Arquivo

Monarquias do Golfo se negam a abrigar os refugiados de guerra

Países fazem doações ao ACNUR e enviam ajuda, mas não oferecem asilo O rei saudita Salman bin Abdulaziz em Washington na passada sexta-feira Foto: GARY CAMERON (REUTERS As monarquias petrolíferas da península Arábica estão na alça de mira. Estão entre os países mais ricos do mundo. Têm a mesma língua e religião que a maioria daqueles que fogem da guerra na Síria. Não abrigaram, entretanto, um só refugiado. Suas generosas doações ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e as ações de suas organizações de caridade são pouco diante dos quatro milhões de sírios recebidos no Líbano, Jordânia, Turquia e até mesmo no Iraque e no Egito. Causas políticas e suas próprias estruturas demográficas dificultam a abertura de suas fronteiras.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “Recebemos alguns refugiados no Catar e além disso eu mesmo participei de várias visitas aos acampamentos da Jordânia, Líbano e Turquia nos quais entregamos tendas, material educacional e dinheiro”, afirma Khalid Al-Mohannadi, um empreendedor social com vocação humanitária. Al-Mohannadi estima em “8.000” os sírios aceitos em seu país, ainda que admita que “não são chamados derefugiados” e indique o Ministério do Trabalho para obtenção do número exato. O Catar —com uma renda per capita de 93.000 dólares (361.000 reais), segundo o Banco Mundial—, e os outros estados membros do Conselho de Cooperação do Golfo (Arábia Saudita, Kuwait, Bahrein, Emirados Árabes Unidos e Omã) não assinaram a Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados da ONU de 1951, na qual se define quem é refugiado, seus direitos e as responsabilidades com eles. As permissões de residência são vinculadas ao trabalho e este, por sua vez, ao perverso sistema dekafala ou patrocínio. “Esqueçam as convenções: todos os países têm obrigação moral de ajudar os refugiados sírios”, repete insistentemente Peter Sutherland, representante especial da ONU para a migração internacional. Isso parece ter sido entendido por muitos árabes que se lançaram às redes sociais para pedir aos governos das monarquias petrolíferas que abriguem os que fogem da guerra. A hashtag em árabe “dar as boas-vindas aos refugiados da Síria é um dever do Golfo” foi uma das mais numerosas no Twitter. Alguns destacados comentaristas da região, como o blogueiro dos Emirados Árabes Sultan Al-Qassemi, também defendem que esses estados devem abrir suas portas aos sírios. “É o caminho responsável, ético e moral que deve ser seguido”,escreveu Al-Qassemi, que argumenta que isso melhoraria sua imagem ruim em relação aos direitos humanos e frearia a perda da cultura árabe da qual frequentemente se queixam. As monarquias do Golfo já escancararam suas portas aos kuwaitianos quando Saddam Hussein invadiu o emirado em 1991, oferecendo-lhes moradias e toda a espécie de facilidades. As considerações hoje, entretanto, são diferentes. “Suspeito que temem a chegada de um grande número de árabes politicamente ativos que possam de alguma forma influenciar sociedades tradicionalmente passivas”, explica Al-Qassemi. Em uma inusitada crítica, o jornal catariano Gulf Times condenou na semana passada “o silêncio ensurdecedor” dos “ricos países do Golfo [que] ainda não emitiram uma declaração sobre a crise, muito menos alguma proposta de estratégia para ajudar os imigrantes que são majoritariamente muçulmanos”. Fontes oficiosas argumentaram que deram refúgio seguro a milhares de sírios e palestinos com documentos sírios que pediram o reencontro com suas famílias. Andreas Needham, porta-voz do ACNUR para a região, confirma em um e-mail que esses países “respeitam os padrões internacionais em relação à proteção de refugiados, em particular o princípio de não devolução”. Destaca a decisão do Kuwait em facilitar permissões de residência de longa duração aos 120.000 sírios que vivem no emirado, “o que os permitirá permanecer ali até mesmo se perderem seu atual estatuto legal”. Solicitações pendentes Ainda que os países do Golfo não aceitem refugiados, os escritórios do ACNUR abertos nesses lugares recebem solicitações. Atualmente existem 12.500 pendentes, das quais 7.000 são de sírios, 3.500 deles estão no Kuwait, 2.250 nos Emirados Árabes Unidos e 1.250 na Arábia Saudita. “Aqui não há lugar para os refugiados sírios. Não é suficiente que os estados do Golfo deem dinheiro e trabalhos inseguros”, afirma Kenneth Roth, da Human Rights Watch. Seus colegas de várias organizações de direitos árabes também denunciaram “o abandono pelos estados árabes, e em particular os do Golfo, de sua responsabilidade em proteger e dar acesso seguro aos refugiados”. Mas nem esses gestos e “as generosas doações” que, segundo Needham, fazem ao ACNUR (nos últimos dois anos e meio, somente para a Síria, 500 milhões de dólares (1,94 bilhão de reais) entregues e até 1,2 bilhão de dólares (4,66 bilhões de reais) prometidos), calam as censuras. “É muito pouco comparado com sua capacidade”, declara ao EL PAÍS Khalid Ibrahim, codiretor do Gulf Center for Human Rights. “O Líbano é um pequeno país sem recursos e abrigou mais de um milhão de sírios; o mesmo na Jordânia. Dizem que estão financiando os acampamentos nesses países, mas vá lá ver em que situação estão. Não podem trabalhar, de modo que não veem futuro. Somente na Turquia estão um pouco melhor porque têm certa liberdade de movimentos e quando podem, tentam chegar à Europa”. O ativista denuncia que, além de não gastar o necessário para resolver a crise, os países do Golfo são responsáveis por seu prolongamento “por sua ajuda aos grupos extremistas”. Ibrahim pede, entretanto, “que se diferencie os governantes e os governados”. “São governos não eleitos e as pessoas não têm liberdade de expressão”, acrescenta convencido de que a maioria está disposta a ajudar os refugiados. El País

Leia mais »

Refugiados na Europa: a crise em mapas e gráficos

Refugiados na Europa: a crise em mapas e gráficos Alemanha continua a ser destino mais popular para refugiados Fotos: AP/Reuters/EPA As solicitações de asilo para a Europa se multiplicaram neste ano – só a Alemanha e a Hungria, por exemplo, já receberam mais pedidos nos últimos meses do que em todo o ano passado. No total, 438 mil refugiados pediram asilo em países do bloco até o fim de julho deste ano – comparados com os 571 mil para 2014. De acordo com números divulgados pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), a Alemanha continua sendo o destino mais procurado por imigrantes que chegam à Europa. Foi o país que recebeu o maior número de pedidos de asilo, com mais de 188 mil até o fim de julho deste ano – 15.416 a mais do que o ano passado todo. Mas a Hungria já ocupa o segundo lugar, com mais e mais imigrantes recorrendo ao país para entrar na Europa Ocidental pelo meio terrestre – a estação de trem de Budapeste chegou a fechar no início da semana, com milhares de imigrantes acampando do lado de fora à espera de um trem para o oeste do continente europeu. Leia mais: Refugiados chegam à Alemanha após calvário pela Hungria e Áustria Leia mais: Em cinco pontos – Qual a solução para a crise de refugiados na Europa? Na noite desta sexta-feira, a Hungria afirmou que mandaria ônibus para transportar os mais de mil imigrantes que haviam iniciado uma marcha rumo à Áustria. E, apesar de a Alemanha ter o maior número de solicitações de asilo, a Suécia fica no topo dessa lista quando os números são considerados proporcionalmente à população – são oito pedidos de asilo a cada mil habitantes suecos. De onde vêm os imigrantes? O conflito na Síria continua sendo o maior motivador dessa onda migratória. Mas a violência constante no Afeganistão e na Eritreia, assim como a pobreza no Kosovo também têm levado pessoas dessas regiões a procurar asilo em outros países. A União Europeia deve ter uma reunião de emergência em Bruxelas no fim deste mês – o bloco tem sido criticado pela inércia diante da crise da imigração. Uma proposta para cotas de distribuição de refugiados foi rejeitada e a tensão tem crescido por causa do sobrecarregamento de alguns países que recebem um grande número de refugiados. O Reino Unido, por exemplo, rejeitou o sistema de cota e, de acordo com números oficiais, aceitou 216 refugiados sírios desde janeiro de 2014 no esquema de “Realocação de Pessoas Vulneráveis” – foram cerca de 4.300 sírios aceitos nos últimos quatro ano, segundo o governo britânico. A Hungria construiu um muro de 175km ao longo de toda a fronteira com a Sérvia para tentar diminuir o fluxo de pessoas buscando asilo no norte da Europa. Apesar do grande número de pessoas pedindo asilo em outros países, a quantidade de pessoas que são acolhidas por eles é bem menor. Em 2014, países da União Europeia ofereceram asilo a 184.665 refugiados. No mesmo ano, mais de 570 mil imigrantes entraram com pedido de asilo nesses países – é importante pontuar, porém, que o processo para solicitar asilo pode demorar, então alguns dos refugiados contemplados no ano passado podem ter entrado com o pedido muitos anos antes. Como imigrantes chegam à Europa? A Organização Internacional de Migração (IOM, na sigla em inglês) estima que mais de 350 mil imigrantes tenham sido registrados nas fronteiras de países europeus entre janeiro e agosto de 2015, comparados com os 280 mil do ano todo de 2015. Esses números podem ser ainda maiores. A força externa de fronteira europeia, Frontex, monitora as diferentes rotas de imigração e contabiliza as pessoas que chegam às fronteiras do continente. A rota do Mediterrâneo oriental superou a rota central como a mais comum usada neste ano – sendo que os sírios são, de longe, o maior grupo de imigrantes. Dos mais de 350 mil imigrantes registrados neste ano nas fronteiras europeias, quase 235 mil chegaram na Grécia e cerca de 115 mil chegaram na Itália. Outros 2.100 desembarcaram na Espanha. A maioria dos que vão para a Grécia tentam fazer isso por uma viagem mais curta da Turquia para as ilhas de Kos, Chios, Lesbos e Samos – essas rotas costumam ser feitas em condições precárias, em barcos pequenos ou botes de madeira. Mortes A viagem da Líbia para a Itália é mais longa e perigosa. De acordo com a IOM, mais de 2,5 mil imigrantes morreram tentando fazer essa travessia neste ano – e, no total, 2.643 pessoas morreram no Mediterrâneo em 2015. Os meses de verão no hemisfério Norte são, em geral, os com o maior número de vítimais fatais, já que é o período mais comum para imigrantes tentarem chegar à Europa. O pior mês do ano em termos de números de mortos, porém, foi abril, quando um barco carregando 800 imigrantes virou no mar da Líbia. O fato de ele transportar muito mais pessoas do que a capacidade permitia é uma das razões para a tragédia.

Leia mais »

A vida como não deveria ser

Esta foto mostra o sírio Laith Majid, com sua filha no colo, ao desembarcar de um bote de borracha usado para atravessar da Turquia para a ilha grega de Kos. O bote estava defeituoso e esvaziava constantemente sob risco de naufragar. A expressão de alívio do pai não passou despercebida. ‘A dor de todo um país refletida no rosto de um pai’, foi a mensagem que @MaryFitzger postou em sua conta de Twitter após a imagem ter sido publicada pelo ‘The New York Times‘. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

Leia mais »

Brasil acolhe mais sírios que países na rota europeia de refugiados

Desde o início da crise na Síria, o Brasil vem concedendo asilo a mais refugiados sírios do que os principais portos de destino de refugiados na Europa. Segundo dados do Conare, 2.077 sírios receberam asilo do governo brasileiro de 2011 até agosto deste ano. Segundo dados do Conare (Comitê Nacional para os Refugiados), órgão ligado ao Ministério da Justiça, 2.077 sírios receberam asilo do governo brasileiro de 2011 até agosto deste ano. Trata-se da nacionalidade com mais refugiados reconhecidos no Brasil, à frente da angolana e da congolesa. O número é superior ao dos Estados Unidos (1.243) e ao de países no sul da Europa que recebem grandes quantidades de imigrantes ilegais ─ não apenas sírios, mas também de todo o Oriente Médio e da África ─ que atravessaram o Mediterrâneo em busca de refúgio, como Grécia (1.275), Espanha (1.335), Itália (1.005) e Portugal (15). Os dados da Eurostat, a agência de estatísticas da União Europeia, referem-se ao total de sírios que receberam asilo, e não aos que solicitaram refúgio. Nas últimas semanas, a crise humanitária na Síria voltou a ganhar projeção na imprensa internacional, com levas de refugiados abandonando o país em direção, principalmente, à Europa. A imagem de um menino sírio morto em uma praia da Turquia virou símbolo da tragédia.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Apesar da distância ─ 10 mil quilômetros separam Brasil e Síria, o governo brasileiro vem mantendo uma política diferente da de muitos países europeus em relação a refugiados sírios. Solicitações de refúgio concedidas* Brasil – 2.077 Argentina** – 233 Uruguai -117 Chile – 1.220 EUA – 1.243 Canadá – 2.374 Reino Unido – 4.035 Grécia*** – 1.275 Espanha*** – 1.335 Itália – 1.005 Portugal*** – 15 Noruega – 2.995 França – 4.975 Bélgica – 5.430 Suécia – 39.325 Alemanha – 65.075 *Estimativas até o 2º trimestre de 2015 **Estimativas até 2014 ***Estimativas até o 1º trimestre de 2015 Há cerca de dois anos, o Conare publicou uma normativa facilitando a concessão de vistos a imigrantes daquele país. Desde então, muitos sírios daquele país vem escolhendo o Brasil como destino para fugir de guerras, perseguições e pobreza. Segundo fontes ouvidas pela BBC Brasil no Ministério das Relações Exteriores, o número de vistos concedidos por mês a cidadãos sírios é hoje quatro vezes maior do que antes do início da crise, em 2011. Naquele ano, grupos rebeldes tentaram tomar o poder no país e entraram em confronto com forças de segurança do presidente da Síria, Bashar al-Assad. Atualmente, a emissão do documento está concentrada principalmente nas embaixadas brasileiras em Beirute (Líbano), Amã (Jordânia) e Istambul (Turquia). A representação diplomática em Damasco (Síria) foi fechada em 2012 por motivos de segurança. “Antigamente, emitíamos 20 vistos por mês. Hoje são 20 por semana. Mas já emitimos mais”, afirmou à BBC Brasil um diplomata que não quis se identificar. “São pessoas com todos os perfis socioeconômicos. Há desde camponeses a engenheiros e advogados, muitos deles com pós-graduação. Em comum, todos estão fugindo de um país imerso em uma espiral de violência”, acrescentou. Comparação Síria vive crise humanitária sem precedentes O Brasil também é o país que mais concedeu asilo a refugiados sírios na América Latina. No continente americano, só perde para o Canadá ─ que recebeu 2.374 refugiados entre janeiro de 2014 e janeiro deste ano. Especificamente na comparação com os vizinhos sul-americanos, contudo, o número de solicitações concedidas pelo governo brasileiro é consideravelmente superior. Desde 2011, por exemplo, a Argentina concedeu refúgio a apenas 233 sírios. Já o Uruguai, a 117. O Chile, por sua vez, recebeu 1.220 imigrantes. Na outra ponta, contudo, o Brasil recebeu menos do que Alemanha (65.075), Suécia (39.325), Noruega (2.995), Bélgica (5.430), França (4.975) e Reino Unido (4.035), segundo dados da Eurostat. Nesta sexta-feira, em resposta à pressão doméstica e internacional, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou que o Reino Unido vai oferecer asilo a “milhares de refugiados sírios” devido à piora da crise humanitária. Ele não divulgou estimativas, mas a Acnur (agência de refugiados da ONU) informou que o número poderia chegar a 4 mil. Facilidade Em entrevista à BBC Brasil, o representante da Acnur (Agência da ONU para Refugiados), Andrés Ramirez, elogiou a iniciativa do governo brasileiro, que classificou como uma “importante mensagem humanitária e de direitos humanos”. “O Brasil tem mantido uma política de portas abertas para os refugiados sírios. O número ainda é baixo, em muito devido à localização geográfica. Mas sem dúvida se trata de um exemplo a ser seguido a nível mundial”, afirmou ele. Ramirez lembrou que no Brasil, diferentemente de outros países, enquanto espera pela concessão do asilo, o refugiado pode trabalhar e ter acesso à saúde e à educação. Ele criticou, entretanto, a demora no processamento de pedidos. Segundo ele, o Conare vem tendo dificuldades para atender à demanda crescente das solicitações de asilo. “Temos realizado conversas com o governo no sentido de modernizar a estrutura do órgão, face à nova realidade. Houve um aumento substancial no número de pedidos de asilo no mundo. Com o Brasil não foi diferente. É necessário agilizar a dinâmica do Conare, mas sem perder de vista a qualidade. Isso significa desde aumentar o número de funcionários a melhorar a organização interna”, explicou. “Outro desafio é integrar esse refugiado à sociedade brasileira, tanto social quanto economica e culturalmente”, acrescentou. Crise sem precedentes Travessia no Mediterrâneo pode custar mais de R$ 10 por pessoa O mundo enfrenta a pior crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial, segundo organizações como a Anistia Internacional e a Comissão Europeia. Desde janeiro deste ano, mais de 350 mil imigrantes atravessaram o Mediterrâneo. Desse total, estima-se que 2.643 tenham morrido no mar enquanto tentavam chegar à Europa, de acordo com a OIM (Organização Internacional para as Migrações). O número supera com folga o total de 2014, quando 219 mil migrantes tentaram realizar a travessia, normalmente feita em botes ou em embarcações superlotadas, sem os mínimos requisitos de segurança, por traficantes de pessoas. A viagem pode custar mais de R$ 10 mil por

Leia mais »

Sete sugestões de visitas para a trupe de senadores liderada por Aécio

O PSDB é craque em vexames internacionais. Quando FHC era presidente da República e Celso Lafer nosso ministro das Relações Exteriores, o país tirou os sapatos para entrar nos EUA. O episódio deixou claro o quanto éramos subservientes e o quanto o governo não se dava ao respeito em nível internacional. Liderados pelo candidato derrotado à presidência Aécio Neves, o PSDB e seus aliados fizeram o país pagar outro mico. Alguns senadores foram à Venezuela denunciar que o país vizinho é uma “ditadura”. Desceram no aeroporto por uma porta, deram uma volta de van pela cidade, fizeram cara de sérios para sair no Jornal Nacional, e voltaram pela outra porta. E uma viagem custeada com dinheiro público. Este blogue, porém, achou que a iniciativa merece repeteco. E decidiu fazer uma lista de outros lugares pelo mundo para os senadores demo-tucanos visitarem. Mas dessa vez, detalhe, provavelmente não iriam aparecer no JN. 1 – Guantánamo: Os EUA mantêm em condições subhumanas e expostos a comprovadas sessões de tortura supostos prisioneiros de guerra sem que eles tenham direito à defesa. O governo estadunidense se recusa a tratar o assunto de forma democrática e já sofreu pressão internacional até mesmo do Vaticano, que pediu uma “solução humanitária adequada”. Nunca Aécio ou o PSDB foram aos EUA pressionar Clinton, Bush, Obama ou quem quer que seja. 2 – Palestina: com os territórios de Gaza e da Cisjordânia ocupados desde 1967, o povo palestino sofre com a restrição de direitos básicos e milhares de pessoas e crianças já foram assassinados neste período. A chacina choca a comunidade internacional e Aécio nunca fez um discurso condenando o fato. Sequer postou um tuíte em solidariedade quando a mais sangrenta operação militar israelense na última década deixou 2.205 palestinos mortos. 3 – Síria: Hoje é na Síria que se vive uma das catástrofes humanas mais eloquentes. Calcula-se em 4 milhões o número de pessoas que fogem ou fugiram do país numa guerra que foi insuflada pela chamada comunidade internacional. Ao invés de tentar buscar soluções para isso, a Europa deixa que as pessoas se afoguem no Mediterrâneo. Aécio e sua trupe poderiam ir para os portos da Itália e pressionar os países europeus a darem tratamento humanitário àqueles seres humanos. 4 – Haiti: O país que já era um dos mais pobres do continente foi arrasado por um grande terremoto em 2010 e hoje busca quase sem apoio nenhum sua reconstrução. Ao invés de buscar soluções e fazer, inclusive, as críticas que o governo brasileiro merece neste caso por integrar as tropas de paz da ONU que estão no país, a trupe de senadores faz coro e recebe para o diálogo os líderes do Revoltados on Line que recentemente agrediram um haitiano que trabalhava num posto de gasolina de Canoas, Rio Grande do Sul. A agressão não mereceu uma menção sequer do dileto senador tucano. 5 – Egito: Já que o problema de Aécio e sua trupe é com a falta de democracia na Venezuela, o Egito seria um lugar perfeito para a visita. O país viveu um golpe de Estado e centenas de pessoas que atuavam no então governo eleito ou estão condenadas à morte ou foram executadas. Entre elas, o ex-presidente Mohamed Mursi. Seria o caso de Aécio e seus amigos irem à Praça Tahir e pedir o fim do golpe. 6 – México: 43 estudantes foram assassinados na cidade de Ayotzinapa em setembro de 2014, num dos atos mais bárbaros de que se tem notícia no continente. As investigações estão sendo realizadas sem nenhum tipo de seriedade e as punições provavelmente não ocorrerão. O país, aliás, tem 26 mil cidadãos desaparecidos, segundo registros oficiais. Qual foi a ação da trupe de Aécio neste episódio? 7 – Periferia de SP: O Brasil é um dos países onde se mata mais jovens no mundo. Boa parte deles são negros e pobres, moram nas periferias das grandes cidades, em especial de São Paulo, e são executados pela polícia. Como se trata de um estado governado pelo PSDB, seria altamente eficiente um protesto do grupo de Aécio, até porque ele também conta com o senador Aloysio Nunes. Mas até hoje nem um post em rede social sequer sobre o tema. Ao contrário, a trupe de Aécio quer diminuir a maioridade penal para colocar mais jovens na cadeia. Como a Globo não acompanharia essas visitas, a Fórum se compromete a fazê-lo. A Venezuela tem seus problemas, mas querer transformar o país no centro dos problemas do mundo é muita patetice até para a trupe do Aécio. Blog do Rovai

Leia mais »

Serviços secretos ditaduras e óleo de Peroba

Da série: “só me engana que eu gosto!” Inacreditável! DGSE (França) RDA (Alemanha) CIA (Usa) FSB,Ex KGB (Rússia) MI5 (Inglaterra), nenhum desse serviços secretos informou aos respectivos chefes de Estado que existia uma “tia velha”, Kadafi, que a 40 anos mantém a Líbia sob uma ditadura. Digo isso diante das declarações oportunistas de Obama e demais “anjos” cínicos e desinformados, que somente agora fazem declarações, incisivas, sobre o fato. Aproveito para avisá-los que existe na Síria outra corja cuja família se sucede a 40 anos no comando de uma ditadura. Ah!, avisem para esses beócios que existem ainda “anjinhos” na Arábia Saudita, Qatar, Emirados Árabes, Kuwait, e mais um “zilhão” na África, esses montados em diamantes, petróleo e minerais raros. Uma lista de mais alguns “desconhecidos ditadores”: Kim Jong II (Coreia do Norte) de pai pra filho desde 1982 Robert Mugabe (Zimbábue) desde 1980 Than Shwe (Burma) desde 1993 Omar Hassan Al-Bashir (Sudão) desde 1990 Hu Jintao (China) revezamento desde 1949 Islam Karimov (Uzbequistão) desde 1991 Que suas(deles) ex-celências vão preparando a cara de espanto, quando essa turma for derrubada pela população. Ps. E eu, pobre e crédulo ingênuo que pensava só haver ditadura no “paraíso socialista” do provecto e decrepito Fidel. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

Leia mais »

Twitter: Inglaterra quer censurar redes sociais

Ouço daqui os ruídos de Cromwell, Thomas Moore e Locke, entre outros, revirando-se na tumba com o avanço do Estado Fascista na velha Albion. Justiça britânica pune com quatro anos de cadeia, jovens que usaram o Twitter para apoiar recentes distúrbios. Sem emprego, economia em baixa, sem perspectivas à vista o que resta aos jovens senão protestar? O governo quer autorização para censurar redes sociais. Igualzinho a Cháves, Fidel, Hu Jintao, Mubarack, Kadafi… Querem tirar o sofá da sala. Contra a censura. Sempre! PS. Acusar as redes sociais de indutoras de rebeliões, além de uma estupidez patente do desconhecimento tecnológico, bem como é uma manobra para desviar a atenção da verdade dos fatos. Já está provado, ver exemplos recentes no Irã, Egito, Líbia e agora na Síria, que tecnologia se combate com tecnologia, e não com polícia. Dependessem as revoluções das ações das redes sociais a Revolução Francesa de 1789 ainda estaria aos pés da Bastilha. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

Leia mais »