Sites de notícias lucram mais que jornais nos EUA, diz estudo
A internet cada vez mais incomoda a receita dos grandes grupos de mídia impressa. O jornal de papel, como conhecemos, parece estar com os dias contados. A média diária de exemplares vendidos nos EUA caiu de 62 milhões a 49 milhões desde que há 15 anos a Internet foi se tornando acessível a todos. O ex-diretor de redação do Washington Post, hoje a cargo de investigar fórmulas digitais para reinventar o negócio do jornalismo, destaca o grande paradoxo que atravessa a imprensa mundial: “Vivemos uma época horrível para os jornais, mas uma idade de ouro para o jornalismo. Os sítios da Internet dos grandes jornais diários registram um enorme crescimento do numero de leitores”. O Editor Leitores já preferem a internet, que vem ganhando espaço rapidamente, segundo o instituto de pesquisa de mídia Pew Research Center. Pela primeira vez, mais norte-americanos estão lendo notícias na Internet do que em jornais impressos. Com maior audiência, os veículos online também tiveram receita publicitária superior aos resultados dos jornais online nos Estados Unidos em 2010. As afirmações são do estudo “State of the News Media”, elaborado pelo instituto de pesquisa Pew Research Center, que analisa tendências mundiais da mídia. Entre os norte-americanos entrevistados, 46% disseram que preferem ler notícias em sites de Internet, enquanto 40% afirmam que têm preferência pelo jornal impresso. “As pessoas estão gastando mais tempo com a notícia do que nunca. Mas quando se trata da plataforma de leitura, a web está ganhando terreno rapidamente, enquanto outros setores estão perdendo”, diz o estudo, que está na oitava edição. Veja também: * Venda da “Newsweek” encerra uma era * Crise acentua problemas estruturais dos jornais impressos * Em ano de PIB recorde, circulação de jornais cresce 1,5% * Procura por notícias na internet cresce 67% nos EUA * AOL compra “The Huffington Post” Acompanhando a tendência, a receita publicitária de jornais impressos caiu 6,4% nos Estados Unidos em 2010, passando a US$ 22,8 bilhões (R$ 38,2 bilhões). Nos últimos quatro anos, a queda foi de 46%. Enquanto isso, o faturamento com publicidade dos sites de notícias cresceu 13,9% no ano passado e atingiu US$ 25,8 bilhões (R$ 43,2 bilhões). “Pela primeira vez, mais dinheiro foi gasto com publicidade online do que com propagandas no jornal impresso”, diz o Pew Research Center. “Enquanto menos norte-americanos estão lendo jornais impressos, mais estão usando celulares e computadores em formato tablet, como o iPad, para obter notícias e informações locais.” Segundo o estudo, a circulação dos impressos caiu 5% nos dias da semana e 4,5% aos domingos. A estimativa dos pesquisadores é que as receitas dos jornais fiquem estáveis ou caiam ligeiramente em 2010, depois de terem tido uma queda de 10% de 2003 a 2009. Os pesquisadores também preveem o corte de empregos nos jornais impressos. “Esperamos uma perda de cerca de 1.100 a 1.500 pessoas, ou 3% a 4% do total.” Enquanto isso, os veículos online estão contratando funcionários, segundo o estudo, que cita os sites AOL, Yahoo! e “The Huffington Post”, que foi comprado pela AOL por US$ 315 milhões (R$ 528 milhões). fonte: IG