As empresas são capitalistas e o lucro norteia a ética. Para o capital, não interessa a cor do governo. Proporcionou lucro, então é o melhor governo do mundo. Quem acha que por coerência as empresas fariam publicidade exaltação em momento de depressão, é ruim da cabeça ou doente do bolso.
O editor
Propaganda enaltece firmeza do país na crise e a capacidade de superação dos brasileiros
Novas peças publicitárias de empresas públicas e privadas usam governo Lula como garoto-propaganda e falam até em “momento de ouro”
[ad#Retangulo – Anuncios – Normal]Empresas aproveitam a popularidade do presidente Lula e o momento econômico favorável para fazer do governo seu garoto-propaganda.
Ambev, GM, Bradesco, Vale e Embratel produziram comerciais de televisão recentes enaltecendo a firmeza do país na crise, a capacidade de superação dos brasileiros, a harmonia entre o público e o privado e a relevância do país no mundo.
O Brasil é o país “da iniciativa privada em equilíbrio com o setor público”, diz a campanha televisiva “Presença”, do Bradesco, segundo maior banco privado brasileiro.
“Há dez anos, quem poderia imaginar a gente emprestando dinheiro para o FMI?”, lembra o anúncio televisivo do carro Aprile, da Chevrolet/GM.
“A crise foi passageira”, avisa comercial da maior siderúrgica do mundo, a Vale.
“O Brasil vive um momento de ouro”, exalta o comercial da Brahma, marca da Ambev.
Para as empresas e publicitários envolvidos nos comerciais acima, trata-se de uma estratégia legítima, lógica e antiga.
De fato, não é a primeira vez que o setor privado exibe o otimismo do momento em campanhas publicitárias.
Do milagre econômico da ditadura -quando a Volkswagen exibiu um fusca desbravando o país da rodovia Transamazônica- às tentativas de estabilização da economia, várias campanhas seguiram essa linha.
Folha de S.Paulo