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Panama Papers: Dados de maior vazamento da história estão disponíveis para buscas online

O escândalo dos chamados Panama Papers ganhou um novo capítulo nesta segunda-feira, quando foi disponibilizado online mais um imenso banco de dados, com documentos sobre mais de 200 mil contas offshore. Vazamento fez com que economistas pedissem o fim dos paraísos fiscais, que ajudariam a ampliar a desigualdade Os dados ficaram acessíveis online às 15h (horário de Brasília) no site atoffshoreleaks.icij.org. A lista traz milhares de empresas de fachada, fundações e fundos criados em 21 paraísos fiscais ao redor do mundo. Quando o escândalo veio à tona, cerca de 11 milhões de documentos confidenciais foram vazados, revelando a forma como algumas das pessoas mais ricas e poderosas do mundo – incluindo diversos chefes de Estado – usam paraísos fiscais.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A posse de contas offshore em si não é ilegal, desde que declarada ao Fisco. Mas o sistema muitas vezes serve para ocultar fortunas, evadir impostos ou lavar dinheiro obtido por meio de corrupção. Os documentos divulgados pertencem ao escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca e dão indícios de como a empresa teria ajudado clientes a evitar sanções e pagamento de impostos e a lavar dinheiro. O escritório nega as acusações e afirma que opera há 40 anos legalmente e que nunca foi acusado de nenhum crime. O vazamento foi feito por uma pessoa cuja a identidade não foi revelada. Na semana passada, o escritório Mossack Fonseca emitiu uma ordem chamada “pare e desista”, para tentar evitar que o banco de dados fosse tornado público, mas a organização que possui os documentos – o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ na sigla em inglês) – parece ter decidido seguir em frente mesmo assim. Interesse público O ICIJ afirma que o banco de dados disponibilizado nesta segunda-feira não é uma espécie de depósito de dados, como o Wikileaks. “O banco de dados não inclui registros de contas bancárias e transações financeiras, e-mails ou outras trocas de informações, dados de passaportes ou números de telefone. Estão sendo publicadas informações selecionadas e limitadas de interesse público.” Ainda nesta segunda-feira, 300 economistas assinaram uma carta com um apelo a líderes mundiais para que coloque um fim nos paraísos fiscais, argumentando que eles só beneficiam indivíduos ricos e multinacionais, ampliando a desigualdade social. “A existência de paraísos fiscais não colabora com a riqueza de todos ou o bem-estar global; não são ferramentas econômicas úteis”, afirma a carta. Cerca de 11 milhões de documentos do escritório de advocacia Mossack Fonseca foram vazados ao jornal alemão Süddeutsche Zeitung Desigualdade Na semana passada, a pessoa responsável pelo vazamento divulgou um depoimento citando a “desigualdade de renda” como um dos motivos que o levou a divulgar os dados. “Fracassaram bancos, reguladores do sistema financeiro e autoridades fiscais. Foram tomadas decisões que acabaram poupando os ricos e controlando apenas os cidadãos de renda baixa ou média”, afirmou. A pessoa disse ainda que nunca trabalhou para uma agência de espionagem nem para nenhum governo e afirmou que ajudou autoridades em troca de imunidade. Os documentos mostram ligações com 72 chefes de Estado atualmente no poder ou que já ocuparam o cargo, entre eles ditadores acusados de saquear seus próprios países. Incluem também centenas de políticos, funcionários de diferentes governos, celebridades e esportistas. A lista traz milhares de empresas de fachada, fundações e fundos criados em mais de 20 paraísos fiscais ao redor do mundo. No Brasil, há menção a parentes ou pessoas ligadas a sete partidos. No restante da América Latina, são mencionados nos Panama Papers o presidente argentino, Mauricio Macri, o jogador de futebol Lionel Messi, um primo do presidente do Equador e empresários relacionados ao presidente do México, Enrique Peña Nieto. BBC

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Por que é tão difícil acabar com os paraísos fiscais?

Em teoria, os líderes das grandes potências do mundo estão de acordo: desde a publicação dos Panama Papers, o presidente americano Barack Obama e os principais governantes da União Europeia se comprometeram em acabar com os paraísos fiscais. Vem crescendo a reprovação pública contra os paraísos fiscais Com tamanha manifestação de vontade política, esses centros de evasão de impostos deveriam estar com os dias contados. No entanto, há sete anos, sob a sombra da crise financeira mundial, estas mesmas nações assumiram um compromisso parecido. O primeiro-ministro britânico chegou inclusive a anunciar aos quatro ventos o fim da “era dos paraísos fiscais”, mas o vazamento de documentos de um escritório de advocacia panamenho mostrou que isso não ocorreu.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] John Christensen, diretor da ONG Tax Justice Network, dedicada ao combate à evasão fiscal, defende que uma complexa rede de interesses impede o cumprimento de fato desta promessa. “Os Estados Unidos e o Reino Unido são os paraísos fiscais mais importantes do mundo. Os maiores bancos e multinacionais usam os paraísos fiscais para empresas fantasmas que fazem parte de um sistema global de evasão. O mesmo vale para as grandes fortunas individuais. Estes atores são obstáculos para uma mudança real.” A seguir, analisamos cada um deles em mais detalhes. 1 – As grandes potências Estados Unidos e Reino Unido têm seus próprios paraísos fiscais Nos Estados Unidos, o setor financeiro representa 20% das receitas corporativas e cerca de 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB), ou mais de US$ 1 bilhão (R$ 3,5 bilhões) anuais. No Reino Unido, o setor responde por 10% a 17% do PIB e tem exercido um papel essencial para evitar uma crise na balança comercial. Também estão nos Estados Unidos quatro dos mais importantes paraísos fiscais do mundo: os Estados de Delaware, Nevada, Wyoming e Dakota do Sul. Por sua vez, o Reino Unido conta com territórios onde estão alguns dos paraísos fiscais mais famosos, como Bermudas, Ilhas Cayman e as Ilhas Virgens Britânicas. Depois de 2008, com a crise econômica global, o déficit fiscal gerado pelo resgate financeiro de bancos provocou fortes tensões em meio a uma crescente pressão política e social por mudanças. Em 2014, os Estados Unidos criaram a Lei de Cumprimento Fiscal para Contas no Exterior para evitar a evasão fiscal por americanos, mas não tocou em seus paraísos fiscais. “Os Estados Unidos perseguem a evasão fiscal de seus cidadãos no exterior, mas a facilita para estrangeiros em seu território”, afirma Christensen. “Algo parecido ocorre no Reino Unido, cujo modelo econômico se baseia em paraísos fiscais e seus vínculos com o mercado financeiro britânico. Se realmente quisessem, ambos poderiam acabar com os paraísos fiscais amanhã.” Essa cumplicidade não se limita à “confraria anglo-saxã”. Em novembro de 2014, os chamados “Luxleaks” indicaram que, entre 2002 e 2010, as autoridades de Luxemburgo, um pequeno país na Europa, haviam favorecido várias multinacionais com acordos especiais de impostos em prejuízo de outros Estados europeus. Muitas das multinacionais da nação europeia, assim como seus funcionários de alto escalão, negaram na época que houvessem cometido irregularidades. 2 – Grandes bancos Setor financeiro continua a ser alvo de muitas críticas Os 28 maiores bancos do mundo têm ativos de US$ 50,3 bilhões, cerca de três vezes o PIB americano, e uma posição dominante no “sistema bancário sombra”, como são chamadas as operações que estão além do alcance dos organismos de regulamentação nacionais e que representam cerca de 30% da atividade financeira global. No curto prazo, o mundo financeiro se beneficia desse sistema duplo para emprestar ou investir com uma proteção escassa ou nula por meio de depósitos que cubram o risco de inadimplência. Em 2008, esse mecanismo levou ao colapso da economia mundial quando diferentes peças distribuídas em países desenvolvidos e seus paraísos fiscais se tornaram uma fileira de dominós de dívidas impagáveis. As coisas não mudaram tanto desde então. Os Panama Papers revelaram que mais de 500 bancos registraram cerca de 15,6 mil empresas fantasmas por meio do escritório de advocacia Mossack Fonseca. “Os bancos resistem à mudança graças à forte influência que têm nos meios de formação da opinião pública e sobre a porta giratória que liga os setores privado e público, como um diretor de banco que é transformado em ministro e vice-versa”, destaca Christensen. “Uma de seus recados mais eficazes é que, se as regras do jogo de um país mudarem, eles se mudarão para outros.” 3 – Multinacionais Medidas de controle fiscal de multinacionais não têm surido efeito, diz especialista No ano passado, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), organismo internacional integrado por 34 países, propôs que multinacionais divulgassem um balanço de receitas em cada um dos países que operam para ser possível calcular com precisão os impostos devidos. Em abril, cinco países europeus – Reino Unido, França, Alemanha, Espanha e Itália – se comprometeram com um “intercâmbio automático de informação” bancária, e o ministro de Finanças britânico, George Osborne, sugeriu que fosse criada uma lista negra dos paraísos fiscais. “Estou trabalhando neste tema desde 1978 e já vi uma infinidade de vezes esse espetáculo, porque os governos querem mostrar que estão fazendo alguma coisa. A verdade é que o intercâmbio de informação anunciado já não está funcionando, ou seja, não é uma nova medida”, avalia Christensen. “Além disso, é uma medida que tem como ser evitada, porque, para ser eficaz, necessita de um registro público de todas as empresas offshore (constituídas em outros países além do qual a empresa é baseada) que nos indique quem são seus verdadeiros donos, e o Reino Unido se opõe que trusts (fundos de administração de investimentos e propriedades) sejam incluídos neste registro, o que invalida a mudança.” 4 – As grandes fortunas individuais Empresários, atletas, artistas e banqueiros guardam fortunas nos paraísos fiscais Ao lado dos atores corporativos, estão as grandes fortunas individuais. Nos paraísos fiscais, estão guardados títulos de propriedade, dinheiro, obras de arte, antiguidades, entre muitas outras coisas. Uma nova variante para as grandes fortunas são os chamados free ports:

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Offshores escondem milhões de multinacionais norte-americanas

As 50 maiores empresas dos EUA terão enviado cerca de 1,4 biliões de dólares (1,2 biliões de euros) para paraísos fiscais entre 2008 e 2014. O montante, superior ao Produto Interno Bruto de Espanha, México e Austrália, foi colocado a salvo de tributação através de uma rede secreta de cerca de 1600 sociedades criadas em offshores, afirma a Oxfam. Num relatório divulgado faz hoje uma semana, a organização não-governamental acusa as principais beneficiárias de apoio dos contribuintes norte-americanos de estarem no topo deste opaco esquema, e recorda que, no mesmo período, entre garantias públicas e ajudas federais, as multinacionais em causa receberam do erário público qualquer coisa como 11 biliões de dólares. Aquela evasão fiscal custa às finanças dos EUA aproximadamente 111 mil milhões de dólares, calcula ainda a Oxfam.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] De acordo com a mesma fonte, citada por agências internacionais, a Apple (181 mil milhões de dólares), General Electric (119 mil milhões), Microsoft (108 milhões) e Pfizer (74 mil milhões) encabeçam a lista, mas nela encontram-se igualmente gigantes financeiras como o Bank of America, Citigroup, JPMorgan Chase ou Goldman Sachs, a construtora automóvel Ford e a aeronáutica Boeing, a Exxon-Mobil, a Coca-Cola, a Intel e a IBM. Favorecimento Sublinhando que o fosso entre ricos e pobres tem vindo a agravar-se continuamente nos últimos anos, a Oxfam considera que para tal contribui o facto de os ganhos de crescimento económico não estarem a ser distribuídos por quem cria riqueza. “Não podemos continuar numa situação em que os ricos e poderosos evadem impostos deixando para os restantes o pagamento da factura», frisou o principal consultor fiscal da organização, Robbie Silverman.” Nos EUA, as 50 maiores empresas suportaram apenas, entre 2008 e 2014, um bilião de dólares em impostos, tendo sido favorecidas por uma taxa média 8,5 pontos percentuais inferiores à taxa legal, e tendo recebido 337 milhões de dólares em incentivos fiscais. A Oxfam alerta, porém, que este não é um cenário exclusivo das companhias sediadas em território norte-americano, mas, antes, generalizado e extensível a cerca de 90 por cento das grandes empresas mundiais, estima a ONG, para quem o prejuízo causado em países pobres custa 100 mil milhões de dólares em receitas tributárias por ano. Osvaldo Bertolino

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Panama Papers: Empresas de fachada nem sempre têm propósito criminoso

É notório que tais empresas podem ser usadas para esquemas criminosos, mas há casos em que a prática é adotada por bons motivos. Uso de contas no exterior pode ter um propósito legítimo (Foto: Pixabay) Esta semana uma equipe de repórteres do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) revelou um dos maiores vazamentos de documentos da história. O caso envolve a Mossak Fonseca, empresa panamenha especializada em criar empresas de fachada usadas por indivíduos ou corporações para depositar dinheiro de forma oculta.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Esse esquema pode ser usado para crimes como lavagem de dinheiro, mas na maioria dos casos é uma estratégia para fugir do pagamento de impostos, o que embora nem sempre seja ilegal é uma tática bastante antiética. As pessoas costumam associar contas secretas no exterior a traficantes, terroristas e outros criminosos. Mas a verdade é que a maior parte das pessoas que utiliza esse recurso são ricos que não querem pagar impostos. É notório que tais contas também são usadas para esquemas criminosos, mas não são todas. E há casos em que a prática pode ser usada por bons motivos. Por exemplo, uma pessoa que vive em um país controlado por um regime autoritário pode usar contas do tipo para impedir que seu dinheiro seja confiscado ou extorquido pelo governo ou por milícias que controlam o país. Não se trata de defender empresas de fachada, que no fim das contas são instrumentos que subvertem a ordem financeira global. Trata-se de mostrar que a relação entre indivíduos, corporações, Estados e contas no exterior não é tão simples quanto parece e que o uso de contas no exterior ou em paraísos fiscais muitas vezes pode ter um propósito legítimo. Fontes: Vox-The Panama Papers revealed lots of shady stuff. But some shell corporations aren’t so bad

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‘Minha vida corre perigo’: a troca de e-mails que desencadeou os Panama Papers

Bastian Obermayer e Frederik Obermaier, do jornal Sueddeutsche Zeitung, explicam como uma fonte anônima compartilhou com eles mais de 11 milhões de documentos do escritório de advocacia Mossack Fonseca – Image copyright Suedeutsche Zeitung A primeira mensagem chegou por e-mail, de forma anônima, há mais de um ano: “Olá, aqui é o fulano. Interessam alguns dados?” “Estamos muito interessados”, respondeu Bastian Obermayer, repórter do jornal alemão Suddeutsche Zeitung. “Há algumas precondições. Minha vida corre perigo”, alertou a fonte, segundo confirmou à BBC Frederik Obermaier, outro repórter do jornal alemão.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “A única coisa que não podemos revelar é o idioma em que se deu o diálogo original”, desculpou-se Obermaier, um dos integrantes da equipe de investigação que recebeu os chamados Panama Papers, o maior vazamento de documentos confidenciais da história. De fato, o jornal recebeu, ao longo de vários meses, mais de 11 milhões de documentos de uma das empresas mais fechadas do mundo, o escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca. Os documentos – que envolvem 12 chefes de Estado atuais e passados e mais de 60 de seus parentes, além de personalidades políticas e esportivas – mostram como ricos e poderosos usam paraísos fiscais para ocultar patrimônio. É importante lembrar que contas offshore não são por si só ilegais, desde que devidamente declaradas ao Fisco: podem ser uma forma de investir-se em bens e ativos no exterior. Muitas vezes, porém, contas em paraísos fiscais são usadas para evadir impostos, lavar dinheiro ou ocultar o real dono da fortuna depositada. Escritório de advocacia no Panamá teria aberto e gerenciado milhares de contas em paraísos fiscais – Image copyright AFP A Mossack Fonseca nega ter cometido qualquer irregularidade em seus 40 anos de atuação. A identidade da fonte que divulgou os documentos é desconhecida. O que se sabe é como o vazamento ocorreu. Criptografia A fonte anônima impôs condições claras. Em primeiro lugar, encontros ao vivo estavam descartados. Leia também: Quem são Mossack e Fonseca, donos da empresa no centro do escândalo “A comunicação será apenas por arquivos criptografados. Nunca nos reuniremos. A decisão sobre o que será publicado é, obviamente, de vocês”, disse a fonte ao jornal. Mas qual era a motivação para fazer algo assim? “Quero tornar esses crimes públicos”, disse, ao ser questionado a respeito. Primeiro-ministro da Islândia renunciou ao cargo após revelação de que mantinha conta não declarada em paraíso fiscal – Image copyright EPA “De quantos documentos estamos falando?”, foi a pergunta seguinte. “Mais do que vocês jamais viram antes.” Efetivamente, nos meses seguintes, os documentos vazados cresceram até superar 2,6 terabytes de dados, em 11,5 milhões de documentos da Mossack Fonseca. Os dados abrangem um período que vai da década de 1970 a 2016 e envolvem 214 mil entidades. Ação hacker Ramon Fonseca, um dos fundadores da Mossack Fonseca, negou que o vazamento tenha partido da empresa e denunciou a ação de hackers. Fonseca disse à agência Reuters que foi um furto de documentos feito por “hackers externos”, e não um vazamento por empregados. Disse ainda que a empresa já apresentou denúncia ao Ministério Público local. Para se ter uma ideia da dimensão do vazamento, se os documentos divulgados pelo WikiLeaks fossem a população da cidade americana de São Francisco (837 mil pessoas), os Panamá Papers equivaleriam à população da Índia (1,2 bilhão). “A fonte não queria compensação econômica nem nada em troca, apenas algumas medidas de segurança”, afirmaram Obermaier e colegas em artigo no Suddeusche Zeitung. Para processar a quantidade enorme de informações, o jornal alemão compartilhou os documentos com o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês). Isso permitiu a análise dos arquivos por uma equipe de cerca de 400 jornalistas de 107 meios de comunicação de 76 países, entre eles a BBC. Volume Milhões de e-mails, contratos, transcrições e documentos escaneados compõem a maior parte da informação divulgada. Jornalistas e a fonte compartilharam arquivos por meio de um programa de cibersegurança chamado Nuix. Para isso, empregaram um processo tecnológico conhecido como reconhecimento ótico de caracteres (OCR, em inglês), que permitiu organizar os arquivos criptografados e converter imagens em textos digitais. Trabalho conjunto de jornalistas permitiu análise de volume maciço de dados Com isso, o processo ganhou rapidez. Especialistas do ICIJ criaram um mecanismo de busca com dois fatores de autenticação, e compartilharam o endereço eletrônico com dezenas de órgãos de imprensa, por meio de e-mails criptografados. A tecnologia também permitia manter conversas em tempo real, e os jornalistas puderam trocar conselhos e informações em diferentes idiomas. Depois de mais de um ano de trabalho, as primeiras reportagens começaram a ser publicadas no domingo passado. E o resto já é (e está sendo) história. BBC

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Os homens que estão acima da Justiça

“É uma temeridade quebrar os sigilos bancários de pessoas que têm reputação ilibada. Não existe nada que desabone a sua conduta. Eles são grandes empresários nacionais”. Foi com esse entendimento que cinco dos sete senadores (do PT, PMDB, PSDB, DEM, PP, PR e PSD) da CPI criada no Senado para apurar o escândalo envolvendo o HSBC jogaram no lixo a decisão do Supremo Tribunal Federal e voltaram atrás na decisão anterior, de quebrar o sigilo bancário de sete empresários postos acima de qualquer suspeita e fora do alcance das instituições públicas. Jacob Barata, Jacob Barata Filho, David Ferreira Barata, Rosane Ferreira Barata (que são os reis dos ônibus no Rio de Janeiro e donos de frotas em Belém), Jack Rabinovick (do grupo Vicunha), Benjamin Steinbruch e família (da privatizada Companhia Siderúrgica Nacional, CSN), mais de 8 mil brasileiros, deveriam ser investigados pela CPI. Eles são acusados de manterem contas secretas no exterior, que não foram declaradas à Receita Federal nos anos de 2006/2007 (e por isso não pagaram os impostos devidos), com valores superiores a 7 bilhões de dólares. A comprovação dos fatos, revelados por vazamento de informações feitas nos arquivos do banco, os enquadraria nos crimes de evasão de divisas e sonegação fiscal, além de lavagem de dinheiro. O STF autorizou a quebra do sigilo bancário de todos esses criminosos em potenciais. A CPI do Senado aprovou a medida. Mas logo em seguida voltou atrás. Pensando no interesse da nação? O absurdo vai ficar por isso mesmo? O caso já foi esquecido, como o escândalo da CC5, que incrementou as remessas ilegais de dinheiro para fora do Brasil? blog do Lucio Flavio Pinto [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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“Você, que tem fama de esquerdista”: o estranho caso da jornalista sueca na GloboNews

A jornalista Lotten Collin está há dois anos no Rio de Janeiro. Trabalha como correspondente da rádio pública da Suécia. Após as manifestações de 15 de março, Lotten foi convidada a participar de um programa da A jornalista Lotten Collin está há dois anos no Rio de Janeiro. Trabalha como correspondente da rádio pública da Suécia.com dois colegas estrangeiros. Eles dariam suas impressões sobre o evento. Ali se deu um fato inusitado. A certa altura, a apresentadora Leila Sterenberg embutiu uma observação no início de uma questão para Lotten: “Você, que tem fama de esquerdista…”. Pega no contrapé, Lotten passou batido e contou o que viu no domingo, especialmente seu choque com as pessoas que pediam intervenção militar e a quantidade de brancos. Findo o programa, porém, um produtor ainda a saudaria, cheio de confiança: “Olha a nossa comunista”. Parte dessa conversa está no site da Globo News (com um banner dos Correios, aliás). A íntegra com a provocação — chamemos assim — é só para assinantes.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Lotten relatou essa experiência em seu boletim, intitulado “Uma comunista na TV brasileira”. Nele, apontou a onipresença, em seu cotidiano carioca, das opiniões de Merval Pereira, Carlos Alberto Sardenberg e Miriam Leitão. Eu falei com ela sobre a sutil enquadrada e seu choque cultural: Eu achei muito ruim. Ela me falou, do nada, que eu tinha fama de esquerdista. Não acho certo me dar essa marca. Os outros dois convidados não tiveram esse tratamento. ‘Vocês, que são conhecidos por ser de direita…’ Por que eu? Fiquei tão surpresa que nem pensei em responder na hora. Aquilo foi colocado junto com a pergunta sobre a manifestação. Depois da gravação, um produtor ainda me falou: “E aqui temos nossa comunista…”. Recebi muitas mensagens sobre o episódio. A maioria me dando apoio, mas muitos afirmando que eu deveria ir embora. Houve quem no Facebook afirmasse que eu fui cortada quando ela chamou os comerciais. Isso, na minha opinião, não aconteceu. Eu sou jornalista, não sou partidária, não sou pró-PT. Por que me caracterizar assim? Não entendi muito as felicitações pela minha coragem. Eu estava tentando apenas fazer o meu trabalho. No meu texto para a rádio, contei do poder da Globo: ‘Quando acordo pela manhã no Brasil, eu quero ouvir e ver fatos e perspectivas que possam retratar a diversidade do país. Só que, aqui, aparecem sempre as mesmas pessoas. É muito estranho que isso ocorra num país com 200 milhões de habitantes’. E por aí vai. E pensar que eu fiquei lisonjeada de aparecer na Globo. Nos anos 70, tornou-se folclórica a maneira como Roberto Marinho teria se referido a alguns de seus funcionários que incomodavam o regime. “Dos meus comunistas, cuido eu”, disse ele a um ministro, segundo a historiografia oficial. Essa passagem aparece em geral para realçar a “hombridade” do doutor Roberto. A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa. por : Kiko Nogueira Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

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Edgar Morin integra frente de intelectuais franceses contra a ‘barbárie da sonegação’

‘Devemos resistir a uma forma de barbárie que é gelada: a barbárie do cálculo e dos juros. Sou contra a sonegação e os procedimentos do HSBC’ Desde o dia 12 de fevereiro, o inquérito sobre o “furto coletivo” de oito cadeiras da agência do HSBC em Bayonne (na parte francesa do País basco) enfrenta dificuldades aparentemente intransponíveis. No dia 18 de fevereiro, três destas cadeiras foram encontradas durante uma ação de busca e apreensão na sede da organização ambientalista Bizi (“Viver” em basco). A associação havia realizado, em plena luz do dia e com rostos descobertos, uma “requisição cidadã” de móveis daquela agência em protesto contra o esquema de evasão fiscal organizada pelo banco HSBC, no montante de 180 bilhões de euros – o crime financeiro revelado alguns dias antes, no chamado caso Swissleaks.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Até hoje, cinco das cadeiras ainda não foram encontradas, apesar dos esforços da polícia: ativistas do Bizi foram intimados, sofreram duros interrogatórios e tiveram que fazer exames de DNA. “Recursos inacreditáveis” para encontrar as cadeiras Em 31 de março, Txetx Etcheverry, um dos fundadores da associação basca, foi ouvido pela terceira vez pela polícia sobre a ocultação das cinco cadeiras, de que são acusados outros militantes como Thomas Coutrot, co-presidente da associação Attac, Florent Compain, presidente dos Amigos da Terra, Vincent Drezet, secretário-geral do sindicato Solidárias Finanças Públicas (primeiro sindicato da direção geral das finanças públicas) e Patrick Viveret, presidente do Movimento SOL – “por uma apropriação cidadã do dinheiro”. No depoimento, o militante basco declarou: “Os inacreditáveis recursos utilizados na busca das cinco cadeiras torna ainda mais cínica e escandalosa a falta de medidas para recuperar os muitos bilhões de euros sonegados a cada ano dos cofres europeus, de acordo com o ex-comissário europeu Michel Barnier”. A partir de então, a causa e a ação da Associação Bizi ganharam o apoio de um grande número de associações. E atraíram a atenção de algumas personalidades, que decidiram declarar publicamente sua “cumplicidade” com os ambientalistas bascos. No dia 8 de abril, Patrick Viveret, filósofo, ex-auditor do Tribunal de Contas e ex-assessor do ex-primeiro ministro Michel Rocard, organizou uma reunião em Paris, na casa do sociólogo Alain Caillé. Estiveram presentes, entre outros, o filósofo e ex-membro da Resistência francesa Edgar Morin, o financista e também antigo resistente Claude Alphandéry e a ensaísta franco-americana Susan George. Todos fizeram questão de se sentar na cadeira do HSBC levada por Patrick Viveret. “Resistir contra duas barbáries” Edgar Morin, feliz e cheio de energia aos 93 anos, comentou que tanto ele quanto seu amigo Claude Alphandéry estavam presentes com o mesmo espírito que os levou à Resistência francesa durante a Segunda Guerra, “mas também de outras resistências bem menos perigosas, mas que nos mobilizam da mesma forma”. “Contra o que devemos resistir hoje? Há duas formas de barbárie. Aquela que todos conhecemos, cometida pelo Estado Islâmico e por diversos grupos fanáticos. Mas também há outra barbárie, que é fria, gelada: é a barbárie do cálculo, do dinheiro e dos juros. Devemosresistir a ambas”, afirmou, com entusiasmo. Descrevendo sua solidariedade com a associação Bizi de “ato de resistência”, Morin completou: “Quando éramos contra a ocupação nazista, era em nome da liberdade. Hoje, pelo bem da França e o bem-estar dos franceses, sou contra a sonegação e os procedimentos de bancos como o HSBC”. Antoine Peillon, do La Croix – Tradução de Clarisse Meireles – Créditos da foto: Paolo Sacchi

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Senador Randolfe: “Diante das informações divulgadas, vamos chamar Armínio Fraga para depor na CPI do HSBC”

A  Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará as contas dos 8.667 clientes brasileiros no HSBC da Suíça  está pronta para ser instalada no Senado. Nessa quarta-feira 18,  foram anunciados no plenário os nomes dos parlamentares que a integrarão. Os trabalhos devem começar até a próxima terça, 24 de março. “Esta CPI tem de acesso à toda lista do HSBC”, frisa o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) em entrevista ao Viomundo.”Ter conta no exterior não é crime, mas em torno desse caso existem indícios muito suspeitos.” Randolfe foi quem propôs a criação dessa CPI. “Nós vamos solicitar a colaboração da Receita Federal e do Coaf [Conselho de Controle de Atividades Financeiras]“, expõe o senador. “Nós temos de saber como tantas contas foram registradas em outro país e se esses órgãos têm controle delas. Nós pretendemos também ter contato com as autoridades francesas e suíças.” O senador já tem alguns requerimentos para começar os depoimentos na CPI. A sua intenção é chamar os nomes de maior repercussão. “Obviamente o nome do senhor Armínio Fraga se encaixa entre os que chamaremos para depor”, diz. Fraga é ex-presidente presidente do Banco Central (BC). Se o senador Aécio Neves (PSDB-MG) tivesse ganho a eleição presidencial de 2014, seria o seu ministro da Fazenda.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “Mas, primeiro,vamos confirmar a existência, a natureza e o motivo dessa conta no HSBC da Suíça, para saber se houve alguma irregularidade”, prossegue. “Agora, diante das informações divulgadas hoje [18 de março], seguramente vamos chamar o senhor Armínio Fraga para depor na CPI do HSBC.” Nessa quarta-feira 18, em reportagem publicada no R7  e reproduzida no Viomundo, o repórter Amaury Ribeiro Jr. revelou que um fundo de investimento nas Ilhas Cayman administrado por Fraga está sob investigação nos EUA. As Ilhas Cayman é notório paraíso fiscal no Caribe. Amaury Ribeiro denuncia: O fundo, intitulado Armínio Fraga Neto-Fundação Gávea, é suspeito de distribuir para a Suíça e outros paraísos fiscais dinheiro sem origem comprovada. As autoridades norte-americanas chegaram ao fundo após investigar a lista dos clientes de todo mundo que mantinham contas no HSBC da Suíça. O tucano e seu fundo, isento de impostos no Brasil por ser uma organização filantrópica, deixaram rastros bem detalhados na lista do HSBC. De acordo com uma fonte do FBI (a Polícia Federal dos EUA) ligada a operações de lavagem de dinheiro, em 2004 o fundo nas Ilhas Cayman enviou U$ 4,4 milhões para outra conta da mesma fundação no HSBC da Suíça. Os dados apurados apontam que a conta beneficiada era uma conta de compensação. Conhecida como conta-ônibus, esse tipo de conta só serve para transportar dinheiro de um paraíso fiscal para outro. É uma conta, por exemplo, onde não se pode fazer nenhum tipo de investimento. Os documentos levantados pelas autoridades norte-americanas mostram ainda que antes de cair no HSBC o dinheiro foi transferido para outra conta-ônibus do ex-ministro no Credit Bank da Suiça. No mundo da lavagem de dinheiro há uma premissa: quanto mais rodar em conta-ônibus, mais limpo fica o dinheiro até chegar ao seu destino final. As investigações apontam que após ser lavado na Suíça o dinheiro voltou limpo para a conta de Fraga no America Bank de Nova York. A papelada comprova ainda que, para se livrar da tributação de impostos, Armínio declarou à Receita que a Fundação Gávea era filantrópica, ou seja, isenta de tributos. Mas, num lapso de memória, enviou o dinheiro para o Caribe por meio de sua conta pessoal no HSBC. Os investigadores pediram a quebra de sigilo do fundo. Ou seja, serão revelados os nomes dos tucanos e de outros brasileiros que usaram esse duto para enviar dinheiro ao Exterior. Ao R7, que publicou originalmente a matéria de Amaury Ribeiro Jr, Armínio Fraga disse que a investigação nos EUA é “100% ficção”, mas admitiu que o fundo existiu. A lista completa dos senadores que integrarão a CPI do  HSBC é esta: Titulares Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) Paulo Rocha (PT-PA) Fátima Bezerra (PT-RN) Regina Souza (PT-PI) Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) Blairo Maggi (PR-MT) Ricardo Ferraço (PMDB-ES) Waldemir Moka (PMDB-MS) Sergio Petecão (PSD-AC) Acir Gurgacz (PDT-RO)  Suplentes Ciro Nogueira (PP-PI) Paulo Paim (PT-RS) Aloysio Nunes (PSDB-SP) José Medeiros (PPS-MT) Wellington Fagundes (PR-MT) por Conceição Lemes/Viomundo

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Swissleaks: fundo de investimento de Armínio Fraga é investigado nos EUA

O fundo intitulado Armínio Fraga Neto Fundação Gávea, do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, é investigado nos Estados Unidos por ter transferido US$ 4,4 milhões de uma conta nas ilhas Cayman para outra conta do HSBC na Suíça. A informação é de uma fonte do FBI, polícia federal norte-americana. Armínio Fraga é ex-presidente do Banco Central Foto:Wilton Junior/31.10.2012/Estadão Conteúdo Documentos apontam ainda que, para supostamente evitar a tributação de impostos, Fraga teria declarado à Receita Federal que o fundo era filantrópico, ou seja, isento de tributos. Ao R7, Fraga disse que a investigação nos EUA é “100% ficção”, mas admite que o fundo existiu. — Investi nesse fundo há sete ou oito anos, mas tudo dentro da legalidade. Todas as minhas contas, de minha família e da Gávea Investimentos são declaradas perante as autoridades competentes, brasileiras e americanas. Não houve esta transferência mencionada, houve sim um investimento regular e documentado. Não temos notícia de qualquer investigação sobre o tema. Fraga foi presidente do Banco Central de 1999 a 2003, no governo Fernando Henrique Cardoso, participou da elaboração do plano de governo de Aécio Neves e era cotado para ser ministro da Fazenda do tucano. Ele tem cidadania dupla, brasileira e norte-americana[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] As autoridades americanas chegaram ao fundo após investigar a lista dos clientes de todo mundo que mantinham contas no do HSBC da Suíça. A lista foi vazada a jornalistas por um ex-funcionário do banco, no caso que ficou conhecido como “Swissleaks”. A apuração aponta que a conta beneficiada era de compensação. Conhecida como “conta-ônibus”, que só serve para transportar dinheiro — não é possível, por exemplo, fazer investimentos por ela. Os documentos levantados pelas autoridades norte-americanas mostram ainda que antes de ser depositado no HSBC, o dinheiro foi transferido para outra conta, no Credit Bank da Suíça, supostamente para fugir do rastreamento. As investigações apontam que, após ser enviado à Suíça, o dinheiro teria voltado para uma conta no America Bank de Nova York. Os investigadores pediram a quebra de sigilo do fundo. Swissleaks tem mais de 8.000 brasileiros  O vazamento de detalhes de contas de mais de 100 mil clientes do banco HSBC na Suíça, em fevereiro, foi batizado de “Swissleaks”. Os dados distribuídos em cerca de 60 mil documentos mostram movimentações nas contas entre 1988 e 2007, totalizando mais US$ 100 bilhões. Na lista, estão os nomes de 8.667 brasileiros que depositaram US$ 7 bilhões apenas entre 2006 e 2007. As informações foram cedidas ao jornal francês Le Monde pelo ex-funcionário do HSBC em Genebra, Herve Falciani. O peródico francês compartilhou os dados com mais de 140 jornalistas de 54 países do ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos) que comanda desde então a análise e divulgação do Swissleaks. O ministro José Eduardo Cardozo determinou que a Polícia Federal apure possíveis crimes relacionados às movimentações nas contas dos brasileiros. A O fundo intitulado Armínio Fraga Neto Fundação Gávea, do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, é investigado nos Estados Unidos por ter transferido US$ 4,4 milhões de uma conta nas ilhas Cayman para outra conta do HSBC na Suíça. A informação é de uma fonte do FBI, polícia federal norte-americana. já conduz uma investigação em busca de indícios de evasão de divisas, sonegação de impostos e lavagem de dinheiro. Apenas a posse da conta e a movimentação de valores no exterior não configura crime. Amaury Ribeiro, do R7

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