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Brasil: Imagem da elite criminosa repercute nas comunidades desempregadas como exemplo à criminalidade

Tudo o que tem acontecido no Rio de Janeiro e também no Brasil é, sim, decorrência do desemprego e da crise social. Mas é fruto, principalmente, do mau exemplo da elite brasileira, que nestes últimos anos mostrou sua cara desmascarada pelo juiz Sérgio Moro. Os grandes corruptores, os grandes ladrões, só por delatarem, têm suas penas reduzidas e voltam para suas mansões milhardárias, que sequer foram sequestradas. Os grandes empresários da área de construção esperam que, conquistada a redução de pena, consigam sair do país e ir para suas mansões no exterior que compraram com dinheiro roubado do Brasil. No momento em que o Brasil enfrenta uma crise de proporções jamais vistas em sua história — hoje, em um país com 200 milhões de habitantes, 180 milhões estão à margem da dignidade –, somado a crise que o mundo enfrenta, sem qualquer referência política ou religiosa, a convulsão social parece se aproximar.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Os corruptos e os corruptores, cinicamente, devolvem o que talvez seja um Pixuleco do prejuízo que deram ao país. Só a Petrobras representava 60% do investimento brasileiro. As famílias dos desempregados veem seus filhos indo para a delinquência, por falta de emprego. Outros filhos, com mais sorte, conseguiram estudar nas universidades públicas brasileiras, e agora recebem um chute quando ouvem que se deve “dar prioridade aos formados no exterior”. Pobre dos professores brasileiros, além de não receberem os salários, são responsabilizados quando seus formandos são preteridos pelos formandos de professores no exterior. Se olharmos um pouco pra trás, vamos ver que a crise de 2008 foi antecedida pela quebra daquele banco da Tailândia, com uma falência de $ 30 bilhões, nas mãos de jovem de 38 anos que com certeza se formou numa dessas faculdades que impressionam o poder. A polícia do Rio, sem receber, e a de outros estados, também sem receber, têm seus policiais assassinados porque parece que o crime tem mais dinheiro do que o Estado. O dinheiro do Estado foi roubado pelos delinquentes que, mesmo com as cabeças raspadas, recebem o privilégio que os pobres quando são presos não têm: são soltos. O Ministério Público com seus grandes procuradores, e a Polícia Federal, com sua legião de bravos policiais, se veem humilhados quando após meses de investigação são hostilizados, como se aquilo que apuraram não estivesse correto. Suas presas são soltas como pássaros enjaulados, porque não são pássaros, são abutres. O que pode pensar o filho de um advogado desse Ministério Público, ou de um agente da PF, quando dizem que seus pais supostamente “não cumpriram como deveriam cumprir” as suas atividades profissionais? Além disso, o salário deles é de um tamanho tão reduzido que seus filhos não podem ter formação no exterior. O que deve pensar um jovem humilde, desfavorecido pela sorte, quando vê que a sorte de um criminoso de “colarinho branco” é diferente da sorte de um criminoso de sandália de dedo iguais as que ele usa? Com certeza, eles devem pensar em revolta. JB

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Hipocrisia – Fome – África e o massacre na Flórida

Massacre na Flórida. Hipócritas, poupem-me a inteligência! Na África morrem UM MILHÃO E QUINHENTAS MIL CRIANÇAS – 1.500.000 – de fome anualmente, e presidentes, líderes religiosos, praticantes do ‘coitadismo de ocasião’ ‘et caterva’ vêm a público horrizados com 49 mortos em um rotineiro ‘bang bang’ na pátria que idolatra os deuses das armas? “Era uma vez um czar naturalista que caçava homens. Quando lhe disseram que também se caçam borboletas e andorinhas, ficou muito espantado e achou uma barbaridade” Carlos Drummond de Andrade. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Guerra às drogas: Cinco ex-presidentes defendem o fim da guerra às drogas

Ex-chefes de Estado divulgaram um relatório pedindo o fim da guerra às drogas. Mas há pouca esperança de mudança para a próxima conferência da ONU sobre o tema. Mudar a abordagem proibitiva da ONU requer apoio dos 193 países-membros (Foto: Flickr/Neal Jennings) Após muito dinheiro gasto e muita violência a guerra às drogas mostrou poucos resultados. Por conta disso, a ideia de mudança de abordagem vem ganhando adeptos em vários países. A última crítica ao modelo vigente veio nesta quinta-feira, 24, através de um grupo de ex-presidentes e empresários que divulgou um relatório chamado “Ending the War on Drugs” (“Finalizando a Guerra às Drogas”).[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O documento reúne vários artigos sobre o tema publicados pelos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, do Brasil, César Gaviria, da Colômbia, Ernesto Zedillo, do México, Olusegun Obasanjo, da Nigéria e Ruth Dreifuss, da Suíça, além de um grupo de especialistas. O empresário George Soros, que já financiou vários grupos pró-legalização, também participou do relatório. Todos eles condenam o que enxergam como uma derrota política, econômica e de saúde pública. A divulgação do relatório tem como objetivo influenciar os diplomatas que no mês que vem se reunirão em Nova York para a próxima conferência especial da Assembleia Gera da ONU sobre o tema. A última conferência ocorreu em 1998, com o slogan “Um Mundo Livre de Drogas”. Apesar do estímulo a uma nova abordagem, a próxima conferência não gera muitas expectativas. A mais recente conferência da Comissão de Narcóticos da ONU, encerrou na última terça-feira, 22, com um projeto de declaração que sequer critica o uso de pena de morte para crimes relacionados às drogas, algo que era o mínimo esperado por aqueles que advogam por mudanças. Os argumentos usados pelos ex-presidentes conseguiram persuadir um considerável número de pessoas a repensar o assunto, incluindo os Estados Unidos. O país, que antes liderava a guerra às drogas, legalizou o uso medicinal e recreativo da maconha em vários estados e atualmente metade da população americana defende essa ideia. Porém, mudar a abordagem proibitiva determinada pela ONU requer o apoio de todos os 193 países-membros, muitos deles firmes na decisão de manter a política atual. O mais provável é que a discussão da reunião do mês que vem seja superficial e leve a entender que as demais conferências não serão reformadas, mas sim ignoradas. Fonte:Opinião&Notícia

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O crime sempre compensa para alguém

A “economia” da insegurança Pública.  Enquanto a indústria brasileira segue em retração com a diminuição na produção e no número de encomendas, há um setor que movimenta a economia e que desconhece a crise. Trata-se do crime. Não costumamos pensar na criminalidade como um fator que contribui para o emprego e a renda de muitas famílias, contudo este é o caso em uma nação com o terceiro maior índice de homicídio intencional do continente. Nesse ranking indesejado, o Brasil receberia uma medalha de bronze (que teria de ser mantida com muito zelo para que não fosse surrupiada). À nossa frente estão apenas a Venezuela e a Colômbia.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Quando não é fatal, dificilmente um crime se encerra nele mesmo. Além dos evidentes, por vezes permanentes, danos psicológicos e físicos, o prejuízo ultrapassa aquilo que um simples inventário pode apontar. Levando-se em consideração uma situação menos traumática, a vítima de documentos furtados ou roubados há de perceber o quanto foi duplamente lesada. Sem uma identificação exigida pelo Estado, sem a qual algumas obrigações e tarefas burocráticas não podem ser realizadas, o vitimado, ao procurar uma unidade para expedição de uma segunda via do documento, terá a infeliz constatação de que o roubo, o furto ou o assalto ainda não acabou. Não bastasse o surrupio do que lhe pertencia, o prejuízo aumenta com as taxas cobradas pelos órgãos vinculados ao Estado, o mesmo que deveria proteger o cidadão para que ele não passasse por tal violência. Desse modo, um Estado incapaz de garantir a segurança de seus cidadãos ainda lucra com os efeitos da insegurança que não consegue coibir. Um pensamento crítico constatará que o crime compensou para o Estado que aumentará a sua arrecadação, mantendo a máquina pública ocupada em refazer um trabalho em razão da ação de criminosos. A criminalidade se alimenta da própria criminalidade Da mesma forma, muitos são os profissionais honestos que devem ao crime um acréscimo na sua produtividade. Os chaveiros, por exemplo, são muito beneficiados quando os seus serviços são requisitados após um arrombamento que inutiliza as fechaduras de um imóvel ou de um veículo. Quem também lucra com a ação criminosa são os vidraceiros, sempre chamados quando se faz necessária a troca de uma janela ou de uma vitrine arrebentada em uma invasão pouco discreta. Ainda se pode pensar nos eletricistas empregados para restabelecer a energia em uma residência cujos bandidos destruíram a fiação para apressar o roubo e a fuga. Essa lista de profissionais beneficiados pelo crime ainda pode ser aumentada indefinidamente conforme o olhar aguçado e crítico de quem se dispuser a pensar a respeito. Como uma praga, a criminalidade se alimenta da própria criminalidade. Há empresários e comerciantes, que o são de fachada, sem deixarem de ser bandidos, que enriquecem com a venda de itens roubados, gerando um sistema de vício, como um círculo a rodar em uma estrada em declive, arrastando o que há em seu caminho, e a desafiar qualquer barreira que seja posta para barrá-lo. Em metrópoles, cidades médias e pequenas, cada vez mais necessária também se faz a contratação de uma empresa privada de segurança para prevenir ou afastar a ação de criminosos cada vez mais ousados e criativos. Mais uma vez, sem que nos apercebamos da enorme influência que o crime tem para a economia, um grande número de famílias brasileiras se beneficia dos atos ilegais de pessoas que resolvem invadir e roubar uma residência, um estabelecimento comercial ou industrial. Sem o crime não haveria a necessidade de seguranças contratados, nem de câmeras de vigilância, nem de sensores de presença, nem de armas de ataque e de defesa, nem de qualquer aparato que afaste a ação daqueles que tomam sem pedir, que obtêm pela imposição como se fossem alheios às normas que estruturam a sociedade. Assim, quando utilizado um olhar mais abrangente, percebe-se que o crime compensa para todos aqueles que empregam e são empregados no combate direto à ação delituosa. Mesmo sem saber, o filho de um instalador de cerca elétrica pode dever as suas aulas de inglês ou de violão à necessidade de proteção dos moradores de uma rua violenta que contrata e paga pelo serviço de seu pai. Em tempos de crimes virtuais, famílias são mantidas e sustentadas pelos vencimentos de programadores que travam batalhas contra crackers que tentam, noite e dia, invadir o banco de dados de instituições financeiras e de outros estabelecimentos comerciais para se apropriarem de dinheiro e de mercadorias. Semelhante situação se dá para os familiares de corretores de imóveis que se beneficiam com a alta comissão obtida com a venda de residências luxuosas compradas com o dinheiro oriundo da corrupção, que desvia a verba pública que deveria ser empregada no bem comum para o usufruto egoísta de um particular. Mesmo no extremo do crime violento, quando a vida é cessada bruscamente, para alguém há de compensar. A funerária não julga os mortos que lhe chegam. Sejam vítimas ou praticantes do crime, se os familiares e amigos tiverem condições de pagar pelo serviço, os profissionais prepararão o corpo para as despedidas daqueles que lhes tinham afeto. Porém, mesmo quem se beneficia indiretamente da ilicitude, frequentemente é vítima dele também, pois esta é uma indústria voraz que jamais deixa de produzir em suas mais variadas atividades. Portanto, a criminalidade persiste porque o ser humano apresenta uma predisposição para o ilícito. Sigmund Freud, inspirado por Platão, afirmava que os homens maus fazem o que os homens bons apenas sonham em fazer. Não é sem propósito que a tradição das religiões monoteístas condena a prática do roubo, expressando essa determinação como um mandamento. Antes de ser uma obrigação com o sagrado, tal evitação é um compromisso com a ordem social. Não haveria necessidade de tal proibição se o ser humano não se sentisse impelido a tomar do outro o que não lhe pertence. Nota-se que há uma legislação contra o crime desde os primórdios da civilização (alguém há de se lembrar da Lei de Talião). Então, em nosso

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Há uma cultura de tolerância em relação à violência policial?

Segundo especialistas autoridades têm que enviar mensagem clara de que abusos policiais não serão tolerados. A cultura da tolerância à violência policial que originou a frase “bandido bom é bandido morto” – cultuada por alguns segmentos da sociedade – pode estar contribuindo para a atuação de grupos de extermínio integrados por membros de forças de segurança. Segundo especialistas autoridades têm que enviar mensagem clara de que abusos policiais não serão tolerados Nesse contexto, governantes e autoridades de segurança pública têm que passar um recado claro aos agentes policiais de que não tolerarão abusos, segundo especialistas ouvidos pela BBC Brasil. A discussão ocorre pouco mais de uma semana após a maior chacina do ano no Estado de São Paulo, que deixou 18 mortos nas cidades de Barueri e Osasco, na periferia da capital. Uma das principais linhas de investigação das autoridades é que policiais militares ou guardas civis tenham cometido o crime para vingar assassinatos recentes de colegas por criminosos. Contudo, nenhum suspeito foi oficialmente identificado ou preso.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “A tolerância da sociedade a uma polícia violenta contribui para a criação de um terreno fértil para o surgimento de grupos de extermínio (integrados por policiais)”, afirmou a pesquisadora Camila Nunes Dias, da Universidade Federal do ABC e associada ao Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP). Segundo ela, um dos reflexos dessa posição da sociedade é que jurados em tribunais civis tendem a absolver muito mais policiais acusados de homicídio do que a própria Justiça Militar. Outro fator que mostra essa tendência é o fato de que cada vez mais políticos vêm sendo eleitos com discursos baseados em ações robustas da polícia para o combate à violência. Nas eleições do ano passado, 55 policiais militares, civis ou federais foram eleitos nas Assembleias estaduais e na Câmara Federal – contra 44 no pleito anterior. Muitos deles exploraram o combate à criminalidade em suas campanhas eleitorais. “Os políticos que se declaram contra as práticas (de violência por policiais) acabam fragilizados em termos eleitorais”, afirmou Dias. Para ela, ao não condenar de forma enérgica os abusos, as autoridades podem passar uma mensagem implícita às forças de segurança de que toleram a violência policial – o que estimularia mais abusos. Em relação à chacina da semana passada, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, disse à imprensa que se for comprovada a participação de policial, “ele vai ser tratado como um criminoso”. Para Rafael Custódio, da organização Conectas Direitos Humanos, a tolerância à violência policial é uma questão cultural originada na sensação de insegurança da sociedade. “Há um consenso de que o Estado não é capaz de garantir a segurança, então muitas pessoas veem isso (abusos policiais) como violência contra o ‘inimigo’. É a sensação de que alguém está fazendo alguma coisa”, afirmou. Porém, segundo ele, essa “legitimidade” dada aos maus policiais por setores da sociedade não pode ser adotada pelas autoridades. “O Estado tem que reafirmar a legalidade. O Estado não pode ter emoção, tem que pautar suas ações pela legalidade”, disse. ‘Isso tem de ser reforçado todos os dias’ O coronel José Vicente da Silva Filho, ex-secretário Nacional de Segurança Pública e professor do Centro de Altos Estudos de Segurança da Polícia Militar de São Paulo, afirmou que o medo motiva parte da sociedade a apoiar abusos por parte de maus policiais. Ele disse, porém, que não é possível afirmar que a tolerância da sociedade à violência policial motive maus policiais a se envolverem em chacinas. Segundo ele, as autoridades da Segurança Pública devem fornecer treinamento adequado e passar mensagens claras a seus comandados de que não tolerarão abusos. Crimes de chacina normalmente servem para mandar “recado”, segundo especialista Guerra entre polícia e criminosos Os especialistas concordaram ao afirmar que, caso seja comprovada uma relação direta de agentes das forças de segurança com a chacina da semana passada, ela pode ser interpretada como consequência da “guerra” que vem sendo travada entre a polícia e o crime organizado no Estado de São Paulo ao menos desde 2012. Nesse cenário, ações violentas da polícia são vingadas por criminosos que passam a atacar agentes das forças de segurança fora do horário de serviço. Esses atentados geram então novas retaliações da polícia – por vezes por meio de ações ilegais contra suspeitos. José Vicente da Silva Filho afirmou que, em sua opinião, o envolvimento de policiais em chacinas não seria algo muito comum. Mas disse que se for comprovado no caso ocorrido na semana passada que maus policiais agiram para vingar as mortes de um policial militar ou um guarda civil, ambos assassinados dias antes, a ação pode ser uma tentativa de dar um “recado”, de “não se metam com a polícia”. Luis Kawaguti/BBC Brasil

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O controle de armas e munições pode ajudar a reduzir as mortes no Brasil?

Sete anos após 64% dos eleitores brasileiros terem rejeitado a proibição da venda de armas de fogo e munições num referendo popular, em outubro de 2005, o Brasil atingiu a marca de 56.337 homicídios no ano de 2012, a maior de sua história, de acordo com dados do SUS (Sistema Único de Saúde). Deste total, 40.077 pessoas foram mortas por armas de fogo, ou seja, 71% de todas as mortes. Homicídios ocorridos no Brasil em 2012 representam 10% de todos os homicídios no mundo O número total de homicídios ocorridos no Brasil em 2012 representa 10% de todos os crimes do tipo no mundo, segundo o Relatório Global de Homicídios da UNODC de 2013 (Escritório da ONU para Drogas e Crime, na sigla em inglês). Embora o país já tenha uma legislação que controla o porte e o uso de armas de fogo (o chamado Estatuto do Desarmamento, aprovado em 2003), para especialistas consultados pela BBC Brasil os atuais índices de violência poderiam ser mais facilmente revertidos caso o país adotasse leis que restringissem ainda mais o uso e a venda de armas do tipo. Eles argumentam que em outros países, como o Reino Unido, onde o acesso a armas e munições é mais difícil, o menor número de armas de fogo em circulação tende a diminuir a incidência de homicídios. SEGURANÇA E ELEIÇÃO A abordagem dos temas da violência policial e da violência contra os policiais como parte da cobertura especial da BBC Brasil sobre as eleições de 2014 foi sugerida em uma consulta com leitores promovida pelo #salasocial – o projeto da BBC Brasil que usa as redes sociais como fonte de histórias originais.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Na página da BBC Brasil no Facebook (www.facebook.com/bbcbrasil), leitores participam do debate e fazem comentários sobre a questão. Dê você também sua opinião! “É difícil comparar, porque são contextos muito diferentes, mas falta uma política de segurança pública mais efetiva nesta área, e reduzir o número de armas de fogo e munições é, sem dúvida nenhuma, benéfico para a segurança”, diz Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo, sociólogo, professor da PUC-RS e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Para o pesquisador, embora o Estatuto do Desarmamento tenha passado a penalizar de “forma adequada” o porte ilegal de armas, o fato de os índices de homicídios no Brasil continuarem entre os maiores do mundo faz com que novas medidas sejam necessárias. CliqueLeia também na BBC Brasil: Polícia britânica ‘atirou apenas três vezes’ em um ano Campanhas e momento atual Luis Flávio Sapori, sociólogo e professor da PUC-MG, no entanto, é mais crítico com a atual legislação sobre armas em vigor no Brasil. “O Estatuto (do Desarmamento) não melhorou a segurança pública no Brasil. A violência continuou crescendo no país, as armas de fogo continuam se proliferando de forma acelerada nas ruas das cidades brasileiras. A capacidade da polícia de pegar essas armas ilegais não foi aumentada”, diz. Para ele, a legislação foi enfraquecida quando, em 2007, o Supremo Tribunal Federal (STF) permitiu o pagamento de fiança para quem fosse preso em flagrante portando arma de fogo ilegal. “O assunto perdeu destaque. As campanhas eleitorais para Presidência poderiam ser um bom momento de retomar essa discussão, mas nem os movimentos de direitos humanos estão se atentando para isso. O estatuto está desmoralizado. Se não conseguiram proibir a venda, então que ao menos tornem o uso e o porte bem mais difíceis”, argumenta. A lei atual pune com dois a quatro anos de reclusão – além de multa – o porte ilegal de armas no fogo no Brasil. Para Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo, a legislação aprovada em 2003 é avançada e a rejeição dos brasileiros à proibição da venda de armas e munições, em 2005, não esvaziou o estatuto. Armas apreendidas em 2010 no Rio de Janeiro; segundo a ONU, Brasil foi responsável por 10% dos homicídios no mundo. Ele lamenta, porém, que o movimento de entrega voluntária de armas tenha pedido força ao longo dos anos, e que o momento atual não seja de avanço, mas sim de ameaça de retrocesso. “Não há confiança na polícia por parte da população e é claro que há uma questão ideológica, e de lobbies de interesses”, diz o especialista. Resistência Tanto Sapori como Ghiringhelli de Azevedo concordam que a redução das armas de fogo em circulação seria um avanço para a segurança pública e reduziria o número de homicídios, mas nem todos partilham da mesma opinião. Tanto entre os parlamentares quanto na sociedade há uma série de mobilizações contrárias à legislação e a favor de uma liberalização maior do porte de arma, tornado mais restritivo pelo estatuto. Mais de 40 projetos de lei neste sentido foram apresentados no Congresso nos últimos anos, entre eles o do deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB/SC), que pede a revogação total do Estatudo do Desarmamento. Para ele, as normas mais rígidas não diminuíram os índices de violência, e os criminosos seguem tendo acesso a armas ilegais de qualquer maneira. O tema também foi objeto de acalorados debates na página da CliqueBBC Brasil no Facebook, com leitores se colocando contra e a favor a restrições ao uso de armas. Dê também sua Cliqueopinião! Recentemente um desses projetos de lei que visam alterar cláusulas do estatuto foi aprovado, e as guardas municipais de todo o país passaram a ser armadas, no que foi visto como um retrocesso por analistas. “Temos um discurso no Congresso argumentando que a pessoa precisa ter a capacidade de defesa própria, senão está à mercê da criminalidade. É um discurso muito disseminado e acho que se houvesse outro referendo hoje em dia, o resultado infelizmente seria o mesmo”, avalia Ghiringhelli de Azevedo. O pesquisador questiona o argumento de que o uso de armas de fogo pode propiciar melhores meios para que as pessoas comuns se defendam de criminosos. “A arma de fogo disponível na rua não está sendo usada para defesa pessoal. Ela acaba sendo usada pelo crime e, em 90% das situações de tentativa de defesa, o que

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Segurança pública: o caos irreversível da criminalidade

Tudo previsto, cantado e decantado desde há muito. Os que chamamos atenção que isso iria ocorrer, fomos tachados de comunistas e outros adjetivos nada publicáveis. Tem postagem minha nesse blog de 13 anos atrás já chamando atenção que se não houvesse segurança na mais irrelevante favela, não há haveria pra ninguém. O que seria mais importante: uma creche na favela ou uma pracinha com o nome de alguma autoridade? Eis o resultado da opção pela pracinha e outras obras de maquiagem. Agora entendo que está fora de controle. Por melhor que se estruture o sistema, esse sempre estará aquém das necessidades. É como o cachorro correndo atrás do rabo. Não alcança nunca. A segurança pública é um sumidouro de dinheiro. O aparato repressivo sempre estará atrasado em relação à velocidade do surgimento dos problemas. É caos. E irreversível. Ou alguém ainda acha que há solução? Não há, nem nunca houve vontade política. Essa só há se a elite pressionar. Enquanto puderem blindar os carros e pagar segurança privada encastelados em fortalezas de altos muros eletrificados, tal não acontecerá. Nem há mais condições físicas e financeiras. Tomemos o Bom Jardim, bairro em Fortaleza com índices de homicídio próximos à barbárie, como exemplo: 130 mil habitantes. [ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda]Imagine-se que um governante resolva investir todo o tempo e dinheiro para implantar saneamento no bairro. O trabalho é tão grande, que quando conseguir-se que seja concluído, já terão surgido mais 2 ou 3 novos Bons Jardins à frente. Sempre haverá déficit por que o básico não foi feito quando havia compatibilidade possível entre o número de problemas e a capacidade em resolvê-los. Essa é a cruel eqüação. Quem quiser se iludir que possa ser invertida essa perversão, boa sorte. O crime organizado está infiltrado em todos os escalões do Estado Brasileiro. Desde o patrocínio às incensadas e admiradas escolas de samba até aos parlamentos. E essa infiltração nunca foi combatida, ou sequer  considerada. Consumo de drogas, tráfico internacional, favelas incrustadas em meio à riqueza e políticos orgulhosos e  indiferentes em suas disputas paroquiais. A hipocrisia, quando há manifestações pós-crime, quando milhares de pessoas fazem aquela passeata da paz, todos de branco segurando rosas. Geralmente são da classe média…geralmente milhares de pessoas ali têm ou conhecem algum parente que é usuário ou traficante. Sim, o debate para apontar os culpados não é tão aberto em nenhum lugar do planeta… Por quê? Quem financia o tráfico que financia a violência é o consumo. As drogas são um dos maiores males da vida (o maior é a ignorância do povo e a sua insistência em permanecer nela).

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