Arquivo

Severo Sarduy – Poesia – /03/24

Boa noite Poema Severo Sarduy Uma lâmpada Um copo. Uma garrafa. Sem outra utilidade ou pertinência que estar ali, que dar à consciência um casual pretexto, mas não grafa o traço humano que ora inflama, abafa a luz ou que ali beba. Em tudo a ausência: paredes que, caiadas, dão ciência que ali ninguém repousa ou se estafa. Somente é familiar a luz acesa que põe sobre a toalhaposta à mesa a sombra que se alarga: o dia que do tempo o passo segue em sua vaga irrealidade. A tarde já se apaga. Abraçam-se os objetos: sentem medo.

Leia mais »

Versos na tarde – Severo Sarduy – 11/03/2014

Giorgio Morandi – Itália 1890 – 1964 Natureza Morta – óleo s/tela – 1941 – 34,5 x 49 cm Poesia do cubano Severo Sarduy (Cuba 1937-1993), sobre uma pintura de Giorgio Morandi Uma lâmpada. Um copo. Uma garrafa. Sem outra utilidade ou pertinência que estar ali, que dar à consciência um casual pretexto, mas não um traço humano que ora inflama, abafa a luz ou que ali beba. Em tudo a ausência: paredes que, caiadas, dão ciência que ali ninguém repousa ou se estafa. Somente é familiar a luz acesa que põe sobre a toalha posta à mesa a sombra que se alarga: o dia quedo do tempo o passo segue em sua vaga irrealidade. A tarde já se apaga. Abraçam-se os objetos: sentem medo. tradução de Glauco Mattoso [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

Leia mais »