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Por que o Facebook quer que você passe a fazer vídeos ao vivo em vez de compartilhar fotos

Depois de ser testada com usuários selecionados, a ferramenta Facebook Live é liberada para todos os usuários da rede social, que, assim, espera concorrer com aplicativos populares que têm o mesmo recurso. Segundo o Facebook, transmissões ao vivo recebem mais comentários do que vídeos normais (Foto: iStock) Quer publicar no Facebook um álbum com 148 fotos de sua última viagem à praia? Pense de novo. Porque provalvelmente a rede social vai lhe sugerir que é melhor fazer uma transmissão ao vivo pra contar aos seus amigos o nome da praia, se as ondas estão muito fortes e o que você está planejando almoçar. Os responsáveis pelo site se surpreenderam ao notar que este tipo de vídeo, conhecido como Facebook Live, vem se tornando cada vez mais popular entre seus 1,6 bilhão de usuários desde que foi lançado, em janeiro deste ano.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “As pessoas costumam receber dez vezes mais comentários do que em vídeo normais. Não esperávamos esta reação”, diz o vice-presidente de gestão de produtos do Facebook, Will Cathcart, à BBC Mundo. Na quarta-feira da semana passada, o Facebook disponibilizou a ferramenta para todos os seus membros no mundo. Até então, só celebridades, empresas de mídia e usuários americanos podiam usá-la. O fundador da empresa, Mark Zuckerberg, fez um Facebook Live no mesmo dia para falar das novidades da ferramenta, que só está disponível para acessos por meio de tablets e celulares. Em uma transmissão de 16 minutos, ele respondeu a perguntas que os usuários enviavam em tempo real e garantiu que este tipo de vídeo gera “momentos verdadeiramente espontâneos e pessoais”. De você para você O vídeo já é um tipo de conteúdo popular no Facebook. Em janeiro, foram assistidas a 100 milhões de horas por dia, segundo a companhia. Desde que o Facebook Live começou a ser testado publicamente, uma equipe da rede social se dedica a melhorar a experiência dos usuários. Agora, por exemplo, dá para publicar reações às transmissões com emoticons, além de comentários. Também há novos filtros de cor para as imagens e é possível desenhar sobre elas. E também passou a ser possível fazer transmissões para um grupo ou evento específico. Essas atualizações são parecidas com recursos do aplicativo Snapchat, cada vez mais popular entre os jovens. No entanto, Cathcart diz que elas têm menos a ver com a concorrência e mais em aproveitar os recursos dos celulares mais modernos. “À medida que mais pessoas têm câmeras melhores no celular, temos buscado fazer do vídeo um ponto central do Facebook.” O Periscope não faz o mesmo? O Facebook Live pode se tornar ainda uma ameaça ao Periscope, um aplicativo lançado peloTwitter no ano passado com características bem semelhantes. Seus fundadores disseram em agosto do ano passado que tinham 10 milhões de contas registradas, um número ínfimo em comparação com o número de usuários do Facebook, que poderão agora fazer transmissões em vídeo. “Sempre correspondemos às preferências manifestadas por nossos usuários. Por exemplo, quando começamos, o destaque era para fotos. Mas, agora, estamos vendo muita gente adotar as transmissões de vídeo”, afirma Cathcart. Por sua vez, Zuckerberg fez questão de esclarecer que “esses não são os mesmos vídeos que você pode assistir na TV ou no YouTube”. “É uma nova experiência social”, disse o criador da rede social. BBC

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Operadoras de banda larga desafiam o bom senso do consumidor

Ao impor limites de consumo de dados em planos de banda larga fixa, operadoras prejudicam os seus clientes e o desenvolvimento do país na era digital. Consumidores serão prejudicados e justificativa das operadoras não cola (Foto: Thinkstock / Getty Images) As operadoras de telefonia e banda larga já carecem de boa reputação no Brasil. Basta ver o ranking em sites como o Reclame Aqui. A reclamação geral é que pagamos um valor relativamente alto por um serviço de qualidade questionável e um atendimento que deixa a desejar. Em teoria, essas companhias deveriam estar investindo em produtos melhores e no bom relacionamento com o cliente. Na prática, um grupo delas está se unindo para tornar essa relação ainda pior.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Vivo, GVT, NET e Oi planejam estabelecer um limite de consumo de dados mensal para os assinantes de banda larga fixa. Ou melhor, Vivo e GVT planejam, já que NET e Oi já adotam a prática. É uma limitação similar à que temos no celular. Em alguns casos, ao atingir a franquia, a velocidade da banda larga cai a níveis dos tempos do Altavista (não sabe o que é? Joga no Google). Em outros, a conexão será interrompida. Em ambas as situações, o serviço só será restabelecido integralmente com o pagamento de um pacote adicional de dados ou após a virada do mês – e a experiência do mundo dos smartphones mostra que esses pacotes são caros. A Vivo diz que seguirá sem cobrar até o fim de 2016, mas esclarece que é uma cortesia. Uso alguns exemplos que já saíram em outras reportagens, como esta do site Tecnoblog. A partir de 2017, a Vivo, por exemplo, terá franquias de internet fixa que vão de 10 Gb de consumo mensal (para assinantes de velocidade até 2 Mbps — ou 2 megas, como preferir) a 130 Gb de consumo mensal (para assinantes do plano de 25 megas). Traduzindo isso para o uso no dia a dia: os 10 Gb de consumo, para um mês inteiro, equivalem a … – Umas 20 sessões de 15 minutos cada assistindo a vídeos no YouTube (cada sessão consome cerca de 500 Mb); – Uns 10 episódios, no máximo, de séries no Netflix (cada episódio, dependendo da duração, tem entre 1 Gb e 2 Gb); – Menos de 5 jogos de futebol vistos em HD pelo aplicativo Globo Play (cada jogo pode consumir pouco mais de 2 Gb); – 3 filmes ou menos (cada um, dependendo da duração, costuma consumir 3 Gb a 6 Gb). Isso sem contar a sua navegação diária, em sites que têm vídeos, além do uso de serviços de armazenamento online, como o Dropbox. Se ainda não se convenceu, pensa num jogo desses mais avançados, que você compra pela internet e deixa armazenado no HD do console ou do computador. São cerca de 40 Gb. Se, portanto, você usa a internet fixa da sua casa todos os dias para tarefas assim, é bem provável que a sua franquia dure pouco mais de uma semana. Isso se você tiver dinheiro para pagar o pacote mais rápido. Guerra ao streaming O discurso das operadoras é comovente, mas não para em pé. A primeira justificativa é que ao adotar o modelo de franquia de dados, as operadoras poderão gerenciar melhor as demandas de cada cliente, cobrando, por exemplo, menos de quem usa pouco e mais de quem usa muito. Mas quem está mais próximo de se tornar um padrão de usuário de internet no futuro? A pessoa que só acessa e-mail e lê sites (sem clicar nos vídeos) ou alguém que, além de ler, assiste aos vídeos de notícias, navega pelas redes sociais, passeia pelo YouTube, compra ou baixa conteúdo digital, assina serviços como HBO Go, Netflix, Globosat Play? Pensando um pouquinho lá na frente, desconfio que seja o segundo grupo. Então, em longo prazo, todos estaríamos pagando mais por estourar nossas franquias. Em algumas entrevistas, representantes das operadoras comparam o acesso à internet com a eletricidade. A ideia é que o consumo de dados seja tratado como uma conta de luz, em que o cliente paga apenas o que precisar. A comparação é infeliz. Ao consumir mais eletricidade, ou água, ou gasolina, o cidadão ou empresa ameaça o abastecimento para os demais, provoca impacto ambiental e exige a construção de novas grandes obras – por isso, é preciso incentivar todo mundo a consumir menos desses recursos. E se você compra uma geladeira nova de um modelo parecido com a antiga, ela provavelmente irá gastar bem menos energia. O mundo dos dados e da informação digital é diferente. Um computador novo, com acesso a serviços de internet avançados, tende a consumir mais dados. Ele tem mais velocidade para processar gráficos mais pesados e tela com resolução capaz de assistir a vídeos em 4K. E nem estou colocando na conta que teremos dezenas de aparelhos conectados em casa. A começar pelo smartphone e para o tablet e, mais à frente, todos os eletrodomésticos. A gente só aceita essa franquia miúda dos nossos planos de dados no celular porque normalmente usamos o Wi-Fi quando estamos em casa. E aqui, vale a pergunta: estamos pagando menos por nossos planos de dados nos smartphones por que as operadoras praticam o limite? Ao olhar na minha conta só posso crer que a resposta é não. Agora, imagine quando o Wi-Fi deixar de ser limitado? E imagine que este efeito não será apenas na sua casa, mas nos cafés, restaurantes e outras áreas que oferecem uma conexão aberta a clientes. Será que esses estabelecimentos continuariam a oferecer Wi-Fi de graça? Nesse texto (e falaremos outras vezes desse assunto) priorizei exemplos que pegam no bolso de nós, consumidores comuns. Mas o impacto negativo de uma medida como essa vai muito além. Uma das formas de medir o desenvolvimento de uma nação é analisar o volume de dados trafegados por cada habitante. É um indicador que mostra que mais gente está tendo acesso a conhecimento, educação a distância, serviços

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Uber concorda em pagar US$ 25 milhões em processo na Califórnia

Empresa foi processada por não rastrear antecedentes criminais de 25 motoristas e por falta de licença para operar em aeroportos. Uber foi processada pelas cidades de Los Angeles e San Francisco (Foto: Youtube)  A Uber concordou em pagar US$ 25 milhões referentes a um processo contra a empresa aberto pelas cidades de Los Angeles e São Francisco, na Califórnia, EUA. Procuradores das duas cidades processaram a empresa por enganar clientes em relação ao histórico de seus motoristas, por estar em desconformidade com o processo de inspeção dos taxímetros e por não ter licença para buscar e deixar passageiros em aeroportos.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Em um acordo firmado na última quinta-feira, 8, a Uber se comprometeu a pagar US$ 5 milhões para cada cidade, mais US$ 15 milhões adicionais, caso falhe em sanar os problemas apontados no processo. Na quinta-feira, a Uber declarou estar dentro das conformidades exigidas pelas duas cidades. A empresa afirmou que deixou de usar o slogan “A viajem mais segura” em seus anúncios e só permite que seus motoristas busquem e deixem passageiros em aeroportos da Califórnia nos quais têm explícita autorização para atuar. Se os tribunais determinarem que a empresa está respeitando tais regulações, a Uber terá de pagar apenas o total de US$ 10 milhões, divididos entre as duas cidades. No ano passado, como parte do processo, procuradores da Califórnia afirmaram ter encontrado evidências de que a Uber falhou em não detectar os antecedentes criminais de 25 motoristas da empresa, que incluíam condenações por sequestro e assassinato. Fontes: The Wall Street Journal-Uber Settles With California Regulators for Up to $25 Million

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A geração cabeça baixa e o risco de ignorar o mundo ao redor

Estudo aponta que um sexto dos pedestres se distrai com o próprio smartphone ao caminhar pelas ruas, digitando, telefonando ou ouvindo música. Falta de atenção está relacionada a grande parte das mortes no trânsito. Checar os e-mails, postar uma foto no Facebook, mandar uma mensagem no Whatsapp – e tudo isso enquanto caminha. A chamada “geração cabeça baixa” é um perigo não apenas no volante, mas também a pé. Um em cada seis pedestres se distrai com o celular ao caminhar na rua, de acordo com um estudo da Associação Alemã de Vigilância Automobilística (Dekra), divulgado neste mês.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Após a observação de quase 14 mil pedestres em seis cidades europeias – Berlim, Amsterdã, Paris, Bruxelas, Roma e Estocolmo –, a pesquisa apontou que 17% deles focaram mais no próprio smartphone do que no trânsito. A maioria digitou, telefonou ou fez os dois ao mesmo tempo. Outros caminharam pelas ruas com fones de ouvido sem falar, indicando que estavam ouvindo música. “Telefonar, ouvir música, usar aplicativos ou digitar mensagens de texto causam distrações arriscadas no trânsito”, alerta Clemens Klinke, membro do conselho executivo da Dekra. “Muitos pedestres parecem subestimar os perigos aos quais se submetem.” O problema da “geração cabeça baixa” não se restringe à Europa, mas parece ser um fenômeno global. Nos Estados Unidos, uma universidade chegou a construir uma text lane, ou seja, uma pista por onde estudantes devem caminhar enquanto digitam em seus smartphones. Também há iniciativas do tipo na China e em Antuérpia, na Bélgica. Smartphone como ferramenta de acessibilidade Nas cidades europeias analisadas pela Dekra, as distrações foram verificadas em cruzamentos movimentados, em faixas de pedestres, em paradas do transporte público ou estações de trem – locais onde a concentração de pedestres é maior. Jovens se arriscam mais Como era de se esperar, a tendência observada é de que os mais jovens utilizem mais um smartphone do que os mais velhos. No entanto, o uso mais intensivo dos dispositivos foi verificado em pessoas entre 25 e 35 anos de idade. E enquanto as mulheres se distraíram mais digitando no celular, no caso dos homens, ouvir música ocorreu com mais frequência. Entre as cidades observadas, Amsterdã foi onde menos pedestres usaram o celular ao caminhar pela rua (8,2%), enquanto Estocolmo ficou em primeiro lugar, com 23,55% dos pedestres distraídos com o celular. “Uma cena em Estocolmo foi particularmente impressionante: uma menina ficou parada no meio da rua, pegou seu celular e começou a digitar. Somente quando um motorista de ônibus buzinou, ela percebeu onde estava e continuou andando”, relata Klinke. Outros exemplos citados são os de grupos de jovens que olhavam juntos para um smartphone no meio da rua ou uma mulher que, ao atravessar a rua empurrando um carrinho de bebê, digitava no celular sem atentar para o semáforo. E a distração provocada pelos smartphones é particularmente alarmante quando analisadas as estatísticas. De todos os mortos no trânsito na União Europeia (UE), 22% são pedestres, segundo a Dekra. Na Alemanha, uma em cada dez mortes nas ruas é provocada por má conduta dos pedestres – o que em metade dos casos significa não prestar atenção no trânsito. DW

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Sete formas como os carros sem motorista irão mudar sua vida no futuro

Veículos sem motorista estão começando a se tornar uma realidade. Que impacto eles terão no futuro? Será uma era de viagens seguras e sem esforço – ou haverá também consequências negativas? Carro sem motorista do Google já está em teste – Image copyright Getty A BBC tenta prever, com humor, sete mudanças que os carros autônomos podem provocar – e o outro lado da moeda. 1. Você poderá delegar as tarefas cotidianas Se seu carro anda sozinho, não há necessidade de ele te levar para buscar as roupas na lavanderia ou mesmo seus filhos na escola. Você nunca mais vai parar no posto para colocar gasolina, porque os carros serão elétricos e irão se carregar no modo sem fio sempre que estacionarem.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Além disso, os restaurantes poderão simplesmente depositar as refeições no carro – desde que não se incomodem com a ausência de um motorista (ou poderão, quem sabe, usar um robô de entrega). O outro lado: muitos comércios irão fechar e, apenas nos Estados Unidos, estima-se que 1,3 milhão de motoristas de entregas serão demitidos. 2. Você não vai mais ficar rodando atrás de vaga A necessidade de parar o carro não vai desaparecer, mas você não vai mais precisar lidar com isso. Carros sem motorista não precisam parar perto do destino – os donos dos carros, aliás, serão deixados bem em frente ao local onde precisam ir. Por isso, as vagas de estacionamento poderão ir para longe, abaixo de um parque da cidade, por exemplo. E mesmo se ficarem no mesmo lugar, os estacionamentos poderão acomodar mais carros, porque os carros autônomos conseguem parar mais perto uns dos outros. O outro lado: se você esquecer algo no carro e eles estiver parado bem longe, isso pode ser uma dor de cabeça. Projeto com ‘futuros possíveis’ da empresa Ideo mostra mundo sem motoristas Image copyright Ideo 3. Você vai fazer mais exercício Com um tráfego mais limpo e eficiente, caminhar por uma cidade pode de fato se tornar prazeroso, e a maior densidade de serviços (o que vai acontecer quando comércios ocuparem o lugar de estacionamentos) vai significar que seus pés serão a forma mais rápida de transporte. Além disso, é fácil caminhar até um restaurante quando você sabe que seu carro vai te levar de volta quando você tiver comido ou bebido demais para voltar a pé. O outro lado: Quem estamos enganando? Com um chofer privado, vamos acabando recorrendo a ele sempre… 4. Você nem vai precisar ter um carro Atualmente, a não ser que você seja um entregador de pizza, seu carro só está em uso em cerca de 5% do tempo. Mas o valor dele se deprecia o tempo todo, o que significa que ter um carro é um mau investimento. Ter seu próprio carro (com custos de seguro, manutenção e outros) vai parar de fazer sentido assim que os carros sem motoristas chegarem num ponto de saturação. Você poderá então pagar por quilômetro rodado, no estilo Uber, ou fazer uma espécie de assinatura mensal. Você pagaria com base nos atributos do carro mas também na demanda e nos congestionamentos. O outro lado: Você nunca mais poderá esquecer algo importante no carro! Mais engarrafamentos mas mais liberdade para pessoas com deficiência, idosos e adolescentes – Image copyright Ideo 5. Você vai ficar em mais engarrafamentos Já que os carros não consumirão nada do tempo humano, esses carros irão lotar as ruas para as já mencionadas tarefas de buscar compras e crianças. (Você provavelmente não vai dirigir até a padaria para comprar um pãozinho, mas você pode mandar seu carro). E tudo isso vai se somar a diversos fatores que causam engarrafamentos e não podem ser superados por avanços tecnológicos. O outro lado: pelo menos você vai conseguir terminar de assistir a toda a temporada de Game of Thrones enquanto está preso no trânsito. 6. Você trabalhar mais e ficar mais enjoado Na verdade, em vez de assistir a Game of Thrones, provavelmente você vai estender sua jornada de trabalho, fazendo teleconferências e mandando e-mails no carro. E, com os olhos fora da estrada, e sem estar controlando nada, uma estimativa de 6% a 12% dos passageiros em carros autônomos vão sofrer enjoos nos carros. O outro lado: Dormir é uma boa forma de evitar enjoos, então você pode tirar uma soneca enquanto viaja. 7. Você nunca vai parar de dirigir Seja por causa de lesão, alguma debilidade ou excesso de álcool, muitas pessoas ficam impossibilitadas, ainda que temporariamente, de operar carros com segurança. Veículos autônomos podem ser uma dádiva para pessoas com deficiência, e permitir que os idosos vivam de forma autônoma por mais tempo. Também são bons para adolescentes, que poderiam ganhar liberdade mais cedo – e pais de adolescentes, que saberiam que os limites de velocidade seriam respeitados o tempo todo (e provavelmente, saberiam também onde estão os adolescentes o tempo todo). O outro lado: Provavelmente vamos esquecer o que significa “dirigir” – e como era bom fazer isso. David K. Gibson/BBC Autos

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Tecnologia: “Realidade virtual é início de algo grande para a humanidade”

Em entrevista, designer garante que tecnologia terá influência em quase todos os setores e destaca vantagens para o ensino. Primeiros produtos comerciais serão lançados em 2016. Imagine um mundo no qual um professor de História leve seus alunos para um passeio pedagógico e interativo pela Atenas da Grécia Antiga ou no qual um potencial comprador possa andar pelos cômodos de um apartamento que nem saiu da planta. Tudo isso é possível graças às realidade virtual (RV) e aumentada (RA), tecnologias já existentes, mas que ainda não alcançaram o consumidor comum. Em 2016, no entanto, devem ser lançadas as primeiras versões de produtos comerciais.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Para o designer eletrônico Cyrill Etter, a realidade virtual mudará quase todos os setores industriais. “É o início de algo muito grande para a humanidade”, afirma o cofundador do Game Science Center em Berlim, uma espécie de museu de tecnologia interativa. Em entrevista à DW, Etter defende as vantagens cognitivas e de aprendizado geradas pela interatividade dentro de um ambiente virtual, refuta as alegações de que a tecnologia fomentaria o empobrecimento intelectual das pessoas e explica como funciona uma caixa de areia de realidade aumentada. “Não há nenhum grande setor que não encontre vantagens na realidade virtual ou na realidade aumentada.” DW: Há quem diga que a realidade virtual vai se tornar mainstream ainda este ano. Concorda? Cyrill Etter: Este é o ano no qual tudo começará, já que as primeiras versões dos produtos comerciais serão lançadas, e certamente a realidade virtual não sairá de moda depois de 2016. É o início de algo muito grande para a humanidade. Quais são os tipos de produtos? Etter prevê uso em terapias contra o medo de alturas Basicamente são head-mounted displays[HMD, dispositivo de vídeo usado como capacete e com fontes de ouvido] para realidade virtual e realidade aumentada. A realidade aumentada ainda está um pouco atrás da realidade virtual. Mas ambos os segmentos prometem um vasto conteúdo aos consumidores neste ano. Portanto, é provavelmente por isso que as pessoas estão especulando que este é o ano [no qual a RV alcançará o público comum]. Acho que as pessoas diziam a mesma coisa quando a televisão foi inventada, e podemos ver como a TV se desenvolveu ao longo dos anos. O mesmo acontecerá com a RV. Um dos objetos expostos no estande do Game Science Center é uma espécie de caixa de areia em realidade aumentada. O que é essa ferramenta? Ela foi criada originalmente pela UC Davis [Universidade da Califórnia, em Davis]. É uma ferramenta incrível: a pessoa constrói suas montanhas e, em tempo real, as colorações de altura e topografia aparecem sobre a areia. O instrumento foi originalmente desenvolvido para ensinar crianças a ler mapas topológicos quando elas estiverem no jardim de infância, brincando na areia. Imagine dois grupos de crianças: um cresce com uma caixa de areia com realidade aumentada e o outro, com uma caixa de areia comum, e uma vez que chegarem à escola e tiverem geologia nas aulas, o grupo que teve contato com a RA já entenderá muito mais sobre mapas – eles saberão, por exemplo, o que é alto e baixo num mapa, enquanto o outro grupo dirá “não entendo”. Portanto, a realidade aumentada e a realidade virtual permitirão outras formas de ensino. Quando as coisas são interativas, as pessoas as guardam mais rapidamente em seus cérebros e podem se lembrar delas mais facilmente. Na caixa de areia, cor muda para representar montanhas e vales num mapa Porém, até mesmo alguns dos desenvolvedores pioneiros da realidade virtual, como Jaron Lanier, têm demonstrado certo ceticismo com a tecnologia. Por que então devemos seguir animados com as novidades? Acredito que esta tecnologia mudará quase todos os setores. Da arquitetura, onde poderão ser visualizadas casas que ainda nem foram construídas, à educação, onde professores poderão lecionar colocando os alunos num cenário virtual em vez de lhes mostrar a Espanha apenas num monitor, por exemplo. É muito melhor poder colocá-los na cena e pedir que eles procurem ativamente por coisas. Isso faz com que os alunos usem o cérebro de forma diferente e que este memorize melhor as coisas. A tem mais: a tecnologia pode servir para implementar escolas virtuais de condução, ou, na medicina, terapias contra o medo de alturas ou aracnofobia. Não há nenhum grande setor que não encontre vantagens na realidade virtual ou na realidade aumentada. Mas e os processos em nossos cérebros, que, com o tempo, serão cessados quanto mais usarmos essa tecnologia? Iremos perder a faculdade da imaginação? Não, não penso assim. Acho que isso [a realidade virtual] é mais ativo do que apenas ficar olhando para uma tela – a pessoa está olhando ao redor, dentro de um ambiente, e participando da experiência em vez de apenas consumi-la, como é o caso da televisão… No entanto, as pessoas não estão criando suas próprias imagens dentro da realidade virtual. Se olharmos com os olhos da mente, por outro lado, criamos nossas próprias imagens. Sim, claro que você faz isso quando imagina alguma coisa. Mas vamos comparar a RV com jogos eletrônicos e outros softwares similares: a pessoa está ativamente no ambiente e decide que parte quer olhar. A pessoa decide o que é mais importante, e há uma grande diferença entre isso e alguém que decide por você o que querem lhe mostrar, ou o que você irá experimentar. As possibilidades da realidade aumentada Portanto, ao devolver a autoridade ao usuário, ele também poderá gerar mais criatividade, porque há um monte de novas formas de criar conteúdo dentro de mundos virtuais. O usuário pode andar em torno de coisas que foram construídas e analisá-las de todos os ângulos, e, consequentemente, a pessoa teve que imaginar os objetos antes que eles fossem construídos. É apenas uma nova ferramenta para visualizar um objeto e torná-lo real para todos – e até mesmo “experimentável” para todos, pois agora as pessoas podem colocar os óculos e caminhar em torno de algo que acabou de ser criado. Há essa imagem

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O curioso truque que permite liberar espaço em seu iPhone

Seguindo estes passos você consegue acabar com o estresse da falta de memória no dispositivo. Quatro passos para aumentar a memória do iPhone. À medida que aumenta nossa atividade nas redes sociais, a movimentação do WhatsApp e o inevitável hábito das fotos e selfies, logo chega o momento em que o iPhone manda o primeiro alerta de que o espaço está acabando. Neste caso, o bom senso nos diz que o certo a fazer é ir eliminando fotografias, vídeos e demais conteúdos que vão se acumulando no terminal e também desinstalar aquelas aplicações que quase não utilizamos.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O problema é que, muitas vezes, isso também não basta e, em pouco tempo, o celular está saturado novamente. Esse problema, logicamente, afeta sobretudo os proprietários de iPhone com 16 GB de memória, que em pouco tempo podem se deparar com o desagradável aviso de falta de espaço, mas um truque pode liberar bastante espaço dependendo do dispositivo (uns conseguem apenas poucos megas, outros dizem ter liberado gigas de espaço). Não há uma explicação clara que justifique essas diferenças entre uns dispositivos e outros, mas o truque funciona e, para reproduzi-lo, é preciso seguir estes passos: MAIS INFORMAÇÕES iPhone SE, um modelo para recém-chegados FBI consegue entrar no iPhone de terrorista sem a ajuda da Apple Juiz de Nova York dá razão à Apple em caso de desbloqueio de iPhones O ‘erro 53’ que destrói o seu iPhone 6 1. Ir para Ajustes/Geral/Informação e memorizar o espaço disponível para verificar o ganho depois. 2. Em seguida, vamos à iTunes Store do dispositivo e procuramos um filme cujo espaço seja superior ao que está livre. 3. Neste ponto, tenta-se comprar ou alugar o filme (por ocupar mais espaço que o disponível nenhum download será efetuado) e, após alguns segundos, aparecerá um alerta avisando que não há espaço disponível. 4. Pressione ‘OK’ sobre esse alerta e verifique o espaço liberado. O curioso é que esse processo pode ser repetido várias vezes para aumentar pouco a pouco o espaço disponível no terminal, mas isso, como se pode ler nos comentários do Reddit, depende muito de cada iPhone. Como se consegue esse espaço extra? Não há uma explicação clara, mas as suspeitas recaem sobre caches e diferentes resíduos de instalações que são liberados pelo sistema operacional para abrir espaço para o download do filme. El País

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Quatro coisas que mudam com a criptografia no WhatsApp – e por que ela gera polêmica

O serviço de mensagens WhatsApp anunciou na terça-feira que uma atualização do aplicativo permitirá criptografar integralmente todas as comunicações, incluindo mensagens de voz e outros arquivos, entre seus usuários. Sistema rigoroso de criptografia torna mais difícil ceder informações sobre mensagens para autoridades – Image copyright Thinkstock Com o que chamam de “criptografia de ponta a ponta”, as mensagens são embaralhadas ao deixar o telefone da pessoa que as envia e só conseguem ser decodificadas no telefone de quem as recebe. “Quando você manda uma mensagem, a única pessoa que pode lê-la é a pessoa ou grupo para quem você a enviou. Ninguém pode olhar dentro da mensagem. Nem cibercriminosos. Nem hackers. Nem regimes opressores. Nem mesmo nós”, disse a empresa em um comunicado.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Leia também: Como o FBI conseguiu desbloquear o iPhone de suspeito de ataque à revelia da Apple? A privacidade das comunicações em aplicativos de bate-papo tem sido objeto de decisões judiciais polêmicas no Brasil e nos Estados Unidos. Entenda como o anúncio do WhatsApp pode mudar o jogo: 1. Atinge muito mais pessoas Antes, havia a possibilidade de que mensagens fossem interceptadas no meio do caminho, caso a rede fosse invadida por hackers ou por agentes de governos. “O principal risco era a interceptação de conversas em redes públicas, como wi-fi de cafeterias, que não sabemos exatamente quem controla”, disse à BBC Brasil Gabriel Aleixo, pesquisador de criptografia do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS-Rio). “Agora, se alguma informação conseguir ser interceptada, a pessoa só verá um bloco de texto sem sentido algum. Só quatro ou cinco governos no mundo talvez consigam quebrar a criptografia que o WhatsApp implementou. Para um hacker, a chance é muito pequena. É um sistema bastante rigoroso.” Segundo Aleixo, cada mensagem enviada no aplicativo – seja de texto, vídeo, foto ou áudio – é criptografada usando uma única chave. Ainda que uma pessoa ou empresa quebre essa chave e leia uma mensagem, não conseguiria ler a outra, mesmo que esteja na mesma conversa. Na prática, a experiência de quem usa o aplicativo não muda. Nos bate-papos, aparece uma mensagem informando que uma conversa está criptografada, a menos que o destinatário das mensagens ainda não tenha atualizado o aplicativo. Desde o escândalo de espionagem do governo americano revelado por Edward Snowden, aplicativos de mensagens como Telegram traziam algumas opções de criptografia e, por isso, vinham se tornando os prediletos de quem está mais preocupado com privacidade. A Apple, por outro lado, oferece criptografia de ponta a ponta nas mensagens trocadas em seu serviço iMessage, disponível exclusivamente nos cerca de 800 milhões de iPhones vendidos até hoje. A novidade do WhatsApp, no entanto, chegou de uma só vez para 1 bilhão de pessoas em todo o mundo, que é a sua base atual de usuários. “A única empresa com mais acesso a comunicações é o Facebook, que é o dono do WhatsApp. É uma coisa extraordinária”, disse à BBC Brasil Mario Viola, advogado especialista em privacidade e big data do ITS-Rio. A criptografia na nova versão do WhatsApp é automaticamente habilitada para todos – exceto em grupos ou conversas onde nem todos atualizaram o aplicativo. E não é possível optar por não ter esta camada de segurança. Leia também: Batalha do FBI com Apple tem semelhanças com disputa do Facebook no Brasil 2. Dificulta (ainda mais) o cumprimento de ordens judiciais No início do mês de março, o vice-presidente do Facebook para a América Latina, Diego Dzodan, ficou preso por cerca de 24 horas em São Paulo após mandado expedido por um juiz da cidade de Lagarto (SE). A Polícia Federal havia solicitado a quebra do sigilo de mensagens no WhatsApp para uma investigação de tráfico de drogas interestadual. O Facebook, no entanto, não liberou as conversas. Criptografia foi aplicada automaticamente para todos os usuários do serviço e não é opcional – Image copyright Reproducao WhatsApp Em novembro de 2015, o aplicativo foi bloqueado no Brasil por 12 horas por um motivo semelhante. “Eles não conseguiam obedecer as decisões judiciais justamente porque já não armazenavam as mensagens. Agora, mesmo que o hacker ou uma agência do governo tentasse entrar numa comunicação e interceptasse o conteúdo, seria muito difícil compreendê-lo, por causa da criptografia. É como um correio que não tem condição de abrir as cartas”, explica Viola. O aplicativo já usava criptografia, em menor escala, desde 2012. As mensagens de texto eram cifradas durante o curto período em que ficavam armazenadas nos servidores da empresa. Elas são apagadas dos servidores assim que são entregues ao destinatário. “A partir de agora, a empresa pode comprovar, de maneira técnica, que não tem acesso ao conteúdo das mensagens que transitam em seus servidores. Fica mais fácil se defender das decisões judiciais”, diz Gabriel Aleixo. 3. Torna a vida de hackers e autoridades mais difícil (e a de ativistas ou criminosos que usam o app, mais fácil) A Anistia Internacional disse que o anúncio representa uma “grande vitória” para a privacidade e a liberdade de expressão. “Especialmente para ativistas e jornalistas que dependem em uma rede de comunicações forte e confiável para continuar seu trabalho sem colocar suas vidas em risco”, disse a organização em nota. Mas o anúncio não deve ter agradado o Departamento de Justiça americano, que recentemente se disse preocupado com a informação “inalcançável” contida nos dispositivos. Questionado pela BBC, o Departamento não quis comentar o tema. No caso da prisão de Diego Dzodan, a Polícia Federal brasileira argumentou que os criminosos “não fazem mais ligações” e estão migrando para o aplicativo. O delegado regional de combate ao crime organizado de Sergipe, Daniel Hortas, disse à BBC Brasil que “os criminosos migram para o WhatsApp porque sabem que tem uma proteção de alguma forma”. Agora a proteção para eles aumentou – como também aumentou para ativistas que se organizam por meio do aplicativo em países onde há perseguição política e para cidadãos que obedecem as leis. “Encontrar o equilíbrio entre investigar crimes e manter a privacidade das pessoas é difícil. É a pergunta

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A subversão do vernáculo e Diego Moraes

Com o derrame diário de escritores no mercado, a faculdade de Letras se transformou numa espécie de cartório que autentica a ambição dos neófitos, funciona como se fosse um curso de Direito linguístico para jovens e adultos que ignoram o fato de que ali nada há relevante para se assimilar sobre o ato de escrever ou mesmo sobre as sutilezas marginais do idioma. Letras, em muitas instituições, praticamente, é um curso técnico sobre línguas e literatura. Ao concluir a jornada acadêmica, receberão um triste diploma de burocratas, castiços que terão como destino imediato o magistério. Enlutados na beca negra, assassinaram a própria criatividade com uma dose fatal de arsênico.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Li um artigo do crítico e jornalista José Castello classificando Letras como a última opção para alguém que deseja escrever, eu concordo. Hoje, se formos separar o joio do trigo, constataremos que a maioria dos que se anunciam como autores não passam de corvos obcecados por rankings editoriais, em busca da fama e do panteão dos best-sellers. Porém, o que o curso de Letras tem a ver com o trabalho do Diego Moraes? Nada. Letras é a tabuada e Diego é a subversão do vernáculo. Ele integra uma geração que encontrou na literatura a expressão passional, usando a vantagem tecnológica do novo século para abrir os próprios caminhos. Twitter, Facebook e todas as ferramentas das Redes Sociais servem como outdoors para poemas, prosa poética e aforismos. Impactam. Não é incomum observarmos escritores consagrados, como Fernando Morais, curtindo pelo Faceos posts do destemido Diego. Como autor, ele está em construção, exercitando a tenacidade num reality show que a Internet nos permite observar ao vivo. Às vezes, é possível compará-lo a um Schopenhauer acordando de bom humor. Tal qual o velho filósofo, Diego desconstrói hipocrisias e ilusões que são fabricadas para sabotar a liberdade em nome da virtude. Aparentemente, assume uma postura apolítica, mas sua verve carrega um engajamento espontâneo, está sintonizada com a realidade. Não é banal, há uma obsessão em domar a selvageria feroz do pensamento pela escrita. “Quando você descobrir que Deus é ironia, sua dor vira piada” Fiz incursões atentas em 3 dos seus livros, a seguir: “A fotografia do meu antigo amor dançando tango” (Editora Bartlebee);  “Um bar fecha dentro da gente” (Editora Douda Correria) editora de Lisboa/Portugal; e “Eu já fui aquele cara que comprava vinte fichas e falava Eu te amo no orelhão” (Editora Corsário-Satã). Chamam-no de poeta, talvez porque poeta sejam aqueles indivíduos indefiníveis, pairando em nebulosas que estremecem nas explosões cósmicas. “Poeta é o cara que junta silêncios e grava um disco mudo. ” Generoso, enquanto estrutura o seu trabalho, Diego também abre portas e compartilha espaço com outros autores. É um dos criadores da Flipobre, conferência de escritores, com transmissão em tempo real, que faz sucesso entre os que buscam se firmar na constelação literária. Um evento alternativo aos clubes privês que chamam de feiras literárias, onde a participação não segue um critério transparente nem democrático. Diego já foi matéria em grandes jornais, como o Estadão, onde costumam destacar uma desventurosa passagem por São Paulo e seu contato involuntário com o submundo das ruas, do abandono e das drogas. Elementos externos que trazem muito mais responsabilidade ao artista, pois são rótulos que podem limitá-lo a uma caricatura de si mesmo ou torná-lo mito, como foi Rimbaud, Van Gogh, Hemingway, etc. Ser maldito não é chancela à genialidade, ser genial ao reinterpretar valores é que faz o maldito perpetuar a sua arte. Por isso, sempre considero injusto quando alçam a biografia acima de qualquer produção autoral, pois afogam a obra na história do indivíduo que a criou. Como é um apreciador da autoficção, de John Fante e Bukowski, tenho certeza que Diego Moraes sabe os traçar os caminhos que percorre. No Brasil, talvez no mundo, instalou-se um fenômeno querendo atestar que só após escrever um romance o autor confirma o seu talento. Temos notícias de que Diego Moraes está elaborando o seu primeiro romance, a ser publicado pela editora Record. Quem o acompanha, sabe que não será uma narrativa mais longa que validará o seu estilo em crescente aprimoramento, consolidado na prática e no afinamento diário. No entanto, a investida não o desqualificará e será interessante ver um maestro do vocábulo enxuto, das frases afiadas, dos versos concentrados e corrosivos, se derramar na verbosidade romanesca. “Silêncio de passarinho morto aqui na minha rua. ” Diego é manauara, sem nenhum vínculo com o consagrado Milton Hatoum, além daquele de possuir a capacidade de deslocar os nossos olhos das cansativas regiões Sul e Sudeste, para nos lançar nas extremas e enigmáticas fronteiras amazônicas. Manaus emerge sem ufanismos exagerados, é apenas um cenário ao fundo, tão pesado como outras capitais, mas sem potência de protagonista em seus livros. Urso é o seu apelido, seu personagem. E como um urso, Diego se agarra a literatura com a força de um náufrago que precisa daquele pedaço de tronco para sobreviver às ruínas do cotidiano; ele a abraça tentando não a sufocar, porque ali estão seus pulmões, seu coração. Nas sarjetas de São Paulo, ele esbarrou com o demônio, a quem se recusou entregar a alma. Na literatura, encontrou a redenção e se tornou apóstolo. Com Diego, aprendo que terminar de compor um texto é tomar a última dose num bar que fecha dentro da gente. *** Alexandre Coslei é jornalista e escritor

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WhatsApp ativa a criptografia das mensagens para todos os usuários

App anuncia que só emissor e receptor poderão ter acesso a mensagens, fotos, vídeos e chamadas. O WhatsApp decidiu dar um passo à frente na proteção da intimidade dos internautas que utilizam seu aplicativo e anunciou que, a partir desta terça-feira, todas as mensagens de seu 1 bilhão de usuários passarão a ser criptografadas, para que nem sequer a empresa possa lê-las. MAIS INFORMAÇÕES Guia para usar itálico, negrito e outras novidades do WhatsApp Criptografia é a nova arma do Estado Islâmico Apple apoia que comissão estude limites para criptografia WhatsApp quer compartilhar informação com o Facebook Em um comunicado publicado pela revista Wired, e que depois foi confirmado pela empresa, os responsáveis pelo aplicativo explicam que as mensagens, fotos e vídeos que seus usuários enviarem estarão criptografados “de ponta a ponta”, ou seja, ninguém, salvo seu emissor e receptor, poderá lê-los.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A iniciativa inclui também as chamadas feitas por esse serviço. O WhatsApp estava trabalhando na cifragem de mensagens desde 2014, segundo revelam seus fundadores à revista. “A segurança e privacidade de nossos usuários está em nosso DNA”, afirma a empresa em uma nota oficial. “Quando a criptografia é de ponta a ponta, as suas mensagens, fotos, vídeos, mensagens de voz, documentos e chamadas estão seguros para que não caiam em mãos indevidas”, acrescenta. Para confirmar se as chamadas das mensagens estão cifradas de ponta a ponta, o usuário deve olhar o indicador na tela de informação do contato ou grupo, que aparecerá com um cadeado se estiverem criptografadas. Os usuários precisam ter a última versão do app para obter a criptografia das comunicações. A decisão chega em meio à polêmica entre a Apple e o FBI sobre o celular de um suspeito que a empresa se negou a desbloquear. Também ocorre num momento em que o popular aplicativo está sofrendo o assédio de competidores como oTelegram e o Kik, que já oferecem a cifragem das comunicações. El Pais WhatsApp, Criptografia,Segurança internet, Telefonia celular, multimídia ,Celular , Empresas,

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