Facebook e sua moeda, a Libra, põem em xeque a soberania monetária
A empresa de Mark Zuckerberg tenta conectar dois vértices
A empresa de Mark Zuckerberg tenta conectar dois vértices
A empresa coletará informações sobre o uso de ‘apps’ com a intenção de melhorar seus produtos
Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, anunciou em abril que o aplicativo de mensagens da sua rede social, o Messenger, ganharia bots, uma espécie de robôs que utilizam inteligência artificial para se comunicar com humanos em linguagem natural, sem comandos específicos. Kiik: empresa tem bot para o aplicativo Telegram A Kiik, uma empresa concorrente da Cielo, já tornou isso realidade e oferece uma maneira de pagar a conta do seu jantar pelo aplicativo de mensagens e também no Telegram, concorrente do WhatsApp. Ao interagir com o bot da Kiik no fim da refeição, ele detecta a localização do usuário e se oferece como meio de pagamento. É preciso digitar um breve código que vem na conta, em uma etiqueta da Kiik – que tem também um QR code para pagamentos pelo app da própria empresa – para ver o valor da conta, confirmar e autorizar a transação.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O estabelecimento, então, recebe um SMS informando sobre o pagamento realizado via bot. É possível cadastrar vários meios de pagamentos, como o MasterPass, solução de pagamentos móveis da MasterCard, cartões de créditos ou PayPal. Um dos locais que já aceitam o pagamento por bots da Kiik no Messenger (kiik.pay) ou no Telegram (kiik_bot) é o restaurante Corsi, que fica perto da estação Santa Cecília, da linha vermelha do metrô. Outro é o La Casserole, que fica no Largo do Arrouche. A Kiik trabalha com 2.000 estabelecimentos brasileiros para a adoção da sua plataforma de pagamentos móveis e almeja que todos os vendedores e prestadores de serviços que não têm um meio de pagamento eletrônico possam adotar sua tecnologia. A ideia, para isso, é o uso do QR code, um código de barras digital que oferece um link para a realização do pagamento via smartphone, dispensando a necessidade de ter um terminal de pagamentos. A plataforma só funciona no Brasil no momento, mas foi pensada para ser utilizada globalmente. Se um restaurante na Argentina quiser usar o sistema, basta que ele se cadastre no site da Kiik. Modelo de negócio da empresa se baseia em uma porcentagem sobre o valor pago pelos clientes, que faria de acordo com o preço. Em uma compra de 200 reais, eles recebem pouco mais de 4 reais. A meta da Kiik é ousada. Ela quer colocar sua plataforma de pagamentos nos 2.000 mil estabelecimentos que já mapeou até outubro deste ano. 2016 será um ano disputado nesse segmento. A Samsung está para lançar o Samsung Pay, que permite realizar pagamentos com celulares topo de linha da marca em terminais de pagamentos comuns, como máquinas da Cielo. A Visa e MasterCard também têm suas próprias soluções móveis e todos esses concorrentes vão brigar pela preferência dos clientes, especialmente dos turistas, durante os Jogos Olimípicos do Rio de Janeiro, que acontecem em agosto. Confira abaixo o vídeo de divulgação da Kiik, que mostra também os beacons, dispositivos que podem ser adotados por pontos de vendas para a implementação do sistema de pagamentos via Telegram e Facebook Messenger. Lucas Agrela/Exame
Segundo Abin, troca de mensagens em aplicativo já serviu para divulgar discurso traduzido de porta-voz dos extremistas. A menos de dois meses dos Jogos Olímpicos no Rio, “lobos solitários” são vistos como ameaça. A criação de um grupo em português do “Estado Islâmico” (EI) no aplicativo de mensagens instantâneas Telegram elevou a preocupação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre um risco de atentado terrorista no país, que sediará os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em agosto.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A Abin confirmou nesta quinta-feira (16/06) a existência do grupo chamado “Nashir Português”, em referência à agência de notícias dos jihadistas, a “Nashir News Agency”. “Essa nova frente de difusão de informações voltadas à doutrinação extremista, direcionada ao público de língua portuguesa, amplia a complexidade do trabalho de enfrentamento ao terrorismo e representa facilidade adicional à radicalização de cidadãos brasileiros”, alertou a Abin em nota. Ataques feitos por “lobos solitários”, simpatizantes que agiriam de forma individual, como o atirador de Orlando, são uma das principais preocupações da Abin. De acordo com a agência de monitoramento de terrorismo SITE Intelligence Group, o grupo em português no app Telegram foi criado no último dia 29 de maio. Em trocas de mensagens, outros grupos anunciaram a busca de simpatizantes para traduzir o conteúdo dos materiais de propaganda do EI. Uma das primeiras mensagens publicadas é um discurso recente de 14 páginas do porta-voz do grupo terrorista, Abu Muhammad al-Adnani. “Organizações terroristas têm empregado ferramentas modernas de comunicação para ampliar o alcance de suas mensagens de radicalização direcionadas, em especial, ao público jovem”, disse a Abin. Ameaças Em abril, a agência já havia alertado que o Brasil poderia sofrer ameaças terroristas durante os Jogos Olímpicos. Um mês depois, um homem que teria recebido treinamento militar na Síria foi preso em Chapecó, em Santa Catarina, suspeito de planejar um atentado. Em novembro do ano passado, um combatente francês do EI publicou no Twitter que o Brasil seria o próximo alvo dos jihadistas, na sequência dos atentados em Paris e Bruxelas. Nas Olimpíadas do Rio, o Brasil irá receber 10.500 atletas de 206 países de 5 a 21 de agosto. Entre as dez delegações classificadas pela Abin como potenciais alvos de ataques estão as dos Estados Unidos e Canadá.
O serviço de troca de mensagens mais usado do mundo obteve boa publicidade com o anúncio de que passaria a usar criptografia de ponta a ponta. Mas nem de longe ele foi o primeiro. E não é o mais seguro. Depois que o serviço de troca de mensagens Whatsapp passou a usar criptografia, um usuário mais desavisado pode até pensar que se trata de algo novo no mundo da tecnologia da informação. Só que não: a criptografia é usada desde os primórdios da computação, e antes do Whatsapp já havia outros serviços de troca de mensagem mais preocupados com a segurança das informações transmitidas por seus usuários.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A decisão do Whatsapp parece se inserir num contexto maior: o da batalha entre autoridades americanas e gigantes da tecnologia da informação em torno da privacidade dos usuários. O ponto alto dessa disputa foi o recente caso envolvendo a Apple e o FBI, que exigia que a empresa de tecnologia desbloqueasse o celular de Syed Rizwan Farook, um dos autores do recente atentado em San Bernardino, na Califórnia. A Apple se negou a fazê-lo, colocando em primeiro lugar a privacidade do usuário, e foi elogiada por outras gigantes do setor, como Google e Twitter, e também pelo Facebook, a quem pertence o Whatsapp. (Com a ajuda de um prestador de serviços externo, o FBI enfim obteve acesso aos dados no smartphone de Farook, encerrando a querela com a Apple.) A criptografia de ponta a ponta usada pelo Whatsapp significa que apenas as duas pessoas envolvidas na comunicação podem ter acesso ao conteúdo dela. Mesmo chegando tarde, trata-se de uma boa notícia para os usuários do serviço. Ainda assim, vale lembrar alguns que já usavam criptografia bem antes do Whatsapp. Wickr Fundada em 2011, a empresa é uma das pioneiras entre os apps que usam criptografia de ponta a ponta e com mensagens autodestrutivas. A ONG americana Fundação Fronteira Eletrônica (EFF, na sigla em inglês) comparou diversos aplicativos de troca de textos e atribuiu ao Wickr nota 5 de no máximo 7 no quesito segurança de mensagens. A Wickr defende que a privacidade de dados é um direito humano universal e, por isso, emprega uma criptografia multicamada, com base no algoritmo AES256, que é padrão na indústria. Telegram Os responsáveis pelos atentados terroristas de 13 de Novembro em Paris teriam usado esse serviço de mensagens instantâneas. No tocante ao serviço básico, a EFF dá nota 4 de no máximo 7 ao Telegram. Já os chamados chats secretos receberam a maior nota: 7. O aplicativo usa duas camadas de segurança: a criptografia servidor-cliente para os chamados “chats na nuvem” (que permitem armazenamento na “nuvem”) e a criptografia cliente-cliente para os chats secretos. Os chats secretos do Telegram utilizam criptografia de ponta a ponta, não deixam rastros nos servidores da empresa, possuem mensagens autodestrutivas e não permitem encaminhamento para outros usuários. A única coisa que os chats secretos não permitem é o armazenamento na nuvem, ou seja, as mensagens apenas existem nos celulares dos usuários. A criptografia do Telegram é baseada no algoritmo AES256, no RSA 2048 e na troca de chaves seguras Diffie-Hellman. iMessage A reputação da Apple como defensora da criptografia e da privacidade vem de longa data. Em 2013, um relatório interno da DEA, agência antidrogas dos EUA, afirmava ser impossível interceptar mensagens do aplicativo iMessage entre dois aparelhos da Apple. O iMessage, serviço de mensagens instantâneas da Apple, foi apresentado em 2011 com criptografia de ponta a ponta. Tanto ele como o serviço de chat e vídeo Facetime receberam nota 5 de 7 na tabela da EFF. Signal O Signal, da Open Whisper Systems, é um aplicativo de código aberto que oferece chamadas de voz e mensagens instantâneas criptografadas tanto para aparelhos Android como iOS. Em 2015, a Whatsapp fechou uma parceria com Open Whisper Systems para utilizar o protocolo do Signal. A criptografia de voz original do Signal se baseia no protocolo de troca de chaves seguras ZRTP (Protocolo de Transporte em Tempo Real Zimmermann), um método que protege contra ataquesman-in-the-middle (MiTM, literalmente homem no meio, em referência ao ato de grampear um telefonema). O Signal recebeu a nota máxima da EFF: 7 de 7. Silent Phone O aplicativo de segurança Silent Phone se diferencia por oferecer tanto o software quanto o hardware. Segundo o fabricante, o telefone Blackphone é o primeiro celular do mundo que foi desenvolvido como um smartphone privado. Da mesma forma que o Signal, o Silent utiliza a tecnologia ZRTP para a proteção contra a espionagem e chamadas de voz seguras pela internet. O protocolo ZRTP foi desenvolvido por Phil Zimmermann. No início da década de 1990, o inventor americano desenvolveu o Pretty Good Privacy (PGP) ou “privacidade muito boa”, o software de criptografia de e-mails mais empregado no mundo. O Silent ganhou nota 7 de 7 da EFF. Whatsapp O serviço de mensagens instantâneas mais popular do mundo tem 1 bilhão de usuários e eles devem ter ficado contentes com a introdução da criptografia completa para todos os conteúdos. Na lista da EFF, o Whatsapp recebeu 6 de 7 pontos. Assim como o Wickr, o aplicativo também utiliza o algoritmo de criptografia AES256, assim como uma função de dispersão criptográfica HMAC em combinação com uma chave secreta. Em comparação, o chat do Facebook, que é dona do Whatsapp, recebeu somente 2 dos 7 pontos atribuídos pela ONG americana. DW
A Justiça no Piauí decidiu que as operadoras brasileiras deveriam bloquear o WhatsApp já que os responsáveis pelo comunicador não forneceram dados solicitados, desobedecendo uma ordem da Justiça. Se não ficou sabendo disso, acalme-se: não há mais risco do WhatsApp ser bloqueado no Brasil, pelo menos por enquanto, já que a decisão foi derrubada na semana passada. Mas seria mesmo tecnicamente possível bloquear o acesso ao aplicativo? A verdade é que sim. É possível bloquear, embora também seja possível burlar o bloqueio. Com as operadoras brasileiras impedindo o acesso ao serviço do WhatsApp, internautas seriam obrigados a achar um provedor externo, acessível, para servir de “ponte” no acesso e configurar o aplicativo para usar essa rede. Esse último passo provavelmente exigiria algum esforço, mas ainda é realizável. No fim das contas, sairia perdendo o brasileiro que não poderia falar com seus amigos no exterior que usam o WhatsApp. Afinal, a situação dentro do país já estava aparentemente se resolvendo, com o uso do Telegram. O que é engraçado nisso é que o Telegram é ainda mais privativo que o WhatsApp. Enquanto o WhatsApp está apenas começando a ter conversas privadas e antigrampo – as quais o WhatsApp não pode fornecer à Justiça, mesmo que seja solicitado, simplesmente porque não as têm –, o Telegram já dispõe desse recurso. Em outras palavras, se os usuários envolvidos estivessem usando o Telegram, ou se o pedido fosse feito daqui mais alguns meses, é provável que não haveria dado algum para que a Justiça solicitasse. O que seria feito nesse caso?[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A julgar pelo desfecho até o momento, nada seria feito. Pelo visto, já aceitamos a realidade em que nada pode ser feito: não dá para multar, não dá para solicitar, é desproporcional bloquear. Resta desistir. No entanto, é difícil de acreditar que estamos entendendo as consequências dessa postura. Acordo de cooperação Existe um acordo de cooperação entre o Brasil e os Estados Unido para facilitar a troca de informações que autoridades precisam para investigar crimes. De acordo com o juiz Luiz de Moura Correia – o que inicialmente ordenou o bloqueio do WhatsApp –, esses dados foram solicitados por meio do acordo. Nenhuma informação chegou à polícia do Piuaí. A demora nesse tipo de solicitação não é incomum. Por causa disso, a Justiça brasileira já decidiu que não é preciso fazer uso dessa via quando forem solicitados dados de brasileiros envolvendo ações no Brasil. O funcionamento desse acordo, portanto, permanece moribundo e usuários brasileiros dependem da boa vontade de empresas estrangeiras. Isso acaba sendo pior para o Brasil, já que a ausência de representação no país não é exclusividade do WhatsApp. Brasileiros que têm problemas ou que necessitam de dados de qualquer outro serviço continuarão tendo dificuldade para obter as informações. Com o risco do bloqueio do WhatsApp – evidentemente indesejável – esse detalhe ficou esquecido. Afinal, melhor esquecer tudo do que perder o WhatsApp. Sem dados para revelar Em breve, no entanto, essa questão pode deixar de existir, pelo menos para o WhatsApp. Com a adoção de criptografia, as únicas informações que poderão ser obtidas de um perfil são a foto e o nome. Considerando-se que a foto não é muito útil e que é preciso um número de telefone para obter o nome, e este pode ser obtido junto ao cadastro da operadora no Brasil, o WhatsApp não terá nada para oferecer. Isso porque, se a empresa continuar no rumo atual, todas as conversas serão codificadas de tal maneira que apenas os participantes poderão ler as mensagens trocadas. Quem está de fora – inclusive o próprio WhatsApp – não terá acesso algum. Não que investigar torne-se impossível, mas será preciso mais agilidade da polícia e apreensões de aparelhos onde as informações e conversas estejam armazenadas. Mas serviços que não podem cumprir ordens judiciais também serão proibidos, mesmo que a incapacidade esteja relacionada à privacidade de seus usuários? O Brasil não parece querer entrar nessa briga agora, mas o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, já sinalizaram a pretensão de armar o ringue, pedindo que a sociedade discuta os prós e contras da criptografia. O Brasil, aparentemente sem querer, deu o exemplo: “com a criptografia, vocês também não terão os dados, assim como nós não temos”. Nada mais justo. por Altieres Rohr