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Veja e a Guerra Híbrida

Capa apropriada para camuflar a ‘suruba’ do Jucá. Observem a proporção do destaque em relação à importância dos temas. O insignificante fato do culto à celebridades, capa cheia.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Já a notícia explosiva do dedo do proctologista do Eliseu Quadrilha, José Yunes, uma discreta e minúscula chamada no topo da capa. Isso é um exemplo de estratégia midiática da Guerra Híbrida.

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No Photoshop de “Veja” fabricam-se messianismos e oráculos

“Ele salvou o Ano!” — as quatro palavras acrescidas do eufórico ponto de exclamação servem para um goleiro ou goleador, campeão de natação ou maratonista, protagonista de telenovela, fotonovela ou graphic-novel (“Veja”, edição 2458). Ídolo de Singer – Sem data. Contém símbolos gravados que até hoje não foram decifrados Mesmo sem óculos ele exibe algo do cândido e imbatível Clark Kent. Ao descobrir que o dono deste rosto desenhado por ângulos retos, talhado em criptonita e dono de uma índole inquebrantável atende pelo nome de Sergio Moro então desvenda-se que o Salvador da Pátria de 2015 é muito mais do que isso: será o Redentor, o Esperado, o sereno e sábio Messias que nos livrará das humilhações e acabará com nossas desgraças. Indiscutível boa-pinta, 43 anos, o juiz paranaense foi submetido a um tratamento, digamos “idealizador”, pelo operador de Photoshop da “Veja” (Janos), que da foto original de Lalson Santos representando um jovem, despojado e atlético juiz nasceu um colosso mitológico, monumental, saído do cinzel de Michelangelo.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] É possível que o leitor/leitora de “Veja” tenha adorado a máscara resultante e a máscula confiança nela contida. Mas a intervenção cosmética desagradou a muitos — certamente a começar pelo próprio Moro, familiares, companheiros da Força-Tarefa, alunos, amigos e simpatizantes. A promessa de resgatar o ânimo do país não pode estar inscrita num rosto — glamoroso ou magnético — claramente simplificado. As instituições brasileiras exigem mais do que feições e fisionomias carismáticas para serem devidamente reabilitadas. Mesmo que o ilustre retratado esteja imunizado contra a idolatria que é capaz de suscitar não é impossível que segmentos periféricos da Operação Lava-Jato sejam contaminados pela onipotência advinda dos triunfos das investigações e cometam indignidades incompatíveis com a sua missão saneadora. E isto não é hipótese. Convém lembrar que o nefando “Mein Kampf” (Minha Luta), escrito por Adolf Hitler em 1925-1926 e liberado para tradução e impressão, lido ou relido nos dias que correm talvez pareça desconexo, irracional, tacanho, mas no fim daquela década até meados da seguinte, o demoníaco manual levou uma das sociedades mais instruídas e disciplinadas da Europa e entregar-se ao mesmo desvario e fanatismo que grassa em ambientes mais primitivos. A foto da capa de “Veja” combinada às da retrospectiva de 2015 (pp.48-69) não parecem editadas por jornalistas, mas por consumados semiólogos e psicolinguistas a serviço de uma narrativa balizada por símbolos subliminais. Em seguida à figura intrépida e mansa de Moro, o Anjo do Bem, seguem-se uma Dilma Rousseff agachada para entrar no helicóptero, Eduardo Cunha fazendo enorme careta e a coleção dos ex-poderosos presos pela Lava-Jato conduzidos pelo onipresente “japonês” (o agente federal Newton Ishii). O culto à personalidade tem um incrível poder de irradiação, as venerações íntimas, pessoais – muito mais do que as vociferadas, ideológicas — são capazes de criar dinâmicas incontroláveis. As catástrofes do século passado foram produzidas pelo mesmo tipo de intoxicação – a devoção irrestrita a figuras totêmicas como Mussolin. Alberto Dines/Observatório da Imprensa

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‘Pool’ da delação compromete isenção da mídia

A delação premiada é recurso legítimo para apressar o processo penal. Pressupõe o respeito a algumas exigências, a principal é o sigilo absoluto. A divulgação do teor das confissões põe em risco a vida do próprio acusado ou de seus cúmplices, facilita a destruição de provas e estimula a fuga dos delatados. Desrespeitada a cláusula do sigilo, o pacto da delação corre o risco de ser invalidado a pedido de uma das partes, do Ministério Público ou da Justiça. Veja deveria ter pensado nisso antes de publicar no formato de reportagem o resumo das 42 horas de gravação do depoimento na Polícia Federal do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. A paranoia sensacionalista pelo “furo” pode produzir efeitos adversos, inclusive beneficiar a fonte do vazamento. Na “Carta ao Leitor” da edição 2390 (de 10/9, pág.13), o responsável pela revista, sem identificar-se, procura atribuir a responsabilidade aos “delegados da PF e procuradores [do MP]”. Puro despiste, visível cortina de fumaça. Delegados ou procuradores seriam facilmente identificáveis; o tal resumo estava pronto, serviu de base para as tais 42 horas de interrogatórios e foi oferecido como brinde à Veja.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Nele estão nomeados 12 personagens, entre eles um ministro, dois ex-governadores, deputados, senadores e a cúpula do Legislativo federal. É apenas uma amostra – a revista menciona a presença de um número bem maior de figurões: três governadores, seis senadores e 25 deputados. Padrões indesejáveis Na realidade não houve vazamento, houve troca de favores. Razões não faltam: a) chantagem para garantir maiores benefícios penais ao delator; b) advertência para dissuadir os interessados em “apagar” Paulo Roberto Costa; e, c) interromper o processo da delação, adiando-o para depois das eleições. Veja aprendeu a correr riscos e fez uma escolha. Inconcebível e indesculpável é que o grosso da grande imprensa tenha embarcado cegamente numa perigosa aventura em que o seu prestígio e credibilidade podem ficar seriamente comprometidos. Com o grosseiro compartilhamento de informações desprovido de qualquer complemento investigativo, a fina flor da nossa mídia atrelou-se a um modus operandi que em seminários e ágapes corporativos geralmente desaprova. Nivelou-se por baixo sem constrangimento e sem vacilações. O pool formado no último fim de semana a reboque de Veja confirma uma vocação concentradora de nossa imprensa incompatível com o conceito de pluralismo e justifica as cruzadas xiitas contra o PIG, Partido da Imprensa Golpista. A sucessão de escândalos envolvendo a Petrobras não pode servir de paradigma para um vale-tudo que empurra o nosso jornalismo para os padrões das redes sociais, e dos quais dificilmente se libertará. Para depois Foram imediatas as reações ao material divulgado por Veja & Associados. Já no domingo (7/9), PT e o PSB exigiram acesso ao texto da delação. No dia seguinte foi a vez da Petrobras e das duas CPI do Congresso. Dificilmente conseguirão quebrar o sigilo de um processo de delação acompanhado pela Procuradoria Geral da República e pelo Supremo Tribunal Federal. Mas podem adiar a sua conclusão para depois das eleições. Alberto Dines/Observatório da Imprensa

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Privatizações, FHC, Vale e o caixa do tucanato

Ahãn! Nada como a história; essa senhora implacável! Uma das coisas boas da Internet é a possibilidade de se fazer buscas em portais de órgãos de imprensa. Uma pesquisa nesses arquivos digitais, colunas e blogs inclusos, permite-nos comparar o ontem com o hoje, e saber quem publica notícia preocupado com a informação, e quem publica conforme a ocasião. Não tenho nenhuma restrição ao que assumem essa ou aquela posição. O que me espanta são os sepulcros caiados. Há tempos que a leitura de jornais e revistas deixou de ser um ato prazeroso, para se transformar em um exercício de desvendar quem está nas entrelinhas. Agora a notícia se resume na busca pelos holofotes, e na busca de como transformar o fato verdadeiro em argumento corporativo, partidário ou ideológico. Entendo que a publicação da informação deve fidelidade somente com a verdade. A pior corrupção é a das mentes. É a criminosa desinformação, que vai desde o silêncio conveniente até a distorção da verdade por penas de aluguel, e prática maior da desonestidade intelectual cometida de forma indecente no exercício nocivo de iludir corações e mentes. PS. A matéria da capa está na edição de 07/05/2002 [ad#Retangulo – Anuncios – Direita]

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Pânico na editora Abril

Precedente inglês já coloca Veja em pânico A decisão do parlamento inglês, país com tradição libertária muito maior do que o Brasil, de criar um órgão externo para fiscalizar as atividades dos meios de comunicação assusta a Editora Abril; segundo Veja, será usada pelos “liberticidas” para constranger a imprensa livre; na Inglaterra, Rebekah Brooks, ex-diretora do News of the World, de Rupert Murdoch, será investigada pelo esquema de grampos ilegais liderado pelo extinto jornal; no Brasil, Carlos Cachoeira realizava os grampos ilegais e, com seu braço na mídia, liderado por Policarpo Júnior, de Veja, pressionava políticos e governos 247 – A história é conhecida. Mais ou menos na mesma época, no início do ano passado, dois escândalos paralelos eclodiram. [ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda]Na Inglaterra, foi descoberta a conexão entre um esquema de grampos ilegais, que envolvia policiais e jornalistas do News of the World, de Rupert Murdoch. Jornalistas e policiais foram presos e o jornal foi extinto, não sem antes pedir desculpas ao público, em sua última edição. Mais recentemente, a Inglaterra, um país de tradição libertária, aprovou uma nova regulamentação para a mídia, que cria um órgão externo para fiscalizar a atividade de jornais, revistas e demais meios de comunicação. No Brasil, a Operação Monte Claro, da Polícia Federal, expôs as vísceras da organização do bicheiro Carlos Cachoeira, que, antes desse episódio, era chamado de “empresário de jogos” pela revista Veja. Especializado em todo tipo de interceptações, muitas vezes ilegais e clandestinas, o grupo de Cachoeira possuía um braço forte nos meios de comunicação, cuja peça mais forte era Policarpo Júnior da revista Veja. O desfecho aqui, no entanto, foi bem diferente. Graças a um acordo entre veículos conservadores de comunicação e o PMDB, Policarpo não foi convocado pela CPI do caso Cachoeira. Embora o relatório tenha citado o nome de vários jornalistas, nenhum foi indiciado, uma vez que o texto de Odair Cunha (PT-MG) não foi nem sequer apreciado pela comissão. Mas Veja, no entanto, parece ter informações que a amedrontam. Na edição desta semana, a revista aborda o caso do News of the World e diz que ele será empregado no Brasil com fins torpes. “A medida interrompe 300 anos de liberdade de imprensa e vai ser aproveitada pelos liberticidas no Brasil”, diz o texto, numa reportagem interna. Mais do que isso, com tremenda desfaçatez, o diretor de redação, Eurípedes Alcântara, também aborda o caso no editorial “Crime e Castigo”, com imagem do News of the World, como se Veja não tivesse nada a ver com a discussão. Diz Eurípedes que a regulação prejudica a liberdade e que a função da imprensa séria é “de ser os olhos e ouvidos da nação na busca da verdade e na vigilância constante sobre os poderosos”. O fato incontestável, no entanto, é que, em vários momentos, Veja foi olhos e ouvidos de Cachoeira em defesa dos interesses privados do próprio bicheiro, na sua relação de extorsão sobre os poderosos.

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Tópicos do dia – 18/09/2012

08:18:24 Vídeo compromete campanha de Mitt Romney O candidato a Presidenete dos Estados Unidos pelo Partido Republicano teve abalada sua campanha a presidência por causa da divulgação de um vídeo. Mitt Romney foi flagrado declarando que ‘47% dos eleitores dependem do governo’ e que seu trabalho não é se ‘preocupar com essas pessoas’. Romney, que quer ocupar o lugar de Barack Obama na Casa Branca, sede do governo dos USA, afirma que 47% dos americanos são “dependentes do governo”, “não pagam imposto” e acreditam possuir “direito a ter cobertura de saúde, alimentação, teto, tudo aquilo que vocês quiserem”. O comitê do Partido Democrata de Obama soltou nota onde afirma que “é chocante que um candidato à Presidência dos Estados Unidos diga, a portas fechadas e a um grupo de doadores ricos, que a metade dos americanos se vê como ‘vítima’ e não é capaz de ‘cuidar de suas vidas com as próprias mãos’”, prossegue a nota. 08:58:55 Senador quer garantir laudo pericial único para pessoas com deficiência O senador Gim Argello (PTB-DF) apresentou nesta segunda-feira (17) diversos projetos de sua autoria a serem analisados e debatidos pelo Senado no próximo mês.  Entre eles está o projeto que garante validade indeterminada a laudos médicos periciais que atestem deficiência permanente no paciente. Para o senador, é injusto que a pessoa com deficiência precise renovar periodicamente seus laudos médicos e periciais para ter acesso a benefícios previdenciários ou sociais. De todos os brasileiros, cerca de 15% têm algum tipo de deficiência – o que equivale a quase 30 milhões de pessoas. “Cabe ao Congresso ajudar a melhorar a qualidade de vida dessa parcela da população”, explica o senador. 09:50:20 Cadê a fita? Por que o PT silencia? Por que o PT não exige a publicação do áudio da fita? Pois é! Fica a impressão que eles, Petistas, sabem que a fita existe e querem que o assunto caia no esquecimento. Agora, ainda não entendi porque a revista não divulga a fita. Nesse caso, fica a impressão, que a fita estaria sendo reservada para “quando o carnaval chegar”, o que, a parte a analogia carnavalesca, e se confirmada à intenção, exala odor de chantagem. Por outro lado, não entendo o que o Procurador Roberto Gurgel está aguardando para abrir inquérito para apurar o fato, que, se verdadeiro, terminará de enterrar o Lula e o que sobrou, uma “merrequinha” de nada, do PT. Aguardemos! 10:04:05 Privataria Tucana e O Chefe. Dois livros que todo brasileiro alfabetizado deveria ler. 10:17:33 Ministro Joaquim Barbosa joga pá de cal em tese de caixa dois Ministro do STF se apoiou em sólidas provas periciais. por: Wálter Maierovitch 16:32:22 Efeito mensalão faz gerente de Cachoeira tentar vender seus imóveis para fugir do país. Está cada vez mais interessante o efeito moralizador do julgamento do mensalão pelo Supremo. Já registramos aqui que o governador Sergio Cabral e seu principal cúmplice, o secretário de Saúde Sergio Côrtes, vão deixar a política e se preparam para morar no exterior. Eles têm razão em estarem apavorados. Em Brasília, o gerente do esquema do bicheiro Carlinhos Cachoeira, José Olímpio Queiroga Neto, também entrou em depressão e contratou corretores para vender as propriedades dele na região metropolitana da capital, as quais, segundo a polícia, foram compradas com dinheiro do crime. Seu objetivo seria fugir para os Estados Unidos. Em Brasília, circula a informação de que o patrimônio de outros membros da quadrilha do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, está sendo vendido às pressas e pela metade do preço. Temendo uma possível ação da Justiça, o grupo criminoso articulou uma rede de vários corretores para “fazer dinheiro” o mais rápido possível e se livrar dos bens adquiridos a partir de atividades ilícitas. Carlos Newton/Tribuna da Imprensa 17:39:21 Toffoli aparece envolvido no Mensalão. Banco Rural põe nos autos do Mensalão documento que cita Toffoli O advogado Celso Serra comunica ao Blog da Tribuna que o jornalista Felipe Patury acaba de disponibilizar no site da revista Època uma corrosiva informação sobre o ministro Dias Toffoli, que abala ainda mais as suas condições de legal e eticamente prosseguir no julgamento do mensalão. É por isto que o ministro anda tão nervoso. Afinal de contas, o julgador irá julgar-se ? Vale a pena ler: Constrangimento O Banco Rural juntou aos autos do mensalão um documento que cita Toffoli como delegado do PT Uma certidão da comissão executiva do PT se destaca entre os documentos apresentados ao Banco Rural para compor o cadastro que o partido fez para obter o empréstimo de R$ 3 milhões, sob análise do Supremo Tribunal Federal. Na ata, constam nomes de dirigentes do partido que se tornaram réus no mensalão: José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares. Aparece também, na condição de delegado do PT, o então advogado da legenda, José Antônio Dias Toffoli. O Rural inseriu a certidão nos autos do mensalão, analisados por Toffoli, agora na condição de juiz do Supremo Tribunal Federal. O ministro não se manifestou. Seus auxiliares dizem que a certidão foi expedida dois anos antes do empréstimo e que o fato de ele ter sido delegado do PT é conhecido. Angustiado Ainda no site da Época, uma nota de Igor Paulin assinala o seguinte: Aos amigos, o ministro do Supremo Tribunal Federal José Dias Toffoli tem dito estar angustiado com suas opções no processo do mensalão, que começa a ser julgado nesta quinta-feira pela Corte. O ministro acredita que sua imagem será arranhada em todos os cenários que se projetam para ele. Segundo suas projeções, considerar-se inepto para o julgamento ou votar pela condenação dos réus são situações que farão com que o ministro perca os amigos no PT. Se participar do julgamento e absolver os réus no processo, seu desgaste será com a opinião pública. Tribuna da Imprensa  [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Daniel Dantas e Madoff

O caso Madoff e o caso Dantas Bernard Maddof deu um golpe de US$ 65 bilhões no mundo. Menos de um ano depois de descoberto está preso. Ontem houve uma audiência e ele saiu de lá algemado até uma cela pequena. O juiz distrital Denny Chin Madoff considerou que Madoff poderia fugir, já que é prevista uma pena de 150 anos para ele. Madoff foi ao Tribunal com um colete à prova de bala, tal a fúria do público que cercou o local – parte deles, vítima de seus golpes. Apesar de declaração de arrependimento, não divulgou o nome de familiares que participaram do golpe, nem de investidores que tinham recursos de origem duvidosa aplicados com ele. Maddof estava livre após pagar fiança de US$ 10 milhões. O juiz revogou a fiança. É longa a relação de crimes admitidos por Maddof: fraudes com títulos, lavagem de dinheiro, falso testemunho, traição a quase 5 mil clientes, perdas de US$ 65 bilhões. O esquema começou a ser praticado na década de 80. Consistia em pagar dividendos aos clientes mais antigos com os recursos depositados pelos novos clientes – o chamado “esquema Ponzi”, a popular corrente da felicidade que quebra quando o fundo deixa de crescer. Para manter a bicicleta rodando, Madoff fez de tudo, fraudou contas, extratos, rodada o dinheiro entre bancos de Nova York e Londres, para passar a impressão de prosperidade. Para girar uma roda de US$ 65 bilhões em depósitos, Maddof possuía apenas US $ 1 bilhão em ativos. Enquanto tais fatos ocorriam nos Estados Unidos, no Brasil, um banqueiro preso depois de um flagrante de tentativa de suborno, foi libertado duas vezes pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). O uso de algemas na sua prisão indignou Gilmar Mendes; a gravação do suborno, não. Ao mesmo tempo, políticos, grandes jornais, redes de televisão entraram em uma corrente de criminalização dos funcionários da lei que desvendaram a trama do banco Opportunity. E pouco falam dos crimes de Daniel Dantas. No fundo esta é a grande diferença entre os Estados Unidos e o Brasil. Economistas liberais, jornalistas conservadores, cansaram os ouvidos da população com as reclamações contra a falta de segurança jurídica no país. Que o capital, para entrar e ajudar o país a se desenvolver, deveria ter regras rígidas nas quais confiar. Uma dessas regras fundamentais – em qualquer economia capitalista moderna – é a capacidade das autoridades de levantar crimes e prender criminosos. Quando se chega nesse universo dos colarinhos-brancos, cessa o discurso neoliberal. O exemplo que vem do norte não mais é invocado. Prisão de banqueiros desonestos, levantamento de esquemas de lavagem de dinheiro, condenação rápida dos infratores e esse conjunto de medidas rápidas, permite o renascimento permanente da economia norte-americana, após cada grande crise. Enquanto isto, o Brasil patina na impunidade, na complacência, nas armações – como a que junta a revista Veja com a CPI dos Grampos. No fundo, esse é o grande desafio para o Brasil aspirar a ser uma nação grande e justa: romper com esse pacto de banditismo que parece ter se consolidado nos quatro poderes do país. blog Luis Nassif

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Aborto e excomunhão. Entrevista com Dom José Cardoso Sobrinho

Trechos da entrevista que Dom José Cardoso Sobrinho, bispo de Olinda e Recife, concedeu à revista Veja nas Páginas Amarelas. Abaixo trechos da entrevistas. entrevista a Juliana Linhares Por que o senhor acha que tantas pessoas, católicas em sua maioria, ficaram revoltadas com a sua posição no caso da excomunhão dos adultos envolvidos no aborto da menina violentada? Em primeiro lugar, nós temos de colocar essa questão no âmbito religioso. Acreditamos em Deus? É sim ou é não. E eu suponho que a grande maioria das pessoas acredita. E acreditar em Deus significa aceitar que Deus é a origem de tudo e é também o nosso fim. Essa é uma verdade fundamental. É premissa importantíssima para dizer que a lei de Deus está acima de qualquer lei humana. E a lei de Deus não permite o aborto. Então, se uma lei humana está contradizendo uma lei de Deus, no caso, a que permitiu a operação, essa lei não tem nenhum valor. Quanto ao que você afirma, sobre as pessoas estarem revoltadas, tenho de dizer que também houve um clamor grande, eu diria enorme, de autoridades de Roma a meu favor. Tenho sido insultado, claro, mas hoje mesmo recebi uma carta de Giovanni Battista Re, prefeito da Congregação para os Bispos em Roma, em que me elogia. O que o senhor diria aos católicos que condenaram sua atitude? Antes de tudo, quero deixar bem claro que não fui eu que excomunguei os médicos que praticaram o aborto e a mãe da menina. Isso é falso. Eu não posso excomungar ninguém. Eu simplesmente mencionei o que está escrito na lei da Igreja, o cânone 1 398, do Código de Direito Canônico, que está aí nas livrarias para qualquer um ler. Por essa lei, qualquer pessoa que comete aborto está excomungada, por uma penalidade que se chama latae sententiae, um termo técnico que significa automática. Então, não foi dom José Cardoso Sobrinho quem os excomungou. Eu simplesmente disse a todos: “Tomem consciência disto”. Qualquer pessoa no mundo inteiro que pratique o aborto está incorrendo nessa penalidade – mesmo que ninguém fale nada. Quem é católico sabe que na primeira carta de São Paulo a Timóteo, no capítulo II, está escrito: Deus quer que todos sejam salvos. Por que estupradores não são também automaticamente excomungados? A nossa santa Igreja condena todos os pecados graves. O estupro é um pecado gravíssimo para a Igreja, assim como o homicídio. Agora, a Igreja diz que o aborto, isto é, o ato de tirar a vida de um inocente indefeso, é muito mais grave que o estupro, que o homicídio de um adulto. Qualquer pessoa inteligente é capaz de compreender isso. Eu não estou dizendo que o estupro e a pedofilia são coisas boas. Mas o aborto é muito mais grave e, por isso, a Igreja estipulou essa penalidade automática de excomunhão. Em que outros casos se aplica a excomunhão automática? No Código de Direito Canônico anterior, promulgado por Bento XV, havia cerca de quarenta motivos para a excomunhão automática. Em 1983, sob a autoridade de João Paulo II, foi publicado um novo Código. O atual os reduziu a apenas nove. São eles: o aborto; a apostasia, que é quando a pessoa abandona a religião; a heresia, que acontece quando uma pessoa nega um dogma da Igreja; a violência física contra a pessoa do papa; a consagração de um bispo sem a licença do papa; o cisma; a absolvição por um sacerdote do cúmplice de um pecado da carne; a violação direta do segredo da confissão; e a profanação das hóstias consagradas.

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Veja mentiu; afirma Protógenes Queiroz

Cada vez mais os brasileiros não devemos nos deixar levar pela versão unilateral dos fatos. Principalmente quando a versão é oriunda da sujíssima Veja, useira e vezeira em cultuar o sensacionalismo, sem ter o cuidado de ouvir a outra parte. Abaixo, em contraponto à reportagem da revista, a versão de Protógenes Queiroz, publicada no blog do delegado, que teve a “audácia” de “incomodar” Daniel Dantas. Ao povo brasileiro e aos internautas a revista Veja, edição 2103, ano 42, nº 10, datada de 11 de março de 2009, anuncia em sua capa com título ” Exclusivo – A tenebrosa máquina de Espionagem do Dr. Protógenes; Veja teve acesso ao conteúdo do computador apreendido pela Polícia Federal na casa do Delegado do famoso caso Satiagraha; Protógenes bisbilhotou clandestinamente Senadores, José Dirceu, Mangabeira Unger, FHC, José Serra, o Presidente do Supremo-até a vida amorosa da Ministra Dilma Rousseff. ” No seu conteúdo as fls. 84/91 as informações mentirosas produzidas e assinadas pelos jornalistas Expedito Filho, Alexandre Oltramari e Diego Escosteguy, que quanto ao papel da liberdade de imprensa geral e irrestrita sou plenamente favorável, desde que se apure os excessos que por ventura venham atingir a honra das pessoas e fatos ali não verdadeiramente relacionados, sobretudo quando fabricam escândalos envolvendo altas autoridades e instituições ou Poderes da República. Não é a primeira vez que estamos diante de fatos semelhantes publicados de forma bandida e irresponsável envolvendo situação anterior que provocou o desmantelamento do Sistema Brasileiro de Inteligência – SISBIN ( Gabinete de Segurança Institucional, Agência Brasileira de Inteligência; Inteligência das três forças militares – Marinha-Exército-Aeronáutica; Inteligência da Polícia Federal, e outros ). E aqui fica uma pergunta: A quem interessou tal fato ? Hoje vivemos num clima mercantilista corrupto em que a credibiliade de um órgão de imprensa que no passado teve sua importãncia histórica, hoje lamentávelmente constitui parte dessa engenharia política e comercial sórdida disponíveis a serviço de um poder até então não identificado, mas que possivelmente ultrapassam as nossas fronteiras. Outro fato importante e criminoso é a divulgação ( fls. 85 da revista Veja, edição 2103, ano 42, nº 10, datada de 11 de março de 2009 ) de documento sigiloso de uma investigação presidida pelo Delegado de Polícia Federal Amaro Vieira Ferreira IPL 2-4447/2008 – DELEFAZ/SR/DPF/SP, além de levar ao conhecimento público do documento, revela a identidade nominal de dois oficiais de inteligência da ABIN, o que é gravissímo, não merece ser desprezado tal fato, pois a banalização fragilizam as Instituições no tocante a segurança externa do Brasil. É oportuno registrar que nesse mencionado Inquérito Policial sou também investigado, mas em nenhum momento fui se quer ouvido ou exibido documentos e materiais apreendidos relacionados nos autos de busca e apreensão encontrados em minha residência, a fim de dirimir qualquer dúvida a respeito. Com esse preâmbulo reflexivo passamos agora contrapor as mentiras ali lançadas na matéria acima indicada:

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Sarney quer investigação da espionagem

Sei não. Sarney querendo que lá o que for, sendo investigado. Hummm… Estranho. Como costuma dizer Zé Bêdêu, o derradeiro abestado crédulo da Praça do Ferreira em Fortaleza, aí tem! Sarney quer PF investigando ‘espionagem’ pois considerou a denúncia muito grave. O presidente do Senado, José Sarney, decidiu encaminhar solicitação ao ministro Tarso Genro (Justiça) para que a Polícia Federal seja designada para investigar a denúncia do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) de que sua vida estaria sendo “espionada” por uma conhecida empresa de investigações, a Krolll Associates. Sarney considerou a denúncia muito grave e também resolveu designar representantes do próprio Senado e do Ministério Público Federal para acompanhar as investigaões da PF. Jarbas contou à revista Veja que um detetive particular do Recife teria dito a ele que recusara um serviço proposto pela Kroll, no sentido de investigar sua vida. Jarbas prometeu levar o assunto ao plenário do Senado na próxima terça-feira (10). O senador pernambucano ganhou as manchetes desde quando decidiu repentinamente acusar de irregularidades próceres do seu próprio partido, como Sarney e o líder da bancada no Senado, Renan Calheiros.

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