Arquivo

Tasso da Silveira – Versos na tarde – 27/09/2013

Fronteira Tasso da Silveira¹ Há o silêncio das estradas e o silêncio das estrelas e um canto de ave, tão branco, tão branco, que se diria também ser puro silêncio. Não vem mensagem do vento, nem ressonâncias longínquas de passos passando em vão. Há um porto de águas paradas e um barco tão solitário, que se esqueceu de existir. Há uma lembrança do mundo mas tão distante e suspensa… Há uma saudade da vida porém tão perdida e vaga, e há a espera, a infinita espera, a espera quase presença da mão de puro mistério que tomará minha mão e me levará sonhando para além deste silêncio, para além desta aflição. ¹Tasso Azeredo da Silveira * Curitiba, PR. – 1895 d.C + Curitiba, PR. – 1968 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

Leia mais »

Tasso da Silveira – Versos na tarde

Noturno Tasso da Silveira ¹ Veleiro ao cais amarrado em vago balouço, dorme? Não dorme. Sonha, acordado, que vai pelo mar enorme, pelo mar ilimitado. Se acaso me objetardes que veleiro não é gente e, assim, não sonha nem sente, sem orgulhos nem alardes eu direi: por que haveria de falar-vos do homem triste mas de olhar grave e profundo que, à amargura acorrentado sonha, no entanto, que vive toda a beleza do mundo? Melhor é dizer: Veleiro… veleiro ao cais amarrado, sob as límpidas estrelas. Vela branca é uma alma trêmula, sobretudo se cai sombra do alto abismo constelado. Veleiro, sim, que não dorme mas na silente penumbra sonha, ao balouço, acordado que vai pelo mar enorme, pelo mar ilimitado. ¹ Tasso Azeredo da Silveira * Curitiba, PR. – 1895 d.C + Curitiba, PR. – 1968 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

Leia mais »