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Arte, expressionismo e a CIA

A fama, está tão perseguida, às vezes com sacrifícios pessoais, coletivos, e colossais exercícios de servilismo, que está muito mais – aliás quase sempre foi assim – para a capacidade de promoção e articulação do que para o talento.Agora, a história vem revelar mais uma das explicações para fulgurantes carreiras artísticas. A história desse esforço de propaganda cultural está muito bem narrada em Quem Pagou a Conta? (tradução de Vera Ribeiro; Record; 560 páginas; 68 reais), da jornalista inglesa Frances Stonor Saunders. José Mesquita-Editor A CIA pagou a tinta “Toda arte moderna é de cunho comunista”, acusava o deputado republicano George Dondero em um discurso no Congresso, nos anos 50. Seu inimigo imediato era o expressionismo abstrato, movimento artístico de Nova York que então vivia seu auge.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Muitos dos pintores boêmios do grupo – inclusive Jackson Pollock, o expoente do movimento – tiveram seus flertes com a esquerda. Mesmo com fama de serem “comunas”, os expressionistas abstratos foram promovidos na Europa pela agência de espionagem americana, a CIA – que, nas primeiras décadas da Guerra Fria, também financiou secretamente congressos, concertos, revistas literárias, filmes e até festas chiques em Paris.

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