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Mensalão Paulista: a mídia continuará ignorando?

O deputado estadual paulista Roque Barbiere (PTB), conhecido como Roquinho, concedeu entrevista ao programa “Questão de Opinião”, no site do Jornal “Folha da Região” de Araçatuba, e soltou a seguinte bomba: Entrevistador: – É verdade que tá cheio de deputado que vende emenda, trabalha para empreiteira, faz lobby com prefeitura vendendo, inclusive, projetos educacionais? Deputado: – É! Não que tá cheio, tem bastante que faz isso. Não é a maioria, mas tem um belo de um grupo que vive, sobrevive e enriquece fazendo isso. Entrevistador: – De 100%, você chutaria um tanto? Deputado: – 25 a 30%. Entrevistador: – 25 a 30%… você pode citar um? Deputado: – Poderia, mas não vou ser dedo-duro e não vou citar. Mas existe! Existe ao meu lado, existe de vizinho, vejo acontecer, falo para eles, inclusive, para parar. Aviso que se um dia vier cassação do mandato deles, não vir me pedir o voto que eu vou votar para cassá-los, mas não vou dedurar. Em 2004, Roberto Jefferson fez denúncia semelhante e resultou em três CPI’s, na maior cobertura midiática promovida pela imprensa dia-e-noite, sem parar, da história do Brasil. E agora, governador Alckmin (PSDB/SP)? Vai deixar a ALESP (Assembléia Legislativa) abrir uma CPI só que seja, para os supostos 70% “honestos”, investigarem os “supostos 30%” corruptos denunciados pelo deputado Roquinho? Ou tem medo desse mensalão bater na porta do Palácio dos Bandeirantes? [ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda]E agora, Globo? E agora, Veja? E agora, Folha (¹)? Vão ficar caladas, protegendo a corrupção tucana, jogando a sujeira para baixo do tapete, só porque o governador Alckmin comprou com dinheiro público do contribuinte paulista R$ 9 milhões de assinaturas de seus jornais e revistas? Na gestão anterior de Geraldo Alckmin no governo do Estado, já houve uma grave denúncia de um mensalão da Nossa Caixa (o banco do governo do estado de SP na época, depois vendido) para comprar apoio de deputados estaduais mediante anúncios superfaturados em jornais e rádios pertencentes aos deputados. Foi tudo abafado e engavetado. Dessa vez será diferente? Por sinal, cadê a OAB? Cadê a indignação do Ophir Cavalcanti? Em tempo: Essa denúncia do deputado já virou alvo de investigação do Ministério Público Estadual. Pizza de xuxu expressa: Geraldo Alckmin (PSDB) já correu na imprensa amiga para engavetar as denúncias.O deputado Roquinho é da base aliada do governador tucano (e não é dissidente). ¹ O Estadão, por enquanto, se dignou a publicar a notícia, apesar de já estar aceitando as “explicações” de Alckmin de forma acrítica. Fonte: Minuto Notícias

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Senado. Sarney da o fora!

Parodiando o operístico Roberto Jefferson com o inesquecível “saí daí Zé, depressa” ao se dirigir ao então todo poderoso Zé Dirceu, quando do escâdalo do mensalão, chegou a hora do “fora Sarney”. Diante do assalto cometido contra o bolso dos Tupiniquins pela corja engalanada no senado, é fácil concluir que o Severino do restaurante era aprendiz de punguista. Ainda por cima, ou por baixo, essa cambada teima em fazer CPI. Pra investigar os outros! O editor Ou o Brasil acaba com as saúvas ou as saúvas acabam com o Brasil Sai, Sarney! [ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda]Vez por outra lemos a respeito de político japonês que se matou depois de ter sido acusado de corrupção. O mais recente foi Toshikatsu Matsuoka, ministro da Agricultura, em maio de 2007. Ele aceitou suborno de um empresário e pediu reembolso de despesas que sempre foram cobertas por seu gabinete. A ser processado e talvez preso, preferiu se enforcar. O próximo domingo será um dia tristemente histórico para a Inglaterra. Pela segunda vez, um presidente da Câmara dos Comuns, o equivalente à nossa Câmara dos Deputados, renunciará ao cargo, acusado de má conduta. O primeiro a renunciar foi Sir John Trevor em 1695. Seu crime? Ter embolsado grana de um comerciante em troca do apoio à aprovação de uma lei. Michael Martin, 63 anos, presidente da Câmara dos Comuns há quase dez, não se vendeu a ninguém nem tirou vantagens ilícitas do cargo. Mas foi conivente com os colegas que tiraram. Deputados com direito a verba para bancar moradia em Londres conseguiram reembolso por gastos para consertar quadras de tênis, limpar fossas, comprar cadeiras de massagem e aparelhos de televisão de tela plana. Os mais ousados cobraram até pelo aluguel de filmes pornográficos. O cordato Martin avalizou os desmandos. Uma vez que eles foram descobertos pela imprensa, tentou encobri-los. Como a tarefa se revelou impossível, pediu ajuda à polícia para identificar as fontes de informações dos jornalistas. A polícia nem se mexeu. Por fim, Martin se rendeu. Seguirá o exemplo dado por Trevor há 314 anos. Aqui já assistimos a renúncia de presidentes da Câmara e do Senado enrolados em denúncias de quebra de decoro. Foi o caso de Severino Cavalcanti, presidente da Câmara. E de Jader Barbalho, Antonio Carlos Magalhães e Renan Calheiros, presidentes do Senado. Diferentemente de Trevor no passado, e agora de Martin, eles não abandonaram os cargos premidos pelo sentimento de vergonha. Renunciaram para não ser cassados. Foi um ato sem vergonha. Assim puderam preservar os direitos políticos e voltar ao Congresso reeleitos. José Sarney está no olho do furacão que varre o Senado desde que ele foi eleito em fevereiro último para presidi-lo pela terceira vez. A primeira foi em 1995. O que existe de podre no Senado não é obra exclusiva dele. Um presidente do Senado não pode tudo, muito menos sozinho. Mas é um escárnio Sarney continuar fingindo que nada tem a ver com a crise mais grave da história do Senado. Não apenas tem a ver: Sarney é o principal responsável por ela. A semente da crise foi plantada no primeiro mandato dele como presidente do Senado. “Eu só tenho a agradecer ao Dr. Agaciel Maia pelos relevantes serviços que ele prestou”, disse Sarney ao se despedir do ex-diretor-geral do Senado, defenestrado da função devido à crise. Agaciel foi nomeado por Sarney. Ao longo de 14 anos, acumulou poderes e cometeu toda a sorte de abusos com a concordância explícita ou velada de Sarney e dos que o sucederam no comando do Senado. Na semana passada, ao som da música do filme “O Poderoso Chefão”, Agaciel casou a filha Mayanna sob as bênçãos de Sarney, Renan Calheiros e de dois outros ex-presidentes do Senado – Garibaldi Alves e Edison Lobão. Para lá do inchaço do quadro de funcionários do Senado, do pagamento de horas extras não trabalhadas, da criação de diretorias fantasmas, da homologação de licitações suspeitas e da assinatura de decretos secretos, há fatos que dizem respeito diretamente a Sarney e que o deixam mal na foto. Dono de imóvel em Brasília e inquilino da mansão destinada ao presidente do Senado, Sarney recebeu durante mais de um ano auxílio-moradia de R$ 3.800,00 mensais reservada a senadores sem teto. Flagrado, primeiro negou que recebesse. Depois se apropriou do mote de Lula e disse que não sabia. Um neto de 22 anos de Sarney assessorou durante mais de um ano o senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA). Foi a maneira que Cafeteira encontrou, segundo admitiu, de agradecer ao pai do rapaz por tê-lo reaproximado de Sarney. Há uma sobrinha de Sarney lotada no ex-gabinete da filha dele no Senado, Roseana Sarney, atual governadora do Maranhão. E há outra empregada no gabinete do senador Delcídio Amaral (PT-MTS) em Campo Grande. Essa ganha sem trabalhar. É possível acreditar que o pai da crise esteja de fato empenhado em resolvê-la? Ou que reúna condições para tal? E quem disse que seus pares estão interessados em refundar o Senado? A essa altura, uma só coisa depende de fato de Sarney: a renúncia à presidência do Senado para atenuar as nódoas recentes de sua biografia. blog do Noblat

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Roberto Jefferson ataca outra vez

Brasil: da série “cumequié?” Ouço em noticiário de TV que o carrasco do mensalão, o operístico Roberto Jefferson – saí daí Zé, rápido – ensaia uma ária com a qual pretende, qual um Hammelin caboclo, seduzir os ouvidos do apedeuta e conduzir os ratos no cortejo dos esquecidos. E desvairados. A peça tragicômica se intitula ” o terceiro mandato”. A melodia, desafinada com a democracia, é sinfonia maviosa aos ouvidos dos petralhas. Arhg!

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