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Zukenberg e redes sociais

Zuckerberg publica manifesto em prol de “comunidade global”Manifesto foi publicado na página de Zuckerberg no Facebook Criador do Facebook defende a globalização e apresenta estratégias para o futuro da rede social, cada vez mais acusada de permitir a disseminação de notícias falsas e estimular a polarização. Promover uma comunidade global, evitar o isolamento e combater conteúdos enganosos são as novas metas do Facebook, segundo um manifesto em tom messiânico publicado por seu criador, Mark Zuckerberg, em resposta às críticas à plataforma, que tem quase 2 bilhões de usuários. Nos últimos anos, a rede social se tornou um espaço para a propagação de notícias falsas, disseminação do ódio e polarização.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] No manifesto de cerca de 5,8 mil palavras, Zuckerberg, de 32 anos, reconheceu que a plataforma abriga informações errôneas e conteúdo enganoso e afirmou que estão sendo tomadas medidas para reduzir o número de notícias sensacionalistas. Ele ressalvou, porém, que o foco da rede social não estará em banir informação errada, mas em oferecer outras perspectivas. O Facebook enfrenta pressões de governos que exigem que a plataforma se responsabilize por conteúdos publicados por usuários e combata a propagação de notícias falsas. “Nosso objetivo precisa ser ajudar as pessoas a ver a imagem completa e não apenas alternar perspectivas. Precisamos tomar cuidado sobre como faremos isso. Pesquisas mostram que algumas das ideias mais óbvias, como apresentar um artigo pela perspectiva oposta, na verdade aprofunda a polarização ao marcar outras perspectivas como externas”, destacou Zuckerberg, no manifesto publicado nesta quinta-feira (16/02). Perigosos falsos seguidores No documento intitulado Construindo uma comunidade global, Zuckerberg afirmou que, ao redor do mundo, há pessoas deixadas para trás pela globalização e movimentos que defendem a exclusão da conexão global, sem citar grupos específicos. “Em tempos como estes, a coisa mais importante que o Facebook pode fazer é desenvolver uma infraestrutura social que dê às pessoas o poder de construir uma comunidade global que funcione para todos”, disse. O manifesto apresentou cinco estratégias de como a rede social pretende fomentar a inclusão, contribuir para uma sociedade mais informada, fazer do mundo um lugar mais seguro, fortalecer instituições e aumentar o engajamento social e político. “O Facebook não tem todas as respostas, mas estou convencido de que podemos desempenhar um papel”, ressaltou Zuckerberg. “Problemas como o terrorismo, os desastres naturais, doenças, crise dos refugiados e as mudanças climáticas precisam de respostas coordenadas e globais. Nenhuma nação poderá resolvê-los sozinha”, afirmou Zuckerberg, acrescentando que a rede social pode contribuir para solucionar essas questões, por meio da inteligência artificial. “Minha esperança é que cada vez mais pessoas se comprometam em longo prazo a construir infraestruturas sociais para unir a humanidade”, disse o fundador da plataforma. Segundo ele, a ideia é reforçar os laços de comunidades físicas e promover a participação política e social. Para Zuckerberg, o Facebook pode ter um impacto positivo no mundo, fortalecer o consenso, reduzir a dissonância e o isolamento. CN/rtr/efe/ap/afp

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Grande Mídia: pode-se viver sem ela?

Há controvérsias! Se você se dedicar a um estudo apurado verá que a “grande mídia” replica e amplia o que é notícia/opinião no Twitter, principalmente. Não conto as vezes nas quais esse ninguém, que sou eu, publico coisas no Twitter, e até no FB, que noticiosos das TVs só darão no noticiário noturno.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Colunas de jornais não se dão nem ao trabalho de disfarçarem o Ctrl C/ Ctrl V, inclusive nas colunas do portais da “grande mídia”. Para efeito de pesquisas pessoais, já estive, discretamente, em diversos estúdios de rádios, aqui, alhures – estrangeiros inclusive – e constatei que os noticiaristas trabalham com monitores conectados no Twitter, FB e em determinados blogs. É raro o material internacional que a “grande mídia publique”, que não tenha sido “chupado” de portais como o https://www.rt.com/ e do http://www.breitbart.com/ Esses e outros portais não são “oposição”. Eles não são cooptados pelos mandos dos Bilderbergs e cia. Esse donos da “grande mídia”, por exemplo, determinando para as agências de noticias que controlam – CNN,BBC,AP,CBS,Estado,Globo,NHK,Msnbc, ABC,FoxNews,Bloomberg,FP…e tais – que não sejam divulgadas notícias sobre estupros cometidos por imigrantes na UE. Os dois portais que citei acima, não obedecem essa pauta, e publicam os fatos.

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Redes sociais: a caminho do fim?

A perenidade das redes, que entram e saem de moda, leva à discussão se os impressos estão mesmo com os dias contados como anunciam alguns alarmistas, ou se permanecerão como referências de jornalismo. [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

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Novo golpe no WhatsApp promete mostrar quem viu sua foto

Um novo golpe do WhatsApp promete mostrar quem visualizou suas fotos e status no aplicativo. (Foto: Android Central) Em duas semanas, foram infectados mais de 60 mil dispositivos, de acordo com a empresa de segurança ESET.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “Apesar de trazer novidades, o modo de atuação do golpe não é novo. Os cibercriminosos tentam enganar os usuários do WhatsApp para que eles se inscrevam – mesmo sem saber – em serviços de SMS premium”, explica Camillo Di Jorge, presidente da ESET Brasil. Os criminosos prometem ativar o novo recurso somente quando o usuário compartilhar o link com dez amigos ou cinco grupos. Depois disso, é preciso inserir seus dados de contato, o que acaba incluindo a linha em um serviço pago. A ESET explica que há novidades em relação a outros golpes, como a modificação do código-fonte da página, o que dificulta a análise. Há ainda, no código, a quantidade exata de compartilhamentos necessários, incluindo o link da plataforma de publicidade, o que ofusca o script e facilita a criação de novos domínios. “É importante que os usuários fiquem atentos às mensagens do WhatsApp e não cliquem em links que contenham informações suspeitas, independentemente de quem as envia”, aconselha Di Jorge. Olhar Digital

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“Foto de smartphone é comunicação, não para guardar”

Câmeras de celulares, cada vez potentes e onipresentes, estão matando a fotografia profissional? Em entrevista à DW, especialista alemão Ditmar Schädel fala dos limites e perspectivas da fotografia informal. Até algumas décadas atrás, fotografar era uma atividade complexa e custosa, exigindo conhecimentos de foco, iluminação, composição, assim como investimentos respeitáveis com filmes e revelação. Contudo, em seguida ao advento das câmeras digitais, leves e práticas, com as quais fazer uma foto ou 10 mil “não custa nada”, o lançamento do iPhone, em janeiro de 2007, marcou mais um passo definitivo na democratização da fotografia.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Nos dez anos desde então, a qualidade e funções das câmeras que acompanham os smartphones evoluiu de forma meteórica. As imagens produzidas com eles povoam não só as redes sociais, mas também sites de jornalismo e exposições de arte fotográfica. Hoje, qualquer um é um fotógrafo em potencial, a todo e qualquer momento. Isso significa que a fotografia profissional está morta? E o que ainda se pode esperar do futuro das fotos de smartphone? A DW entrevistou o fotógrafo Ditmar Schädel, docente da Universidade Duisburg-Essen e desde 2010 presidente da Sociedade Alemã de Fotografia (DGPh), organização que reúne cerca de mil personalidades da cena fotográfica nacional e internacional. DW: Dez anos atrás, os smartphones tomaram o mundo de assalto, e hoje nossa vida parece impensável sem eles. Qual é o efeito desses aparelhos sobre a fotografia? Fotógrafo Ditmar Schädel é presidente da DGPh Ditmar Schädel: O smartphone é, naturalmente, um instrumento multifuncional, com o qual se pode fazer muitas coisas, das quais a fotografia é apenas uma pequena parte. O que mudou com o smartphone, é que agora todo o mundo traz uma câmera consigo, o tempo todo. Antes, primeiro o instrumento tinha que estar disponível, depois era preciso levá-lo intencionalmente consigo e clicá-lo na situação dada. Hoje a maior parte do tempo as pessoas nem levam o smartphone no bolso, mas já o carregam na mão. Assim elas estão possibilitadas a fotografar a qualquer momento. Antes era necessário mais preparação, hoje se pode captar o momento casualmente. Por que cada vez mais fotógrafos deixam a câmera em casa e recorrem aos smartphones? Em que situações eles apresentam vantagens em relação aos aparelhos fotográficos? Alguns fotógrafos o utilizam como aparelho para esboços: primeiro fazem fotos com o smartphone, para então ver o que pode resultar daí. Como o celular está sempre à disposição, ele permite esboçar um objeto, uma situação, um espaço urbano. Antes já se fazia isso com pequenas câmeras compactas. Quem trabalha no campo jornalístico, enfim, tem sempre o smartphone à mão, e com isso, claro, a vantagem de poder mandar a foto tirada muito mais rápido para a redação, “ao vivo”, em princípio. Não é necessário nenhum passo intermediário, como com a câmera. A qualidade ainda não concorre com a das grandes câmeras, mas é perfeitamente aceitável para muitas finalidades, em especial para o jornalismo online. Tendo uma boa câmera permanentemente à mão, no celular, em breve os leigos vão tomar o lugar dos fotógrafos profissionais? Os leigos são, antes, como flaneurs, e decidem espontaneamente em determinada situação: “Agora vou fotografar isto.” Os profissionais saem em campo com uma concepção prévia, uma meta. A motivação para fotografar algo continua sendo outra. Outro aspecto é o trabalho preparatório: com a experiência deles, os profissionais trabalham de forma conceitualmente diferente – e, na verdade, melhor. Ainda assim, em muitos campos o prestígio do grupo profissional dos fotógrafos se perdeu. Algumas redações não estão mais dispostas a pagar o preço justo por fotos, uma vez que as obtêm quase de graça dos amadores. Steve Jobs apresenta o primeiro iPhone, em 9/01/2001, em San Francisco O que podemos esperar do futuro da fotografia com smartphones? O progresso tecnológico dos últimos dez anos foi vertiginoso, é quase impossível prever como será a fotografia com smartphones nos próximos dez anos. Quem dá valor a ter uma boa câmera em seu celular, vai dispor de aparelhos geniais, no futuro. Hoje em dia já há modelos centrados na câmera, com objetivas especiais e qualidade fotográfica altíssima. No entanto, acho que a massa vai se contentar com os celulares com funções de câmera relativamente simples. Afinal, a geração smartphone não faz fotos para guardar. Elas são antes uma forma de comunicação, para descrever algo. Em vez de escrever ou dizer “Estou me sentindo bem” ou “Minha comida está gostosa”, envia-se uma foto. Ela não é para ficar em algum lugar, ser admirada ou impressa, mas sim, antes, um impulso. A foto de smartphone é um meio rápido, não pensado para publicação, e provavelmente continuará sendo assim.

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Como usar o novo tipo ‘secreto’ de letra do WhatsApp

Nova fonte lançada pelo WhastApp tem um espaçamento mais elegante, em estilo mais antigo O aplicativo de mensagens instantâneas WhatsApp está lançando uma nova opção de fonte, a FixedSys, que vai dar um estilo mais “retrô” às mensagens. O novo tipo de letra tem um espaçamento mais elegante. Para conseguir escrever com a nova fonte basta começar e acabar a frase ou palavra com três crases (“`).[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Nos telefones com o sistema Android, a crase pode ser encontrada ao pressionar a tecla =\<. Depois basta escrever: por exemplo,“`Mensagem“`, e a palavra ou frase já vai sair com a nova fonte. Para encontrar a crase em seu teclado iOS, basta ir à tecla 123 (no canto inferior esquerdo) do teclado e mudar para o teclado de sinais e acentos. No canto inferior direito, pressione a tecla da apóstrofe (‘) – a crase vai aparecer na extremidade esquerda. A nova letra de estilo retrô está disponível há alguns dias. E, assim como em outras ocasiões, o WhatsApp lançou a fonte sem um aviso prévio. No começo de abril, os usuários do aplicativo já começaram a mandar mensagens em itálico e negrito. Para escrever palavras em negrito, é preciso colocá-las entre asteriscos. Por exemplo, *Mensagem*. Para o itálico, é preciso deixar as palavras entre sinais de underline: _palavra_. Se quiser fazer uso dos dois recursos ao mesmo tempo, basta colocar a palavra entre asteriscos e sinais de underline: *_palavra_*.

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Como se tornar invisível no WhatsApp e outros truques ‘nível especialista’

Se não dá pra sumir, saiba como evitar que vejam o horário da sua última conexão, a sua foto de perfil… O WhastApp é o aplicativo mais usado no Brasil: 9 em cada 10 brasileiros conectados à internet usam a ferramenta de comunicação, segundo recente pesquisa do Conecta, do Instituto Ibope. O aplicativo se tornou um meio de comunicação empregado por boa parte do mundo. É tanta gente que às vezes isso pode causar problemas: a quantidade de mensagens (especialmente geradas em grupos), assim como a informação pessoal que o aplicativo oferece sobre o usuário — como a hora de última conexão ou o temido duplo tique azul —, eventualmente faz do WhatsApp mais um problema do que uma solução. Para aquelas ocasiões em que você preferia não estar no aplicativo, ou pelo menos ser incomodado o mínimo possível, existem alguns truques para se tornar quase invisível ou, que remédio, não ficar tão exposto ao bombardeio de mensagens. E, para quem por alguma razão não puder parar de usá-lo, outra rodada de dicas para não acabar puxando os cabelos. Truques para ficar ‘invisível’ no WhatsApp 1. Elimine o horário da sua última conexão Para que ninguém possa fofocar sobre quando foi a última vez que você olhou o aplicativo antes de ir para a cama, siga os seguintes passos tanto no Android como no iOS para iPhone: entre no menu do WhatsApp, selecione ajuste>conta>privacidade>visto por último. Nesse menu você pode escolher quem consegue ver a hora da conexão — se todo mundo (inclusive pessoas que não estiverem na sua agenda, mas tiverem o seu número de telefone), só os seus contatos ou ninguém. Ao escolher ninguém, você tampouco poderá ver a hora de conexão dos seus contatos. 2. Elimine o duplo tique azul Tanto no Android como no iOS, na parte inferior do mesmo menu “privacidade” onde você modifica o item “visto por último”, há uma marcação ativada chamada “confirmações de leitura”. Se desativá-la, seus contatos deixarão de ver o duplo tique azul quando você ler as mensagens, mas você tampouco receberá essa confirmação quando os outros lerem as suas. 3. Torne a sua foto de perfil visível apenas para os seus contatos Para evitar que pessoas alheias aos seus contatos possam ver sua foto de perfil, selecione “meus contatos” no item “foto de perfil”, no menu “privacidade”. Se preferir que nem os seus contatos possam vê-la, marque a opção “ninguém”. 4. Interrompa o aplicativo Um truque muito útil quando você quer evitar receber mensagens e deseja que seus contatos vejam apenas o primeiro tique cinza de “enviado”, mas não o segundo, de “recebido”, sem a necessidade de desinstalar o aplicativo ou desligar o celular, é forçar uma pausa no aplicativo. Para isso, no Android é preciso ir aos ajustes do próprio celular, chegar ao “administrador de aplicativos” e procurar o WhatsApp. Uma vez ali, apertar o botão de “forçar paralisação”. Você não receberá mensagens nem notificações enquanto não entrar no aplicativo outra vez. No iOS, é preciso um duplo clique rápido sobre o botão circular do iPhone. Aparecerão todos os aplicativos abertos em segundo plano; selecione WhatsApp e deslize o dedo de baixo para cima. 5. Aplicativo para ficar invisível Quem quiser fazer fofoca sobre o horário da última conexão e receber os tiques azuis das suas conversas sem a necessidade de expor os próprios pode usar aplicativos que permitem ler as mensagens sem a necessidade de entrar no aplicativo, do modo que nem a hora de conexão nem o tique azul mudarão. Um dos mais populares é o Stealth App, embora a versão sem publicidade custe mais do que o próprio WhatsApp. Truques para não enlouquecer 1. Responda do computador Se você precisa estar atento ao WhatsApp e não pode ficar com um olho no celular e outro no computador, é possível abrir sua conta do aplicativo pelo site whatsapp.com. 2. Marcar mensagens como não lidas As últimas versões do WhatsApp se inspiraram no e-mail para incorporar uma nova utilidade: a de marcar mensagens como não lidas. Se você já tiver lido uma mensagem, mas quiser revê-la depois, mantenha o dedo sobre uma conversa para abrir um minimenu do Android. Nele, selecione “marcar como não lido”. Atenção: selecionar “não lido” não implica que a pessoa que escreveu a mensagem não verá o tique azul correspondente. Ocorre o mesmo ao eliminar uma conversa: ela será apagada do seu celular, mas não do aparelho da pessoa com quem você estiver conversando. No caso do iOS, deslize o dedo da esquerda para a direita sobre a conversa já lida e ative a opção de marcá-la como não lida. 3. Evite que os arquivos sejam baixados automaticamente Sim, as mil felicitações natalinas que você recebeu foram muito divertidas, mas talvez você não ache tanta graça quando receber a conta do celular: por default, o WhatsApp baixa todas as imagens enviadas quando você está conectado à rede de dados da telefonia móvel, mas isso pode ser evitado. No menu de ajustes do Android, selecione chat e chamadas>download automático>conectado a dados móveis, e desative o item “imagens”. No iOS, o acesso pode ser feito a partir dos “ajustes” do aplicativo, e então “uso de dados”. Surgirá o menu “dowload automático de mídia”. Nele é possível desativar os itens “imagens”, “áudio” e “vídeo”. Pablo Cantó/ElPais

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Caso WhatsApp no Brasil é faceta piorada de conflito global sobre criptografia

Bloqueado por três vezes, WhatsApp expõe questões relativas à privacidade e problemas judiciais. Empresas de tecnologia, privacidade, comunicação e investigações policiais formam um conjunto globalmente conflituoso. Até aí é normal que aqui no Brasil, como tem acontecido em outros lugares do mundo, juízes peçam para ter acesso a dados trocados em aplicativos de mensagens.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Contudo, o que tem tornado o país singular na disputa, avaliam especialistas ouvidos pelo EL PAÍS, é a forma recorrente com que magistrados de primeira instância têm conseguido bloquear ferramentas de comunicação, mais especificamente o WhatsApp. Durou pouco, mas a decisão de uma magistrada do Rio de Janeiro nesta terça-feira, derrubada em pouco menos de quatro horas pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, corresponde ao terceiro bloqueio do aplicativo no Brasil em menos de um ano. “O que está acontecendo no país não é normal, esse tipo de interferência na rede causa preocupação. Levando em conta que o Brasil tem mais de 15 mil juízes, isso pode se tornar epidêmico”, comenta Ronaldo Lemos, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS-RJ). Para ele, o bloqueio significa uma interferência na estrutura da rede que vai contra o Marco Civil da Internet, lei que regula o uso da internet no país. “O que se pode fazer são interferências na camada do conteúdo, como remover publicações de ódio em redes sociais, mas não bloquear um serviço, mesmo porque hoje o WhatsApp faz parte da infraestrutura do país, assim como a rede de energia ou telefonia”, diz. No cerne da questão está a confidencialidade e a privacidade de usuários. Logo após o atentado de San Bernardino, nos Estados Unidos, em que um homem matou mais de uma dezena de pessoas, o FBI pediu para que a Apple possibilitasse o acesso de investigadores ao celular do atirador. A empresa, apoiada por outras gigantes da tecnologia, como Google e Microsoft, recusou-se. A argumentação se baseava no fato de que ao fazer isso, ela estaria fragilizando a segurança dos celulares de todos os outros usuários. Com a diferença de que apesar do entrevero nenhum juiz tentou bloquear os serviços da Apple, o caso faz parte do mesmo conflito global que a Justiça brasileira e o Whatsapp estão inseridos. A palavra chave para entender a questão é criptografia, que não é nada mais do que cifrar dados. Para Lemos, até o caso de Edward Snowden – um analista de sistemas responsável por tornar públicos uma série de detalhes do sistema de vigilância global dos Estados Unidos, a NSA – a regra em quase 100% das vezes era a falta de privacidade na internet. “Depois dele, as empresas começaram a se preocupar com isso, com o fato de que nossas informações estão todas na internet para qualquer corporação ou pessoa que busque ter acesso a elas. A criptografia, desse modo, nos protege até mesmo das próprias gigantes de tecnologia”, diz. O WhatsApp sempre alegou que não guardava ou fazia registros das mensagens trocadas pelo aplicativo, mas desde abril passou a adotar um sistema de criptografia em que só as pessoas envolvidas na conversa podem ter acesso ao conteúdo trocado. Por isso, tem dito repetidamente que não tem sequer meios de fornecer as informações pedidas pela Justiça. Além do Brasil, já houve críticas de outros países ao mecanismo, como no Reino Unido, e em países como o Irã e a Arábia Saudita. “Não conheço o sistema criptográfico adotado pelo app, mas se ele é eficaz, eles simplesmente não têm acesso à chave de decodificação. A única solução seria proibir a criptografia no Brasil e, de fato, isso está sendo discutido em alguns lugares, como a Inglaterra, mas é algo que envolve quebra de privacidade e que não poderia ser resolvido a partir de apenas uma decisão judicial”, opina Carlos Afonso, que fez parte da criação do Comitê Gestor da Internet, entidade multissetorial criada em 1995 para lidar com questões relativas à internet. À época do atentado de San Bernardino, as empresas de tecnologia reconheceram a possibilidade de debater a questão, mas disseram que a decisão não poderia ser monocrática e sim parte de um debate público. “O que vejo hoje é que as pessoas endossam completamente, mesmo que sem saber, a criptografia. Afinal, no WhatsApp trocamos informações como número de CPF, conta corrente. A quebra da criptografia significa que essas informações privadas poderiam ficar acessíveis”, exemplifica Lemos. Para Afonso, as empresas também não podem ser responsabilizadas pelo comportamento de seus usuários. “Vamos supor que empresas de tecnologia fossem proibidas de usar a criptografia nos serviços que oferecem. Isso não impediria que duas pessoas trocando e-mails cifrassem suas mensagens. E aí nesse caso a quem a Justiça recorreria? Claramente ela não poderia responsabilizar a empresa pelo comportamento de seus clientes, como tem feito”, argumenta Afonso. Sobre a questão, o ministro interino da Justiça, Alexandre de Moraes, disse que sua pasta está trabalhando em uma proposta para deixar mais simples o conflito que envolve a criptografia. Segundo ele, é preciso que empresas estrangeiras que lidam com troca de dados entre usuários tenham sede no Brasil e que forneçam, quando necessários, dados requisitados por autoridades policiais. Moraes toca também na questão referente à obrigação das gigantes de tecnologia de se submeter a leis locais. No caso do WhatsApp, o principal argumento é o mecanismo da criptografia, mas eles têm dito também que o app com 100 milhões de usuários no país não tem sede no Brasil e, portanto, se rege sob a legislação americana. No passado, o Google também se negou a fornecer informações à Justiça brasileira afirmando que os dados do serviço de email Gmail, por exemplo, ficam armazenados nos EUA. “O que se pode fazer são interferências na camada do conteúdo, como remover publicações de ódio em redes sociais, mas não bloquear um serviço, mesmo porque hoje o WhatsApp faz parte da infraestrutura do país, assim como a rede de energia ou telefonia” Para Lemos, contudo, uma proposta nesses moldes tornaria tudo ainda mais

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Tecnologia e Mídia Digital: Será que a verdade ainda importa?

Numa manhã de segunda-feira de setembro do ano passado, a Grã-Bretanha acordou com uma notícia depravada. Ilustração de Sebastien Thimbault/The Guardian O foco deste texto é a política inglesa, mas trocando personagens e situações bem que poderia ser o Brasil. * O primeiro-ministro, David Cameron, havia cometido um “ato obsceno com a cabeça de um porco morto”, segundo o jornal Daily Mail. Um famoso contemporâneo seu na Universidade de Oxford afirma que Cameron participou de uma revoltante cerimônia de iniciação, num evento da Piers Gaveston, envolvendo um porco morto. Piers Gaveston é o nome de um turbulenta sociedade estudantil que promove jantares; segundo os autores da matéria, sua fonte foi um atual parlamentar que disse ter visto provas fotográficas: “Sua extraordinária sugestão é a de que o futuro primeiro-ministro teria introduzido uma parte privada de sua anatomia no animal.”[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A matéria, extraída de uma nova biografia de David Cameron, deflagrou um delírio imediato. Era asqueroso, era uma grande oportunidade de humilhar um primeiro-ministro elitista e muita gente achou que era verdade por ser Cameron um ex-sócio do infame Bullingdon Club, também elitista. Em poucos minutos, as hashtags #Piggate e #Hameron disparavam no Twitter e até Nicola Sturgeon [atual primeira-ministra escocesa] disse que as acusações estavam “divertindo o país inteiro”, enquanto Paddy Ashdown [político e ex-diplomata] brincou dizendo que Cameron estava “monopolizando as manchetes”. Inicialmente, a BBC recusou-se a mencionar as acusações e a residência do primeiro-ministro informou que não iria “dignificar” a matéria dando uma resposta – mas pouco tempo depois teve que divulgar um desmentido. Portanto, um homem poderoso foi sexualmente desonrado, de uma forma que nada tinha a ver com suas ideias políticas e de uma maneira à qual ele nunca poderia responder. E daí? Ele tinha que aguentar. Depois, após um dia inteiro de alegria online, aconteceu algo espantoso. Isabel Oakeshott, a jornalista do Daily Mail coautora da biografia com Lord Ashcroft, um empresário bilionário, foi à televisão e reconheceu que nem sabia se aquele enorme e escandaloso furo era verdadeiro. Ao responder a pressões para fornecer provas da denúncia assombrosa, Isabel Oakeshott reconheceu que não tinha nenhuma. “Não conseguimos chegar ao fundo das denúncias daquela fonte”, disse ela no programa Channel 4 News. “Portanto, nos limitamos a divulgar a descrição que a fonte nos deu… Não dissemos que acreditamos que seja verdade.” Em outras palavras, não havia provas de que o primeiro-ministro do Reino Unido tivesse, no passado, “introduzido uma parte privada de sua anatomia” na boca de um porco morto – uma matéria que foi divulgada em dúzias de jornais e repetida em milhões de tweets e atualizações no Facebook e que provavelmente até hoje muitas pessoas acreditam ser verdadeira. Isabel Oakeshott até foi mais longe ao tentar livrar-se de qualquer responsabilidade jornalística: “Cabe a outras pessoas decidirem se dão ou não credibilidade à história”, concluiu ela. É claro que esta não foi a primeira vez que denúncias extravagantes foram publicadas com base em provas frágeis, mas a defesa foi extraordinariamente desavergonhada. Parecia que os jornalistas já não tinham que acreditar que suas matérias fossem verdadeiras e, aparentemente, não tivessem que fornecer provas. Ao invés disso, a decisão caberia ao leitor – que nem sabe a identidade da fonte. Mas, com base em quê? Instinto visceral, intuição, disposição? A campanha contra os imigrantes Será que a verdade ainda importa? Nove meses depois de ter acordado dando risadinhas sobre hipotéticas intimidades de David Cameron com um porco, a Grã-Bretanha levantou-se, às 8 horas da manhã de 24 de junho, com a imagem muito concreta do primeiro-ministro, em frente à sua residência oficial, anunciando sua renúncia. “A população britânica votou pela saída da União Europeia e sua vontade deve ser respeitada”, declarou Cameron. “Não foi uma decisão tomada de maneira leviana. Muitas coisas foram ditas, por muitas e distintas organizações, sobre o significado desta decisão. Portanto, não devem haver dúvidas sobre o resultado.” Mas o que logo se tornaria claro é que dúvidas eram o que não faltava. Ao final de uma campanha que dominou o noticiário durante meses, subitamente era óbvio que o lado vencedor não tinha projeto algum para como e quando o Reino Unido sairia da UE – enquanto as falsas denúncias que levaram a campanha pela saída da UE a ser vitoriosa desmoronavam. Às 6:31 da manhã de 24 de junho, pouco mais de uma hora depois que o resultado do referendo se tornou conhecido, o líder do Partido Independente (Ukip), Nigel Farage, reconheceu que um Reino Unido pós-Brexit não teria 350 milhões de libras [R$ 1,5 bilhão] por semana para aplicar no National Health Service [o equivalente ao INSS] – uma denúncia-chave dos que propunham a saída da UE e que, inclusive, estava inscrita no ônibus da campanha. Algumas horas mais tarde, Daniel Hannan, político do Partido Conservador, declarou que o fluxo de imigração provavelmente não seria reduzido – outra denúncia-chave. É claro que não foi a primeira vez que políticos faltaram às promessas que haviam feito, mas talvez tenha sido a primeira vez que na manhã seguinte à vitória reconheceram que as promessas sempre haviam sido falsas. Esta foi a primeira eleição importante na era da política pós-verdade:a apática campanha a favor de ficar na UE tentou contrapor fatos às fantasias, mas logo percebeu que a circulação do fato havia sido profundamente falsificada. Os fatos inquietantes dos que defendiam ficar na UE e os especialistas preocupados foram descartados como “Projeto Medo” – e rapidamente neutralizados por “fatos” opostos: se 99 especialistas diziam que a economia iria desmoronar e alguém discordava, a BBC dizia-nos que cada lado tinha uma visão diferente da situação. (Este é um erro catastrófico que acaba ocultando a verdade e reflete como algumas pessoas divulgam as mudanças climáticas.) Michael Gove declarou no programa Sky News que “as pessoas deste país já se cansaram de especialistas”.Também comparou 10 economistas vencedores do Prêmio Nobel que assinaram uma carta aberta contra a saída da UE aos cientistas nazistas fiéis a Hitler. Durante meses, a imprensa eurocética

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WhatsApp diz que bloqueio de app é indiscriminado

O WhatsApp chamou de indiscriminado o bloqueio imposto pela Justiça do Rio de Janeiro ao aplicativo. A suspensão do aplicativo de troca de mensagens será feita como punição à empresa, que não teria colaborado com uma investigação. WhatsApp: empresa se pronunciou sobre bloqueio imposto por juíza do Rio de Janeiro O WhatsApp enviou a EXAME.com seu posicionamento oficial. Você pode ver o texto (curto) na íntegra logo abaixo. “Nos últimos meses, pessoas de todo o Brasil rejeitaram bloqueios judiciais de serviços como o WhatsApp. Passos indiscriminados como estes ameaçam a capacidade das pessoas para se comunicar, para administrar seus negócios e viver suas vidas. Como já dissemos no passado, não podemos compartilhar informações às quais não temos acesso. Esperamos ver este bloqueio suspenso assim que possível.”[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Em sua conta do Facebook, Jon Koum (um dos fundadores do app) também falou sobre o assunto. Veja abaixo o pronunciamento, na íntegra e traduzido de Koum. “Estamos trabalhando para trazer o WhatsApp de volta ao Brasil. É chocante que somente dois meses depois que a população brasileira e especialistas em direito rejeitaram com veemência o bloqueio de serviços como o WhatsApp, a história se repita. Como antes, milhões de pessoas estão sem contato com seus amigos, amados, clientes e colegas, simplesmente porque estão nos pedindo informações que não temos.” A decisão de bloqueio do WhatsApp veio a público na manhã desta terça-feira. Na decisão, à qual EXAME.com teve acesso, a juíza Daniela Barbosa Assunção de Souza dá pena de 50 mil reais por dia para as operadoras que não obedecerem a suspensão. A juíza afirma que o WhatsApp tratou a Justiça brasileira com desrespeito ao responder à demandas em inglês como se o país fosse uma “republiqueta”. Veja mais informações sobre o bloqueio nesta matéria. Victor Caputo/EXAME

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