um candidato, Tião Viana, que, embora petista, estava comprometido em recuperar a imagem do Senado. De repente, Sarney apareceu como candidato, sem nenhum compromisso ético, sem nenhuma preocupação com o Senado, e se elegeu. A moralização e a renovação são incompatíveis com a figura do senador. Mas ele foi eleito pela maioria dos senadores. Claro, e isso reflete o que pensa a maioria dos colegas de Parlamento. Para mim, não tem nenhum valor se Sarney vai melhorar a gráfica, se vai melhorar os gabinetes, se vai dar aumento aos funcionários. O que importa é que ele não vai mudar a estrutura política nem contribuir para reconstruir uma imagem positiva da Casa. Sarney vai transformar o Senado em um grande Maranhão. (…) O senador Renan Calheiros acaba de assumir a liderança do PMDB… Ele não tem nenhuma condição moral ou política para ser senador, quanto mais para liderar qualquer partido. Renan é o maior beneficiário desse quadro político de mediocridade em que os escândalos não incomodam mais e acabam se incorporando à paisagem. (…) Para que o PMDB quer cargos? Para fazer negócios, ganhar comissões. Alguns ainda buscam o prestígio político. Mas a maioria dos peemedebistas se especializou nessas coisas pelas quais os governos são denunciados: manipulação de licitações, contratações dirigidas, corrupção em geral. A corrupção está impregnada em todos os partidos. Boa parte do PMDB quer mesmo é corrupção. (…) O senhor sempre foi elogiado por Lula. Foi o primeiro político a visitá-lo quando deixou a prisão, chegou a ser cotado para vice em sua chapa. O que o levou a se tornar um dos maiores opositores a seu governo no Congresso? Quando Lula foi eleito em 2002, eu vim a Brasília para defender que o PMDB apoiasse o governo, mas sem cargos nem benesses. Era essencial o apoio a Lula, pois ele havia se comprometido com a sociedade a promover reformas e governar com ética. Com o desenrolar do primeiro mandato, diante dos sucessivos escândalos, percebi que Lula não tinha nenhum compromisso com reformas ou com ética. Também não fez reforma tributária, não completou a reforma da Previdência nem a reforma trabalhista. Então eu acho que já foram seis anos perdidos. O mundo passou por uma fase áurea, de bonança, de desenvolvimento, e Lula não conseguiu tirar proveito disso. (…) Mas esse presidente que o senhor aponta como medíocre é recordista de popularidade. Em seu estado, Pernambuco, o presidente beira os 100% de aprovação. O marketing e o assistencialismo de Lula conseguem mexer com o país inteiro. Imagine isso no Nordeste, que é a região mais pobre. Imagine em Pernambuco, que é a terra dele. Ele fez essa opção clara pelo assistencialismo para milhões de famílias, o que é uma chave para a popularidade em um país pobre. O Bolsa Família é o maior programa oficial de compra de votos do mundo.

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Terrorismo na tríplice fronteira Brasil,Paraguai e Argentina

Homem da Inteligência do governo Obama diz que terror está presente na Trípice Fronteira Em sua primeira audiência no Senado americano, o novo diretor nacional de Inteligência dos EUA, o almirante da reserva Dennis Blair, afirmou ontem que o grupo libanês Hezbollah “está presente na Tríplice Fronteira – entre Brasil, Paraguai e Argentina -, região conhecida pelo tráfico de drogas e armas”. A atuação do partido libanês, considerado terrorista por Washington, teria sido reforçada pela proximidade entre o Irã e o governo do presidente venezuelano, Hugo Chávez. Blair, porém, não deu evidências sobre a presença do Hezbollah na região. Desde o governo de Bill Clinton, Washington aponta para indícios de que o grupo xiita atua na Tríplice Fronteira – preocupação que se estende agora à administração Obama. A aliança Caracas-Teerã teria também servido de “ponte” para o aumento da influência do Irã na América Latina, declarou o chefe da espionagem americana à Comissão de Inteligência do Senado. Blair admitiu não saber se o Irã desenvolve atualmente armas nucleares, mas garantiu que Teerã “mantém aberta a possibilidade de produzi-las”. Os EUA, disse Blair, ainda avaliam se o programa iraniano para desenvolver armas nucleares – congelado em 2003, segundo relatório divulgado pela CIA no ano passado – foi retomado. do Estado de São Paulo

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