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Rui Pires Cabral – Versos na tarde – 26/11/2016

O rei dos olhos fechados Rui Pires Cabral ¹ Fazes entrar em Fevereiro o rei dos olhos fechados, o das escadas rolantes. Quanta luz desperdiçada, quanto desconsolo nas grandes superfícies da memória. Ouves o vinho rolar nos ouvidos, a realidade defenderá até à morte os seus mistérios. Fazes uma vênia ao rei destituído e morto, ele atravessa os fundos da casa precedido pelo próprio corpo. ¹ Rui Pires Cabral Macedo de Cavaleiros, Portugal – 1 de outubro 1967 [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Licenciado em História-Arqueologia em 1990. Publicou em 1985 um livro de contos, mas foi através da poesia que a sua escrita atingiu um assinalável grau de maturidade. A toada mais abstrata do seu primeiro livro deu lugar nos mais recentes, a uma poesia metonímica e figurativa quantas vezes surpreendente, onde as viagens, as cidades e a música são pretexto para uma escrita prosódica muito nítida. Publicou o seu primeiro livro em 1985, uma colectânea de poemas intitulada ‘Qualquer coisa estranha’. Seguiram-se ‘Geografia das Estações’ (1994), ‘A Super-Realidade’ (1995), ‘Música Antológica & Onze Cidades’ (1997) e ‘Praças e Quintais’ (2003). Utilizando geralmente um discurso em primeira pessoa, Rui Pires Cabral serviu-se, na sua obra poética, de um cosmopolitanismo ciente e despretencioso para estabelecer um constraste entre o mundo rural que esteve sempre no centro das suas preocupações, sobretudo quando corre o risco de se transmutar, graças às consequências da utilização de tecnologias de ponta. Mais do que ‘Pacto de Sangue’, em que trata da solidão dos expatriados, ‘Abril’, que põe em evidência a imposição de um passado histórico, os seus poemas ‘Serrim’e sobretudo, ‘Suíça’, refletem a necessidade de estabelecer as verdadeiras prioridades nacionais. OBRA POÉTICA Geografia das Estações, edição de autor, Vila Real, 1994 A Super-Realidade, edição do autor, Vila Real, 1995 Música Antológica & Onze Cidades, Presença, Lisboa, 1997 Praças e Quintais, Averno, Lisboa, 2003 Longe da Aldeia, Averno, Lisboa, 2005 Capitais da Solidão, Teatro de Vila Real, 2006 Oráculos de Cabeçeira, Averno, 2009 [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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