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Pelo 5º ano, Brasil é líder em mortes em conflitos de terra; Rondônia é Estado mais violento no campo

Desde 2011, o Brasil é o país onde mais pessoas morrem em conflitos de terra no mundo. Indígenas representam 40% das mortos por conflitos de terra no mundo Image copyright AG. CÂMARA Divulgado nesta segunda, o relatório “Em Solo Perigoso”, da ONG Global Witness, traz o país mais uma vez no topo do ranking de assassinatos violentos provocados por disputas de território rural. No ano passado, 185 pessoas morreram em situações de violência no campo em todo mundo – o número é 59% maior do que o de 2014. Só no Brasil, foram 50 – os Estados mais violentos são Rondônia e Pará, com 20 e 19 mortes, respectivamente.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] No relatório, a Global Witness alerta para a falta de investigação de crimes relacionados a conflitos de terra no Brasil e pede maior proteção a ativistas da causa. A ONG cita a história de Isídio Antônio, líder de uma comunidade de pequenos produtores do Maranhão e uma das vítimas mais recentes – ele recebeu diversas ameaças de morte por denunciar extração ilegal de madeira e acabou assassinado. O crime não foi solucionado, lembra a organização. Extração ilegal de madeira colabora para mortes no campo, afirma ONG Image copyright WILSON DIAS/ABR A Global Witness também chama a atenção para a violência provocada pela extração ilegal de madeira. Há uma estimativa de que 80% da madeira extraída no Brasil seja fruto de operações ilegais – isso representaria 25% da madeira ilegal no mercado mundial, cujos maiores compradores são os Estados Unidos, a China e o Reino Unido. “Os assassinatos que ficam impunes em remotas áreas de mineração ou no interior das florestas tropicas são impulsionados pelas escolhas que os consumidores estão fazendo do outro lado do mundo”, disse Billy Kyte, um dos autores do estudo. “As empresas e os investidores devem cortar relações com os projetos que desrespeitam os direitos das comunidades às suas terras.” Maiores vítimas Em 2015, 40% das vítimas contabilizadas em todo o mundo eram indígenas, afirma o relatório da Global Witness. “O frágil direito à terra e o seu isolamento geográfico fazem com que esse grupo seja um alvo frequente da apropriação ilegal de terras e de recursos naturais”, afirma o documento. A ONG coloca como principais responsáveis pelas mortes no campo a indústria de minérios (responsável por 42 assassinatos), o agronegócio (responsável por 20), a extração de madeira (responsável por 15) e as usinas hidroelétricas (responsável por 15). A entidade também aponta que o número real de mortes tende a ser bem maior, já que os casos costumam ser subnotificados. Crimes provocados por conflitos de terra muitas vezes ficam sem solução Image copyright PABLO RODRIGUES Além do Brasil, outros países que aparecem na parte de cima da lista são as Filipinas, com 33 assassinatos, seguida por Colômbia (26), Peru (12), Nicarágua (12) e República Democrática do Congo (11). Na conclusão do relatório, a Global Witness faz um apelo para que os países que aparecem na lista tomem medidas urgentes para combater a violência no campo. Entre elas: – Aumentem a proteção de ativistas ambientais que correm riscos de violência, intimidação ou ameaças; – Investiguem os crimes, incluindo seus idealizadores corporativos e políticos, assim como os assassinos, e apresentem os autores à Justiça; – Apoiem o direito de ativistas de dizer não a projetos em suas terras, e assegurem que as companhias busquem o seu consentimento prévio; – Solucionem as causas subjacentes da violência contra defensores (as), reconhecendo formalmente os direitos das comunidades a suas terras e combatendo a corrupção e as ilegalidades que assolam os setores de recursos naturais.

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Kátia Abreu: senadora sai de audiência com Dilma Rousseff elogiando o MST

Brasil: da série “me engana que eu gosto!” Lembram da Senadora Kátia Abreu? O cabelo continua o mesmo, mas a ideologia… A também presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), e uma iracunda, implacável e ferina opositora de quaisquer coisas que se relacionem ao Lula e ao PT, MST incluso. Pois não é que leio que a referida senhora saiu de uma reunião com a Gran Petista Presidente Dilma Rousseff, no Palácio, elogiando o MST! O que terá se passado nessa audiência? A Senadora também afirmou que são “justas” as atuais reivindicações do movimento liderado pela Via Campesina – que reúne o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Comissão Pastoral da Terra (CPT), ligada à igreja católica, e o chamado Movimento dos Pequenos Agricultores. Sua (dela) excelência também assumiu com a presidente o compromisso de não se opor ao governo na votação do Código Florestal no Senado, pauta polêmica que divide ambientalistas e ruralistas. Mais uma que desembarcou da oposição. O sábio maluco beleza continua lúcido: “parem o mundo que eu quero descer!” PS. A senadora divulgou a seguinte nota sobre as polêmicas declarações: “A respeito das declarações a mim atribuídas sobre pretenso apoio às reivindicações do MST e da Via Campesina e suposto compromisso de não me opor ao governo na votação do Código Florestal, no Senado, que teriam sido manifestadas depois da audiência, na última terça-feira, dia 23/8, com a presidente da República, Dilma Rousseff, considero de fundamental importância restabelecer a verdade dos fatos, esclarecendo que: 1) Sempre defendi a importância da assistência técnica para os pequenos produtores rurais, pois é a única forma de adotarem boas práticas agronômicas e obter renda. Da mesma forma, defendo a adoção de políticas públicas que ofereçam soluções para o endividamento dos chamados “pronafianos”. E isto coincide com reivindicações de alguns destes movimentos sociais; 2) Quanto à votação do novo Código Florestal, creio que não é do interesse de ninguém derrotar o governo. Confio que encontraremos um caminho para que todos saiam vencedores deste debate. Estarei, em todo o momento, como me compete, defendendo as prerrogativas do setor agropecuário e do Brasil. Por fim, saí da audiência com a presidente Dilma Rousseff convicta de que encontraremos um bom caminho para promover a maior e mais sustentável agropecuária do planeta. Fiquei especialmente feliz com a oportunidade que finalmente se abriu de lhe apresentarmos pessoalmente as demandas do nosso setor para a necessária revisão do Código Florestal brasileiro. Brasília, 25 de agosto de 2011 Senadora Kátia Abreu Presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)

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Kátia Abreu: uma Senadora ilumina as trevas da oposição

O midiático ministro do colete, ops!, do Meio Ambiente, Carlos Minc, encontrou quem, como diz o “neo-neologista” Galvão Bueno, quem o “encare de frente”! De dentro dos coloridos, bregas e ribaltinos coletes, sua (dele) ex-celência, procura “ambiente” que venha a garantir sua (dele) periclitante chance de se reeleger deputado pelo Rio de Janeiro. Apesar de pertencer ao DEM — continuo acreditando ser gozação chamar de democrata um partido, filhote do PFL, onde pululam Marco Maciel, Ronaldo Caiado, os herdeiros do soba baiano ACM e outras “democráticas” figuras — a lúcida e emblemática Senadora Kátia Abreu desmonta toda e qualquer argumentação do ministro na questão da posse das terras na Amazônia. O editor Mais sintoma de uma pré-campanha eleitoral do que “grito” de ambientalista. Para a presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), os ataques do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, aos ruralistas e aos colegas de Esplanada têm motivação eleitoral. “Ele está montando o circo para ganhar a eleição. Está com problemas de eleição no Rio.” Kátia não ficou convencida com a demonstração de reconhecimento público feito por Minc, que afirmou ter se excedido ao chamar os ruralistas de “vigaristas” na semana passada e que iria buscar entendimento com a senadora. “Minc não pode se auto absolver; a mim, ele não engana”, disse. De acordo com a senadora, o melhor era que o assunto se encerrasse, pois, segundo ela, está se estendendo demais. “Não quero fulanizar o tema, mas mantenho a posição de início até que esse senhor mude de comportamento”, afirmou. Para a presidente da CNA, como ministro de Estado Minc age mal não só ao expor o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, como também os demais ministros. Na semana passada, o ministro do Meio Ambiente revelou a jornalistas que, em encontro reservado com o presidente, demonstrou insatisfação em relação a alguns colegas. Ao Estado, chamou o governo de “casa da mãe joana”. A presidente da CNA disse ter notado nas entrelinhas do discurso de Minc certa ironia. “Ele disse que falaria até com os ruralistas. Por que esse até? Não somos criminosos”, justificou. Kátia também afirmou que não está disposta a ouvir elogios do ministro, mas se mostrou disponível a conversar, assim que ele deixar de lado as ironias e vulgaridades. Ontem, o ministro fez a seguinte pergunta: “Ora, se fiz acordo com a soja, com a cana e com o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, por que não posso fazer com a senadora Katia Abreu, que é muito mais bonita, muito mais simpática e muito mais articulada?” Célia Froufe – O Estado de São Paulo

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