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Poesia – Renata Pallottini – 13/07/2021

Boa noite. O Grito Renata Pallottini se ao menos esta dor servisse se ela batesse nas paredes abrisse portas falasse se ela cantasse e despenteasse os cabelos se ao menos esta dor se visse se ela saltasse fora da garganta como um grito caísse da janela fizesse barulho morresse se a dor fosse um pedaço de pão duro que a gente pudesse engolir com força depois cuspir a saliva fora sujar a rua os carros o espaço o outro esse outro escuro que passa indiferente e que não sofre tem o direito de não sofrer se a dor fosse só a carne do dedo que se esfrega na parede de pedra para doer doer doer visível doer penalizante doer com lágrimas se ao menos esta dor sangrasse

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Renata Pallottini – Versos na tarde – 09/04/2014

Cerejas, meu amor Renata Pallottini ¹ Cerejas, meu amor, mas no teu corpo. Que elas te percorram por redondas. E rolem para onde possa eu buscá-las lá onde a vida começa e onde acaba e onde todas as fomes se concentram no vermelho da carne das cerejas… ¹ Renata Pallottini * São Paulo, SP. – 20 de Janeiro de 1931 d.C Cursou Direito, Filosofia e Dramaturgia; escreveu e produziu trabalhos para teatro e televisão. Publicou, entre outros, os livros: A casa, Clube de Poesia, São Paulo, 1958; Coração americano, Editora Meta, São Paulo, 1976; Chão de palavras, Editora Círculo do Livro, São Paulo, 1977; Noite afora, São Paulo, 1978; e Obra poética, Editora Hucitec, São Paulo, 1995. Coordenou e participou da Anthologie de la poésie brésilienne, Editions Chandeigne, Paris, 1998, que reuniu quatro séculos da nossa história literária.   [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Renata Pallottini – Versos na tarde – 30/03/2013

Esta Canção Renata Pallottini ¹ Esta canção rateia a tarde clara buscando a minha voz que é sua fonte. Assim voltam os pássaros ao campo, assim volta o horizonte ao horizonte. Sou o doido que canta para si, cônscio de não saber nem do que inventa; recriando o criado, ele sorri, ciente de que não faz nem acrescenta. Tudo já foi, apenas se repete; este lugar de amor será pregresso quando for dor a dor que se promete. Chegou-me agora o que já foi futuro; assim Deus me prepara o teu regresso como se planta um poema nascituro. ¹ Renata Pallottini * São Paulo, SP. – 20 de Janeiro de 1931 d.C Cursou Direito, Filosofia e Dramaturgia; escreveu e produziu trabalhos para teatro e televisão. Publicou, entre outros, os livros: A casa, Clube de Poesia, São Paulo, 1958; Coração americano, Editora Meta, São Paulo, 1976; Chão de palavras, Editora Círculo do Livro, São Paulo, 1977; Noite afora, São Paulo, 1978; e Obra poética, Editora Hucitec, São Paulo, 1995. Coordenou e participou da Anthologie de la poésie brésilienne, Editions Chandeigne, Paris, 1998, que reuniu quatro séculos da nossa história literária. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Renata Pallottini – Versos na tarde

Finisterrae Renata Pallottini ¹ Aqui começa o fim Feito de vento. Enlouqueceu a bússola Do tempo. Naufragam as certezas Do infinito. Aqui se acaba o mapa Nasce o mito. Aqui começa a morte Em naves findas. Aqui começa o medo. Como um grito. ¹ Renata Pallottini * São Paulo, SP. – 20 de Janeiro de 1931 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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