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Estados Unidos, um país à beira da desintegração

Os EUA parecem não encontrar mais paz. Mais uma vez, policiais foram mortos, e cresce a preocupação com novos tumultos e protestos. A ordem habitual do país corre perigo de se esfacelar, opina a jornalista Ines Pohl. Ines Pohl é correspondente da DW em Washington De maneira alarmante, os Estados Unidos parecem ser a prova do quão rapidamente sociedades democráticas podem ficar fora de equilíbrio em um mundo em que as forças centrífugas da globalização rasgam as ordens políticas conhecidas. Um mundo em que as pessoas procuram refúgio no nacionalismo e não conseguem mais encontrar paz no frenesi do mundo digital.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Contextos já não são analisados como deveriam. Em vez disso, culpados são rapidamente encontrados, bodes expiatórios são nomeados. O mundo está dividido em “bem e mal”, em “nós e eles”. A realidade se tornou estressante, não existem mais respostas fáceis, e uma análise honesta chegará sempre à conclusão de que o mundo rico tem que prover, pois o mundo pobre já não quer mais ficar assistindo pacificamente ao que está acontecendo. Por isso que nos Estados Unidos, esse país de imigrantes, vem crescendo a agressão entre diferentes culturas, religiões, cores de pele. Por isso, pessoas são diariamente baleadas na rua, estudantes e policiais são mortos a bala. Certamente as liberais leis de armas têm algo a ver com isso. E é verdade que o racismo, que muitos achavam superado, desempenha um papel terrivelmente importante. Ainda. No entanto, o problema tem mais uma dimensão. A ordem habitual do país corre perigo de se esfacelar. As pessoas já não estão mais dispostas a aceitar as consequências da nova ordem mundial. Políticos não parecem encontrar – junto com instituições, sindicatos, autoridades estaduais, policiais e sociedade civil – soluções credíveis. Quem viaja pelos Estados Unidos em 2016 encontra um país em fuga da realidade. Isso combina com o fato de que um homem cujo grande sucesso foi celebrado em um reality show se prepara para se tornar o próximo presidente dos Estados Unidos da América. As pessoas se refugiam em mundos virtuais. As pessoas encenam fotos para o Snapchat, Facebook, Instagram ou outras mídias sociais. Quem viaja por este país pode observar como crianças de um ano posam para foto quando avistam uma câmera. Elas vivenciam adolescentes que, aos sábados, não conversam uns com os outros no bar, mas ficam lado a lado, posando para as fotos que vão diretamente para a internet. A realidade está se transformando em um palco para a encenação de uma vida que muitas vezes não condiz com a realidade. Há estudos que mostram que, para muitos, a visita ao restaurante, a caminhada na praia, o jantar de família só é “vivenciado” quando as fotos e videoclipes são postados na internet. E isso serve até mesmo para o memorial diante da delegacia de polícia em Dallas, onde as pessoas só começaram a soluçar e se abraçar quando uma câmera foi apontada para elas. Donald Trump aposta na realidade encenada, incluindo os castelos do sonho em seus campos de golfe, as torneiras de ouro na Trump Tower, a cor artificial do rosto e o cabelo falso. Ele tem que fazê-lo porque lhe falta substância. Ele pode fazê-lo porque aprendeu cedo a seduzir as pessoas. E ele tem tanto sucesso porque muitos preferem sonhar com um mundo passado a trabalhar

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O vídeo amador como arma política

O uso de vídeos para documentar incidentes entre cidadãos e policiais ganhou um impulso decisivo depois da viralização das imagens da morte de dois norte-americanos negros em confusos incidentes com agentes da lei. Trata-se de um novo padrão de conduta capaz de ter enormes repercussões não apenas no que se refere ao papel dos responsáveis por redes sociais ou sites noticiosos mas, principalmente, no  comportamento das pessoas. Os casos dos dois norte-americanos executados por policiais mostrou dois tipos antagônicas de conduta pessoal. Enquanto a maioria dos brancos buscava motivos para evitar a propagação dos vídeos em redes sociais e lamentava a viralização de cenas de violência, uma boa parte dos negros adotou a tese de que os equipamentos de filmagem e fotografia se tornaram uma eficiente arma de defesa contra arbitrariedades policiais.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A divulgação maciça de imagens mostrando como o racismo ainda impregna sociedades como a norte-americana e a brasileira envergonha os segmentos sociais com maior poder aquisitivo e onde os brancos são geralmente maioria. Em compensação, a visibilidade ampla geral e irrestrita passou a ser uma reivindicação dos setores mais pobres e discriminados. Começa a se tornar clara uma inversão de discursos em função de uma nova realidade criada pelas novas tecnologias de comunicação e informação. Outro comportamento novo surgido em função das facilidades de documentação  geradas por equipamentos portáteis como celulares e tablets com câmeras é uma especie de guerrilha visual promovida por grupos de pessoas, como mostrou o jornal The Washington Post, no dia 7 de julho. Não são vídeos feitos ao acaso por transeuntes ou motoristas, mas ações planejadas com base em informações obtidas no sistema de rádio da polícia, como ocorreu na cidade de Baton Rouge, Louisiana, quando um grupo chamado Stop the Killing (Parem a matança) filmou a morte de Alton Sterling, por um tiro disparado por um policial quando já estava imobilizado no chão. Curiosamente, Stop de Killing, criado em 2001,  não pretende denunciar a violência policial mas sim as execuções entre gangs rivais. Mas o fundador do grupo,  Arthur Reed, 43 anos, acha que a violência, especialmente no sul dos Estados Unidos, deixou de ser um problema policial para se transformar num dilema social e politico. Segundo Reed, os negros não confiam mais no sistema legal e descobriram que a comunicação e a informação são mais eficientes para forçar novas atitudes nos governos municipais, estaduais e federal, nos Estados Unidos. As principais redes sociais, como Facebook, passaram a enfrentar um problema complicado que é o de determinar como e quando um vídeo com imagens impactantes deve ou não ser veiculado. Trata-se de uma linha divisória extremamente tênue e fluida porque uma cena pode ser justificável para um grupo de pessoas e injustificável para outro. Pode ser vista como jornalisticamente válida em determinadas circunstâncias e justo o contrário noutro contexto. A decisão de jornalistas e curadores de notícias torna-se extremamente complexa porque seus responsáveis terão que enfrentar inevitáveis repercussões que circularão em tempo real dentro das redes gerando reações sociais que podem facilmente tornar-se incontroláveis.  Este não é um problema apenas dos norte-americanos porque nós aqui no Brasil também estamos expostos às mesmas circunstâncias e seus desdobramentos. A rede Facebook criou uma equipe especial encarregada de vigiar a circulação de mensagens de texto, audio e video durante 24 horas, sete dias da semana. Mas a própria rede admite que é impossível uma vigilância 100% efetiva porque ela vai depender da informação, experiência e agilidade de quem for tomar a decisão de liberar ou retirar o vídeo, áudio ou texto. É mais um sintoma de como aumentou extraordinariamente a diversidade de problemas sociais na era digital e como o papel dos jornalistas, bem como dos policiais e governantes torna-se cada dia mais complexo. Por Carlos Castilho/Tribuna da Imprensa

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Google e Facebook coletam mais dados que EUA, diz fundador do Wikileaks

O fundador do Wikileaks, Julian Assange, afirmou nesta quarta-feira (13) que o novo modelo de negócio mundial é o “capitalismo de vigilância” e que empresas de tecnologia, como o Google e o Facebook, recebem mais informações do que a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA). Por meio de uma videoconferência realizada desde a embaixada do Equador em Londres, onde está asilado desde 2012, Assange afirmou que, no entanto, a NSA acaba vigiando as empresas e, no fim, “se inteira igualmente” de todas as informações que elas recebem. O ativista australiano participou do seminário internacional “Liberdade de Expressão, Direito à Comunicação Universal e Imprensa Plural para as Democracias do Mundo”, que foi realizado em Santiago, parte da celebração dos 60 anos do Colégio de Jornalismo do Chile.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Assange também fez críticas ao Tratado Transpacífico (TPP, na sigla em inglês), uma aliança que busca reduzir as barreiras comerciais e que estabelece padrões comuns para os 12 países-membros, entre eles o Chile. “O TPP, o TISA e o TTIP são um triângulo que procura criar um bloco econômico para excluir a China e que como resposta aos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul)”, disse o ativista. Sobre as pressões que recebeu após os diálogos diplomáticos sigilosos vazados pelo Wikileaks, Assange afirmou que não haverá uma reforma nos EUA para deter a vigilância em massa, mas que esse deveria ser um tema de interesse mundial. “A quantidade de espionagem pode aumentar. O modelo de negócio é o capitalismo de vigilância”, afirmou o fundador do Wikileaks, afirmando que essa espionagem é feita pelo próprio Google com informações extraídas através do Gmail, por exemplo. “Por exemplo, o Google está tentando dominar o transporte. Por que? Porque tem uma vantagem comparativa de mapas e imagens de satélites nas ruas, pessoas com celulares sendo monitoradas pelo Google Search (mecanismo de busca)”, explicou o ativista. Assange afirmou que isso pode ser exemplificado pelos acordos entre o Google e empresas militares que seguem a mesma lógica de rastreamento de informações.ds O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, segura cópia de documento da ONU que diz que ele foi “detido arbitrariamente” pela Suécia e pelo Reino Unido. Assange fez pronunciamento da sacada da Embaixada do Equador em Londres. Ele pediu para poder sair do local sem correr o risco de ser presoImagem: Niklas Halle’n/AFP UOL

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Manipulação: A TV como fator de desinformação

Televisão e Manipulação Informativa Por Francisco Julio Xavier* Estamos vivendo a era do desespero. Gritam por socorro os noticiários, desesperados – essa é a palavra, estão a sombra do desastre – por sucumbirem depois de uma era em que os meios tradicionais de comunicação reinaram no cenário midiático. Pode parecer uma teoria negativista, mas não é; seria positivista – creiamos.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Tem se tornado um constante drama para meios hegemônicos a queda em receita vindo da publicidade, causa maior, devido ao seu enfraquecimento em audiência e alcance de público, que agora não tem apenas o controle remoto, mas a vastidão das redes sociais e da internet como toda. Algo que podemos constatar é a luta diária travada pelos meios em reverter essa situação de distanciamento do público para a internet. Uns se preparam para esse novo cenário e tentam a convergência, mesmo que tímida. Outros abrem espaço amplo para as pautas oriundas da rede – em massa, das mídias sociais. Dada a carência de audiência, cada vez mais visível, a hora de reverter a nova onda está se deslanchando em desespero nítido e ridículo. A televisão tenta, a todo custo, destruir a nossa inteligência, já que não consegue combater a nossa migração para a rede mundial de computadores. Vem sendo postas em prática, diariamente, formas de barrar o nosso distanciamento do meio hegemônico de décadas, a televisão. Querem que coloquemos novamente em destaque na nossa sala, aquele aparelho receptor que escabrosamente consentíamos doses cavalares de manipulação diária em nossas residências. Barrando a concorrência Para maior desespero, não foi somente o público que migrou, mas também os anunciantes, para os quais existe a expectativa de investimento em publicidade nos meios eletrônicos, ainda nesta década, de US$ 500 bilhões por ano – como afirma relatório da WFA (World Federation of Advertisers), publicado no Financial Times. Em reportagem, O Globo deu destaque para as fraudes do Google, pelo qual, em anúncios feitos na grande rede mundial, empresas poderiam perder em média 10% para os fraudadores de visualizações. Com esse enfoque na reportagem, a artimanha tenta desestimular os empresários em anunciar em concorrentes indiretos da TV, o YouTube e similares. Mas de igual forma, indícios de falcatrua também são apontadas para empresas que avaliam a audiência na TV, deixando margem e passividade para fraudes. Além do mais, está cada vez improvável saber se o público-alvo está sendo impactado com a propaganda veiculada em televisão, tendo em vista que os telespectadores não estão sendo empolgados a continuar assistindo aos intervalos comerciais. Com a multiplicidade de telas (celulares, tablets e desktops), o telespectador tende a fugir, nos reclames da TV, para atividades que acha ser mais interessante e menos maçante – como ver postagens em redes sociais – do que ver anúncios e publicidade na velha mídia. Recentemente quiseram jogar a contragosto da população a lei que autoriza o limite de uso de internet no país. Para a Rede Globo de Televisão foi uma oportunidade de defesa – não da população e dos seus diretos, mas dos empresários, ou melhor, dos anunciantes. Em reportagem do dia 24 de abril, o Fantástico desenhou que estamos mesmo à mercê da manipulação e dos grandes interesses empresariais e políticos. O programa dominical vendeu na reportagem que, nós, consumidores de internet, estamos abusando no uso, ou seja, gerando desperdício. Faltou nas entrelinhas o informe que a reportagem era encomenda em acordo de livre comércio pelas empresas de telecomunicações do país. Insistimos que faltou informar esse detalhe na matéria veiculada. Não se dá crédito à crise política A população virou ré na questão, por assistir vídeos demais; ver postagens demais em redes sociais. Como sempre, defendeu o lado dos anunciantes. Pelo título já dava para saber: “Internet fixa ilimitada pode estar com os dias contados no Brasil”. Com isso, o maior grupo de comunicação do país passou a informação curta e grossa: estamos do lado dos lucros e contando os dias para que isso aconteça de fato, e deu o veredito: corte a internet, ganharemos ambos com isso. Com essa tática, a Globo ganharia de duas formas: anunciantes voltariam a atuar na TV – por cair o acesso em horas diárias dos consumidores na internet; e da volta dos internautas para a frente da TV – ganharia mais horas de público assistindo o grotesco da programação. O que constatamos nessa reportagem é que a mídia não está preocupada em garantir direitos, mas em retirá-los – quando isso ameaça seus interesses mesquinhos: o lucro desenfreado e abusivo. Sentimos reféns de uma jogatina em prol da receita particular. Não houve na reportagem um detalhamento de como o consumo de dados impactaria a receita das empresas de telecomunicações. Apenas repassaram a culpa para os usuários e a conta também. Em nenhum momento se preocuparam em informar que o acesso à internet é um direito básico nos dias de hoje, tendo em vista que a comunicação flui mais descentralizada e que foi garantida pelo Marco Civil da internet. O poder da rede causa desespero nos empresários e políticos. Chegaram a defender a restrição a filmes e séries através de plataformas, como é o caso da Netflix. O péssimo serviço prestado pelas operadoras (entre os 10 piores do mundo) não é relatado, nem levado em consideração, mas os lucros são lembrados sem demora para o raciocínio do grande público. Apenas basta a fala: somos nós, os usuários, os culpados. Não é só essa questão que é distorcida nesse jogo de cartas marcadas. Para demostrar que não estamos no caminho certo, que a economia está em profundo desastre, não se dá os devidos créditos a outra crise, a política, que tem feito arruaça no país. Uma nota brevíssima e a desculpa Mas, bem antes, quando o rumo era destruir um governo, fez-se em seus noticiários o Brasil idealizado como uma “nova Grécia”, prestes a dar o calote e a se afundar no rio de amarguras da economia. Muitas notícias bombas eram jogadas nos jornais, e de mesmo modo eram escondidos os reais

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Eles pararam de reclamar dos governos – e estão usando o celular para melhorar a política

Dois jovens brasileiros estão rodando o mundo e conquistando cada vez mais clientes no país e no exterior com duas empresas que buscaram numa ferramenta simples – o celular – a chave para um desafio complexo: melhorar o trabalho do governo. Onício Neto (à esq.) e Guilherme Lichand criaram empresas que usam o celular na busca do aprimoramento das políticas públicas O biomédico Onicio Neto cria aplicativos para detectar surtos de doenças antes mesmo das autoridades de saúde. O economista Guilherme Lichand ajuda a melhorar políticas públicas usando SMS e chamadas automáticas de voz, aquelas em que o usuário responde por uma sequência de teclas.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Com poucos anos de mercado, as empresas de ambos já atraíram fundos e parceiros no exterior, foram finalistas em uma disputa internacional de empreendedorismo social, levaram suas propostas a diferentes países e bateram a casa do milhão de reais em faturamento. E no Brasil eles sonham alto, com objetivos como acabar com a propagação de epidemias em grandes eventos e revolucionar a comunicação entre escolas e famílias. Crowdsourcing da saúde A rotina do pernambucano Onicio, de 29 anos, começa por volta das 7h, quando deixa a filha de 5 anos na escola no Recife. Em seguida, ele nada 1.300 metros antes de ir para a Epitrack, a start-up que criou em 2013 ao lado do cientista da computação Jonas Albuquerque, seu ex-orientador de mestrado e primeiro guia pelo mundo da tecnologia em saúde. Aluno e professor hoje são sócios numa empresa de 13 funcionários e faturamento bruto de R$ 2,5 milhões em 2015. Receita do sucesso? Ser uma ponte eficaz entre a saúde pública e o potencial colaborativo da internet. Onício Neto em São Francisco, nos EUA, uma das cidades onde foi divulgar o trabalho da Epitrack A Epitrack (Epi, de epidemia + track, rastrear em inglês) cria plataformas de vigilância participativa em saúde. A partir da colaboração do cidadão (e usuário da internet), que informa sobre seus sintomas em aplicativos específicos, a empresa constroi mapas de ocorrência de doenças infecciosas, como sarampo, dengue e gripe. Quando chega ao escritório, Onício costuma assistir a 20 minutos de algo que inspire a criatividade: comerciais, músicas, webséries. Isso talvez mostre por que é um biomédico (profissional que pesquisa microrganismos que causam doenças) distante do trabalho em laboratórios e indústrias, típico da profissão. Acabou no mestrado em saúde pública na Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) do Recife, onde conheceu um grupo que usava a informática para melhorar processos e a coleta de dados em saúde. Um exemplo era um aplicativo que substituía o bloquinho de papel do agente de saúde, transmitindo em tempo real dados coletados em campo. “Pessoas começaram a perguntar: quanto custa fazer isso?”, lembra Onício, sobre os sinais de que havia demanda por soluções tecnológicas naquela área. Mão na massa O primeiro teste de fogo da Epitrack foi na Copa do Mundo de 2014 – grandes eventos e aglomerações são um prato cheio para o aparecimento de epidemias. Com financiamento da Tephinet, uma rede internacional de capacitação em epidemiologia, a empresa criou o app Saúde na Copa. Quase 10 mil pessoas baixaram a ferramenta de notificação, em tempo real, de sintomas como febre, dores de cabeça e diarreia. Em dois meses, foram mais de 47 mil registros – e, felizmente, nenhum surto detectado. “Essas plataformas conseguem identificar uma possibilidade de surto até duas semanas antes das fontes tradicionais. Porque um doente só se torna um caso oficial quando chega ao sistema, procura um posto de saúde – e nem todos fazem isso. Com o aplicativo ele pode reportar esses sintomas e essa lacuna é preenchida”, afirma Onício. Interface de aplicativo da Epitrack: aposta no potencial colaborativo da internet para detecção rápida de surtos de doenças Como os dados reportados por usuários não passam pelo crivo de médicos, a validação ocorre quando começam a aparecer casos semelhantes no mesmo território e ao mesmo tempo. O Ministério da Saúde aprovou o trabalho do Saúde na Copa e contratou um monitoramento permanente à Epitrack. O resultado é o app Guardiões da Saúde, que terá versão em seis línguas e espera agregar 100 mil colaboradores durante a Olimpíada do Rio. Outro cliente importante é a Skoll Global Threats Fund, fundação de Jeffrey Skoll, ex-presidente do e-Bay, que passou à Epitrack a missão de reformular oFluNearYou.org, uma plataforma com 70 mil usuários ativos que monitora desde 2011 a proliferação do vírus influenza nos EUA e no Canadá. “Com o Vale do Silício no quintal, optaram por uma start-up do Recife”, comemora Onício. A empresa de Onício Neto gerencia a plataforma FluNearYou.org, que faz mapeamento colaborativo de casos de influenza nos Estados Unidos e no Canadá O baterista e amante de blues, jazz e soul agora se prepara uma viagem aos Estados Unidos, onde disputará com outros 15 empreendedores uma parte de um prêmio de US$ 1 milhão, dentro de um concurso global patrocinado por uma marca de bebidas. Somará, assim, mais um destino na lista de países aos quais a Epitrack já o levou: EUA, Inglaterra, Suécia, Itália, Austrália e República Dominicana. “Velha” tecnologia A rotina de Guilherme Lichand não é menos puxada. A segunda-feira, por exemplo, começa com uma reunião para definir prioridades da semana. Depois há um encontro geral para acompanhar status dos projetos, alinhar prioridades e ouvir equipe. Na sequência, reuniões específicas para cada produto. À tarde, conversas com clientes, parceiros e público-alvo, pesquisas, leituras. Guilherme é um prodígio acadêmico que leva a mão à massa. Aos 30 anos, acabou de concluir um doutorado em Economia Política e Governo pela Universidade de Harvard (EUA), uma das melhores do mundo. Cursou a primeira turma da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (SP), fez mestrado na PUC-Rio e trabalhou com redução da pobreza e gestão econômica no escritório do Banco Mundial em Brasília. No Banco Mundial, Guilherme conheceu ferramentas inovadoras, como o uso do celular para monitorar efeitos de políticas sociais para tribos isoladas na África. Daí veio a ideia para a MGov,

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Quatro motivos para o Facebook se preocupar com o Snapchat

O Snapchat é indiscutivelmente a estrela do debate sobre jornalismo de 2016. Lançada em 2011 por estudantes da Universidade de Stanford, a plataforma tornou-se o novo foco de atenção de publishers, jornalistas e da indústria de publicidade. Depois de ganhar um impulso como a primeira plataforma especificamente dirigida a audiências mais jovens, agora desempenha um papel importante como um canal de distribuição jornalística. O Snapchat possibilita a seus usuários o envio instantâneo de conteúdo conciso, principalmente vídeos ou clipes (que desaparecem nas 24 horas seguintes) para chats privativos com usuários selecionados ou para todo o seu grupo de amigos.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O Facebook ainda domina a mídia social, mas o Snapchat está se aproximando. Eis aqui quatro motivos pelos quais o Facebook devia preocupar-se. 86% dos 100 milhões de usuários do Snapchat têm entre 13 e 34 anos O Snapchat ajuda as marcas jornalísticas a ganharem atenção entre jovens de até 16 anos. As empresas jornalísticas reconhecem a oportunidade de alcançar 100 milhões de usuários atuantes (86% dos usuários do Snapchat têm entre 13 e 34 anos) que, entre si, visitam diariamente 10 bilhões de vídeos em seus smartphones. O público juvenil do Snapchat é particularmente admirável quando comparado ao do Facebook: uma pesquisa do site Business Insider de 2015 revelou que somente 38% dos usuários doFacebook têm idades entre 18 e 34 anos, comparados aos 71% do Snapchat. Vários dos principais veículos de notícias norte-americanos, como o National Public Radio (NPR), e os sites Fusion e The Verge, começaram recentemente a experimentar trabalhar com o Snapchat em busca de notícias. Veículos mais tradicionais, como o New York Times e o Wall Street Journal, já vêm usando o Snapchat regularmente. Até agora, o conteúdo de notícias do Snapchat abrange vídeos com transmissão ao vivo, micro-entrevistas e comentários sobre o noticiário diário num formato visual e em geral é muito procurado. O recente Relatório de Notícias Digitais de 2016 (DNR, na sigla em inglês), publicado pelo Instituto Reuters para o Estudo de Jornalismo, divulgou que o Snapchat é “uma das novas redes que cresce mais rapidamente”. Nos Estados Unidos, o Snapchat é atualmente usado para informações por 12% dos jovens entre 18 e 24 anos – no Reino Unido esse número é mais baixo: 1% dos jovens entre 18 e 24 anos usam o Snapchat para acessar notícias, segundo o DNR. O Snapchat é um ambiente exclusivamente móvel Como encontrar possíveis fluxos de receita para este tipo de conteúdo continua sendo um desafio para a maioria das plataformas, mas o potencial de crescimento do Snapchat parece mais promissor que o de seus concorrentes, como o Facebook, o Twitter e outros gigantes tecnológicos. Isso se deve ao fato de que os publishers continuam obcecados pelos dispositivos móveis e o Snapchat, um ambiente exclusivamente móvel, é um paraíso para essas marcas que procuram espaços bem-sucedidos para seus anúncios. A plataforma oferece aos publishers pelo menos três coisas: uma base de usuários de até 16 anos inigualável, a oportunidade de alcançar jovens através de um canal privilegiado e a possibilidade de trabalhar com formatos publicitários de conteúdo jornalístico em dispositivos móveis. O Snapchat Discover permite aos publishers alcançarem 100 milhões de pessoas, a maioria delas, jovem, com seu próprio conteúdo O segredo fundamental para o sucesso da plataforma talvez seja sua característica Discover. O Discover permite que os usuários vejam o conteúdo produzido por publishers, por marcas e pela própria equipe editorial do Snapchat, ao invés de outros usuários. Esse conteúdo pode ser na forma de imagens, vídeos, textos ou aquilo que o próprio Snapchat descreve como “esplêndida publicidade”. O conteúdo é carregado em “edições” diárias que se auto-destroem após 24 horas. O Snapchat Discover já conta com bastantes parceiros de mídia internacionais, como a CNN. O site Vie, o BuzzFeed e a revista National Geographic publicam regularmente publicidade com conteúdo jornalístico na plataforma aproveitando várias características personalizadas e as opções de design. Entre seus parceiros no Reino Unido estão o jornal The Sun, Sky News, Sky Sports e o Daily Mail. Algumas empresas jornalísticas contrataram pessoas para construir sua presença no Snapchat: oWall Street Journal, parceiro mais recente da plataforma, criou uma equipe de cinco pessoas para dirigir o canal Discover. O site Fusion tem dez empregados no Snapchat, alguns em tempo integral e outros que fazem meio expediente. O Snapchat está liderando o campo do vídeo vertical em dispositivos móveis Além desse crescimento e oportunidades de lucro, o Snapchat Discover parece estar em melhor posição que seus concorrentes por um motivo: está pressionando bastante o potencial do vídeo vertical, um formato que vem mostrando ser mais eficiente em dispositivos móveis e que vem estabelecendo um novo padrão de notícias, que os outros irão inevitavelmente adotar. Os anúncios em vídeos verticais já vem ganhando um entusiasmo cauteloso por parte das empresas britânicas, que procuram cada vez mais as plataformas de mídia para alcançar novas audiências, segundo divulgou a revista de publicidade Campaign no mês passado. Em 2017, o jornalismo será inevitavelmente influenciado pelo Snapchat e isso parece confirmar-se pelas recentes notícias de que a plataforma estaria contratando jornalistas para trabalhar na empresa. O projeto é fazer a cobertura da próxima eleição presidencial norte-americana com vídeos, emojis e snaps. *** Philip Di Salvo é editor da versão digital italiana do European Journalism Observatory Tradução de Jô Amad

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Tecnologia: Veja o que acontece durante apenas um minuto na internet

Internet: as novas mídias sociais estão cada dia mais populares. O crescimento da população global da internet pode ter aumentado pouco de 2015 para 2016 – de 3,2 bilhões para 3,4 bilhões. Contudo, a obsessão por emojis, GIFs e vídeos só cresceu ao longo deste ano. De acordo com o estudo Data Never Sleeps da empresa de software Domo, o conteúdo multimídia está dominando a internet. Como resultado da pesquisa, a empresa mostra tudo que acontece em apenas um minuto na internet.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Na rede social Snapchat, os usuários assistem a mais de seis milhões de vídeos nesses 60 segundos. No ano passado, a cada minuto, eram visto “apenas” 284 mil snaps — o que mostra um crescimento considerável. Outro exemplo é o Giphy, site que serve como buscador e repositório de GIFs. Segundo o estudo, os usuários da plataforma compartilharam 569.217 GIFs por minuto neste ano. No quesito apps e sites de relacionamento, o Tinder pode ser considerado um modelo de sucesso. Neste ano, os usuários deslizaram seus dedos no aplicativo 972.222 vezes por minuto, um aumento de 65% em comparação com o estudo do ano passado. Mídias sociais mais antigas também tiveram um crescimento considerável. Os usuários do YouTube, por exemplo, assistiram a 400 horas de vídeo por minuto em 2016 e apenas 300 horas de vídeo por minuto em 2015. Já a Netflix, em apenas 60 segundos, faz streaming do equivalente a mais de 86 mil horas de vídeo. O Google, por sua vez, traduz 69,5 milhões de palavras nesse meio tempo. Abaixo, está o infográfico (infelizmente em inglês) gerado pela empresa com todos os números. Veja: Domo Marina Demartini/Exame

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Tecnologia: Facebook ajusta feed de notícias para priorizar seus amigos

O Facebook está realizando uma importante mudança no feed de notícias da rede social. Facebook: atualização de algoritmo priorizará amigos e familiares no feed de notícias A empresa anunciou hoje que passará a priorizar conteúdo postado por amigos e familiares em vez de publicações feitas por marcas, páginas oficiais ou veículos de mídia. A rede social cita como grande desafio atual a enorme quantidade de informação que é compartilhada diariamente por pessoas e marcas. “Quando lançamos o feed de notícias em 2006, era difícil imaginar o desafio que encaramos atualmente: muito mais informação do que qualquer pessoa é capaz de acompanhar”, escreve Adam Mosseri, vice-presidente do Facebook em um comunicado online.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Esta não é a primeira vez que o Facebook fala em ajustes no algoritmo e priorização de conteúdo publicado por amigos em detrimento daqueles compartilhados por marcas e veículos de imprensa. No ano passado, a rede social realizou um ajuste parecido—depois dele, páginas oficiais passaram a ver uma diminuição considerável no alcance de suas publicações e na interação com seguidores. O Facebook afirma que a mudança anunciada hoje vem por conta de uma preocupação de seus usuários. “Ouvimos de nossa comunidade que as pessoas ainda estão preocupadas em perder atualizações importantes dos amigos com os quais elas se preocupam. Para pessoas com muitas conexões isso é particularmente importante, à medida que muitas histórias estão lá para serem vistas”, afirma Lars Backstrom, diretor de engenharia do Facebook. Em linhas gerais, o Facebook fará algumas mudanças e ajustes em seu algoritmo que decide o que aparecerá como prioridade no feed de notícias. A empresa afirma que as mudanças ocorrerão ao longo das próximas semanas. Valores do feed Em seu comunicado, o Facebook reforça o comprometimento com o que chama de “Valores do Feed de Notícias”, que são as diretrizes que apontam como a empresa pensa na priorização do conteúdo que é exibido para os usuários. O Facebook encara o sucesso desse filtro como o sucesso da própria rede social. “Nosso sucesso é baseado em levar às pessoas as histórias que mais interessam a elas”, escreveu Mosseri. A pretensão final é que o feed de notícias seja um reflexo apurado do que mais importa para os usuários do Facebook. “Se você pudesse olhar milhares de histórias diariamente e escolher as 10 mais importantes para você, quais seriam? A resposta deveria ser seu feed de notícias.” É aí que entram os valores que o Facebook apoia para um feed de notícias. Ele deve priorizar amigos e família e deixar o usuário informado, mas também entretido. Outros itens na lista da rede social é que ela sirva como uma plataforma para todas as ideias, comunicações autênticas, mas que também possa ser regulada pelo próprio usuário. Victor Caputo/Exame

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‘As mídias sociais estão deixando as pessoas tristes e ansiosas. Queremos mudar isso’, diz Orkut sobre sua nova rede

Há 12 anos, o engenheiro turco Orkut Büyükkökten ficou famoso no Brasil ao emprestar seu nome para o site que popularizou no país o conceito de mídia social. Büyükkökten deixou o Google em 2014 para criar sua nova rede social, a Hello Image copyright HELLO Agora, ele está de volta com uma nova – e ambiciosa – empreitada na área: a rede social Hello, que chega ao Brasil em julho. Há 12 anos, o engenheiro turco Orkut Büyükkökten ficou famoso no Brasil ao emprestar seu nome para o site que popularizou no país o conceito de mídia social. Agora, ele está de volta com uma nova – e ambiciosa – empreitada na área: a rede social Hello, que chega ao Brasil em julho. A Hello foi apresentada oficialmente na semana passada como uma rede para fazer e manter “amizades profundas” com outras pessoas com base em interesses e paixões mútuos e onde o “medo e o ódio não têm vez”.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] É a forma como o criador do Orkut acredita poder ajudar a resolver uma questão que vem afastando algumas pessoas desse tipo de serviço. “Desde que lançamos o Orkut, as redes sociais evoluíram muito, mas nem sempre de uma forma boa. Estudos mostram que, hoje, elas deixam muita gente triste ou ansiosa”, opina Büyükkökten em entrevista à BBC Brasil. “Uma pessoa usa o Facebook pensando na forma como quer ser percebida publicamente, interage com os outros tentando passar uma certa imagem, mas isso não é autêntico nem divertido. Queremos mudar isso e ser a próxima geração das redes sociais.” O engenheiro dá o exemplo de um casal de amigos que está se divorciando, mas publicou recentemente um post em que pareciam bastante felizes em um piquenique no parque. “Ao mesmo tempo, ver essa ‘vida feliz’ dos outros nos deixa com medo de estarmos perdendo algo em nossas próprias vidas. Uma rede social não pode ter esses efeitos. Ela deveria tirar o melhor das pessoas.” Personalidade, interesses e pontos Ao criar perfil, usuário responde questionário e indica seus principais interesses Image copyright HELLO O jeito de fazer isso, segundo ele, é gerar conexões entre as pessoas com base no que elas mais gostam. Seja entre amigos e conhecidos ou entre quem ainda não se conhece. Ao criar seu perfil, o usuário responde a um questionário com 60 perguntas para identificar sua personalidade e depois elege os cinco assuntos que mais lhe interessam. Há uma lista com cem possibilidades, que vão desde itens corriqueiros, como ser apaixonado por cães ou esportes, até outros mais incomuns, como gostar de nudismo, striptease ou “observar pessoas”. Isso determina o tipo de publicações que serão vistas por um membro da rede social. As características pessoais e interesses podem ser atualizados ao longo do tempo. O usuário ainda ganha pontos, chamados “moedas Hello”, ao gerar conteúdo próprio – texto ou fotos – e ao conquistar curtidas e comentários em seus posts. Esses pontos podem ser acumulados – ou comprados – para elevar a categoria ou nível de um perfil, como ocorre com um personagem de videogame, ampliar o alcance de uma publicação ou ainda postar anonimamente. Membros acumulam pontos, que podem ser usados para publicar post anônimo Image copyright HELLO Desde o Orkut, diz Büyükkökten, as redes sociais passaram por muitas mudanças – e uma das principais é a forma de acesso, que ocorre cada vez mais exclusivamente pelo celular. Por isso, em sua segunda incursão neste universo, o engenheiro criou um serviço que não pode ser acessado por navegadores, mas só por meio do aplicativo, disponível para iOS e Android. Concorrência Ao mesmo tempo, ao longo dos últimos 12 anos, surgiram uma série de novas redes sociais. Haveria espaço para mais uma? “Realmente, há uma fadiga quanto às redes sociais. As pessoas se inscrevem em diferentes serviços por diferentes motivos, e estar em tantas delas ao mesmo tempo gera um cansaço”, afirma o engenheiro. “Não esperamos que as pessoas parem de usar as outras, mas que usem o nosso serviço cada vez mais, porque, ao atualizar suas características pessoais ao longo do tempo, isso mudará sua experiência individual, e a rede social vai evoluir com você. Não será preciso substituir um serviço por outro conforme seu estilo de vida muda.” Raquel Recuero, pesquisadora em mídia social e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da Universidade Católica de Pelotas, acredita que pode haver espaço para a Hello. “Hoje, existe um certo ranço do Facebook, que se universalizou demais. Há gerações mais novas que usam cada vez menos”, afirma a pesquisadora. “Ao mesmo tempo, nos últimos tempos, alguns malefícios ficaram mais aparentes no Brasil, como pessoas que se expuseram demais ou brigaram com a família ou amigos (por conta de postagens).” Volta às origens e anonimato Hello só tem versão para ser acessada por meio de aplicativo para celulares Image copyright HELLO Recuero considera “interessante” a proposta da Hello e vê nela um resgate de algumas características da primeira rede social lançada por seu criador. “As comunidades do Orkut já eram lugares para achar pessoas com interesses em comum, mas depois seu uso foi sendo modificado pelo usuário para mostrar características pessoais suas. Também havia um aspecto de game ao poder avaliar os outros com corações para dizer se a pessoa era sexy ou com gelinhos para dizer se ela era ‘cool’”, diz Recuero. “Pode ser uma volta à ideia original, só que melhorada. Mas, no fundo, atende uma característica fundamental do ser humano, porque adoramos encontrar pessoas que gostam do que também gostamos.” No entanto, outras redes sociais onde usuários podiam fazer publicações sem revelar sua identidade fracassaram diante da chuva de críticas e reclamações sobre comentários ofensivos. Recuero concorda que o anonimato pode ser um incentivo à publicação de discursos de ódio e à propagação de diversos tipos de preconceito. “É um recurso para uma pessoa se esconder ao expressar opiniões radicais, e isso pode ser perigoso, mas tudo depende da forma como esse recurso será usado”, diz a pesquisadora.

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Tecnologia: Você pode pagar a conta do jantar com este rival do WhatsApp

Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, anunciou em abril que o aplicativo de mensagens da sua rede social, o Messenger, ganharia bots, uma espécie de robôs que utilizam inteligência artificial para se comunicar com humanos em linguagem natural, sem comandos específicos.  Kiik: empresa tem bot para o aplicativo Telegram A Kiik, uma empresa concorrente da Cielo, já tornou isso realidade e oferece uma maneira de pagar a conta do seu jantar pelo aplicativo de mensagens e também no Telegram, concorrente do WhatsApp. Ao interagir com o bot da Kiik no fim da refeição, ele detecta a localização do usuário e se oferece como meio de pagamento. É preciso digitar um breve código que vem na conta, em uma etiqueta da Kiik – que tem também um QR code para pagamentos pelo app da própria empresa – para ver o valor da conta, confirmar e autorizar a transação.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O estabelecimento, então, recebe um SMS informando sobre o pagamento realizado via bot. É possível cadastrar vários meios de pagamentos, como o MasterPass, solução de pagamentos móveis da MasterCard, cartões de créditos ou PayPal. Um dos locais que já aceitam o pagamento por bots da Kiik no Messenger (kiik.pay) ou no Telegram (kiik_bot) é o restaurante Corsi, que fica perto da estação Santa Cecília, da linha vermelha do metrô. Outro é o La Casserole, que fica no Largo do Arrouche. A Kiik trabalha com 2.000 estabelecimentos brasileiros para a adoção da sua plataforma de pagamentos móveis e almeja que todos os vendedores e prestadores de serviços que não têm um meio de pagamento eletrônico possam adotar sua tecnologia. A ideia, para isso, é o uso do QR code, um código de barras digital que oferece um link para a realização do pagamento via smartphone, dispensando a necessidade de ter um terminal de pagamentos. A plataforma só funciona no Brasil no momento, mas foi pensada para ser utilizada globalmente. Se um restaurante na Argentina quiser usar o sistema, basta que ele se cadastre no site da Kiik. Modelo de negócio da empresa se baseia em uma porcentagem sobre o valor pago pelos clientes, que faria de acordo com o preço. Em uma compra de 200 reais, eles recebem pouco mais de 4 reais. A meta da Kiik é ousada. Ela quer colocar sua plataforma de pagamentos nos 2.000 mil estabelecimentos que já mapeou até outubro deste ano. 2016 será um ano disputado nesse segmento. A Samsung está para lançar o Samsung Pay, que permite realizar pagamentos com celulares topo de linha da marca em terminais de pagamentos comuns, como máquinas da Cielo. A Visa e MasterCard também têm suas próprias soluções móveis e todos esses concorrentes vão brigar pela preferência dos clientes, especialmente dos turistas, durante os Jogos Olimípicos do Rio de Janeiro, que acontecem em agosto. Confira abaixo o vídeo de divulgação da Kiik, que mostra também os beacons, dispositivos que podem ser adotados por pontos de vendas para a implementação do sistema de pagamentos via Telegram e Facebook Messenger. Lucas Agrela/Exame

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